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[Resenha] Por uma Questão de Amor, de Beatriz Cortes



Por uma Questão de Amor
Beatriz Cortes
Editora Novo Século
Onde comprar: Amazon

Sinopse: Após presenciar a morte de seu irmão mais velho em um trágico acidente, Lorena vive um luto que parece nunca ter fim. Um sofrimento que só é mais suportável com a ajuda de seu melhor amigo, Daniel. Após passar para a Faculdade de Medicina na UFRJ, Lorena encara essa oportunidade como uma forma de sair de Angra dos Reis e tentar deixar o passado para trás. Na Cidade Maravilhosa, se apaixona perdidamente e esse amor proibido chega para transformar sua vida. Ela descobrirá que também existem consequências para quem escolhe amar. Por uma questão de amor é um romance cheio de aventuras, suspense e que o levará a conhecer os extremos do amor verdadeiro que nos leva a lugares inimagináveis.

Sobre o livro

Lorena é uma jovem de 19 anos e está deixando a casa dos seus pais para viver no Rio de Janeiro. Ela passou no vestibular de medicina da UFRJ e sua nova casa é um pequeno apartamento dentro do Campus. Apesar de toda a normalidade que a situação aparenta, Lorena carrega um peso enorme. Ela sofreu um acidente de moto, junto com o irmão – Matteus – e acabou perdendo o irmão e melhor amigo. Apesar de Matt ser mais velho, os dois sempre tiveram uma relação bem próxima. Lorena via no irmão o amigo que poderia dividir tudo e sabia que sempre teria o seu apoio. Perde-lo casou uma dor imensa que a afastou de todos, inclusive dos seus pais, com quem sempre manteve uma boa relação. O único de não deixou que Lorena se perdesse em meio a dor foi o Daniel, um amigo de Matt que estava sempre por perto. Agora os dois estão ainda mais próximos e veem na amizade uma forma de superar a dor.


Sem esperar, Lorena faz novas amizades com a ajuda de Daniel. Sua colega de quarto acaba se mostrando uma boa amiga com quem poderá dividir os seus medos. O que ela não esperava é que destas novas amizades surgisse o Nicholas, um cara lindo, mulherengo e convencido. Sem demora surgem os avisos para que ela tome cuidado com ele, principalmente de Daniel, que parece nervoso com qualquer aproximação dos dois. Mas ela enxerga ao mais nele, apesar de todo ar de cafajeste que ele demostra. Como era de se esperar, os dois acabam apaixonados.

O mistério ao redor do Nicholas só aumentava. Lorena não entendia o motivo de ninguém apoiar o seu relacionamento com ele, principalmente o Daniel que era melhor amigo. Ela duvidava que isso fosse apenas ciúme de “irmão mais velho”. As coisas não melhoram nem um pouco quando seus pais conheceram o Nicholas. Mesmo que eles tivessem tentando disfarçar, foi fácil para ela perceber o nervosismo com que trataram o garoto. Eles estavam escondendo algo e Lorena estava decidida a descobrir a verdade. O que ela não esperava é que logo o seu amor pelo irmão impediria o seu relacionamento com Nicholas.



O que eu achei?

Por uma Questão de Amor é um livro que vai além da superficialidade de romance entre dois jovens completamente diferentes. É um livro em que o leitor facilmente se sente no lugar da Lorena e tenta imaginar o que faria no lugar dela. É uma história que fala sobre o luto e as formas de sobreviver a dor de perder alguém tão próximo.

No início do livro, imaginamos a Lorena e o Nicholas como o tipo de casal que encontramos em vários romances, mas é com o desenrolar da história que entendemos mais sobre eles. São dois protagonistas criados para carregarem um fardo maior do que deveriam carregar para a idade deles e que ainda estão aprendendo a superar suas perdas.



Todos os personagens que vão aparecendo com o decorrer da história são importantes para entender o que irá acontecer. Além de criarem um laço de amizade que por vários momentos se torna o foco da história. Com eles é fácil esquecer o drama que envolve o casal principal e apenas se divertir com a aventura que eles trazem para história. Também é fácil de prever o mistério que envolve a relação da Lorena com Nicholas e mesmo assim não tira o brilho da história. Pelo contrário, você se surpreende com a forma como esse segredo irá afetar os dois.

Por uma Questão de Amor é um romance com seus mistérios e aventuras que irá te fazer refletir, com uma narrativa gostosa, leve e rápida. Um livro que vale muito a pena conhecer!

[Editora Arqueiro] Lançamentos de outubro


Assim como em setembro, a Editora Arqueiro tem lançamentos marcados para outubro que merecem a sua atenção. Além do novo livro do Nicholas Spark (que apareceu neste post aqui) e a distopia Vox (confira neste post), há o novo livro da Kristin Hannah e o quarto livro da série "Contos de Fadas" com a Eloisa James. Também chega as livrarias o primeiro livro da trilogia de Laura Sebastian.

A Grande Solidão
Alasca, 1974.
Imprevisível. Implacável. Indomável.
Para uma família em crise, o último teste de sobrevivência.

Atormentado desde que voltou da Guerra do Vietnã, Ernt Allbright decide se mudar com a família para um local isolado no Alasca.

Sua esposa, Cora, é capaz de fazer qualquer coisa pelo homem que ama, inclusive segui-lo até o desconhecido. A filha de 13 anos, Leni, também quer acreditar que a nova terra trará um futuro melhor.

Num primeiro momento, o Alasca parece ser a resposta para tudo. Ali, os longos dias ensolarados e a generosidade dos habitantes locais compensam o despreparo dos Allbrights e os recursos cada vez mais escassos.

Porém, o Alasca não transforma as pessoas, ele apenas revela sua essência. E Ernt precisa enfrentar a escuridão de sua alma, ainda mais sombria que o inverno rigoroso. Em sua pequena cabana coberta de neve, com noites que duram 18 horas, Leni e a mãe percebem a terrível verdade: as ameaças do lado de fora são muito menos assustadoras que o perigo dentro de casa.

A grande solidão é um retrato da fragilidade e da resistência humana. Uma bela e tocante história sobre amor e perda, sobre o instinto de sobrevivência e o aspecto selvagem que habita tanto o homem quanto a natureza.
KRISTIN HANNAH é autora de mais de 20 livros, que foram traduzidos para 40 idiomas.

A Torre do Amor
Quando Gowan, o magnífico duque de Kinross, decide se casar, seu plano é escolher uma jovem adequada e negociar o noivado com o pai dela. Ao conhecer Edie no baile de apresentação dela à sociedade, ele acredita que, além de linda, ela também seja a dama serena que ele procura e imediatamente pede sua mão.

Na verdade, o temperamento de Edie é o oposto da serenidade. No baile, ela estava com uma febre tão alta que mal falou e não conseguiu prestar atenção em nada, nem mesmo no famoso duque de Kinross. Ao saber que seu pai aceitou o pedido do duque, ela entra em pânico. E quando a noite de núpcias não é tudo o que podia ser...

Mas a incapacidade de Edie de continuar escondendo seus sentimentos faz com que o casamento deles se desintegre e com que ela se recolha à torre do castelo, trancando Gowan do lado de fora.

Agora o poderoso duque está diante do maior desafio de sua vida. Nem a ordem nem a razão funcionam com sua geniosa esposa. Como ele conseguirá convencê-la a lhe entregar as chaves não só da torre, mas também do próprio coração?
Eloisa James escreveu seu primeiro romance depois de se formar em Harvard, mas o manuscrito foi rejeitado por todas as editoras. Mais de 20 best-sellers depois, ela dá cursos sobre Shakespeare na Fordham University, em Nova York.


Princesa das Cinzas
A jovem Theodosia tem seu destino alterado para sempre depois que seu país é invadido e sua mãe, a Rainha do Fogo, assassinada. Aos 6 anos, a princesa de Astrea perde tudo, inclusive o próprio nome, e passa a ser conhecida como Princesa das Cinzas.

A coroa de cinzas que o kaiser que governa seu povo a obriga a usar torna-se um cruel lembrete de que seu reino será sempre uma sombra daquilo que foi um dia. Para sobreviver a essa nova realidade, sua única opção é enterrar fundo sua antiga identidade e seus sentimentos.

Agora, aos 16 anos, Theo vive como prisioneira, sofrendo abusos e humilhações. Até que um dia é forçada pelo kaiser a fazer o impensável. Com sangue nas mãos, sem pátria e sem ter a quem recorrer, ela percebe que apenas sobreviver não é mais suficiente.

Mas a princesa tem uma arma: sua mente é mais afiada que qualquer espada. E o poder nem sempre é conquistado no campo de batalha.
Laura Sebastian nasceu e cresceu no sul da Flórida e sempre gostou de contar histórias. .

3 livros para ler antes que setembro acabe


Apesar da minha lista de livros ter aumentado consideravelmente depois da Bienal, setembro foi um mês que não me ajudou a terminar os livros que já tinha me programado para ler. Com o estresse do dia a dia fui perdendo o ânimo, mas ainda resta um tempinho antes de outubro chegar. Então, por que não tentar recuperar a leitura perdida?

O primeiro da lista é o novo livro do Vitor Martins: Um Milhão de Finais Felizes. Foi uma das melhores compras que fiz na Bienal e trouxe para casa autografado. Está na minha lista desde que a Globo Alt anunciou a data do lançamento e tenho certeza que será uma leitura incrível!


Jonas não sabe muito bem o que fazer da vida. Entre suas leituras e ideias para livros anotadas em um caderninho de bolso, ele precisa dar conta de seus turnos no Rocket Café e ainda lidar com o conservadorismo de seus pais. Sua mãe alimenta a esperança de que ele volte a frequentar a igreja, e seu pai não faz muito por ele além de trazer problemas.

Mas é quando conhece Arthur, um belo garoto de barba ruiva, que Jonas passa a questionar por quanto tempo conseguirá viver sob as expectativas de seus pais, fingindo ser uma pessoa diferente de quem é de verdade. Buscando conforto em seus amigos (e na sua história sobre dois piratas bonitões que se parecem muito com ele e Arthur), Jonas entenderá o verdadeiro significado de família e amizade, e descobrirá o poder de uma boa história.

O segundo é o livro da Gayle Forman: O que há de Estranho em Mim, publicado pela Editora Arqueiro. Os únicos livros que eu já li da autora foram Se eu ficar e Para onde ela foi, mas com o lançamento do novo livro da autora pela Editora Arqueiro (Eu Perdi o Rumo) me deixou curiosa para conhecer outras histórias.


Ao internar a filha numa clínica, o pai de Brit acredita que está ajudando a menina, mas a verdade é que o lugar só lhe faz mal. Aos 16 anos, ela se vê diante de um duvidoso método de terapia, que inclui xingar as outras jovens e dedurar as infrações alheias para ganhar a liberdade.

Sem saber em quem confiar e determinada a não cooperar com os conselheiros, Brit se isola. Mas não fica sozinha por muito tempo. Logo outras garotas se unem a ela na resistência àquele modo de vida hostil. V, Bebe, Martha e Cassie se tornam seu oásis em meio ao deserto de opressão.

Juntas, as cinco amigas vão em busca de uma forma de desafiar o sistema, mostrar ao mundo que não têm nada de desajustadas e dar fim ao suplício de viver numa instituição que as enlouquece.

O último é o livro da Eleanor H. Porter: Pollyanna, um clássico da literatura infantil que nunca tive a chance de conhecer. Encontrei uma edição lindinha na Bienal e por apenas R$ 10,00, por isso entrou na minha lista e já estou curiosa para ler.


A pequena cidade e Beldingsville, no interior dos Estados Unidos, nunca mais seria a mesma depois da chegada de Pollyanna, uma garotinha órfã de 11 anos que ficou aos cuidados da tia rica, a irritadiça e intransigente senhora Polly Harrington. Com sua extraordinária visão do mundo, a encantadora menina conquista os habitantes da cidadezinha e ensina a todos o seu incrível "jogo do contente", um jogo de transformar vidas e modificar destinos.

Publicada como livro em 1913, a história da alegre e corajosa menina se tornou um clássico da literatura infanto juvenil e vem cativando diferente gerações de leitores com sua poderosa mensagem de otimismo e superação das dificuldades. É impossível não se encantar com Pollyanna. um exemplo inesquecível de amor, amizade e de como ver sempre o lado bom a vida.


Essa é a minha pequena lista para os dias que faltam em setembro. E vocês? Como andam a leitura?

[Resenha] Poesia que transforma



Poesia que transforma
Bráulio Bessa
Editora Sextante
Onde comprar: Amazon

Sinopse: Este livro é uma homenagem à poesia e a tudo o que ela é capaz de proporcionar. Com mais de 30 de seus emocionantes poemas, alguns deles inéditos, Bráulio Bessa nos conta um pouco das histórias do menino de Alto Santo, no interior do Ceará, que se tornou poeta e ativista cultural.

Desde o primeiro encontro com a obra de Patativa do Assaré, aos 14 anos, até a fama na televisão, ele mostra como a poesia transformou sua vida.

Com ilustrações do artista baiano Elano Passos, o livro traz ainda depoimentos de fãs de todos os cantos do Brasil, revelando como as palavras de Bráulio são capazes de inspirar pequenas e grandes mudanças.


Poesia que Transforma é o segundo livro do Bráulio Bessa, foi publicado neste ano pela Editora Sextante e traz uma mistura de poemas e textos que contam um pouco sobre o autor que ficou conhecido pelo programa da Fátima Bernardes.

Foram raras as vezes em que sentei para ler um livro como esse. Também não assisto o programa da Fátima, mas os poemas e vídeos do Bráulio já tinham aparecido para mim no Facebook. A identificação com suas criações é fácil. Ele escreve com simplicidade e com verdade o suficiente para tocar o coração do leitor. Não é o tipo de leitura para ler em uma sentada só, precisa ser lido com calma, com vontade e com amor. Os poemas do Bráulio são repletos de mensagens inspiradoras, são um refúgio para dias ruins ou a alegria para dias calmos.



Resolvi falar sobre o livro antes de terminá-lo, porque estou lendo sem nenhuma pressa e queria compartilhar de uma vez com vocês a história do nordestino que vem conquistando espaço. Cada dia leio um pouco mais. Nos dias em que a correria não me deixa sentar e descansar; nos dias em que preciso de algo que me mostre que há esperança, que há sempre uma nova chance. E só facilita o fato de não ser necessário ler os poemas na ordem em que são apresentados. Basta abrir o livro e deixar que um poema aleatório desperte suas emoções.

Um de seus poemas mais conhecidos se chama "Recomeço", o primeiro poema que apareceu na televisão e que o próprio autor diz ter se tornado o seu "clássico". O poema fala sobre a importância de seguir em frente, sobre superar medos e perdas, sobre não desistir do que queremos e lutar. É, acima de tudo, sobre ter força e fé para ser quem somos.

Gosto de comparar a poesia a um abraço, que consegue fazer um carinho na alma sem nem saber qual é a dor que você está sentindo. A poesia se adapta à sua dor. É um abraço cego e despretensioso, como quem diz: ‘Venha! Tá doendo? Pois deixe eu dar um arrocho, que vai lhe fazer bem.



Com simpatia e simplicidade o autor vai contando sua história e divertindo o leitor. Em seus poemas, ele fala sobre a importância da família, de seguir o seus sonhos. Traz poemas sobre mães e até mesmo sobre as redes sociais.

Afinal, a gente nasce
sem trazer nada pra cá,
na hora de ir embora
o mesmo nada vai levar.
O que importa de verdade
é o que a gente vai deixar.

Esse é um livro para quem gosta de poesia, mas para quem sonha em se aventurar por outros estilos e sair da zona de conforto. O livro traz de forma leve a poesia que encanta e contagia. Traz o amor, os amigos, a família, traz os sentimentos que muitas vezes passam despercebidos ou são esquecidos na correria do dia a dia. São palavras cheias de significados e que acertam em cheio o coração.



Até a página 100 - Razão e Sensibilidade


Comecei a ler na quarta-feira passada antes do feriado, mas três dias em casa tiraram toda a minha coragem de pegar em um livro. Agora estamos de volta!


Razão e Sensibilidade
Jane Austen
Editora Pé de Letra
Onde comprar: Site da Editora (R$15,00)
O primeiro post da tag "Até a página 100", vem com um livro da Jane Austen que está na minha lista desde que li Orgulho e Preconceito no ano passado. Razão e Sensibilidade é o primeiro livro publicado da autora (1811) sob o pseudônimo de "By a Lady", mesmo assim foi um sucesso e logo esgotou a primeira edição.

Sobre a história
Em "Razão e Sensibilidade" você irá conhecer as irmãs Dashwood: Elinor e Marianne. Duas jovens de personalidades completamente diferentes. Elinor é mais centrada, discreta e racional. Marianne age pela emoção, ela não esconde o que sente e não controla as suas opiniões, não há meio termo para ela.

Elinor e Marianne são filhas do segundo casamento de Mr. Dashwood e de seu primeiro casamento há John Dashwood, o único filho homem e que herdará tudo. Há ainda Margaret, também fruto do segundo casamento, mas que tem pouco espaço na história (pelo menos neste começo). O livro começa quando Mr. Dashwood morre e John aparece para se despedir do pai. No leito de morte, ele promete que cuidará das irmãs e garantirá que elas tenham um futuro livre de preocupações financeiras. O que ele não esperava é que a esposa de John Dashwood fosse egoísta o suficiente para impedir que o marido abra mão de qualquer quantia para ajudar suas meias irmãs.

Ao perderem o direito de viver na propriedade em Norland, são obrigadas a aceitar a proposta de um primo da Sra. Dashwood e mudarem para um chalé em Barton. Uma casa bem menor e inferior ao lugar onde moravam, mas para surpresa de todos, elas se adaptam razoavelmente bem ao lugar.

Elinor deixa em Norland alguém com que se afeiçoou, mas capaz de agir com tamanha indiferença que não é possível ter certeza de seus sentimentos. Enquanto isso Marianne conhece em Barton alguém que ganhou o seu coração em pouco tempo e com pouco esforço.

Era evidente que ele estava infeliz; ela desejava que fosse igualmente evidente que ele a distinguia com a mesma afeição que ela uma vez tinha certeza de inspirar; mas, até aquele momento, a continuação de sua preferência parecia bastante incerta, e seu comportamento reservado em relação a ela contradiziam, em um momento, o que um olhar mais animado havia demonstrado anteriormente.


O que estou achando?
Estou a um passo de matar Marianne. Ela é uma garota impulsiva, não mede as consequências de suas atitudes e acredita que tudo deve ser vivido intensamente. É teimosa ao ponto de desmerecer qualquer opinião que seja diferente da dela. Principalmente a da Elinor, por considerar que a irmã é sempre indiferente a tudo.

Elinor é mais calma e aceita tudo o que acontece a sua volta. Mas não é besta, ela sabe analisar a situação a sua volta sem deixar que as fantasias de sua mãe e irmã interfiram na sua opinião. Ela instiga a curiosidade do leitor e mostra que não é tão indiferente ao que acontece a sua volta, apenas não demonstra seus sentimentos de forma tão aberta como a irmã.

Até a página 100 a leitura está leve, rápida e tranquila. Nada de grandes acontecimentos, mas nada que desmereça a história.

Classificação até agora:

[Resenha] Quinze Dias, de Vitor Martins



Quinze Dias
Vitor Martins
Editora Globo Alt

Sinopse: Felipe está esperando por esse momento desde que as aulas começaram: o início das férias de julho. Finalmente ele vai poder passar alguns dias longe da escola e dos colegas que o maltratam. Os planos envolvem se afundar nos episódios atrasados de suas séries favoritas, colocar a leitura em dia e aprender com tutoriais no YouTube coisas novas que ele nunca vai colocar em prática.

Mas as coisas fogem um pouco do controle quando a mãe de Felipe informa que concordou em hospedar Caio, o vizinho do 57, por longos quinze dias, enquanto os pais dele estão viajando. Felipe entra em desespero porque a) Caio foi sua primeira paixãozinha na infância (e existe uma grande possibilidade dessa paixão não ter passado até hoje) e b) Felipe coleciona uma lista infinita de inseguranças e não tem a menor ideia de como interagir com o vizinho.

Os dias que prometiam paz, tranquilidade e maratonas épicas de Netflix acabam trazendo um turbilhão de sentimentos, que obrigarão Felipe a mergulhar em todas as questões mal resolvidas que ele tem consigo mesmo.

Sobre o livro

Enfim, férias! Os dias de liberdade que Felipe tanto esperava chegaram. Não que ele tivesse uma programação surpreende e empolgante, mas se ver livre do bullying constante na escola já é uma vitória. O fato de ser um adolescente já é difícil e ser gordo torna impossível a convivência. Agora que os dias de descanso chegaram, tudo o que Felipe tem em mente são as suas maratonas de séries.


Claro que não teria graça se fosse tão fácil. Assim que chega em casa, Felipe descobre que terá dividir o quarto, pelos próximos quinze dias, com Caio, seu amor de infância. Ah, sim! Nesse momento você pode adicionar no perfil do Felipe que ele é gay. Como os pais do Caio irão viajar, sua mãe – Rita – aceitou o receber o garoto até que os seus pais estejam de volta.

Agora você entende o meu desespero? Gordo, gay e apaixonado por um garoto que nem responde ao meu “bom dia” no elevador. Tudo pode dar errado. Tudo vai dar errado. E eu não tenho tempo de pensar num plano de fuga emergencial porque a campainha está tocando. E minha mãe está abrindo a porta. E eu, claro, estou todo suado.

Encontrar com Caio no prédio onde moram não é novidade para o Felipe, mas a aproximação não era o que ele esperava para suas férias. Caio além de ser um cara bonito era seu amigo de infância, na época em que ser gordo não atraía olhares e as pessoas achavam fofo. Os dois viviam juntos na piscina do prédio, mas a vergonha do próprio corpo fez com que Felipe se afastasse do amigo. Agora, anos depois, o garoto está dentro da sua casa. O cara que ele gosta vai dormir no mesmo quarto que ele, como sobreviver a isso? Não dá. Felipe é muito tímido, não aceita o próprio corpo e é muito (muito!) inseguro. Tudo só dificulta a convivência entre os dois.

Os seus problemas só pioram quando a sua terapeuta lança o desafio da semana: terá que conversar com Caio de dia, não algo rápido, terá que ser uma conversa de verdade. Tudo o que ele conseguiu até hoje foi ter uma conversa durante a noite, com todas as luzes apagadas, sem que o Caio pudesse perceber a sua insegurança. Como conversar com o cara que você gosta sem parecer um maluco?

Então, por que não começar contando a verdade? Felipe resolve abrir o jogo e fala sobre o desafio da terapeuta. Para sua surpresa, Caio resolve ajuda-lo e Felipe começa a perceber que não é tão ruim quanto imaginava. A amizade entre os dois vai crescendo pouco a pouco, mas logo descobrem que há coisas que compartilham e que essas férias não serão tão ruins como imaginavam.


O que eu achei?

Eu acabei esse livro apaixonada pelo Felipe e pelo Caio. A narrativa é descontraída e é fácil se divertir com os momentos do Felipe. Apesar de toda a sua insegurança, ele é dono de uma personalidade incrível, é inteligente e capaz de fazer ótimas referências. Mais fácil ainda é se identificar com os problemas dele.

O Caio também não fica atrás. O garoto é fofo, divertido e também carrega os seus problemas. De todos os Young Adult que já li, com toda certeza esse casal está entre os meus favoritos. É fácil imaginá-los juntos.



O que eu mais gostei no livro foi o fato de não ser uma história sobre como o garoto resolveu "sair do armário" e assumir a sua sexualidade para todos. Não que isso não seja importante, mas acredito que também é importante mostrar para os jovens gays que eles estão presentes na literatura, que eles são representados por histórias incríveis. Não só com uma história sobre aceitação, mas também com um romance como acontece com qualquer casal heterossexual. Esse livro traz um romance leve e maravilhoso. É um livro para quem gosta de um bom romance.