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[Resenha] A Devolvida, de Donatella Pietrantonio


Como você reagiria ao descobrir que a mulher que sempre chamou de mãe havia mentido para você durante toda a sua vida?

Neste livro, você não irá descobrir o nome da protagonista, mas irá acompanhar a mudança repentina e brusca em sua vida. Aos atingir os trezes anos, ela foi obrigada a voltar para um lar que não conhecia, com pessoas que nunca soube da existência e que aparentemente não a queriam de volta. Seus pais (ou aqueles que ela sempre acreditou que fossem) tinham revelado a maior mentira da sua vida. Sua família biológica a entregou para uma prima rica quando tinha apenas seis meses de vida. Adalgisa tinha cuidado dela com amor, carinho e dedicação. Seu pai também tinha sido uma figura presente, mesmo que mais silenciosa. Ela os amava e não entendia o que estava acontecendo. Não era possível que eles tivessem coragem de abandoná-la naquela casa com pessoas estranhas. Ela queria voltar para casa, para os seus amigos, para as suas aulas de dança e natação. Ela queria sua vida de volta e não aquilo. Não queria ficar com seus pais biológicos que não demonstravam nenhuma emoção por ter a filha de volta.

Mas o seu pai não voltou. Ele deixou a filha e os seus poucos pertences na casa e foi embora. A garota não sabia o que poderia ter feito de tão errado para que pudessem tê-la abandonado. Ela sabia que os pais a amavam, ela precisava acreditar nisso. Ela também estava preocupada com a mãe. Adalgisa estava doente, tinha passado os últimos dias na cama e, depois da sua mudança, não teve mais notícias da mãe.

Agora ela precisava aprender a viver com a sua nova família. A realidade deles é muito diferente da que estava acostumada. Suas mãos não estavam prontas para o trabalho pesado que teria de enfrentar. Agora ela tinha irmãos. Todos abarrotados em um quarto pequeno e ainda teria que dividir a cama com a irmã mais nova. Mas Adriana era uma jovem única. Apesar da pouca idade, sabe muito bem o que precisa ser feito. Sabe como lidar com as tarefas em casa e com o pequeno Giuseppe. Apesar do seu desespero inicial e da vontade de estar em casa de novo, a garota logo que aproxima da irmã.

A jovem veio de um mundo onde tudo era fácil e possível. Ela teve oportunidades que seus irmãos jamais terão na vida. Ela tinha um quarto que não precisava dividir com mais ninguém, frequentava uma boa escola, praticava balé e natação. Tinha sempre roupas novas e que lhe serviam. Já os seus verdadeiros pais não tinham condições de proporcionar muito conforto. A casa é pequena, há pouca comida e eles precisam trabalhar para conseguir mais. O pai trabalha numa olaria que além de pagar pouco, atrasa o salário de todos os funcionários. Os irmãos usam roupas velhas e que passam de um para o outro.

Vindo de um mundo diferente, ela agora precisa conquistar o seu espaço na sua nova família e acima de tudo, precisa aprender a aceita-los e reconhecer que faz parte desse mundo diferente, mesmo que não tenha crescido nele.



O livro retrata apenas a adaptação da jovem a sua nova família. Ele é narrado em primeira pessoa, então podemos acompanhar todos os sentimentos da garota que de um dia para o outro se vê em um ambiente completamente diferente. Durante a história, a protagonista faz alguns rápidos comentários sobre coisas que aconteceram anos mais tarde.

É uma história dura, mas simples e real. A jovem se vê dividida entre aqueles que a criaram e aqueles que agora eram a sua família. Mesmo sendo tão nova, era difícil para ela aceitar e reconhecer a sua mãe biológica. É possível perceber o carinho que os pais têm por todos os filhos, mas são pessoas simples e que sempre lidaram com a pobreza. Não tiveram muita instrução e não sabem como lidar com a situação. Quando decidiram deixar a filha ainda tão nova com uma prima que não poderia ter filhos, foi pensando em como fariam para sustentar a todos. O dinheiro era curto, faltava para comida e para as necessidades básicas. Além disso, a mãe estava grávida novamente.

Treze anos depois, não é só a jovem que precisa se adaptar a situação. Os seus pais e irmãos também precisam lidar com isso. Seus irmãos não estão acostumados com a sua presença e muitas vezes não a enxergam como um membro da família. Com exceção da Adriana. A pequena é inteligente e aos poucos vai ajudando a irmã a encontrar um lugar naquela família.



Foi uma leitura incrível. Eu fui me dividindo entre a raiva e a compreensão com a protagonista. Com a narrativa, é fácil entender o que ela deveria estar sentindo. Mas em alguns momentos ela age como uma menina mimada e um tanto birrenta, sem ao menos tentar entender aqueles que agora são a sua família. Por vezes, ela sente vergonha deles pela simplicidade, por não saberem como se comportar ou como falar corretamente. Alguns capítulos foram difíceis nesse ponto, mas é compreensível já que a personagem é tão nova e foi criada por pais que a mimaram e deram tudo o que ela queria.

Também é possível ver que a garota vai se adaptando a família. Mesmo sem compreendê-los ou aceita-los, ela encontra o seu espaço entre eles. Ela carrega a esperança de que seus pais adotivos voltem para busca-la, mas aos poucos ela vai criando vínculos com o seu novo lar.

As últimas páginas são de longe de ser o fim dessa história. Como eu disse, o livro retrata apenas a adaptação da garota a nova família. Mas ainda assim, o final acaba se encaixando muito bem e não decepciona. A autora soube conduzir muito bem a história e ao chegar ao final é possível perceber o amadurecimento da protagonista. A vida continua e mesmo com todas reviravoltas que ela dá, a gente sempre encontra um jeito de seguir em frente.

Foi um livro que me surpreendeu bastante e uma das melhores leituras desse ano. A escrita da autora é fluída, o que fez com que as páginas fossem passando sem que eu percebesse. É uma história triste, mas que carrega uma força imensa. Mas acima de tudo, é um livro que merece ser lido.


[Resenha] O Código Da Vinci, de Dan Brown


Acabei comprando esse livro na última Bienal aqui em São Paulo e desde então fui adiando a leitura com receio do que iria encontrar. O único livro que eu conhecia do autor até então era o “Origem” (a resenha dele já foi publicada no blog, corre lá) publicado em 2017, também pela Editora Arqueiro. Mas a leitura acabou me decepcionando um pouco. Depois de ter lido tantos comentários positivos sobre os livros do Dan Brown, já estava cheia de expectativas para começar a ler o seu novo livro. Mas dentre alguns detalhes que ficaram soltos na história, o que mais me incomodou foram as descrições longas que ele foi espalhando pelo livro. A história acabava ficando de lado para que ele pudesse descrever a cena. O que nem sempre é ruim, muitas vezes ajuda o leitor a se sentir presente, mas nesse caso acabou tornando a leitura lenta. O que também foi um dos motivos para eu ter comprado essa edição especifica do livro “O Código Da Vinci”. Essa edição foi pensada nos leitores mais jovens e traz uma linguagem mais acessível, além de contar com imagens e novos dados sobre história.

Robert Langdon é um famoso professor de simbologia americano e está na França para apresentar o seu trabalho em uma das universidades do país. Já passava da meia noite quando é acordado pelo recepcionista do hotel. A notícia não era boa. O curador do Louvre foi assassinato dentro do museu. O corpo foi encontrado na Grande Galeria, em uma posição que lembrava O Homem Vitruviano, um dos mais famosos trabalhos de Da Vinci. Junto, trazia uma mensagem enigmática que envolvia Robert Langdon. Curiosamente, há algumas semanas, a secretária do curador havia entrado em contato com Robert para marcar um encontro com ele durante a visita que ele faria a Paris. O encontro aconteceria exatamente naquela noite, mas Jacques Saunière não apareceu. Logo, Bezu Fache da DCPJ (o que pode ser considerado como o FBI da França) viu Robert como o principal suspeito e faria o que fosse necessário para que ele confessasse o crime.

13-3-2-21-1-1-8-5 Ó, demônio draconiano! Óh, santa falsa PS: Encontre Robert Langdon



Robert guardava um profundo respeito por Jacques Saunière. O curador do Louvre tinha um extenso conhecimento pela arte, principalmente pelas obras de Leonardo Da Vinci. Não poderia ser coincidência que mesmo em sua morte, Saunière tentasse reproduzir uma de suas obras mais conhecidas. Por que ele envolveria Robert nisso? Bezu Fache acreditava que a vítima conhecia o seu assassino, mas também esperava que Robert pudesse esclarecer os códigos e símbolos que estavam na cena do crime. Estava claro que Saunière tinha feito tudo depois de ter sido atingido por um tiro, mas não seria mais simples deixar apenas o nome do seu assassino? Nesse momento, Sophie Neveu, uma decifradora do Departamento de Criptologia, chega a Grande Galeria e diz ter encontrado a resposta para o código.

A partir desde ponto, a história começa a se desenrolar. Robert e Sophie viram fugitivos da polícia e precisam descobrir o que Jacques Saunière queria dizer a eles. Logo novos fatos são adicionados ao mistério e iremos descobrir mais sobre o Priorado de Sião, uma sociedade secreta ligada aos Cavaleiros Templários, seus grão-mestres e os segredos que eles protegem há séculos. Robert e Sophie saem em busca das pistas deixadas pelo curador. Como em um jogo de detetive, Jacques Saunière foi deixando pistas que sempre levavam a um mistério seguinte. O que estaria esperando por eles no final desse jogo era difícil saber, mas Langdon desconfiava que fosse a resposta para um dos maiores segredos da humanidade. E se estivesse certo, o que ele faria com o que estava prestes a descobrir?

(...) a história é sempre escrita pelos vencedores. Quando duas culturas entram em conflito, o perdedor é obliterado, e o vencedor escreve a história... livros que glorificam sua própria causa.




Uma história cheia de mistérios, reviravoltas e enigmas. Em alguns momentos eu quis muito que o Robert Langdon tivesse um choque de realidade, porque por vezes eles se deixava iludir por coisas muito óbvias e que qualquer leitor desconfiaria logo de cara. Ainda assim, a inteligência e o conhecimento do personagem contagiam. É fácil torcer por ele. Assim como Sophie Neveu, que também é uma peça importante para a história. Ela também trás bastante conhecimento para o mistério que estão tentando desvendar. Sophie foi criada para entender as pistas de Saunière quando chegasse o momento.

O autor vai conduzindo o leitor para que ele enxergue apenas o que ele deseja e logo as primeiras páginas já apresentam algumas pistas do que irá acontecer no final do livro, mas se não forem percebidas da forma correta irão iludir o leitor até o último capítulo. Com uma escrita fluída, o autor conquistando o leitor e mostrando um pouco de um dos maiores gênios da história da humanidade: Leonardo Da Vinci. Assim como no livro Origem, O Código da Vinci traz duras críticas a Igreja e atitudes tomadas por ela ao longo de um importante período da história.




O final foi surpreendente e me deixou bastante satisfeita, condiz com o que foi apresentado desde o principio. Todos os personagens são muito bem construídos e são importantes para entender o desfecho da história. A edição da Editora Arqueiro é simples, mas muito bem feita. É um livro que traz mais do que um romance. O Código Da Vinci é uma ótima dica para quem adora um bom suspense, quebra-cabeças e história.

Uma pausa para respirar e um pouco de música


Imagem por Dan Dimmock.

Oii! :) Como vocês estão?

Por aqui os dias continuam corridos e o frio finalmente deu as caras. Mas como não existe um meio termo, do calor escaldante migramos para um frio congelante. Quero deixar claro que eu não estou reclamando do clima, pelo contrário, eu adoro o frio. Mas viver essa inconstância não está fácil e acredito que muitos de vocês (para não dizer todos) estão sofrendo com o mesmo dilema. Assim como eu disse em outro post, não há saúde que resista a essa mudança de clima.

Mas a Primavera chegou e pensa nisso me faz lembrar que o final do ano está se aproximando e com ele a minha data preferida: o Natal. Eu sei, ainda resta algum tempo para isso. Estamos apenas encerrando o mês de setembro, mas o que eu posso fazer? Gosto muito de ver como a cidade muda completamente com as decorações natalinas. É a magia do Natal que está chegando.

Enfim.

Pensando na correria que tem sido os dias por aqui, separei uma listinha com músicas que me acompanham no caminho para o trabalho, durante o trabalho ou quando estou preparando algum post para o blog. São músicas que me animam bastante. Algumas estão comigo há algum tempo, já outras são mais recentes, mas ainda assim ganharam espaço no meu coração.

Espero que vocês gostem! ♥



















[Resenha] O que há de estranho em mim, de Gayle Forman


Brit viu a sua vida mudar de um dia para o outro. O convívio com a madrasta e a nova personalidade do pai já estavam difíceis, não havia dúvidas. Mas ela era uma adolescente e tinha um pai que sempre a amou, não era para a sua vida ter dado uma reviravolta tão grande e tão depressa.

Desde que sua mãe fugiu de casa, Brit foi acompanhando as mudanças que vieram em seguida. O pai aos poucos foi se afastando até encontrar uma nova esposa, que não fazia questão de demostrar qualquer empatia pela enteada. Logo veio Billy, tão pequeno, mas foi o golpe final na relação de Brit com o pai. Não que a garota não gostasse do irmão, ela o adorava, mas o pobre garotinho virou a desculpa perfeita para sua madrasta manter seu pai distante. Sua única válvula de escape era a Clod, a banda que a havia acolhido nos últimos tempos. Quando se inscreveu para participar da seleção de um novo guitarrista, Brit não sabia praticamente nada sobre música, mas eles a escolheram mesmo assim. Mais do que nunca, Brit sentia falta deles, mas agora ela precisava encarar a realidade.


Era para ser uma viagem em família para o Grand Canyon. A madrasta havia convencido o seu pai de que seria uma viagem perfeita. Apesar de ter resistido, Brit não teve como evitar a tão aguardada viagem. Mas tudo não passava de uma mentira. Como num passe de mágica, seu pai a havia deixado em um internato. Brit foi arrastada para dentro da escola sem nenhuma explicação, seu pai apenas repetia que era para o seu bem. Mal ele sabia como as coisas funcionavam na Red Rock.

Os primeiros dias foram terríveis. Nem mesmo uma prisão trataria os seus internos com menos dignidade do que aquilo. Brit foi mantida em uma solitária até que pudesse subir para o nível seguinte. A Red Rock dividia as suas alunas em seis níveis e todas começavam no nível 1. Conforme elas fossem cumprindo o programa e renegando a personalidade e as características que as tivessem levado até ali, eram promovidas para o nível seguinte. Chegando ao nível seis estariam prontas para voltar para casa. Se cometessem alguma infração, poderia ser rebaixadas para o nível anterior ou mesmo para o nível 1, e novamente começa a escalada em busca da liberdade.

“Quando me trancaram na Red Rock, comecei a me sentir vazia, cansada e, na maioria das vezes, revoltada. Em alguns dias, eu simplesmente desejava desaparecer da face da Terra. Portanto, não só eu não fazia a menor ideia de quando poderia voltar à minha vida normal, como também não sabia quem eu seria quando isso enfim acontecesse.”

Assim como Brit, as garotas que estavam internadas no colégio não tinham nenhum problema além da desconfiança da família. Algumas eram depressivas, gordas demais, mimadas ou lésbicas, e a Red Rock anunciava que seria capaz de colocar as meninas na linha novamente, com o tratamento adequado. O que eles não anunciavam eram que isso seria feito através de atividades desumanas. As meninas eram obrigadas a carregar blocos para construir um muro que seria demolido em seguida. A refeição era péssima. Além do tratamento baseado em xingamentos. Uma garota era colocada no centro de um círculo e as outras eram incentivadas a gritar todo o tipo de xingamento possível.

Aquela escola era uma loucura e Brit não iria ficar ali por muito tempo, querendo o seu pai ou não. Ela precisava dar um jeito de acabar com aquilo.

"Porque isto aqui não é um programa de auditório, em que abro o coração, depois você me dá uma enxurrada de conselhos e eu saio daqui feliz da vida. O que você quer, o que a Red Rock quer, é me transformar numa espécie de robô que nunca vai dicordar da minha madrasta, levantar a voz para o meu pai e fazer coisas "rebeldes" como tocar numa banda ou pintar o cabelo."



Já faz algum tempo que comprei esse livro. Já tinha lido outros dois livros da autora e não tinha me adaptado bem a escrita dela, mas acho difícil julgar um autor depois de ler apenas dois livros. Principalmente, porque eu no final do último ano eu li um dos lançamentos da Gayle Forman pela Arqueiro, o livro “Eu Perdi o Rumo”, um livro que não foi tão fácil de ler, mas ainda assim me surpreendeu positivamente. Então resolvi dar mais uma chance. Confesso que não foi uma das melhores leituras do ano, mas a história é boa. Se você prestar atenção na mensagem por trás dos personagens é possível ver a importância da história que a autora está tentando nos contar.

As meninas que estão na Red Rock sofrem com o preconceito e o medo da família. Muitas precisavam da ajuda certa, mas foram empurradas para algo que prometia a cura para o que os seus pais acreditavam ser fora do padrão ou do que era certo. Durante o livro, você irá acompanhar a evolução de todas, que apesar da hostilidade em volta, encontraram amigas onde se apoiar e entender que elas não tinham nenhum problema. Que elas poderia existir como de fato eram. No geral, é uma história surpreendente.

O final foi um tanto decepcionante. Duzentas páginas depois de acompanhar o desespero das garotas para conseguirem acabar com a escola, a autora encerra a história em menos de dez páginas. Isso me incomodou bastante, porque muita coisa passou sem nenhuma explicação e outras não tiveram a conclusão que mereciam.

Mas como eu disse, no geral é uma boa história. A escrita da autora fluiu bem e acabou sendo uma leitura rápida.

[Lançamento] Novidade da Faro Editorial para setembro

Ei, como vocês estão?

As duas últimas semanas foram bem difíceis por aqui. A primeira semana de setembro em São Paulo fez bastante frio, o que me rendeu uma bela gripe e me deixou longe da internet por alguns dias. Uma semana depois, sem a gripe, São Paulo está dando uma amostra do sofrimento que será o próximo verão. Aí não tem saúde que sobreviva a tantas mudanças. Mas estou de volta, colocando a leitura em dia e pensando em novos posts para trazer para vocês.


Com isso, o post de hoje é uma novidade da Faro Editorial para esse mês. A editora está apostando no novo livro da autora Donatella Di Pietrantonio, uma dentista por formação, mas apaixonada pela literatura desde a infância. Os trabalhos da autora colecionam prêmios por todo o mundo e seus livros já foram traduzidos para diversos idiomas.

Em seu novo livro, A Devolvida, a autora traz uma história para conquistar todos os leitores. Ambientado em Nápoles, na Itália, retrata o pós-guerra e traz a realidade de famílias pobres que se viram obrigadas a dar seus filhos para famílias que tinham condições para criá-los, mas que ainda não tinham filhos.

A protagonista deste livro teve o mesmo destino. Ainda bebê foi entregue a uma prima rica de sua mãe, e nunca soube a verdade sobre sua origem até atingir os treze anos, quando foi devolvida para sua verdadeira família. Confira a sinopse:

Aos 13 anos, uma garota é levada do lar abastado onde vive para uma casa estranha e com pessoas que dizem ser seus pais e irmãos.

Na pequena cidade italiana todos conhecem sua história: ela é a criança que os pais naturais, pobres e de família numerosa, “deram” a um parente que não podia ter filhos e que este a devolveu quando a menina frequentava o ensino médio, não por maldade, mas porque a vida pode ser mais complexa do que imaginamos e nos força a fazer escolhas dolorosas.

Ela era a devolvida. Sentia-se como uma estrangeira na nova casa e, desde então, a palavra “mãe” travara em sua garganta. Privada até de um adeus por aqueles que sempre acreditou serem seus pais, ela se vê incrédula ao enfrentar o sofrimento de ser abandonada novamente de forma repentina.

“Minha vida anterior me distinguiu, me isolou na nova família. Quando voltei, falava outra língua e não sabia mais a quem pertencia”.

Forçada a crescer para reintegrar-se ao seu núcleo original, ela vive uma sensação de subtração, de gente esvaziada de significado, e nos ensina em meio à dor como encontrar sentido quando tudo parece desmoronar.

Uma história e tanto, não é? Não sei vocês, mas livros que trazem como cenário esse período da nossa história me conquistam logo de cara. São histórias que, mesmo sido criadas a partir da imaginação do autor, carregam a realidade e nos permitem entender um pouco do que aconteceu em um dos períodos que marcaram a história da humanidade. Acredito que muitos desses livros nos ensinam a ter um pouco mais de compaixão e empatia pelo próximo. E esse livro, com toda certeza, será mais um a conquistar o coração dos leitores.