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Resenha | Os sete maridos de Evelyn Hugo, de Taylor Jenkins Reid


  • Este livro não é recomendado para menores de 18 anos.

Se você ainda não leu este livro, tenho certeza que ouviu falar sobre ele durante o ano passado. O romance chegou ao Brasil através da TAG Inéditos, posteriormente, foi publicado pela Paralela em 2019. Durante a pandemia muitos livros entraram nos assuntos mais comentados entre leitores nas redes sociais, e “Os setes maridos de Evelyn Hugo” não foi diferente. Com uma história cativante, a autora nos transporta para a fictícia biografia autorizada da lenda de Hollywood.

A história começa com Monique Brant, jornalista de 35 anos, com um emprego ruim na revista Vivant e lidando com o fim do seu casamento. Enquanto tenta entender como foi que a sua vida desmoronou sem que ela percebesse ou tivesse a chance de reparar os erros, Monique é surpreendida com um novo trabalho. O leilão beneficente organizado por uma das maiores lendas de Hollywood, Evelyn Hugo, era o assunto do momento. Para surpresa de todos, a assessoria de Evelyn Hugo ofereceu uma entrevista exclusiva a Vivant com a condição de que fosse feita por Monique Brant. Sem entender como Evelyn sabia de sua existência e o porquê de ser escolhida, Monique aceita o trabalho e vai atrás da chance que poderá dar um novo rumo a sua vida.

“Por que até este momento eu não percebi que tenho um problema de autoconfiança? Que a fonte de todos os meus problemas é que não confio em mim mesma a ponto de mandar os outros a merda? Como pude ter passado tanto tempo me contentando com tão pouco se sabia muito bem que o mundo esperava muito mais de mim?”




Junto com Monique, descobriremos quem é Evelyn Hugo. Uma personagem forte, decidida, com um passado sombrio que a ajudou a chegar ao estrelato. Evelyn tem muito o que contar. Para alcançar os seus sonhos, ela passou por momentos inesquecíveis, cruéis e revoltantes. Evelyn alcançou o topo passando por cima de todos os obstáculos que apareceram em seu caminho, mesmo que para isso fosse necessário para por cima de quem ela era.

Os capítulos são divididos entre os relatos de Evelyn sobre o seu passado e a narrativa da Monique, com duas perguntas pairando no ar. A primeira é por que Monique foi escolhida para a entrevista? Era nítido que havia algo por trás dessa escolha. Evelyn Hugo vivia reclusa há anos e não só escolheu a revista onde Monique trabalhava, como havia exigido que fosse ela a jornalista para quem contaria a sua vida. A segunda pergunta, e esta logo saberíamos a resposta, é quem foi o grande amor de Evelyn Hugo? Com sete maridos, havia muitas especulações. Se Evelyn estava disposta a contar os seus segredos, Monique logo alcançaria as respostas.

“Isso não te incomoda? Que seus maridos tenham se tornado um assunto tão importante, mencionado tantas vezes nas manchetes, que quase ofuscaram você e seu trabalho? Que aquilo que todo mundo menciona quando fala de você são os sete maridos de Evelyn Hugo?”







“Quando Don me deixou, não fiquei com o coração partido. Simplesmente senti que meu casamento tinha fracassado. E são duas coisas bem diferentes.”


Acabei a leitura em dúvida se esse livro foi inspirado em uma história real. Há tanta realidade, desde aos personagens a todos os momentos descritos. Evelyn não é uma personagem perfeita, injustiçada e sofrida, uma mocinha que precisa ser protegida. Ela é a descrição perfeita de força, persistência e foco. Por toda sua vida, ela sempre soube onde queria chegar, e não havia dúvidas de que ela chegaria lá. Há muito sofrimento em sua história, com toda certeza. Ela passa a imagem de uma pessoa real, que não é boa e também não é má, mas que lutou com todas as forças para alcançar o topo e fez o que foi necessário para continuar lá.

Já os seus sete maridos? Sem dar algum spoiler fico apenas com: segura a raiva para terminar a leitura, porque um deles terá sido uma boa escolha. O resto aparece só para nos fazer acumular ódio e tentar entender como foi que ela aguentou tanto. Evelyn enfrenta relacionamentos com abusos físicos e psicológicos, o medo de perder o que conquistou, uma paixão perigosa e o verdadeiro amor, o único que ela tentou proteger do mundo, ainda que tivesse cometido os piores erros.


“Tem gente que não pode ver uma flor bonita que já quer pôr a mão nela, já quer ser dono dela. Querem dominar a beleza da flor, querem que esteja em sua posse, sob seu controle.”


A autora construiu uma história forte, cercada dos luxos que uma vida em Hollywood permite, sem esconder as consequências que vem junto com a fama. Ela mostra que em sua escalada ao topo, Evelyn abriu mão de alguns escrúpulos e dos próprios sentimentos. Uma mulher real, vivendo em uma sociedade preconceituosa, onde uma mulher precisava ter força e coragem para seguir os seus sonhos.

Há um claro contraste nisso. Evelyn é julgada por suas atitudes, por sua ambição e confiança. Enquanto os homens a sua volta cometem erros graves, tudo o que importa é o que Evelyn fez ou deixou de fazer. Uma lembrança de que mesmo nos dias atuais, a sociedade ainda vê com desconfiança uma mulher que sabe o que quer e está disposta a alcançar os seus sonhos.

O final me surpreendeu até certo ponto. Eu já imaginava parte do que aconteceria, mas os motivos que levaram até aquele ponto era algo que eu não esperava. “Os sete maridos de Evelyn Hugo” é uma leitura necessária, sem fingimentos, uma busca constante por respostas, por algo mais. É impossível passear por essas páginas sem aprender algo. Cada capítulo, cada novo marido, nos ensina algo essencial para a nossa vida. Esse livro fala sobre coragem, aceitação e erros, se puder resumir desta forma. Mas há muito mais por trás dessas páginas. Foi uma leitura surpreendente, de todas as formas.

Há também vários gatilhos, então leia apenas se estiver pronto para viver cada pedaço dessa história.

É isso. Leitura mais que recomendada e favoritada em 2021.


Playlist para curtir o final de semana

Oi! Como você está?

Faz um tempo desde que decidi trazer um pouco de música para cá. Não foi por falta de oportunidade, mas confesso que ultimamente tenho mantido as minhas playlists dentro da minha zona de conforto. Apenas com artistas que estão sempre rondando, sempre presentes no que busco ouvir.

As músicas que escolhi hoje não fogem do meu padrão, mas quem vai discordar que um pouco de rotina pode nos trazer um pouco de conforto quando mais precisamos?

Espero que você escute e aproveite junto comigo!




























Se você quiser escutar a playlist completa, é so seguir a minha lista no Spotify:

Resenha | Win, de Harlan Coben



Win está de volta e desta vez, sozinho. Com uma personalidade, no mínimo, intrigante, Windsor Horne Lockwood III merecia a chance de ganhar os holofotes e contar a sua história. Tantos livros depois, Harlan Coben nos presenteou com uma história cheio de mistério, reviravoltas e uma dose de humor ácido, característica marcante do Win. 

A história começa com um assassinato. Um homem foi encontrado morto em seu apartamento e em meio a uma pilha de lixo. Um acumulador. Dois itens encontrados na cena do crime levam o FBI a procura de Win. O Eremita, como era conhecido pelos moradores do prédio, mantinha exibido na parede do quarto o valioso quadro do artista Vermeer. O quadro foi roubado há mais de 20 anos, na única ocasião em que a família de Win o cedeu para exposição, sem deixar nenhuma pista. Como se não fosse pouco, uma mala com as iniciais de Win foi encontrada no quarto. A pergunta que todos estão se fazendo é: como estes itens foram parar naquele lugar? 

Anos após o roubo do quadro, um crime voltou a ocorrer na família de Win. Um assassinato e o sequestro de sua prima, Patrícia. Depois de bandidos invadirem a casa e assassinarem o pai na sua frente, Patrícia foi sequestrada e mantida em cativeiro por meses, apavorada e sendo constantemente abusada psicológica, física e sexualmente. A notícia sobre o quadro fará Patrícia reviver os acontecimentos que levaram a pior lembrança da sua vida. 




Em meio as investigações, um caso antigo será revivido. Uma suspeita levará à noite, anos atrás, em que seis estudantes, que ficaram conhecidos como “Os seis da Janet Street”, cometeram um atentado que levou a morte de várias pessoas.


Quando se quer modificar o comportamento de alguém, basta lembrar apenas disto: os seres humanos sempre fazem o que é de seu interesse. Sempre. Essa é a única motivação. As pessoas só fazem a "coisa certa" quando está de acordo com seus interesses. Sim, é algo cínico, mas verdadeiro também.


Três mistérios que para serem solucionados e se não for suficiente, Win acaba se envolvendo com pessoas perigosas que estão em busca de vingança. Parece pouco? 

Neste livro o passado se mostra mais vivo do que nunca e capaz de reabrir feridas. Win será convocado, pelo seu antigo chefe, a investigar o assassinato e partiremos com ele em busca de respostas. Esteja avisado que este livro vai mexer com a sua mente. A cada capítulo, seremos levados a extremos diferentes. Harlan Coben sempre soube como preencher a história com um bom mistério e acrescentando outras histórias sem perder o controle do que está acontecendo. Este livro foi muito esperado e um grande presente para os leitores apaixonados pela escrita do Harlan e pela série Myron Bolitar, que nos apresentou ao Win. 




Se você não leu os livros anteriores, pode se arriscar na leitura sem medo. Claro, há menção ao que aconteceu em outros livros, mas é apresentando como lembranças rápidas, sem muitos detalhes que o impeçam de ler este ou os livros anteriores da série. 

Senti muita falta do Myron nesta história. Essa dupla conquistou meu coração anos atrás e a cada livro me apaixono ainda mais por eles. Myron é o coração e a dose de empatia da dupla. Enquanto isso, Win é impulsivo, egocêntrico e tende a buscar a justiça que ele acredita, pelas próprias mãos. 


A verdade é que posso realmente ter estragado tudo. Não estou nem aí para Teddy Lyons, claro. Ele passou do limite e mereceu toda e qualquer consequência. Não encaro isso como fazer justiça com as próprias mãos. Encaro como um crime preventivo. Pensemos na regra do pátio da escola. O valentão bate em alguém. Mesmo que o professor saiba, mesmo que o castigue, ele vai esperar que alguém revide.




Win, desde o início da série, sempre se mostrou avesso a sentimentos românticos, a deixar que sua vida girasse em torno do bem estar de outra, mas acabou encontrando um sentimento novo ao descobrir que tinha uma filha e já adolescente. 

Esse livro foi construído perfeitamente e conquista o leitor de cara. Se você gosta de um bom suspense policial, com uma escrita leve, divertida e que instiga a ler mais e mais... Esse livro foi feito para você! Harlan Coben provou mais uma vez o motivo de ser um dos grandes nomes do gênero! 

Livros para ler em Dezembro


Oi! Como você está?

Eu não sei como estão as coisas por aí, mas nesse final de novembro e comecinho de dezembro parece que consegui engatar nas leituras e sair da resseca que durou mais do que eu poderia imagina que seria capaz de durar. Tudo bem, eu acho que não seria exatamente isso, acho que só me faltou vontade para ler mesmo. Este ano as leituras não fluíram nada por aqui. Me vi parada semanas e mais semanas na mesma história. Quando resolvia trocar de livro, para ver se me animava com uma nova história, voltava para o mesmo ciclo. Resumindo: acumulei livros que já tinha começado a ler e nenhuma leitura finalizada. Ter finalizado dois livros, em menos de duas semanas, foi uma vitória bastante comemorada aqui. O que me animou a preparar essa lista e, em consequência, esse post também.

Os livros que escolhi para tentar ler durante o último mês do ano são livros que comprei recentemente e estou bastante ansiosa para ler. Não carregam o tema natalino, porque esse ano eu não estou no clima para esse tipo de leitura. Mas são livros que receberam vários comentários positivos de outros leitores e me levaram a querer conhecer a história.

Então vamos a minha TBR para Dezembro:






Os três primeiros são livros que eu já comecei a ler, mas fui encaixando outras leituras no caminho. Então quero muito terminá-los antes que o ano acabe. Como os três faltam no máximo cem páginas para o final, acho que consigo terminar logo logo!

"O Timbre" eu comecei na leitura coletiva do Luhran, lá no começo do ano, mas o último livro acabou se arrastando. Acho que não foi tanto pela história, mas eu comecei a ler a trilogia enquanto tinha muita coisa na cabeça. Foi difícil me concentrar nela, então esse acabou ficando para trás.

Já o primeiro livro da série "Outlander" eu comecei a ler e no meio do caminho descobri que a Thais, do Pronome Interrogativo, começaria uma Leitura Coletiva para todos os livros da sérieSe eu amei? Com toda certeza! Então passei a ler com mais calma para acompanhar o cronograma da LC que encerra agora em dezembro.

"Harry Potter e a Pedra Filosofal" eu resolvi ler quando surgiu a história que o filme iria para os cinemas novamente. Senti falta da história e resolvi reler esse livro. Então estou lendo sem compromisso algum. Ainda não sei se vou reler todos os livros, mas estou me divertindo e matando a saudade aos poucos.







É isso! Me conta nos comentários: você montou alguma TBR para encerrar o ano?

Resenha | Um Acordo Pecaminoso, de Julia Quinn


Pandora é uma jovem disposta a não baixar a cabeça para ninguém. Ela cultiva os próprios sonhos e vontades, e pretende realizá-los, sem permitir que a sociedade limite a suas ações. Quando a temporada social começa, Pandora vê nos intermináveis bailes, o tédio das conversas amenas e frívolas, pessoas desinteressadas em uma conversa que vá além de perguntas sobre o clima. Pandora está determinada a passar a temporada escondida em um canto do salão.

Para ajudar a salvar a reputação e o casamento de uma amiga, Pandora concorda em ajudá-la a resgatar um brinco perdido. Enquanto todos dançam e conversam no baile, Pandora sai furtivamente do salão. Sair daquela forma era completamente inapropriado para uma dama, sua intenção era voltar logo, antes sentissem a sua falta. Durante a sua busca, ela acaba se envolvendo em uma situação constrangedora e indecorosa, no mesmo instante, um jovem cavalheiro surge para socorre-la. Lorde St. Vincent, carrega um senso de humor que Pandora teria apreciado em outra situação, mas, naquele momento, ela deseja apenas conseguir sair.

O que deveria ser uma missão de resgate simples, acaba causando o que seria um escândalo para Pandora e a sua família. Para remediar a situação, Pandora terá que aceitar se casar com o cavalheiro que a salvou. Mesmo ao pensar na vergonha que a sua família poderá enfrentar, não é suficiente para convencê-la a aceitar o matrimônio. Totalmente avessa ao casamente, Pandora não quer ser uma pessoa invisível, que não poderá gerir a própria vida sem depender do consentimento do marido. O casamento estava fora de questão. Mesmo que o noivo fosse um Lorde terrivelmente encantador.



"Um Acordo Pecaminoso" é um livro leve, com diálogos divertidos e muito romance. Este é o terceiro livro da série "Os Ravenels", da Lisa Kleypas. Assim como os anteriores, esta história incrivelmente contagiante e envolvente. É impossível não ler e não sentir amor e raiva dos personagens, tudo ao mesmo tempo. Confesso que dos três que li até o momento, o segundo permanece sendo o meu preferido, mas neste livro temos um toque de humor, que não vimos nos anteriores, e torna a leitura agradável e fluída.

Pandora é uma "força da natureza", impulsiva e sonhadora. Junto com suas duas irmãs, foi negligenciada pelos pais e viveu reclusa na propriedade da família, sem contato algum com o mundo externo. Pandora cresceu para ser livre. Um dos seus maiores medos é ter que viver na prisão de um casamento, sendo obrigada a agir conforme as necessidades do marido e sem a possibilidade de ir atrás do que a faz feliz.

Lorde St. Vincent, ou apenas Gabriel, é inteligente, lindo, extremamente rico e cobiçado pela jovens debutantes. Até aquela noite, ele havia escapado do compromisso que aqueles bailes prometiam. Moças mais audaciosas e insistentes tentaram capturá-lo, mas foi uma jovem sem charme e atrativos que conseguiu o que todas queriam. Gabriel faria o que era certo e honroso. Aos olhos de todos, ele comprometeu a lady Pandora. Seu dever era casar com ela, ainda que isso o fizesse infeliz.




Depois desse começo animado e divertido, somos presenteados por uma narrativa envolvente e cheia de charme. Quer um clichê melhor do que ver duas pessoas que detestam a ideia do casamente e o destino as une?

Lisa Kleypas deu toque novo para a história. A maior parte da narrativa acontece enquanto o casal tenta decidir o que acontecerá em suas vidas, em seguida, a história passa em um ritmo ainda mais rápido e sem prejudicar a leitura.

Se você ainda não leu os outros livros da série, se começar por este, vai levar alguns spoilers das histórias anteriores, mas nada que desmotive a leitura mais tarde. Não há necessidade de ser lido em ordem se você não se importar com esse detalhe.




No geral, eu adorei esse livro! A história acontece tão rápido que não vemos as páginas passando. Consegui ler em apenas um dia, conforme fui me envolvendo mais e mais com a história. Pandora e Gabriel formam um casal que de início pode parecer improvável, mas aos poucos você consegue ligar as características que os tornam semelhantes. Aqui, a máxima que diz que os opostos se atraem não poderia estar mais errada. Em sua essência, Pandora e Gabriel são iguais, o que torna a leitura maravilhosa.

"Um Acordo Pecaminoso" está mais do que recomendado. Se você gosta de romances de época, vai se apaixonar por essa série!