Pular para o conteúdo principal

Depois daquela montanha (Charles Martin)


Depois daquela montanha
Charles Martin
Editora Arqueiro
Sinopse: O Dr. Ben Payne acordou na neve. Flocos sobre os cílios. Vento cortante na pele. Dor aguda nas costelas toda vez que respirava fundo.

Teve flashes do que havia acontecido. Luzes piscavam no painel do avião. Ele estava conversando com o piloto. O piloto. Ataque cardíaco, sem dúvida.

Mas havia uma mulher também – Ashley, ele se lembra. Encontrou-a. Ombro deslocado. Perna quebrada.

Agora eles estão sozinhos, isolados a quase 3.500 metros de altitude, numa extensa área de floresta coberta por quilômetros de neve. Como sair dali e, ainda mais complicado, como tirar Ashley daquele lugar sem agravar seu estado?

À medida que os dias passam, porém, vai ficando claro que, se Ben cuida das feridas físicas de Ashley, é ela quem revigora o coração dele. Cada vez mais um se torna o grande apoio e a maior motivação do outro. E, se há dúvidas de que possam sobreviver, uma certeza eles têm: nada jamais será igual em suas vidas.


Confesso que encarei o papel em branco por muito tempo antes de começar a escrever. É difícil falar sobre um livro que te toca profundamente, que te faz chorar, rir e torcer por cada personagem. Eu me surpreendi com cada página deste livro e espero poder contar (sem nenhum spoiler) o que me fez terminá-lo em poucas horas.

A primeira edição deste livro foi publicada no ano passado, em outubro, mas com a adaptação para os cinemas, a Editora Arqueiro publicou uma nova edição com a capa inspirada no filme.



Neste livro você irá conhecer Ben Payne e Ashley Knox, dois completos desconhecidos ansiosos para voltar para casa. Ben é um cirurgião apaixonado por corridas e escalar montanhas. Também nutre um amor incondicional por Rachel, sua esposa. Já Ashley é colunista de uma revista feminina, dona de uma força e o humor sem igual, além de estar noiva e a dois dias de subir ao altar.

Com uma forte tempestade se aproximando e um voo cancelado, os dois decidem dividir um avião fretado para fugir da neve e voltar para casa a tempo.

Após alguns minutos depois da decolagem, Grover, piloto da aeronave, sofre um ataque cardíaco e o avião começa a cair. No último instante, ele consegue corrigir a direção e pousar o avião precariamente antes de morrer.

Ben foi o primeiro a acordar. As dores de algumas costelas quebradas e a realidade se abateram sobre ele. Ainda estava com o gravador que a esposa havia lhe dado, então começou a gravar o que estava vendo e sentindo. Foi então que se lembrou de Ashley e do cachorro que embarcaram com ele. Ao encontra-la percebeu que ela estava com uma fratura feia na perna e vários ferimentos. Precisava ajuda-la.

Primeiro a má notícia. Embora o avião do Grover fosse de um azul e amarelo vivos, estava enterrado sob metros de neve, com exceção da asa esquerda. Pensei numa agulha em um palheiro. Isto sem falar que a cauda tinha se desintegrado ao bater na pedra. Eu havia encontrado pedaços de plástico de um laranja fosforescente, mas não o TLE. Logo, nada de sinal a 122,5 mega-hertz. Nada de triangulação. Nem de cavalaria. A verdade era difícil de encarar. Eu não sabia como transmiti-la a Ashley.

O avião caiu dentro de uma floresta totalmente afastada de qualquer construção humana e a mais de 3.300 metros de altitude. A temperatura está abaixo do ponto de congelamento, chegando a mais de -20ºC durante a noite, eles estão sem comida, sem água e sem esperança de resgate. Ashley não pode se mover e Ben mal consegue respirar com as costelas quebradas. Eles precisam decidir o que fazer. É uma área completamente afastada e ficar no local do acidente esperando ajuda só irá fazer com que morram aos poucos. Mas se decidirem sair do que restou do avião, Ben terá que carregar Ashley por muitos quilômetros sem piorar a fratura em sua perna e torcendo para que encontrem ajuda.


Apesar da força emocional que Ashley demonstra desde o início, Ben é quem a mantém firme enquanto a situação deles só piora. A sorte por ele ser médico e gostar de escalar montanhas também foi o que os salvou. Ben trazia os seus equipamentos para escalar na bagagem. Ao mesmo tempo, o humor dela foi o impulso que ele precisava para sair do avião onde estavam e procurar por comida. Apesar das dores, ele sentia que devia isso a ela, afinal foi ele quem a convidou para embarcar no avião. Enquanto Ben trazia a força física, Ashley era a força emocional deles. Eles queriam sobreviver e Ben faria o que fosse preciso para dar a Ashley a chance de ser feliz.

Não sei se vamos conseguir ou não, mas ou nós vamos, ou nós não vamos. Não há outra opção.

Ben é um personagem apaixonante. Enquanto Ashley dorme, ele usa o gravador para falar com a esposa. Em suas mensagens ele diz o que está sentindo, a falta que ela faz e o quanto está preocupado por deixar Ashley sozinha. Ele se sente responsável por tudo o que aconteceu antes e depois do acidente. E essa culpa o persegue por toda a história. É fácil gostar dele, porque vemos a história da perspectiva dele. Sabemos o que ele está pensando e sentindo, por mais que ele tenha dificuldade em se fazer entender.

Além de cada capítulo ser intercalado com as gravações que ele deixa para sua esposa. Nessas gravações será possível entender um pouco de sua história antes do acidente, o motivo de se manter fiel ao gravador mesmo distante de sua esposa e o motivo de se sentir responsável por tudo o que aconteceu.

Paus e pedras podem quebrar ossos, mas, se você quiser ferir alguém... bem fundo, use palavras.



O autor conseguiu criar uma história muito próxima da realidade. Um acidente como esse seria fácil de criar uma história fantasiosa e difícil de acreditar, de aceitar que realmente poderia acontecer. Mas a riqueza de detalhes e a forma com ele desenvolveu a história, nos faz acreditar que está realmente acontecendo. O que acredito que seja um dos motivos para emocionar tanto o leitor.

Comentários

  1. Ei, tudo bem?

    Não li este livro, mas pude sentir o quanto ele é tocante só pela sua resenha, aliás que resenha é essa, menina? Fui lendo cada palavra com um sentimento tão bom, adorei a forma como escreve etc. Gosto bastante de livros detalhistas, a maioria deles nos oferece uma ótima leitura do início ao fim.

    Enfim, amei a resenha, o blog... tudo ♥

    Beijão
    Cantinho da Escrita

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Ai, que amor, flor! <3
      Muitíssimo obrigada! Espero que leia e goste desse livro tanto quanto eu gostei! :)

      Beijos

      Excluir

Postar um comentário