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[Resenha] O assassinato no Expresso do Oriente, de Agatha Christie

O famoso detetive belga, Hercule Poirot, está a caminho de Londres após receber um telegrama convocando-o de volta, com urgência. Em busca de passagens, o detetive encontra dificuldade em embarcar no Expresso do Oriente que está com todos os lugares ocupados. O diretor do expresso e amigo, aparece para garantir um lugar para ele.

Poirot, que tivera seu descanso interrompido ao ser chamado a Londres, terá que resolver um novo mistério antes do seu regresso. Durante o percurso, a meia-noite, o trem é obrigado a parar por causa da nevasca que encobria os trilhos. Naquela mesma noite, um assassinato é cometido e todos os passageiros são considerados suspeitos. Um crime surpreendente. Não há como o assassino ter vindo de fora do trem ou ter fugido dele. A nevasca torna a ideia impossível. O que significa que o detetive terá que descobrir qual dos passageiros é o culpado.

Para resolver esse mistério, Poirot terá que mergulhar na história de todos. A vítima, Ratchett, era um homem que não inspirava confiança. Com a aparência misteriosa, do tipo de pessoa que deve se manter distância. Pouco antes de morrer, ele havia procurando por Hercule Poirot oferecendo uma boa quantia para que ele o mantivesse em segurança. Ratchett acreditava que estava correndo perigo, afinal ele vinha recebendo cartas anônimas com ameaças. Poirot, que não gostou do homem, recusou a oferta.

Agora que o medo de Ratchett se tornou realidade, cabe a Hercule Poirot estudar a cena do crime, ouvir os passageiros e funcionários da companhia de trem antes que o culpado resolva agir novamente.




Na minha terceira experiência com a escrita de Agatha Christie, me surpreendi bastante com os métodos do detetive. Em alguns momentos, acreditava seguir a pista correta quando, no capítulo seguinte, vi toda a minha teoria ir pelo buraco. Apesar do volume de informações constante, senti que a leitura fluía muito bem e acabei terminando rapidamente.

As histórias de Hercule Poirot chamaram a minha atenção depois de assistir no cinema “A noite das bruxas” no ano passado. Ele demonstra uma facilidade em analisar os detalhes e as ações das pessoas a sua volta. Fiquei curiosa para conhecer as histórias e foi o dia em que comprei este livro. Desde então, não tive a oportunidade de ler, mas aproveitei o descanso da virada do ano para concluir a leitura.

Gosto muito de histórias do tipo “sala fechada”, porque demonstram a habilidade do autor em construir um mistério que convença o leitor sem deixar buracos na história. Apesar do “Assassino no Expresso do Oriente” ir além do que este tipo de história remete, ainda assim é um crime que acontece em um trem, um espaço limitado, sem possibilidade de interferência externa. Neste livro, a autora construiu uma narrativa em que todos os pontos estavam bem amarrados. Nenhuma pista ficou sem a devida explicação e todos os personagens foram essenciais para o encerramento do mistério.



Estou feliz em ter iniciado o ano com uma leitura incrível! Depois de tanto tempo sem conseguir me concentrar nas leituras, foi o que precisava para me dar ânimo. Espero ler mais histórias da Agatha Christie ao longo deste ano e espero me surpreender com elas, assim como me surpreendi com este livro.

Logo mais espero contar para vocês o que achei da adaptação desse livro. Após terminar a leitura, fui atrás do filme lançado em 2017 e que está disponível no Star+. Confesso que tem detalhes que não me convenceram, mas isso é história para outra postagem. Depois conversamos mais sobre o assunto, rs.

Até breve!



[Resenha] Olhos Vazios, de Charlie Donlea

Olhos Vazios” começa com um crime brutal. Durante a noite, um assassino invade a casa da família Quinlan e mata o casal e o filho caçula. Alexandra, a filha mais velha, foi a única sobrevivente. Em um momento de desespero, seu instinto fez com que ela tomasse a decisão de se esconder atrás do relógio de pêndulo que ficava ao lado da porta do seu quarto, enquanto o assassino acreditava que Alexandra havia fugido pela janela do quarto.

Ao perceber que o assassino foi atrás da pista errada, a jovem seguiu até o lugar onde a arma do crime foi abandona e correu de volta ao quarto de seus pais. Ela sentou e esperou abraçada a arma, esperou até a chegada da polícia. Naquele momento, sua vida mudou para sempre. Seus pais estavam mortos, seu irmão estava morto e Alexandra se tornou a principal suspeita do crime. Aos 16 anos, a jovem foi perseguida pela polícia, pela imprensa e jogada em uma instituição para menores infratores. Todos queriam que a garota, apelidada de Olhos Vazios pela mídia, pagasse por seus supostos crimes.

Mesmo após ser salva das acusações, graças a ajuda de Donna Koppel e Garrett Lancaster, Alexandra ainda não consegue se ver livre novamente. A impressa quer saber de todos os seus passos, muitos acreditam que ela é responsável pela tragédia de sua família. Ainda escondida, sua única opção foi mudar. A jovem transformou sua aparência, mudou o nome e se escondeu no trabalho que Garrett Lancaster conseguiu para ela. Após dez anos, Alex, seu novo nome, era uma investigadora muito bem qualificada e trabalhava para um dos maiores escritórios jurídicos de Washington. Com a ajuda de Garrett, Alex conseguiu seguir em frente, mas sem esquecer do mistério por trás da morte de sua família. Depois de ser inocentada das acusações, o caso logo foi esquecido e o real criminoso nunca foi encontrado. Alex precisava de respostas, somente assim conseguiria colocar um ponto final nessa história.

Ao mesmo tempo, o livro nos apresenta a história de Laura McAllister, estudante de jornalismo e criadora do Flagra, um podcast de cultura pop e notícias apresentando a partir do estúdio da faculdade. Seu programa era veiculado para os alunos do compus, mas logo foi ganhando espaço e atingindo pessoas em todos os lugares.

Seu próximo passo envolveria uma denúncia grave e que poderia prejudicar muita gente poderosa. Laura vinha investigando casos de estupro dentro do campus, cometidos em festa de uma das fraternidades. Ela havia descoberto que eles estavam batizando as bebidas com uma substância química muito utilizado em crimes como o “boa noite, Cinderela”. Após uma investigação, Laura conseguiu provas contundentes dos crimes realizados e de que a faculdade estava ciente dos casos, mas preferiu abafá-los ao perder o patrocínio dos ex-alunos.

Laura estava prestes a concluir o seu podcast e divulgá-lo, mas, de alguma foram, as informações sobre o que havia descoberto estavam começando a se espalhar. Agora, ela precisava pensar se estava pronta para assumir as consequências da sua denúncia ou se era melhor guardar as informações que conseguiu.

Antes que pudesse decidir, Laura desaparece misteriosamente, sem deixar vestígios. O principal suspeito é o seu namorado, Matthew Claymore. Em busca de ajuda, Matthew procura o escritório Lancaster & Jordan, e Alex acaba sendo a investigadora designada pelos advogados para conseguir provas concretas de que Matthew não tem envolvimento com o desaparecimento da namorada.

O passado e presente entrarão em conflito. Pistas de suas novas investigações podem estar relacionadas a morte dos seus pais. Alex estará perto de colocar um fim na busca pelo culpado da tragédia que aconteceu com sua família.



A história aprofunda no sentimento de impotência, no qual Alex permanece ao longo dos anos. Uma jovem que viu a sua vida mudar em questão de minutos. Primeiro, ao perder a família; depois, ao ter que se defender das acusações, sem a possibilidade de viver a dor do luto. A salvação de Alex foi ter encontrado no seu caminho Donna e Garrett. Duas pessoas que acreditaram nela desde o primeiro momento e a acolheram como parte da família.

“Mas então, se nenhum parente foi encontrado, é claro que o senhor procurou o Serviço de Proteção à Criança e ao Adolescente estadual para obter consentimento para um interrogatório oficial. Tenho certeza que o senhor também fez isso, detetive, mas estou só confirmando. (…) Mas no caso improvável em que o senhor realizou um interrogatório de uma menor sem o consentimento parental, de um responsável legal ou de um órgão oficial, então o senhor está em uma grande encrenca e tem muito mais com o que se preocupar do que o fato de eu interromper esse interrogatório.”

Diversos personagens aparecem nessa história, todos com relevância para algum momento ou o desfecho do mistério. Mas não fiquei com a sensação de terem sobrecarregado a história, pelo contrário, achei necessários para o andamento narrativa.

A história passa por pontos diferentes no tempo. Começamos vendo o assassinato da família Quinlan, o trauma vivido pela então Alexandra Quilan e sua disputa por justiça contra o estado de Virgínia que a acusou injustamente pelo crime. Em seguida, somos levados aos dias atuais, quando a agora Alex Armstrong segue uma vida tranquila, longe dos holofotes sufocantes da mídia, mas ainda em busca pela verdade. Por fim, somos levados ao passado, muito tempo antes da tragédia Quinlan. Um mistério antigo, esquecido no tempo, mas que pode ter relevância para as investigações de Alex.

Todos os pontos se conectam nesta história. Me surpreendi com o fato do autor ter conseguido criar mistérios independentes dentro de um caso maior e sem perder o ritmo da história, sem parecer algo forçado para que o leitor conseguisse chegar ao fim da narrativa.

Este livro se tornou um dos meus preferidos do autor. Ele traz críticas necessárias que remetem a nossa realidade, demonstrando as consequências dos julgamentos cada vez mais frequentes pela mídia e na internet. Demonstra a falta de critério e bom senso que muitas pessoas adotam apenas para se mostrar melhores que os outros ou para atingirem o que desejam.

Em “Olhos Vazios”, Charlie Donlea mostrou toda a sua capacidade em criar uma história envolvente, fluida e bem desenvolvida. O último livro que li do autor foi “Antes de Partir” (veja a resenha no blog), um livro de romance, mas com um toque de suspense nos lugares certos. Foi uma leitura que me surpreendeu muito por ser um estilo que o autor ainda não tinha abordado. Ao voltar para o seu estilo principal, Charlie Donlea mostrou, mais uma vez, que pode navegar entre os mundos literários com facilidade.





Armadilhas do Amor, Christina Lauren


Quero começar dizendo para você que essas autoras vem conquistando o meu coração! É apenas o segundo livro delas que tenho a oportunidade de ler, mas são duas histórias que me conquistaram demais. O primeiro livro, se você ainda não viu por aqui, é “Imperfeitos” (confira a resenha), publicado o ano passado também pela Faro Editorial. Um livro quentinho no coração e que deixou um gostinho de “quero mais”. Com “Armadilhas do Amor” não foi diferente.

Nesta história vamos conhecer Melissa e Rusty Tripp, um casal badalado que vem conquistando o público com seus programas de reformas de casas e criadores do Comb+Honey. Um casal com imagem perfeita, sempre demonstrando uma relação sólida tanto na vida pessoal como nos negócios. É em cima dessa imagem que eles publicaram um livro sobre casamentos e vão partir em turnê para divulgação.

Essa turnê era tudo pelo que Carey Duncan estava esperando. Depois de trabalhar sem nenhum descanso por tanto tempo, ela teria algumas semanas sozinha, para se jogar no sofá e descansar. Mas, um dia antes, durante a festa de encerramento das gravações do programa, um acontecimento coloca em risco a imagem de casal perfeito dos Tripp. Agora, ela seria obrigada a viajar junto com eles e evitar a todo custo que a bomba estourasse acabando com a carreira de todos.

Para James McCann, a sonhada viagem com os sobrinhos também foi para os ares. James foi contratado como engenheiro do Comb+Honey e logo viu as suas atividades se resumirem a assistente de Rusty. Ele precisava daquele emprego para esconder a macha no seu currículo, mas aquela viagem valia tudo isso?

Carey e James não se deram bem desde que se conheceram. Para Carey, James era esnobe e menosprezava o seu trabalho. James, detestava ser visto como assistente e estava frustrado com seu trabalho. Com a imagem dos Tripp correndo risco, eles teriam que enfrentar longas semanas juntos e trabalhar em equipe se quiserem evitar que tudo saia do controle.



Carey é uma jovem determinada e talentosa. Ela dedicou os últimos dez anos de sua vida para os Tripp e os enxerga como parte da sua família. Por esse motivo, ela sempre arranja desculpas e explicações para o tratamento abusivo da Melissa Tripp. Melly começou cuidando dela e apoiando seu trabalho, mas tudo mudou quando o Comb+Honey ganhou a fama e agora ela não aceita que nada saia do seu controle. Ainda assim, Carey se sente agradecida por ter sido acolhida, ser bem paga e ter direito a um plano de saúde (um dos motivos que não a deixa desistir do emprego).

James é um homem e tanto. Observador, inteligente, comunicativo e apoia Carey em tudo conforme vão se aproximando. Diferente de personagens masculinos que encontramos por aí, ele parece um cara maduro e que não deixa as coisas mal resolvidas. Essa é uma das coisas que me surpreenderam nos livros das autoras. Elas sempre criam personagens com qualidades e defeitos reais. Pessoas que você facilmente encontraria na vida.

Antes mesmo de Carey e James começarem a se aproximar, é nítido a química entre eles. É o tipo de casal que nem sequer aconteceu, mas você já está torcendo e esperando pelo final feliz. Gostei bastante de ver como James procurava proteger Carey de todos os abusos da Melissa. Ao mesmo tempo, estar com James foi trazendo mais confiança para Carey. Com o tratamento que ela recebia da Melly, ela não sentia que era capaz ou que merecia as coisas boas da vida. Conforme o relacionamento com James ia amadurecendo, ela conseguia enxergar melhor os efeitos que os 10 anos seguindo os Tripp causaram na sua vida.

 






Já Melissa e Rusty me deram um ranço absurdo! Se tem dois personagens que merecem ser odiados são eles. Rusty, conforme o sucesso foi crescendo, se tornou uma adereço no próprio casamento e nos negócios. Ele não dava suas opiniões, não interferia nos trabalhos apresentados nos programas e era infiel a esposa. Enquanto Melissa é uma pessoa absurdamente manipuladora e abusiva. Nada pode ser feito se não for da forma como ela quer. Saber a importância que Carey teve no seu sucesso a faz menosprezar o trabalho da Carey e evitar que ela pense que é importante. Ô, mulherzinha que me irritou nessa leitura. O relacionamento da Melissa com a Carey é terrível, ainda mais quando a Carey começa a arranjar uma desculpa para cada situação e ofensa que ela recebe.

A história se desenvolve bem do início ao fim e o final não foge do esperado. O que eu não vejo como um problema. Prefiro finais previsíveis, mas com o início/meio/fim que prendem a atenção, a um final cheio de reviravoltas para compensar o desenvolvimento fraco. Mas voltando ao livro, eu gostei demais e queria ter visto mais do final entre o James e a Carey.

No mais, é um livro bem divertido, leve e bem construído. O único motivo de não levar 5 estrelas é que eu queria ter visto um final diferente para Melissa. Depois de forma como ela tratou a Carey durante todo a história, acho que ela merecia um final “piorzinho” para compensar, rs. Acho que acabou passando sem muita explicação e sem encerrar um ciclo no qual a história foi toda construída. Fora isso, eu favoritei o livro e espero que você tenha a chance de ler e se apaixonar por essa história!

[Resenha] O Melhor da Amizade, de Lucinda Berry

Sinopse: Uma tragédia com adolescentes começa a mostrar detalhes inconvenientes da vida naquela comunidade; afinal, todo mundo tem segredos.

Lindsey, Kendra e Dani são grandes amigas, mas enfrentam o maior pesadelo de todos os pais quando um trágico acidente atinge seus filhos, dei­xando um morto, outro em coma e o terceiro traumatizado demais para falar. Tentando lidar com a pior noite de suas vidas, as três mães decidem investigar os eventos para entender o que de fato ocorreu.

Como algo tão horrível pôde acontecer naquele lugar seguro, tranqui­lo, onde pensaram que seus filhos estariam sempre protegidos?

Então elas descobrem que o acidente era apenas um fio solto. Ao pu­xá-lo, muitas verdades vão sendo reveladas. À medida em que mais segre­dos vêm à tona, uma névoa de dúvidas e suspeitas ameaçam envenenar suas famílias. E a amizade vai se deteriorando quando uma mãe decide ir a fundo enquanto as outras consideram essa investigação dolorosa demais.


Dani, Kendra e Lindsey são amigas desde o colégio. As três cresceram juntas, terminaram os estudos e foram para a faculdade sem deixar que nada atrapalhasse a amizade entre elas. Tantos anos depois, a ligação entre elas continuava forte. Para completar o laço, seus três filhos mais velhos também se tornaram grandes amigos e viviam juntos. Tudo parecia bem até uma noite trágica.

Caleb, Sawyer e Jacob estavam reunidos na casa de Caleb para jogar videogame a noite toda, quando Kendra escuta disparos vindo da casa de Caleb. Desesperada para saber do filho, Kendra corre até a casa e se depara com uma tragédia: Sawyer, seu filho, estava morto e Jacob gravemente ferido. Caleb é a única testemunha do que aconteceu na casa e está em estado de choque, sem conseguir conversar com ninguém. A polícia começa a investigar e logo segredos começam a vir a tona. Os três garotos escondiam partes de suas vidas enquanto seus pais acreditavam estar no controle de tudo o que acontecia com eles. Até mesmo a amizade entre as três mulheres não parece tão perfeita quando os segredos que elas tanto lutaram para esconder e histórias que elas preferem esquecer começam a aparecer.



Kendra decide investigar por conta própria o que aconteceu naquela noite, como uma forma de garantir que seu filho não fosse lembrado por ter participado de alguma brincadeira entre adolescentes que resultou em um grave acidente. Kendra sabia que Sawyer não faria esse tipo de bobagem e pensar que todos estavam chamando o que aconteceu de acidente a estava consumindo.

Ao mesmo tempo, Lindsey não tinha condições de pensar em mais nada. Seu filho mais velho estava em uma cama de hospital sem qualquer perspectiva de sobreviver. Ela não conseguia aceitar que perdera o filho e ela não desistiria dele, afinal, é o que uma mãe deveria fazer.

Já Dani, apesar de Caleb ter sobrevivido sem nenhum machucado físico, precisava lidar com um adolescente instável que não conseguia mais se comunicar com ninguém. O garoto passava o dia chorando e gritando, mesmo com o uso dos remédios receitados pelos médicos. Além disso, havia Bryan, seu marido, igualmente instável e que não era confiável. Bryan era agressivo quando as coisas não eram feitas do jeito que ele queria. Lidar com ele e com a situação de Caleb ao mesmo tempo estava ficando insustentável.

Dani, Kendra e Lindsey terão de lidar com os seus próprios segredos e dores enquanto lutam para manter suas famílias em pé. Resta saber se a amizade entre elas sobreviverá a essa tragédia.




O Melhor da Amizade” reafirma que nem tudo o que parece é. Apesar da proximidade entre Dani, Kendra e Lindsey, fica claro que cada uma sente que precisa esconder pedaços de suas vidas para não serem julgadas. Dani não tem coragem de contar sobre seu marido e sobre o fracasso do seu casamento. Das três, acho que foi a que mais me doeu acompanhar. Seus segredos não foram baseados na vaidade ou no egocentrismo, mas em algo mais profundo. Ser uma mulher vivendo um casamento abusivo é algo que eu não consigo sequer imaginar como deve ser difícil agir e dar o primeiro passo para por um fim na relação.

Kendra é uma pessoa totalmente egocêntrica e foi a que menos me identifiquei. Ela perdeu um filho e está sofrendo por isso (estranho seria se ela não sentisse a dor do luto). Mas, enquanto busca por respostas, ela passa por cima das amigas que também estão lidando com a tragédia. Além disso, detalhes da vida dela vem à tona e demonstram que essa atitude não é apenas porque ela está sofrendo com a perda de um filho, é algo da personalidade dela. Então foi difícil gostar da personagem.

Já Lindsey é o tipo de mãe que se esforça para mostrar perfeição, do tipo que diz saber tudo sobre os filhos e que é amiga deles. Ela não aceita que existam detalhes na vida dos filhos que ela não conhece. Quando as histórias sobre Jacob começam a aparecer, ela se sente culpada por não ter visto e ajudado o filho. Mas é fácil se aproximar da personagem. Ela é a que está vivendo a pior das situações. Kendra perdeu o filho naquela noite e Dani ainda tem o filho por perto. Mas Lindsey criou a esperança de ver o seu filho novamente apenas para os médicos afirmarem que a situação é irreversível. A espera só torna as coisas piores.




Os capítulos vão alternando entre o ponto de vista das três amigas e traz uma narrativa que vai prendendo a sua atenção com a expectativa do que vai acontecer em seguida. Apesar de sentir a leitura foi um pouco lenta, gostei da história. A autora soube desenvolver de modo a tornar tudo real o suficiente para que o leitor sentisse cada pedaço do que foi escrito.

É uma história sobre a amizade, mas acima de tudo, para demonstrar que todos carregamos segredos e momentos que não queremos compartilhar, mesmo com pessoas que consideramos nossas melhores amigas. Nada é perfeito, não importa o quanto você se esforce para parecer. O segredo está em saber o que fazer com aqueles pedaços da nossa vida que não gostamos.




[Resenha] Nada fica no passado, de Jennifer Hillier


Sinopse: Esta é a história de três amigos: uma que foi assassinada, uma que foi para a prisão e aquele que está procurando a verdade por 14 anos…

Por quanto tempo você consegue guardar um terrível segredo?

A garota mais popular da escola, Angela Wong, tinha apenas dezesseis anos quando desapareceu sem deixar vestígios. Até então, ninguém suspeitou que sua melhor amiga, Georgina, agora vice-presidente de uma grande empresa farmacêutica, estivesse envolvida em seu desaparecimento, exceto, Kaiser Brody, que se tornou detetive do Departamento de Polícia de Seattle e era colega das duas no ensino médio.

Catorze anos depois, os restos mortais de Angela são finalmente encontrados e a verdade vem à tona: Angela foi vítima de Calvin James, primeiro amor obsessivo de Georgina. Calvin, o serial killer, havia assassinado pelo menos outras três mulheres.

Durante todos esses anos, Geo sabia o que tinha acontecido com sua melhor amiga, mas guardou o segredo. Após Geo ir para a prisão, todos acharam que o caso foi solucionado. Mas o que aconteceu naquela noite é mais complexo e arrepiante do que qualquer um realmente sabe.

Então, o passado alcança o presente de forma mortal, quando novos corpos começam a aparecer, mortos exatamente da mesma maneira que Angela Wong.

Qual o limite de alguém disposto a enterrar seus segredos? Como uma grave mentira pode transformar uma vida? E quais são as consequências disso?





Nada fica no passado” começa com a descoberta dos restos mortais de Angela Wong, uma adolescente que estava desaparecida há 14 anos. Acusada de ter participado no assassinato está Georgina Geo –, a melhor amiga de Angela e namorada de Calvin, o serial killer acusado de matar Angela e outras mulheres. Durante os 14 anos, Georgina esperou pelo dia em que a polícia bateria em sua porta depois de descobrir o que ela havia feito. A conta chega para todos, agora era a sua vez de contar a verdade e pagar pelo seu maior erro.

Ironia do destino ou não, o detetive responsável pela investigação e pela prisão de Geo, também foi o seu melhor amigo na escola: Kaiser Brody. Angela, Geo e Kaiser estavam sempre juntos e compartilhavam tudo, até que uma escolha errada e o medo de Geo em contar o que aconteceu na noite em Angela foi assassinada mudou tudo.

A história passeia pelo desfecho do julgamento de Calvin e Georgina, seguindo pelo período em que ela ficará presa. Durante os capítulos em que sua experiência na prisão é narrada, Geo se vê entendendo  a dinâmica da vida entre mulheres acusadas de todos os tipos de crime. Logo ela aprende que é preciso demonstrar força e nunca abaixar a cabeça, ou ela nunca sairá viva daquele lugar. Nesse período, a história traz o ponto de vista de Geo, na prisão e suas reflexões sobre as escolhas que fez na vida, e Kaiser em busca de respostas.

Próximo do fim da sentença de Geo, novos assassinatos são descobertos. Duas mulheres foram assassinadas de modo semelhante ao modus operandi utilizado por Calvin. Todas em uma espécie de recado. Kaiser só consegue imaginar que alguém está tentando chamar a atenção de Geo e, se isso for verdade, ela correria perigo.



Em uma narrativa com pouco mais de 280 páginas, somos levados por uma história cheia de segredos, inveja e violência. Desde já fica o aviso que essa história possui gatilhos para estupro e relacionamento abusivo.

Georgina é uma jovem, no mínimo, problemática. Não consigo descrevê-la de outra forma. Desde a morte de sua amiga até os dias atuais, Geo não fez uma escolha certa. E ela está ciente disso. Em vários momentos eu fiquei com uma raiva imensa por ela não enxergar o que estava na frente dela. Ela preferia esconder e conviver com suas escolhas erradas do que optar pela mudança. Uma parte das escolhas que ela fez retrata uma parcela significativa das mulheres que sofrem com relacionamentos tóxicos e violentos, e, ler sobre isso, me incomodou bastante.

Kaiser é um rapaz que não tem destaque. Acho que ele poderia ter sido melhor aproveitado na história, mas tudo rodou em torno da Georgina e de Calvin. Tive a impressão dele ter ficado sempre à sombra dos dois. Ao passo que pouco vemos sobre Calvin, a não ser nos momentos em que a história retorna para o tempo antes do assassinato de Angela, até a noite em que tudo aconteceu. Ainda assim, foi suficiente para pegar um ranço imenso do personagem. Mas não entenda isso como algo ruim. Entendo que a ideia da autora foi justamente essa. Calvin é um homem ciumento, machista e violento. Seria impossível não sentir raiva dele.



No geral, eu gostei bastante da história! Fui surpreendida diversas vezes e a reviravolta no final foi um choque. Não que eu não desconfiasse do que estava por trás dos assassinatos, mas além de jogar essa bomba no colo do leitor, a autora nos surpreende com um confronto inesperado. Eu teria dado 5 estrelas para esse livro, fácil, se não fosse por um detalhe que me incomodou: a rapidez com que a história acabou. Acho que ficaram algumas pontas soltas que mereciam atenção para que a história tivesse um ciclo completo.

Mas acho que esse é um mal que está ganhando espaço ultimamente, porque quase todos os livros do gênero que eu li, recentemente, acabaram com a mesma rapidez. O autor tem tanto trabalho e dedicação para prender a nossa atenção durante a narrativa, e quando chega na hora de encerrar a história, em cinco páginas termina tudo.

Bom, é isso! Com exceção ao final, a história é incrível! Os capítulos vão acontecendo de modo que você mal percebe as páginas passando e quando se dá conta, já está nos capítulos finais. Acho que tem muito da nossa realidade nessa história. Com assuntos difíceis e delicados para serem abordados, mas a autora sobre apresentá-los sem romantizar nenhum detalhe. O que tornou a história dura em vários momentos. Mas enfim. Leitura mais que recomendada!

[Resenha] Orgulho e Preconceito, de Jane Austen

Sinopse: Considerado um dos mais importantes romances de todos os tempos, Orgulho e Preconceito acompanha a turbulenta relação entre Elizabeth Bennet e Fitzwilliam Darcy, a qual, nascendo de uma antipatia mútua, acaba resultando em uma inesperada história de amor. Com sarcasmo mordaz e inteligência profunda, por entre peripécias, desencontros e tramas paralelas quase tão interessantes quanto a trama principal, a obra retrata o amor como produto do desenvolvimento do caráter desses personagens complexos que, para tornarem-se aptos a amar e serem amados, precisam antes vencer o orgulho e o preconceito de que padecem.


Trata-se de uma obra que abarca, inverte e transcende todos os clichês. Longe de brotar de uma sensação prazerosa imediata e da certeza de ter encontrado “a alma gêmea”, o amor entre os protagonistas é resultado de um lento crescimento moral provocado por uma aversão recíproca; antes de proceder de um esforço para conquistar o outro, o carinho advém da admiração moral entre duas pessoas. O amor do outro é um prêmio pela vitória sobre si mesmo.

Sob a forma de uma história divertida e perspicaz, o romance faz uma das reflexões mais profundas da história sobre a natureza do amor. O leitor farto da superficialidade com que se fala do tema no nosso tempo descobrirá que este livro é de uma atualidade urgente. Pois como todo clássico, Orgulho e Preconceito não é do nosso tempo, mas de todos os tempos.
Esta é uma edição especial, em duas cores, e inclui tipografias especiais e litografias.


Orgulho e Preconceito” é um livro que não precisa de apresentações. Você pode não ter lido, pode não conhecer as demais obras da autora, igualmente bem construídas, mas com toda certeza, em algum momento da vida, você já se deparou com o romance, que ouso dizer, é mais famoso da história.

Em 2023, completa 210 anos de sua primeira publicação e a Faro Editorial nos presenteou com uma edição de aquecer o coração! O livro é repleto de detalhes que somente a Faro sabe fazer. Não é por ser parceira deles há tanto tempo que digo isso, mas sempre vejo as edições da Faro feitas com muito carinho. Ainda aquelas que não aparentam terem tantos detalhes como essa edição de “Orgulho e Preconceito”, todas são feitas para proporcionar ao leitor uma experiência incrível.

Nessa edição, a diagramação está impecável. A introdução muito bem-feita e a capa, uma obra de arte a parte. Uma edição para colecionar!

Mas vamos a minha opinião sobre a história.




Esse livro traz críticas a sociedade do século XVIII, apresentando mulheres fortes e a frente de seu tempo. É impossível não comparar a nossa protagonista com suas irmãs.


“Nenhuma delas tem muito o que se lhes recomende – respondeu Mr. Bennet -; são tolas e ignorantes como as outras moças. Mas Lizzy é realmente um pouco mais viva do que as irmãs.”


Elizabeth Bennet – ou apenas Lizzy – é o tipo de mulher que não se espera ver na época em que a história acontece. Ela expressa suas opiniões de forma decida e sem medo do julgamento. Também não pensa no casamento com a mesma importância que suas irmãs e como a sociedade espera. Seu objetivo é apenas aceitar tal compromisso se estiver perdidamente apaixonada por seu pretendente. O que por si só, já é uma contradição para época. O objetivo de uma mulher, naquela época, deveria ser o de encontrar um bom casamento e não o amor. Já Lizzy não tem medo de rejeitar um pedido de casamento indesejado em prol de suas convicções. E são essas mesmas opiniões e convicções que encobrem seu orgulho, o que a torna inflexível em vários momentos. E desta forma acabamos enxergando a protagonista como alguém que sempre acredita que está certa.

Na mesma proporção, encontramos o Mr. Darcy com o seu preconceito. Ele tem opiniões fortes e é visto como um homem grosseiro, amargo e intransigente. Com o desenrolar da história a autora foi aprofundando mais em sua personalidade e podemos enxergar mais do que a aparência de ser alguém desagradável. Apesar de a história ser toda a partir do ponto de vista da Lizzy, podemos ler nas entrelinhas muito sobre suas opiniões e sentimentos.


“Tenho sido egoísta por toda a vida, na prática, embora não por princípio. Quando menino, ensinaram-me o que era certo, mas não a corrigir o meu temperamento. Deram-me bons princípios, mas deixaram que os seguisse no orgulho e na presunção. Sendo infelizmente o único filho varão (durante muito tempo o único filho), fui mimado pelos pais, que, embora fossem bons (meu pai em especial era a benevolência e a gentileza em pessoa), permitiram, encorajaram, quase me ensinaram a ser egoísta e altivo; a não me preocupar com ninguém além do círculo familiar; a pensar mal de todo o resto da humanidade; a pelo menos querer pensar mal da inteligência e do valor dos outros, quando comparados com os meus. Assim fui eu, dos oito aos vinte e oito anos; e assim continuaria a ser, se não fosse você, minha mais do que querida, mais do que amada Elizabeth! O que não devo a você! Você me deu uma lição, dura, é verdade, no começo, mas muito útil.” (Mr. Darcy)




Tanto a Lizzy como o Mr. Darcy foram amadurecendo com o passar da história. Ambos passaram a reconhecer seus defeitos e agir de forma a corrigir ações que magoaram pessoas queridas. Ao mesmo tempo não perdem a essência de quem eles realmente são.

O que mais me toca nesse livro é o fato de como tudo é tão próximo da nossa realidade. O amor entre Elizabeth e Darcy foi crescendo aos poucos e amadurecendo. As coisas não acontecem do dia para noite, como a maioria dos clichês de hoje em dia. Não estou dizendo que histórias de amores rápidos são ruins, mas algumas desenrolam de tal forma que não conseguimos nos conectar a elas. É como se o romance tivesse apenas sido jogado ali para preencher as páginas e não há nenhum sinal de ligação real entre os personagens. Com “Orgulho e Preconceito” podemos imaginar que aconteceu com alguém próximo, é fácil enxergar acontecendo de verdade. Acredito que seja por esse motivo que até hoje essa história continua recebendo diversas adaptações para os cinemas, novelas, streamings e mesmo outros livros.

Não há muito o que posso dizer sem enaltecer o belo trabalho da autora nesse livro. Amo demais as histórias escritas pela Jane Austen, mas “Orgulho e Preconceito” tem um espaço especial no meu coração. Esse é um dos meus romances favoritos da vida e o único que livro que já reli. Não costumo voltar em histórias que já conheço, apenas por uma preferência minha. Mas com esse livro, sempre que posso ou quando bate a saudade, eu releio ou então assisto a adaptações da história. A minha favorita, é um filme de 2005 com a Kiera Knightley e Matthew Macfadyen. Na minha opinião, é a melhor que já fizeram! Então fica como recomendação para vocês, inclusive ela está disponível na Netflix.

É isso! Hoje foi mais uma bate-papo do que uma resenha. Espero que tenham gostado e aproveitem para me contar nos comentários se já leram e o que acharam da história. ♥



[Resenha] Antes de Partir, de Charlie Donlea

Antes de Partir, Charlie Donlea Sinopse:
As pessoas que amamos ficam conosco para sempre… às vezes de maneiras surpreendentes.

Um ano depois do avião em que o marido viajava desaparecer no oceano Pacífico, Abby Gamble ainda tenta superar a dor da perda. O relacionamento entre ela e Ben era incondicional, profundo, e se fortaleceu ainda mais ao terem de lidar com uma tragédia anos atrás. Abby sabia que Ben iria querer que ela seguisse em frente. Seu primeiro passo foi entrar de cabeça no trabalho, dedicando-se a sua empresa de cosméticos… até que ela conhece Joel, um médico cujo passado é tão repleto de cicatrizes quanto o dela.

Joel nunca se perdoou por uma decisão que tomou ainda na infância, que resultou numa fatalidade. Esse evento o fez direcionar todas as suas escolhas de futuro para se redimir do passado. Quando conhece Abby, ele decide se dar uma nova chance, mas Abby ainda resiste à ideia de deixar a história com Ben para trás.

No entanto, desde que o avião caiu, Ben busca uma maneira de voltar para Abby. De alguma forma, ele precisa reencontrar a esposa novamente.


Eu me surpreendo com a facilidade com que o Charlie Donlea consegue criar uma trama que sempre prende a atenção e nos força a continuar lendo e lendo por horas a fio. O autor preenche as suas histórias com um enredo repleto de suspense, teorias sem fim, além de personagens fortes e carismáticos ao ponto de nos pegarmos torcendo por eles até a última página. Conhecido pela habilidade de escrever bons thrillers, o autor provou que pode navegar por outro estilo com a mesma facilidade. "Antes de Partir" é uma prova disso.

O primeiro romance do autor vem carregado de emoções diferentes que tornam a história especial. Para começar, a dor da perda, o sentimento que todos nós enfrentaremos em algum momento da vida. Seja a dor do luto ou a dor de reconhecer que amar também significa dar ao outro a oportunidade de ser feliz. Esse é o foco principal da história. O autor trouxe de forma intensa o retrato do que é perder alguém que amamos e ter que entender que a vida precisa seguir em frente, no tempo de cada um.




E é em meio a dor do luto que conheceremos Abby Gamble. Ela acaba de perder o marido – Ben Gamble – em um acidente de avião, o homem que amou nos últimos 15 anos. Abby é uma mulher forte que criou o próprio negócio enquanto estava na faculdade e conseguiu construiu uma marca reconhecida e bem-sucedida.

Uma década atrás, Abby e Ben tiveram que lidar com a perda que quase acabou com o casamento deles. Não pela falta de amor e compromisso, mas por não saberem como enfrentar e falar sobre a dor. Aos poucos, descobriram o caminho de volta. Juntos. Agora, Abby enfrenta outra perda e precisa seguir em frente sem a pessoa que foi o seu alicerce por muito tempo, e essa será a tarefa mais difícil que ela terá de superar na vida.

Abby sabe que Ben iria querer que ela não ficasse sozinha, que estivesse com a família e que não se fechasse para o amor outra vez. O amor deles era incondicional e para sempre, assim como a ligação que construíram desde a primeira vez que se viram. Com o apoio da irmã e melhor amiga – Maggie –, Abby vai conquistando pequenas vitórias. Quando ela conhece o médico Joel Keaton, na academia, um turbilhão de sentimentos a consomem, como se ela estivesse esquecendo e apagando Ben da sua vida.

Ao mesmo tempo, conheceremos mais sobre a vida de Joel. O médico é conhecido no trabalho e pela família como uma pessoa dedicada apenas ao trabalho, sem tempo para vida pessoal. Com o decorrer da narrativa entendemos o que tornou Joel uma pessoa que se isola do mundo e que nega a si a chance de ter uma vida diferente. Ainda jovem, Joel precisou lidar com uma terrível perda e com a culpa por não ter feito tudo o que podia. Através da história de Joel, somos levados a entender que viver olhando constante para o passado e nos responsabilizando por todos os “e se…” que acompanham as consequências dos nossos atos, nos impede de dar o primeiro passo para seguirmos em frente.

Também somos apresentados ao ponto de vista de Ben e a escolha que ele terá de fazer pela felicidade da sua esposa. É através dele que somos surpreendidos com o decorrer da história. Particularmente, eu torci demais por ele. Os capítulos dele são repletos de mensagens que me emocionaram, triste e cheia de esperança. A reviravolta na história dele me pegou desprevenida. De verdade, foi só no finalzinho do livro que eu comecei a entender o que estava acontecendo. Quando comecei a assimilar o desenrolar da história, bateu uma tristeza tão grande.

Como um todo, não há nada que eu posso criticar nesse livro. Esse livro acabou se tornando o meu favorito do autor. A experiência dele com thrillers deu um toque especial para essa história. Entendo que são estilos diferentes, mas a bagagem do autor em saber como criar um bom mistério e esconder detalhes que solucionam a história, foi o que fez a diferença para que eu me surpreendesse com cada reviravolta que surgiu durante a leitura. Charlie Donlea com toda certeza pode escrever o que ele quiser que será sempre um sucesso incontestável. Acabei o livro com uma sensação de ter tirado um peso dos ombros, principalmente após ler a nota do autor no finalzinho. Confesso que sou do grupo que não lê os agradecimentos e mensagens do autor no final e eu nem sei explicar o motivo. Mas desta vez, eu li e foi um choque, me tocou profundamente por ser algo do qual eu entendo. Então, lembre-se disso quando for ler Antes de Partir, não pule a nota do autor no fim. A mensagem ali é importante e nos faz pensar em muitas coisas.

Acho que isso é tudo o que consigo falar sobre esse livro. Ainda quero falar mais sobre ele, então você verá alguns posts por aí.