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Armadilhas do Amor, Christina Lauren


Quero começar dizendo para você que essas autoras vem conquistando o meu coração! É apenas o segundo livro delas que tenho a oportunidade de ler, mas são duas histórias que me conquistaram demais. O primeiro livro, se você ainda não viu por aqui, é “Imperfeitos” (confira a resenha), publicado o ano passado também pela Faro Editorial. Um livro quentinho no coração e que deixou um gostinho de “quero mais”. Com “Armadilhas do Amor” não foi diferente.

Nesta história vamos conhecer Melissa e Rusty Tripp, um casal badalado que vem conquistando o público com seus programas de reformas de casas e criadores do Comb+Honey. Um casal com imagem perfeita, sempre demonstrando uma relação sólida tanto na vida pessoal como nos negócios. É em cima dessa imagem que eles publicaram um livro sobre casamentos e vão partir em turnê para divulgação.

Essa turnê era tudo pelo que Carey Duncan estava esperando. Depois de trabalhar sem nenhum descanso por tanto tempo, ela teria algumas semanas sozinha, para se jogar no sofá e descansar. Mas, um dia antes, durante a festa de encerramento das gravações do programa, um acontecimento coloca em risco a imagem de casal perfeito dos Tripp. Agora, ela seria obrigada a viajar junto com eles e evitar a todo custo que a bomba estourasse acabando com a carreira de todos.

Para James McCann, a sonhada viagem com os sobrinhos também foi para os ares. James foi contratado como engenheiro do Comb+Honey e logo viu as suas atividades se resumirem a assistente de Rusty. Ele precisava daquele emprego para esconder a macha no seu currículo, mas aquela viagem valia tudo isso?

Carey e James não se deram bem desde que se conheceram. Para Carey, James era esnobe e menosprezava o seu trabalho. James, detestava ser visto como assistente e estava frustrado com seu trabalho. Com a imagem dos Tripp correndo risco, eles teriam que enfrentar longas semanas juntos e trabalhar em equipe se quiserem evitar que tudo saia do controle.



Carey é uma jovem determinada e talentosa. Ela dedicou os últimos dez anos de sua vida para os Tripp e os enxerga como parte da sua família. Por esse motivo, ela sempre arranja desculpas e explicações para o tratamento abusivo da Melissa Tripp. Melly começou cuidando dela e apoiando seu trabalho, mas tudo mudou quando o Comb+Honey ganhou a fama e agora ela não aceita que nada saia do seu controle. Ainda assim, Carey se sente agradecida por ter sido acolhida, ser bem paga e ter direito a um plano de saúde (um dos motivos que não a deixa desistir do emprego).

James é um homem e tanto. Observador, inteligente, comunicativo e apoia Carey em tudo conforme vão se aproximando. Diferente de personagens masculinos que encontramos por aí, ele parece um cara maduro e que não deixa as coisas mal resolvidas. Essa é uma das coisas que me surpreenderam nos livros das autoras. Elas sempre criam personagens com qualidades e defeitos reais. Pessoas que você facilmente encontraria na vida.

Antes mesmo de Carey e James começarem a se aproximar, é nítido a química entre eles. É o tipo de casal que nem sequer aconteceu, mas você já está torcendo e esperando pelo final feliz. Gostei bastante de ver como James procurava proteger Carey de todos os abusos da Melissa. Ao mesmo tempo, estar com James foi trazendo mais confiança para Carey. Com o tratamento que ela recebia da Melly, ela não sentia que era capaz ou que merecia as coisas boas da vida. Conforme o relacionamento com James ia amadurecendo, ela conseguia enxergar melhor os efeitos que os 10 anos seguindo os Tripp causaram na sua vida.

 






Já Melissa e Rusty me deram um ranço absurdo! Se tem dois personagens que merecem ser odiados são eles. Rusty, conforme o sucesso foi crescendo, se tornou uma adereço no próprio casamento e nos negócios. Ele não dava suas opiniões, não interferia nos trabalhos apresentados nos programas e era infiel a esposa. Enquanto Melissa é uma pessoa absurdamente manipuladora e abusiva. Nada pode ser feito se não for da forma como ela quer. Saber a importância que Carey teve no seu sucesso a faz menosprezar o trabalho da Carey e evitar que ela pense que é importante. Ô, mulherzinha que me irritou nessa leitura. O relacionamento da Melissa com a Carey é terrível, ainda mais quando a Carey começa a arranjar uma desculpa para cada situação e ofensa que ela recebe.

A história se desenvolve bem do início ao fim e o final não foge do esperado. O que eu não vejo como um problema. Prefiro finais previsíveis, mas com o início/meio/fim que prendem a atenção, a um final cheio de reviravoltas para compensar o desenvolvimento fraco. Mas voltando ao livro, eu gostei demais e queria ter visto mais do final entre o James e a Carey.

No mais, é um livro bem divertido, leve e bem construído. O único motivo de não levar 5 estrelas é que eu queria ter visto um final diferente para Melissa. Depois de forma como ela tratou a Carey durante todo a história, acho que ela merecia um final “piorzinho” para compensar, rs. Acho que acabou passando sem muita explicação e sem encerrar um ciclo no qual a história foi toda construída. Fora isso, eu favoritei o livro e espero que você tenha a chance de ler e se apaixonar por essa história!

[Resenha] Antes de Partir, de Charlie Donlea

Antes de Partir, Charlie Donlea Sinopse:
As pessoas que amamos ficam conosco para sempre… às vezes de maneiras surpreendentes.

Um ano depois do avião em que o marido viajava desaparecer no oceano Pacífico, Abby Gamble ainda tenta superar a dor da perda. O relacionamento entre ela e Ben era incondicional, profundo, e se fortaleceu ainda mais ao terem de lidar com uma tragédia anos atrás. Abby sabia que Ben iria querer que ela seguisse em frente. Seu primeiro passo foi entrar de cabeça no trabalho, dedicando-se a sua empresa de cosméticos… até que ela conhece Joel, um médico cujo passado é tão repleto de cicatrizes quanto o dela.

Joel nunca se perdoou por uma decisão que tomou ainda na infância, que resultou numa fatalidade. Esse evento o fez direcionar todas as suas escolhas de futuro para se redimir do passado. Quando conhece Abby, ele decide se dar uma nova chance, mas Abby ainda resiste à ideia de deixar a história com Ben para trás.

No entanto, desde que o avião caiu, Ben busca uma maneira de voltar para Abby. De alguma forma, ele precisa reencontrar a esposa novamente.


Eu me surpreendo com a facilidade com que o Charlie Donlea consegue criar uma trama que sempre prende a atenção e nos força a continuar lendo e lendo por horas a fio. O autor preenche as suas histórias com um enredo repleto de suspense, teorias sem fim, além de personagens fortes e carismáticos ao ponto de nos pegarmos torcendo por eles até a última página. Conhecido pela habilidade de escrever bons thrillers, o autor provou que pode navegar por outro estilo com a mesma facilidade. "Antes de Partir" é uma prova disso.

O primeiro romance do autor vem carregado de emoções diferentes que tornam a história especial. Para começar, a dor da perda, o sentimento que todos nós enfrentaremos em algum momento da vida. Seja a dor do luto ou a dor de reconhecer que amar também significa dar ao outro a oportunidade de ser feliz. Esse é o foco principal da história. O autor trouxe de forma intensa o retrato do que é perder alguém que amamos e ter que entender que a vida precisa seguir em frente, no tempo de cada um.




E é em meio a dor do luto que conheceremos Abby Gamble. Ela acaba de perder o marido – Ben Gamble – em um acidente de avião, o homem que amou nos últimos 15 anos. Abby é uma mulher forte que criou o próprio negócio enquanto estava na faculdade e conseguiu construiu uma marca reconhecida e bem-sucedida.

Uma década atrás, Abby e Ben tiveram que lidar com a perda que quase acabou com o casamento deles. Não pela falta de amor e compromisso, mas por não saberem como enfrentar e falar sobre a dor. Aos poucos, descobriram o caminho de volta. Juntos. Agora, Abby enfrenta outra perda e precisa seguir em frente sem a pessoa que foi o seu alicerce por muito tempo, e essa será a tarefa mais difícil que ela terá de superar na vida.

Abby sabe que Ben iria querer que ela não ficasse sozinha, que estivesse com a família e que não se fechasse para o amor outra vez. O amor deles era incondicional e para sempre, assim como a ligação que construíram desde a primeira vez que se viram. Com o apoio da irmã e melhor amiga – Maggie –, Abby vai conquistando pequenas vitórias. Quando ela conhece o médico Joel Keaton, na academia, um turbilhão de sentimentos a consomem, como se ela estivesse esquecendo e apagando Ben da sua vida.

Ao mesmo tempo, conheceremos mais sobre a vida de Joel. O médico é conhecido no trabalho e pela família como uma pessoa dedicada apenas ao trabalho, sem tempo para vida pessoal. Com o decorrer da narrativa entendemos o que tornou Joel uma pessoa que se isola do mundo e que nega a si a chance de ter uma vida diferente. Ainda jovem, Joel precisou lidar com uma terrível perda e com a culpa por não ter feito tudo o que podia. Através da história de Joel, somos levados a entender que viver olhando constante para o passado e nos responsabilizando por todos os “e se…” que acompanham as consequências dos nossos atos, nos impede de dar o primeiro passo para seguirmos em frente.

Também somos apresentados ao ponto de vista de Ben e a escolha que ele terá de fazer pela felicidade da sua esposa. É através dele que somos surpreendidos com o decorrer da história. Particularmente, eu torci demais por ele. Os capítulos dele são repletos de mensagens que me emocionaram, triste e cheia de esperança. A reviravolta na história dele me pegou desprevenida. De verdade, foi só no finalzinho do livro que eu comecei a entender o que estava acontecendo. Quando comecei a assimilar o desenrolar da história, bateu uma tristeza tão grande.

Como um todo, não há nada que eu posso criticar nesse livro. Esse livro acabou se tornando o meu favorito do autor. A experiência dele com thrillers deu um toque especial para essa história. Entendo que são estilos diferentes, mas a bagagem do autor em saber como criar um bom mistério e esconder detalhes que solucionam a história, foi o que fez a diferença para que eu me surpreendesse com cada reviravolta que surgiu durante a leitura. Charlie Donlea com toda certeza pode escrever o que ele quiser que será sempre um sucesso incontestável. Acabei o livro com uma sensação de ter tirado um peso dos ombros, principalmente após ler a nota do autor no finalzinho. Confesso que sou do grupo que não lê os agradecimentos e mensagens do autor no final e eu nem sei explicar o motivo. Mas desta vez, eu li e foi um choque, me tocou profundamente por ser algo do qual eu entendo. Então, lembre-se disso quando for ler Antes de Partir, não pule a nota do autor no fim. A mensagem ali é importante e nos faz pensar em muitas coisas.

Acho que isso é tudo o que consigo falar sobre esse livro. Ainda quero falar mais sobre ele, então você verá alguns posts por aí.






[Resenha] É Assim que Acaba, de Colleen Hoover


Oi! Como você está?

Levei algum tempo, depois de concluir a leitura, para conseguir escrever sobre este livro. Sinto que ainda não consigo colocar em palavras a experiência que tive com a leitura, mas está na hora de falar sobre “É Assim que Acaba”.

Nome: É Assim que Acaba
Autor: Colleen Hoover
Editora: Galera Record
Ano de Publicação: 2017
Faixa etária: +18
Classificação: ⭐⭐⭐⭐ 4/5



Nesta história, conheceremos Lily, uma mulher que cresceu em um ambiente familiar conturbado, mas que se manteve firme e saiu de casa para realizar os seus sonhos assim que pôde. Após sair do Maine para morar em Boston, Lily se formou na faculdade e decidiu se arriscar abrindo a própria loja. No meio do caminho, ela conheceu Ryle, um neurocirurgião lindo, ambicioso, teimoso, possessivo e que sente atração por ela. Se não fosse o fato de que ele é avesso a relacionamentos, seria o cara perfeito para Lily. Além disso, Lily tem no seu passado um amor que é difícil de esquecer: Atlas Corrigan, o seu primeiro amor, o qual ela não teve escolha a não ser deixar ir embora. Mesmo depois de tantos anos, Atlas era uma lembrança presente na sua vida.

Lily decide ceder a forte atração que sente por Ryle e começa a construir uma nova história com o jovem médico. E tudo caminhava bem até que um fantasma do passado reaparece na sua vida: Atlas estava em Boston. Tantos anos depois, o sentimento que ela achava ter superado poderia colocar em risco seu novo relacionamento. O que ela faria?


Para uma primeira experiência com a Colleen Hoover, posso dizer que foi difícil concluir essa leitura. A autora construiu uma história em cima de um tema problemático e difícil de abordar: violência doméstica. De forma alternada, somos levados ao ponto de vista da Lily na fase adulta e sua adolescência, por meio de seus diários. Lily é uma jovem justa, forte, corajosa e sozinha. Quando era mais nova, era forçada a ver o pai agredindo a mãe constantemente, enquanto desejava pelo dia em que sua mãe teria coragem de largá-lo. O que nunca aconteceu e ela julgava a mãe por isso. Na primeira oportunidade que teve, Lily foi para longe de casa.

Através dos pontos de vista alternados, descobrimos o que motivou suas decisões e como as suas experiências moldaram sua personalidade, desde as agressões do pai até o seu amor por Atlas.

Também é interessante ver o relacionamento de Lily e Ryle criando raízes, sendo honestos com seus sentimentos e buscando ajustar suas vidas a essa nova realidade. Mesmo Ryle, como sua dificuldade em se relacionar, foi aceitando a presença de Lily em sua vida facilmente.



Na segunda parte da história, tudo parecia ter se encaixado: Lily estava feliz, com sua própria família, até que as coisas começaram a mudar. Ela enxergava em sua vida coisas que sempre rejeitou em sua mãe. Ela arranjava desculpas para as ações de Ryle ou mesmo culpava a si mesma por ter feito algo que o irritou, que o provocou a agir de determinado modo. Era um ciclo vicioso.

É desesperador pensar que essa história reflete a realidade de muita gente. Acho que a parte mais difícil de falar sobre esse livro é justamente isso, saber que há pessoas que estão presas em relacionamentos destrutivos, pessoas que acreditam que as coisas mudarão, que, talvez, seja uma fase e tudo irá se acalmar. Além disso, existe o ponto em que não sabemos como reagiríamos se a situação fosse com a gente. Claro, hoje, posso facilmente dizer que eu não aceitaria viver em uma relação assim, que nunca aconteceria comigo. Mas Lily também dizia as mesmas coisas quando olhava para a mãe. Entende? Você nunca terá 100% de certeza de como reagiria em determinada situação. Ou seja, a moral dessa história é: tenha empatia e não julgue alguém que esteja passando por algo assim. Ajude, esteja presente e demonstre o seu apoio.

Quanto ao desfecho, acredito que a autora foi certeira no final que deu para a Lily e Ryle. Eles mereciam um ponto final que respeitasse a relação deles. Fico feliz que ela não tenha esquecido do Atlas também, porque ele é o meu personagem favorito dessa história. Desde o começo, tive a impressão de que ele era importante. Durante a história ele provou ser exatamente o que eu esperava, o que me deixou muito feliz. Ele foi um porto seguro em meio a agitação de cada capítulo.

No geral, é isso que eu tenho para falar sobre “É Assim que Acaba”. Com certeza, não disse nem a metade do que está na minha cabeça, mas é difícil organizar as ideias quando uma história te perturba tanto.

Se você já leu, deixa nos comentários o que você achou dos personagens. Me diga que eu não fui a única a acabar apaixonada pelo Atlas.

Agora se você ainda não leu, por favor, fique atento a faixa etária desse livro! Essa é uma história pesada, como eu já disse aí em cima, e existe uma classificação por um motivo. Respeite o seu tempo.

É isso! Até o próximo post!





Resenha | Precisamos conversar sobre "Não foi por Acaso", do Vinicius Grossos


Queria dizer que enfim eu li o novo livro do Vinícius Grossos!

O livro foi publicado pela Editora Nacional, em setembro de 2021, um pouquinho mais curto que as outras histórias do autor e com uma história que foge da zona de conforto em que o leitor está acostumado a vê-lo.

O motivo de não ter lido antes, quem acompanha o blog já sabe, é que 2021 um ano difícil, para dizer o mínimo. Não senti que estava com o emocional pronto para encarar essa leitura. Os livros do Vinícius sempre mexem comigo. Não porque eu me encontro em meio a suas histórias, pelo contrário, elas passam longe do que vivo diariamente. Mas elas são boas o suficiente para você conseguir se enxergar no lugar do outro, em ter empatia. Na minha opinião, essa é a maior vitória de um autor: fazer com que o leitor consigo se imaginar dentro daquele mundo, dentro da vida de um personagem, por mais distante que esteja da sua realidade.

Mas voltando ao tema desse post: eu li “Não foi por acaso” e (usando de uma piadinha sem graça) não foi por acaso que eu só consegui ler agora. De cara eu já senti a bomba caindo no meu colo. Vinícius dedica o livro àqueles que perderam alguém nessa pandemia. Juro, eu quase desisti de ler. Começar e terminar um livro, tem sido uma luta diária para mim. Vez ou outra me deparo com um livro com vários gatilhos que me deixam desanimada e cansada demais para continuar. Mas esse livro, eu precisava ler. Queria ler. Então fui em frente.

A história começa conforme o Destino decide. Com todo o poder que lhe cabe, ele mostrará que não adianta tentar fugir do que ele deseja para você. E é através de uma armadilha do Destino que vamos conhecer Helena, Miguel e Fernando. Três completos desconhecidos, com vidas completamente distintas. O único ponto que os une é o fato deles acabarem juntos e presos no elevador de um hospital. Uma atitude drástica do Destino para três pessoas que teimavam em dificultar o que ele tentava ensinar.

Sem perspectivas para sair daquele lugar tão cedo e desesperados por notícias das pessoas que foram visitar, os três serão obrigados a encaram os próprios segredos. O tempo vai passando e não há muito o que fazer que não seja conversar. Em meio a conversa, culpa, medos e inseguranças virão à tona.



Helena é uma jovem insegura, que tenta se encaixar em um mundo que exige padrões tão altos. Amante da natação, sentiu os efeitos de ser julgada muito cedo. Com vergonha e com a certeza de que não era adequada para o que mais amava, ela vivia escondida e fugindo dos seus sonhos. O motivo para estar naquele elevador era a sua mãe. Ela sofreu um acidente de carro e Helena acreditava que era a culpada pelo que havia acontecido.

Miguel é um jovem doce e divertido. Trabalha em uma cafeteria e mora com a sua tia. Com uma vida bem simples, Miguel trabalhava e nas horas vagas vive o seu sonho. Ainda pequeno, veio da Bahia para São Paulo com a tia, depois de ser abandonado pela mãe e rejeitado pelo pai. O motivo de ter ido até o hospital naquele dia é a sua tia.

Por fim, Fernando é um cara rico, cresceu tendo tudo o que queria, ao passo que deveria fazer todas as vontades de sua mãe. Ela havia planejado cada detalhe de sua vida, desde o nascimento a profissão que ele exerceria e nada poderia mudar o que ela decidiu. Mesmo com uma vida repleta de privilégios, o que Fernando desejava era a própria liberdade. O motivo de estar no elevador com dois desconhecidos era a sua namorada. Ele sabia que sua vida poderia mudar completamente e com certeza não estava pronto para o que viria pela frente.




A narrativa é feita pelo Destino durante as horas em que os personagens ficam presos no elevador, alternando com capítulos que contam mais sobre a história de cada um e como chegaram até ali. De forma leve e divertida, somos conduzidos pelo Destino, com sacadas inteligentes e pela disposição em mostrar o quanto demoramos para aprender com a vida.

No geral, esse é mais um livro cheio de sensibilidade do Vinícius. Já disse várias vezes por aqui o quanto eu sou apaixonada pelos livros do autor. Desde “O Garoto Quase Atropelado” venho acompanhando fielmente os seus lançamentos e panfletando sempre que posso. Fico triste em dizer que não pude me conectar com essa história, mas não por não ter gostado de cada pedaço dela. Pelo contrário, eu amei a história e já favoritei o livro. Acontece que eu fiquei presa no momento em que li a dedicatória do autor. Aquela página é a primeira lembrança que me vem a cabeça quando penso nesse livro. É triste, eu sei. Eu não estava pronta para encontrar a minha realidade logo nas primeiras páginas. Como o Vinícius disse na carta ao Leitor, esse livro não é sobre ele, é sobre nós, leitores. Não sei se você será capaz de se reconhecer nessas páginas, mas eu consegui. Do início ao fim, me vi sentada naquele elevador, lutando contra todos os meus medos e inseguranças, tentando seguir em frente com a minha vida. Pode parecer contraditório, mas ver a minha realidade tão de perto, fez com que eu me afastasse da história.

Não pude aproveitar essa leitura como aproveitei os outros livros, mas fico imensamente feliz em ver a evolução do Vinícius em seu novo livro. Ainda sou apaixonada e não largo a minha edição de “Feitos de Sol” por nada, mas com toda certeza “Não foi por acaso” ganhou um espaço importante no meu coração.




Resenha | Tempo de Regresso, de Kristin Hannah


Meghann Dontess é uma advogada de sucesso. Trabalha em um luxuoso prédio e sua casa é tão fria e vazia como um quarto de hotel. Nem todo o dinheiro que conseguiu ganhar foi capaz de preencher a tristeza e a solidão que o passado deixou em sua vida. Meghann já tinha perdido muito e o trabalho era tudo o que restava agora. Como advogada, Meghann era brutal, competente e sempre conseguia o que os seus clientes queriam, o que a tornou um nome reconhecido.

Sua vida não existia sem o trabalho e ela não estava disposta a mudar. Não que a sua psicóloga aprovasse suas decisões. Mas não havia nada que a fizesse reviver o que havia acontecido há tanto tempo. Meg ainda resistia às lembranças do dia em que foi embora, deixando a irmã para trás. Ela sabia que era o melhor a se fazer. Claire merecia uma vida diferente do que a vida que a mãe era capaz de dar a elas. Meg não teve escolha a não ser agir como a pessoa responsável da família. Ela tinha cuidado da irmã, tinha agido como uma mãe, enquanto a mulher que deveria ser responsável por elas não conseguia agir como a adulta que deveria ser. Ela havia prometido a irmã que sempre estariam juntas, mas naquele dia ela havia quebrado a sua promessa e a imensidão que se abriu entre elas era demais para ser ultrapassada.

Claire Cavenaugh havia encontrado uma nova vida quando descobriu quem era o seu pai. Meg o havia encontrado e a vida difícil que levavam com a mãe tinha ficado para trás. Seu pai havia feito de tudo para compensar o tempo que haviam perdido. Mas Meg pareceu não se sentir incluída em sua nova vida. Claire havia percebido tarde demais e Meg acabou indo embora, deixando a irmã. Esse tinha sido um golpe que Claire havia demorado demais para superar, mesmo tantos anos depois, a mágoa ainda estava presente em seu coração. Ela queria a irmã de volta, mas ela parecia não ter a mesma vontade. 

Claire teve uma vida mais simples, mas estava sempre rodeada de pessoas que a amavam. Sua vida se resumia ao pai, sua filha e o resort do seu pai. Não que tudo tivesse sido tão fácil depois que Meg havia ido embora, mas ela teve uma vida melhor do que poderia ter desejado. Foi abandonada pelo namorado ao descobrir que estava grávida e tinha sido a melhor mãe que poderia ser. Mas a vida ainda reservada alguns momentos de felicidade. Claire parecia ter encontrado alguém que era capaz de amá-la. Depois de tantos anos sozinha, ela iria se casar. E quem diria que esse seria o gancho necessário para reaproxima-la da irmã? Meg sempre foi controladora e ela estava disposta a mostrar a Claire que o casamento era um erro. O que poderia vir de toda essa história, nem mesmo Claire poderia imaginar. Mas, se houvesse a possibilidade de ter a irmã de volta, talvez valesse a pena enfrentar o que estivesse pela frente.


Essa é uma história sobre o amor entre irmãs. Assim como todos os livros da Kristin Hannah, os laços de família estão sempre bem representados e tomam conta da história de uma forma envolvente. Meg e Claire carregam mágoas que nunca foram discutidas. Quando Meg foi embora, um buraco se abriu entre elas. Palavras não ditas e ressentimentos ficaram guardados, eles estavam sempre à espreita.

Meg é uma mulher incrível. Um personagem criado com tanta bagagem emocional que é possível imaginá-la como alguém que poderíamos encontrar no nosso dia-a-dia. Ela carrega uma força imensa e ao mesmo tempo traz uma fragilidade que faz com que você se identifique com ela. Meg teve que ser adulta desde muito cedo. Ela era responsável pela irmã que não era muito mais nova do que ela. Enfrentou alguns perrengues quando foi embora, deixando Claire com o pai e ainda assim, mudou toda a sua vida ao entrar na faculdade e se tornar uma das melhores advogadas da cidade. Mesmo com tanta força, Meg não era capaz de enfrentar o seu passado. A distância que se ergue entre ela e a irmã era algo que ela não poderia lidar, mesmo que a sua vontade fosse completamente diferente.

Já Claire é o oposto da irmã. Tem uma vida leve e cercada por pessoas que ama. Ela é mais intuitiva e demonstra os seus sentimentos. Comparada a vida que a irmã teve, Claire tirou a sorte grande por ter conhecido o pai, por ter encontrado amigas que permaneceram ao seu lado e por ter tido uma filha que se tornou o centro do seu mundo.

Meg e Claire, por mais diferentes que possam ser, carregam uma ligação forte, mesmo que não queiram aceitar. O passado deixou marcas que nenhuma das duas poderá esquecer. Ele moldou a personalidade das duas e acabou favorecendo mais uma do que a outra. Mas o ponto aqui é até onde o amor entre duas irmãs pode ser ignorado?

Tempo de Regresso” é uma história com muitos significados e trata de assuntos importantes e que merecem ser discutidos. Todos os personagens inseridos na história foram criados com uma bagagem gigante e que os tornam pessoas reais. É impossível ler este livro sem se identificar com um único personagem.

Como sempre a autora soube conquistar a atenção e criar uma história impossível de não ser vivida até a última página. A história acabou tomando um significado ainda maior para mim, depois de tudo o que aconteceu este ano. Mas essa é a graça da  leitura, não é? Se um livro não for capaz de marcar a sua vida, qual seria o prazer na leitura?

A Luz que Perdemos, de Jill Santopolo



A Luz que Perdemos
Jill Santopolo
Editora Arqueiro

Sinopse: Lucy e Gabe se conhecem na faculdade na manhã de 11 de setembro de 2001. No mesmo instante, dois aviões colidem com as Torres Gêmeas. Ao ver as chamas arderem em Nova York, eles decidem que querem fazer algo importante com suas vidas, algo que promova uma diferença no mundo.

Quando se veem de novo, um ano depois, parece um encontro predestinado. Só que Gabe é enviado ao Oriente Médio como fotojornalista e Lucy decide investir em sua carreira em Nova York.

Nos treze anos que se seguem, o caminho dos dois se cruza e se afasta muitas vezes, numa odisseia de sonhos, desejo, ciúme, traição e, acima de tudo, amor. Lucy começa um relacionamento com o lindo e confiável Darren, enquanto Gabe viaja o mundo. Mesmo separados pela distância, eles jamais deixam o coração um do outro.

Ao longo dessa jornada emocional, Lucy começa a se fazer perguntas fundamentais sobre destino e livre-arbítrio: será que foi o destino que os uniu? E, agora, é por escolha própria que eles estão separados?

Sobre o livro


Lucy e Gabe se conheceram na manhã do 11 de setembro de 2001. Juntos no terraço de um dos prédios que tem a vista para as torres gêmeas, os dois acompanham o dia que marcaria suas vidas para sempre. Apesar do pouco tempo juntos, Lucy e Gabe podem sentir suas vidas se entrelaçando. Como se a força daquele momento fosse o suficiente, os dois acabam se beijando.

Vendo o sofrimento daqueles que estavam nas torres no momento do atentado, os dois decidem que querem e precisam fazer com que suas vidas tenham relevância. Eles querem deixar uma marca, algo que mude a vida de outras pessoas.

Mas o destino não será tão justo assim com eles. No mesmo dia em que se conhecem são obrigados a se separarem.

Lucy conseguiu o emprego que tanto batalhou para conseguir. Ela trabalha em uma produtora de programas infantis e tem a chance de mostrar as crianças tudo o que ela acredita.

Gabe seguiu um caminho diferente do que acreditava. Amante da fotografia, desde a faculdade sonhava em mostrar os sentimentos que uma boa foto poderia transmitir. Queria mostrar ao mundo imagens que pudessem mudar as pessoas. Ao contrário disso, foi parar em um escritório, longe de seus sonhos.


Ao se reencontrarem alguns anos após o primeiro encontro que tiveram, a vida parece dar uma nova chance ao casal. Gabe vê na força de Lucy o empurrão que precisava para largar o emprego no escritório e ir atrás dos seus sonhos. Lucy vê em Gabe um parceiro para ajuda-la a chegar cada vez mais longe. Mas isso será o suficiente?

Nova Iorque passa a ser pequena demais para os sonhos de Gabe. Ele e Lucy sabem disso. Desde que começou com os trabalhos como fotografo, Gabe dizia o quanto precisava de mais para realizar o seu sonho. Ele queria o mundo e Lucy não poderia acompanha-lo. Os dois também sabem disso.

Mais uma vez o destino trata de mostrar que só a paixão e o desejo não é o suficiente para que eles tenham uma vida feliz e completa. Lucy não seria capaz de abandonar o emprego que tanto batalhou para conseguir e Gabe não deixaria de explorar o mundo para concretizar o seu sonho.


A segunda despedida foi ainda mais dolorosa. Pouco a pouco, Lucy vai encontrando formas de sobreviver a perda do homem que ama. É quando Darren Maxwell aparece no seu caminho. Tão diferente de Gabe, mas ele é capaz de fazê-la sorrir, mesmo com toda a dor que ela carrega. Aos poucos vão construindo um relacionamento.

Por mais que o seu amor por Gabe jamais pudesse ser substituído, Lucy precisa seguir com a sua vida. E assim ela fará. Darren é um cara legal e a ama. Ela sabe que com paciência também irá amá-lo.

Mas não será fácil. Mesmo longe Gabe estará sempre rondando os seus pensamentos. Quando o celular toca, uma nova mensagem na caixa de e-mails ou mesmo a reunião da turma da faculdade, tudo trará Gabe de volta. Incapazes de ficarem juntos, também não podem esquecer o que sentem.


O que eu achei?

Não sei se foi o momento, afinal minha última leitura tinha sido "Como eu era antes de você", mas este livro me tocou profundamente. Não só pelo amor arrebatador que Lucy e Gabe sentiam e mesmo assim não conseguiam ficar juntos. A construção dos personagens é um dos ponto altos do livro.

Jill Santopolo criou uma personagem forte, decidida e disposta a correr atrás dos seus sonhos custe o que custar. Lucy é filha de uma juíza que abandonou a profissão para ficar em casa com os filhos e esse não é o destino que ela quer para sua vida. Ela sonha com uma família, mas ela quer ser reconhecida pelo seu trabalho. É um dos motivos por ela não ter ido embora de Nova Iorque com Gabe.

Lucy não é a única a se impor. Todas as personagens femininas que aparecem durante a história são mulheres com personalidade forte e que sabem se impor.

Já Gabe é filho de um pai abusivo e que descontava na família a raiva por não ter alcançado os seus sonhos. Por esse motivo, o pai saiu de casa quando Gabe era uma criança. Com muito esforço, a mãe o criou sozinho e fez o melhor que podia pelo filho.

A história é incrível e cheia de pontos altos, a autora me ganhou nos primeiros capítulos. Você irá acompanha-la do ponto de vista da Lucy. Em alguns momentos você vai sentir raiva pelas decisões que ela toma, mas vai chorar e sorrir em vários momentos.

Em seu primeiro romance voltado para o público adulto, a autora conseguiu acertar em cheio. Leiam o quanto antes!