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[Resenha] Olhos Vazios, de Charlie Donlea

Olhos Vazios” começa com um crime brutal. Durante a noite, um assassino invade a casa da família Quinlan e mata o casal e o filho caçula. Alexandra, a filha mais velha, foi a única sobrevivente. Em um momento de desespero, seu instinto fez com que ela tomasse a decisão de se esconder atrás do relógio de pêndulo que ficava ao lado da porta do seu quarto, enquanto o assassino acreditava que Alexandra havia fugido pela janela do quarto.

Ao perceber que o assassino foi atrás da pista errada, a jovem seguiu até o lugar onde a arma do crime foi abandona e correu de volta ao quarto de seus pais. Ela sentou e esperou abraçada a arma, esperou até a chegada da polícia. Naquele momento, sua vida mudou para sempre. Seus pais estavam mortos, seu irmão estava morto e Alexandra se tornou a principal suspeita do crime. Aos 16 anos, a jovem foi perseguida pela polícia, pela imprensa e jogada em uma instituição para menores infratores. Todos queriam que a garota, apelidada de Olhos Vazios pela mídia, pagasse por seus supostos crimes.

Mesmo após ser salva das acusações, graças a ajuda de Donna Koppel e Garrett Lancaster, Alexandra ainda não consegue se ver livre novamente. A impressa quer saber de todos os seus passos, muitos acreditam que ela é responsável pela tragédia de sua família. Ainda escondida, sua única opção foi mudar. A jovem transformou sua aparência, mudou o nome e se escondeu no trabalho que Garrett Lancaster conseguiu para ela. Após dez anos, Alex, seu novo nome, era uma investigadora muito bem qualificada e trabalhava para um dos maiores escritórios jurídicos de Washington. Com a ajuda de Garrett, Alex conseguiu seguir em frente, mas sem esquecer do mistério por trás da morte de sua família. Depois de ser inocentada das acusações, o caso logo foi esquecido e o real criminoso nunca foi encontrado. Alex precisava de respostas, somente assim conseguiria colocar um ponto final nessa história.

Ao mesmo tempo, o livro nos apresenta a história de Laura McAllister, estudante de jornalismo e criadora do Flagra, um podcast de cultura pop e notícias apresentando a partir do estúdio da faculdade. Seu programa era veiculado para os alunos do compus, mas logo foi ganhando espaço e atingindo pessoas em todos os lugares.

Seu próximo passo envolveria uma denúncia grave e que poderia prejudicar muita gente poderosa. Laura vinha investigando casos de estupro dentro do campus, cometidos em festa de uma das fraternidades. Ela havia descoberto que eles estavam batizando as bebidas com uma substância química muito utilizado em crimes como o “boa noite, Cinderela”. Após uma investigação, Laura conseguiu provas contundentes dos crimes realizados e de que a faculdade estava ciente dos casos, mas preferiu abafá-los ao perder o patrocínio dos ex-alunos.

Laura estava prestes a concluir o seu podcast e divulgá-lo, mas, de alguma foram, as informações sobre o que havia descoberto estavam começando a se espalhar. Agora, ela precisava pensar se estava pronta para assumir as consequências da sua denúncia ou se era melhor guardar as informações que conseguiu.

Antes que pudesse decidir, Laura desaparece misteriosamente, sem deixar vestígios. O principal suspeito é o seu namorado, Matthew Claymore. Em busca de ajuda, Matthew procura o escritório Lancaster & Jordan, e Alex acaba sendo a investigadora designada pelos advogados para conseguir provas concretas de que Matthew não tem envolvimento com o desaparecimento da namorada.

O passado e presente entrarão em conflito. Pistas de suas novas investigações podem estar relacionadas a morte dos seus pais. Alex estará perto de colocar um fim na busca pelo culpado da tragédia que aconteceu com sua família.



A história aprofunda no sentimento de impotência, no qual Alex permanece ao longo dos anos. Uma jovem que viu a sua vida mudar em questão de minutos. Primeiro, ao perder a família; depois, ao ter que se defender das acusações, sem a possibilidade de viver a dor do luto. A salvação de Alex foi ter encontrado no seu caminho Donna e Garrett. Duas pessoas que acreditaram nela desde o primeiro momento e a acolheram como parte da família.

“Mas então, se nenhum parente foi encontrado, é claro que o senhor procurou o Serviço de Proteção à Criança e ao Adolescente estadual para obter consentimento para um interrogatório oficial. Tenho certeza que o senhor também fez isso, detetive, mas estou só confirmando. (…) Mas no caso improvável em que o senhor realizou um interrogatório de uma menor sem o consentimento parental, de um responsável legal ou de um órgão oficial, então o senhor está em uma grande encrenca e tem muito mais com o que se preocupar do que o fato de eu interromper esse interrogatório.”

Diversos personagens aparecem nessa história, todos com relevância para algum momento ou o desfecho do mistério. Mas não fiquei com a sensação de terem sobrecarregado a história, pelo contrário, achei necessários para o andamento narrativa.

A história passa por pontos diferentes no tempo. Começamos vendo o assassinato da família Quinlan, o trauma vivido pela então Alexandra Quilan e sua disputa por justiça contra o estado de Virgínia que a acusou injustamente pelo crime. Em seguida, somos levados aos dias atuais, quando a agora Alex Armstrong segue uma vida tranquila, longe dos holofotes sufocantes da mídia, mas ainda em busca pela verdade. Por fim, somos levados ao passado, muito tempo antes da tragédia Quinlan. Um mistério antigo, esquecido no tempo, mas que pode ter relevância para as investigações de Alex.

Todos os pontos se conectam nesta história. Me surpreendi com o fato do autor ter conseguido criar mistérios independentes dentro de um caso maior e sem perder o ritmo da história, sem parecer algo forçado para que o leitor conseguisse chegar ao fim da narrativa.

Este livro se tornou um dos meus preferidos do autor. Ele traz críticas necessárias que remetem a nossa realidade, demonstrando as consequências dos julgamentos cada vez mais frequentes pela mídia e na internet. Demonstra a falta de critério e bom senso que muitas pessoas adotam apenas para se mostrar melhores que os outros ou para atingirem o que desejam.

Em “Olhos Vazios”, Charlie Donlea mostrou toda a sua capacidade em criar uma história envolvente, fluida e bem desenvolvida. O último livro que li do autor foi “Antes de Partir” (veja a resenha no blog), um livro de romance, mas com um toque de suspense nos lugares certos. Foi uma leitura que me surpreendeu muito por ser um estilo que o autor ainda não tinha abordado. Ao voltar para o seu estilo principal, Charlie Donlea mostrou, mais uma vez, que pode navegar entre os mundos literários com facilidade.





[Resenha] Antes de Partir, de Charlie Donlea

Antes de Partir, Charlie Donlea Sinopse:
As pessoas que amamos ficam conosco para sempre… às vezes de maneiras surpreendentes.

Um ano depois do avião em que o marido viajava desaparecer no oceano Pacífico, Abby Gamble ainda tenta superar a dor da perda. O relacionamento entre ela e Ben era incondicional, profundo, e se fortaleceu ainda mais ao terem de lidar com uma tragédia anos atrás. Abby sabia que Ben iria querer que ela seguisse em frente. Seu primeiro passo foi entrar de cabeça no trabalho, dedicando-se a sua empresa de cosméticos… até que ela conhece Joel, um médico cujo passado é tão repleto de cicatrizes quanto o dela.

Joel nunca se perdoou por uma decisão que tomou ainda na infância, que resultou numa fatalidade. Esse evento o fez direcionar todas as suas escolhas de futuro para se redimir do passado. Quando conhece Abby, ele decide se dar uma nova chance, mas Abby ainda resiste à ideia de deixar a história com Ben para trás.

No entanto, desde que o avião caiu, Ben busca uma maneira de voltar para Abby. De alguma forma, ele precisa reencontrar a esposa novamente.


Eu me surpreendo com a facilidade com que o Charlie Donlea consegue criar uma trama que sempre prende a atenção e nos força a continuar lendo e lendo por horas a fio. O autor preenche as suas histórias com um enredo repleto de suspense, teorias sem fim, além de personagens fortes e carismáticos ao ponto de nos pegarmos torcendo por eles até a última página. Conhecido pela habilidade de escrever bons thrillers, o autor provou que pode navegar por outro estilo com a mesma facilidade. "Antes de Partir" é uma prova disso.

O primeiro romance do autor vem carregado de emoções diferentes que tornam a história especial. Para começar, a dor da perda, o sentimento que todos nós enfrentaremos em algum momento da vida. Seja a dor do luto ou a dor de reconhecer que amar também significa dar ao outro a oportunidade de ser feliz. Esse é o foco principal da história. O autor trouxe de forma intensa o retrato do que é perder alguém que amamos e ter que entender que a vida precisa seguir em frente, no tempo de cada um.




E é em meio a dor do luto que conheceremos Abby Gamble. Ela acaba de perder o marido – Ben Gamble – em um acidente de avião, o homem que amou nos últimos 15 anos. Abby é uma mulher forte que criou o próprio negócio enquanto estava na faculdade e conseguiu construiu uma marca reconhecida e bem-sucedida.

Uma década atrás, Abby e Ben tiveram que lidar com a perda que quase acabou com o casamento deles. Não pela falta de amor e compromisso, mas por não saberem como enfrentar e falar sobre a dor. Aos poucos, descobriram o caminho de volta. Juntos. Agora, Abby enfrenta outra perda e precisa seguir em frente sem a pessoa que foi o seu alicerce por muito tempo, e essa será a tarefa mais difícil que ela terá de superar na vida.

Abby sabe que Ben iria querer que ela não ficasse sozinha, que estivesse com a família e que não se fechasse para o amor outra vez. O amor deles era incondicional e para sempre, assim como a ligação que construíram desde a primeira vez que se viram. Com o apoio da irmã e melhor amiga – Maggie –, Abby vai conquistando pequenas vitórias. Quando ela conhece o médico Joel Keaton, na academia, um turbilhão de sentimentos a consomem, como se ela estivesse esquecendo e apagando Ben da sua vida.

Ao mesmo tempo, conheceremos mais sobre a vida de Joel. O médico é conhecido no trabalho e pela família como uma pessoa dedicada apenas ao trabalho, sem tempo para vida pessoal. Com o decorrer da narrativa entendemos o que tornou Joel uma pessoa que se isola do mundo e que nega a si a chance de ter uma vida diferente. Ainda jovem, Joel precisou lidar com uma terrível perda e com a culpa por não ter feito tudo o que podia. Através da história de Joel, somos levados a entender que viver olhando constante para o passado e nos responsabilizando por todos os “e se…” que acompanham as consequências dos nossos atos, nos impede de dar o primeiro passo para seguirmos em frente.

Também somos apresentados ao ponto de vista de Ben e a escolha que ele terá de fazer pela felicidade da sua esposa. É através dele que somos surpreendidos com o decorrer da história. Particularmente, eu torci demais por ele. Os capítulos dele são repletos de mensagens que me emocionaram, triste e cheia de esperança. A reviravolta na história dele me pegou desprevenida. De verdade, foi só no finalzinho do livro que eu comecei a entender o que estava acontecendo. Quando comecei a assimilar o desenrolar da história, bateu uma tristeza tão grande.

Como um todo, não há nada que eu posso criticar nesse livro. Esse livro acabou se tornando o meu favorito do autor. A experiência dele com thrillers deu um toque especial para essa história. Entendo que são estilos diferentes, mas a bagagem do autor em saber como criar um bom mistério e esconder detalhes que solucionam a história, foi o que fez a diferença para que eu me surpreendesse com cada reviravolta que surgiu durante a leitura. Charlie Donlea com toda certeza pode escrever o que ele quiser que será sempre um sucesso incontestável. Acabei o livro com uma sensação de ter tirado um peso dos ombros, principalmente após ler a nota do autor no finalzinho. Confesso que sou do grupo que não lê os agradecimentos e mensagens do autor no final e eu nem sei explicar o motivo. Mas desta vez, eu li e foi um choque, me tocou profundamente por ser algo do qual eu entendo. Então, lembre-se disso quando for ler Antes de Partir, não pule a nota do autor no fim. A mensagem ali é importante e nos faz pensar em muitas coisas.

Acho que isso é tudo o que consigo falar sobre esse livro. Ainda quero falar mais sobre ele, então você verá alguns posts por aí.






Resenha | Procure nas Cinzas, de Charlie Donlea



Enfim chegou o dia de falar sobre essa história e antes de você começar a ler, há duas coisas que eu preciso te dizer:

  1. Prepare o seu coração e ligue para (11) 5199-9055. Você poderá escutar o que Victoria Ford, a  mulher que abre essa história, tem a dizer. Não se preocupe, não há nenhum spoiler nessa mensagem, apenas irá prepará-lo para o que está por vir.

  2. Este livro não é recomendado para menores de 16 anos.


Cameron Young, um famoso escritor, foi encontrado pendurado pelo pescoço na varanda do próprio quarto. Uma corda o mantinha exposto, completamente nu, para aqueles que tinham coragem de olhar. A cena era a de um crime brutal, amostras de sangue e urina, que não pertenciam a vítima, foram encontradas no quarto em que o crime ocorreu. Todas as provas levaram a mesma pessoa: Victoria Ford, amante do escritor. 

Walt Jenkins, o detetive encarregado da investigação, havia sido criteriosamente escolhido para o caso, o primeiro da sua carreira como detetive no Departamento de Homicídios. Em pouco tempo na cena do crime, Walt havia encontrado provas que formariam a base para a condenação de Victoria. O detetive só não poderia imaginar que a única suspeita seria mais uma das três mil vítimas do atentado ao World Trader Center, no 11 de setembro.




Vinte anos depois, Avery Mason estava no auge da sua carreira inesperada como âncora do American Events, o programa de televisão mais popular do horário nobre. Todos falavam sobre ela e como havia superado todas as expectativas ao assumir o programa. Aos 32 anos, depois de ver sua vida ruir, ela estava no topo novamente. Agora, com o final da temporada, Avery queria mais e o seu agente se encarregaria disso. Enquanto ele batalhava pelo reconhecimento da emissora, Avery vai a Nova Iorque desenterrar o passado.

Seguindo o seu faro jornalístico, Avery vai em busca de uma história que tem potencial para instigar a curiosidade de seus telespectadores: uma nova tecnologia de reconhecimento de DNA havia identificado os restos mortais de uma das vítimas do atentado ao World Trade Center. Em busca de informações para uma possível matéria, Avery encontra com Emma Kind, a irmã da mulher que teve o DNA identificado. Ao ouvir o que Emma tinha a dizer sobre sua irmã, Avery descobre que, mais do que uma vítima do 11 de setembro, ela tinha em mãos a história de uma mulher que antes de morrer era acusada de assassinato.

Os restos de Victoria Ford foram encontrados duas décadas depois de sua morte e Emma tinha certeza que ela era inocente. Ao contar a Avery toda história, Emma mostra uma gravação que ainda mantém registrada na secretária eletrônica. No dia do atentado, Victoria ligou para irmã. Ao entender o que poderia acontecer, Victoria pede para que a irmã acredite em sua inocência e não desista de provar para todos que ela não é um monstro.

Tocada pela mensagem e pela certeza que Emma demonstrou ao contar a história, Avery concorda em ajudá-la a investigar o caso de assassinato ao qual Victoria estava envolvida.


— Acredito piamente no destino — Emma disse. — Tudo acontece por uma razão. Acredito que o destino trouxe você até minha porta. Victoria me pediu para limpar seu nome. Ela não queria ser lembrada como uma assassina. Ao longos anos, não tive muito sucesso em refutar qualquer parte do processo contra Victoria. O sangue, a urina ou qualquer outra prova. Mas também não tive muita ajuda. Quem sabe isso não esteja prestes a mudar?


Agora, Avery precisará de todas as informações que puder conseguir. Sua busca acaba levando a Walt Jenkins, o detetive responsável pela investigação, que, após ser feriado em uma operação enquanto trabalhava para o FBI, entrou em uma aposentaria forçada. Para Avery, estar tão próxima do FBI, mesmo que através de um homem aposentado, era um risco muito grande. O FBI tinha um grande interesse no seu passado e ela não poderia deixar que desenterrassem alguns segredos. Avery não era o tipo de mulher que desiste facilmente e ela já havia se comprometido com Emma. Ela iria investigar e contar a história de VIctoria. Em meio a isso, daria um jeito em seu próprio passado.




Antes de qualquer coisa, preciso dizer que ESTE É O MELHOR LIVRO DO CHALIE DONLEA! A cada nova história, o autor vai melhorando a sua habilidade em enganar o leitor. Em "Procure nas Cinzas", Charlie Donlea atingiu o ápice e fui miseravelmente enganada por uma rede de mentiras, suspeitos e reviravoltas.

Além de dividir a história entre o ponto de vista da Avery e do detetive Walt nos dias atuais, Donlea também dividiu os capítulos entre o que acontece no passado. O passado dos três personagem de destaque na história: Victoria, Avery e Walt. Com capítulos curtos, o autor cria uma história rápida e que cativa a atenção do leitor. É impossível para de ler conforme o mistério por trás de cada personagem vai ganhando forma.

"Procure nas Cinzas" traz uma história que remete a segredos. Alguns mais sombrios que outros, mas estão aí para nos lembrar que todos carregamos algo que não queremos que outras pessoas vejam. Um assassinato, vinte anos antes, ainda é capaz de afetar a vida de muitas pessoas. Mentiras foram contadas e talvez tenha chegado o momento de serem escancaradas.




Avery é uma mulher forte, decidida e com um passado conturbado. Algumas coisas precisam ficar enterradas e se a sua história fosse descoberta colocaria tudo o que conquistou a perder. Ela tinha alcançado o topo da sua carreira sem se apoiar em nada. Agora precisava garantir que tudo continuasse desta forma.

A história de Avery vem para lembrar que negar quem somos é um caminho, muitas vezes, sem volta. O peso da atitude de pessoas próximas pode afetar o julgamento que os outros podem criar sobre nós. Mas isso deveria importar? Avery terá que lutar contra o medo de ser julgada e perder tudo por ser quem é.

Walt é um cara me aproximou da realidade. Eu consigo, facilmente, imaginar alguém como ele. É um homem que cometeu erros e sente que precisa conviver com a culpa para compensar o peso das suas escolhas. É um personagem pelo qual eu torci muito para que conquistasse um "final feliz".

Já Victoria é uma mulher que sonha em ser escritora, se envolveu com o marido da amiga, acabou envolvida em um assassinato e encontrou o fim em meio a uma grande tragédia. Tudo o que saberemos sobre ela, são pequenos momentos que serão revividos.




Os três personagens são bem construídos e com uma história repleta de segredos. A partir do ponto de vista de cada um, iremos descobrir o que aconteceu no dia do assassinato e, antes de descobrir o verdadeiro culpado, seremos enganados muitas vezes.

Por fim, as minhas considerações finais são: leiam e compartilhem! Eu adorei a história! Charlie Donlea tem uma forma única de construir suas histórias, sempre com personagem fortes e um enredo que prende o leitor. Se você gosta de um bom suspense cheio de reviravoltas, você irá se apaixonar por esse livro.

[Resenha] Nunca saia sozinho, de Charlie Donlea


Charlie Donlea, autor dos sucessos “A Garota do Lago” e “Não Confie Em Ninguém” está de volta com um thriller assustador e cheio de reviravoltas, dando continuidade ao livro ”Uma Mulher na Escuridão”, publicado no ano passado também pela Faro Editorial.

Estamos no verão de 2019, na Escola Preparatória Westmont, um internato conceituado na pequena cidade de Peppermill, Indiana. Uma escola de elite que não tinha uma única mancha em seu histórico. Os alunos eram tratados com rigor e preparados para enfrentar a vida. Mas algo estava prestes a acontecer. Um jogo sombrio acabou com dois alunos assassinados e um professor acusado. A cena do crime parecia um verdadeiro massacre. O corpo de Andrew Gross foi encontrado em meio a uma poça do seu próprio sangue dentro da antiga casa de hóspedes, que era utilizada pelos professores da escola. Enquanto o segundo corpo, de Tanner Landing, foi encontrado empalado no portão que dá acesso a casa de hóspedes. Uma imagem que jamais seria esquecida.

A casa estava abandonada há muito tempo. A escola tinha construído novas casas para abrigar os professores e o antigo casarão ficou esquecido. Com o tempo, os alunos, secretamente, passaram a ir até o local. Logo passou a ser o ponto de encontro para o jogo que poucos conheciam. “O Homem no Espelho” era apenas para os escolhidos e deveria ser mantido em segredo. Os alunos eram escolhidos com base em diversos desafios. Na noite de 21 de julho de 2019, aconteceria o último desafio. Seis alunos do terceiro ano iriam até a casa de hóspedes para uma noite decisiva.


Um ano depois, o caso da Escola Preparatória Westmont voltava à tona. Para polícia, o assassino já tinha sido encontrado, mas havia pontas soltas demais para confiar no resultado das investigações. Algo estava errado. A história atraiu alguns jornalistas, como Ryder Hillier e Mark Carter. Ryder estava no caso desde a noite dos assassinatos. Ela vinha investigando por conta própria e postando as informações no seu blog e canal no Youtube. E foi graças as suas matérias que outros jornalistas passaram a se interessar novamente pelo caso. Um deles é Mark Carter, que agora estava no comando do podcast “A casa dos suicídios”. Nele, Mark trazia um relato da tragédia que ocorreu na Escola Preparatória Westmont durante o verão de 2019, o resultado das investigações e as mortes que aconteceram em seguida. Depois dos assassinatos, os alunos que sobreviveram ao massacre voltaram à casa de hóspedes para se matar.

Com o mistério na mídia novamente, Lane Phillips, um dos melhores psicólogo forense e analista de perfis criminais, é contratado para participar do podcast de Mark Carter. Para Lane seria um caso excelente, mas ele sabia que mais alguém se interessaria pelos assassinatos: Rory Moore. Eles estavam juntos há anos e Rory tinha um enorme talento para reconstituir casos arquivados. Mais do que algo que ela sabia fazer, era quem ela é. Rory precisava dos casos para controlar a mente. Diagnosticada com espectro autista, comportamento antissocial, fobia social e agorafobia, era na reconstituição dos casos que ela colocava sua mente em ordem.

Uma vez em Peppermill, Lane e Rory vão atrás de mais rastros do assassino. Mas eles não estão sozinhos, poderão contar com a ajuda do detetive Ott e Ryder Hillier, que estão mais do que interessados em chegar ao fim dessa história. Eles logo irão descobrir que há mais segredos envolvidos nessa história do que poderiam imaginar.


Eu preciso que vocês saibam que eu me surpreendi demais com essa história. “Nunca saia sozinho” é um livro envolvente. Os capítulos vão se alternando entre os personagens e entre o que aconteceu no verão de 2019 e os resultados desse crime em 2020. Os capítulos são curtos e sempre terminam com algo que chame a nossa atenção para o capitulo seguinte. Não muito distante disso, os personagens também nos conquistam de cara. Lane e Rory já são velhos conhecidos para quem leu “Uma mulher na escuridão” (inclusive, você precisa ler este livro antes, se não quiser tomar nenhum spoiler no caminho). Os dois formam uma dupla perfeita. Além disso, o autor usa muito bem o fato de Rory ter espectro autista, de forma bem simples e direta ele nos faz enxergar mais do que um diagnóstico.

O mistério sobre o assassino, apesar de algumas vezes ter ficado em segundo plano, foi o que me instigou a não parar a leitura. Não que a leitura não estivesse boa, pelo contrário, mas os suspeitos que foram aparecendo e as teorias que fui criando para tentar encontrar o assassino me deixaram bastante curiosa para terminar logo.

Fiquei um pouco triste por não ter visto tanto da Rory e do Lane nessa história. Os dois são importantes para a conclusão do caso, mas há tantos pontos sendo abordados nessa história, que eles muitas vezes acabaram ficando um pouco de lado.

Já o final foi, no mínimo, chocante. Eu estava absolutamente certa de que sabia quem era o assassino e acabei tomando um balde de água fria nos últimos capítulos. Em nenhum momento desconfiei do verdadeiro culpado. Foi uma reviravolta muito bem criada para surpreender o leitor. E posso dizer que deu muito certo.


O que posso dizer para concluir?
Nunca saia sozinho” é mais uma prova do talento que Charlie Donlea em escrever boas histórias. Seus livros trazem personagens com histórias incríveis e bem construídas, além de uma boa dose de suspense. É impossível não acabar apaixonado por cada livro e desejar que o próximo chegue logo.

Por fim, deixo com você a escolha de ler e ser surpreendido com um bom livro ou sofrer com a curiosidade para saber o desfecho desse mistério.

[Resenha] Uma mulher na escuridão, de Charlie Donlea


O autor dos sucessos “A Garota do Lago” e “Não Confie Em Ninguém” está de volta com “Uma Mulher na Escuridão”, um thriller assustador, cheio de reviravoltas e capaz de prender a atenção do leitor a cada capítulo.

O ano é 1979 e cinco mulheres estão desaparecidas. Apesar das exaustivas tentativas da polícia de Chicago, nenhuma pista foi encontrada e o Ladrão, como foi apelidado, continuava livre. Para Angela Mitchell era difícil ignorar o mistério por trás das mulheres desaparecidas, ainda mais para uma mulher obsessivo-compulsiva. Angela sofreu por anos tentando encontrar um equilíbrio para sua doença. Quando os seus pais cansaram de tentar curá-la, Angela foi enviada para um hospital psiquiátrico, do qual só conseguiu sair quando atingiu a maioridade. Desde então, ela vem tentando controlar os seus surtos, mas algo naquelas vítimas conquistou a sua atenção. Quando isso acontecia, ela sabia que não conseguiria descansar sem que encontrasse a resposta certa. Era mais um surto se apossando dela e Angela precisaria a todo custo esconder os sintomas do seu marido, ou seria obrigada a voltar às consultas psiquiátricas.

Com a mente obcecada em descobrir a verdade, Angela não teve escolha a não ser ir atrás do mistério sobre os desaparecimentos. Qualquer informação que aparecesse nos jornais sobre o Ladrão, Angela recortava e guardava em sua pasta, que permanecia escondida do marido e da sua única amiga. Com uma longa visita a biblioteca, Angela conseguiu encontrar informações sobre assassinatos que aconteceram anos antes, o que a fez descobrir um padrão que ninguém tinha notado. Angela descobriu que o Ladrão vinha colecionando vítimas há uma década. A sua mente logo começou a trabalhar e juntar as informações, como um quebra-cabeça a história passou a encaixar na sua mente. Agora ela sabia quem era o assassino. E ele estava mais perto do que jamais poderia imaginar.


Já em 2019, Rory não consegue mais se manter afastada do trabalho. Os casos de homicídios sem conclusão estão aumentando. Há seis meses ela vem rejeitando as ligações e as investidas do seu chefe. Nem mesmo o sucesso do seu trabalho e o reconhecimento irá ajuda-la. Seu trabalho é fazer a reconstituição dos assassinatos que a polícia de Chicago não consegue resolver. Por isso, Rory tira longas pausas do trabalho. Se envolver emocionalmente com cada caso há um preço alto, principalmente para alguém com transtorno obsessivo-compulsivo.

O que Rory não esperava é que no momento em que decidiu aceitar um novo caso, ela receberia a notícia que o pai havia falecido. Uma semana depois, é sua obrigação preparar tudo para o encerramento do escritório de advocacia do pai. Começando por listar os casos que ainda estariam em andamento. Tudo caminhava bem até se deparar com um único caso em que um homem acusado de assassinato estaria prestes a ser solto. Aparentemente, seu pai vinha trabalhando neste caso há quarenta anos e enfim teria conseguido a aprovação da justiça para colocar o seu cliente em liberdade. Sem o consentimento do juiz, Rory terá que assumir o caso para que não houvesse mais atrasos.


A princípio, a vontade de Rory era acabar com o caso o mais rápido possível, o trabalho de advogados não era para ela. Ela odiava ter que aparecer em frente a um juiz e defender um cliente. Rory preferia um trabalho em que não houvesse contato com outras pessoas. Mas ao descobrir a história por traz do assassino fez com que a curiosidade dominasse a sua mente. O homem que seu pai defendia foi acusado de matar várias mulheres na década de 70. Mesmo sem um corpo e com provas circunstanciais, ele foi condenado a mais de cinquenta anos de prisão. O homem, que foi apelidado de Ladrão, só foi descoberto pela polícia através da denúncia de uma mulher, Angela Mitchell, que durante o processo de julgamento foi assassinada. O Ladrão ficou preso por mais de quarenta anos acusado de matar a única que sabia sobre os seus supostos crimes. Mas agora a justiça achava que seria um bom momento para coloca-lo em liberdade.

Quanto mais Rory pesquisava sobre a história de Angela Mitchell mais ela se sente envolvida pelo caso. Angela era autista e em 1979 não havia muitas informações sobre o assunto. Por isso Angela foi tratada como esquizofrênica viciada em remédios controlados. Assim como Rory, Angela não suportava contato físico ou visual. Também não mantinha contato com outras pessoas. Além de ter o transtorno obsessivo-compulsivo. Rory sentiu a ligação entre elas aumentando. Era assim que ela trabalhava nas suas reconstituições. Sua mente não seria capaz de descansar até que ela descobrisse o que aconteceu com Angela Mitchell.


Em “Uma Mulher na EscuridãoCharlie Donlea conquista o leitor com a história por trás do serial killer. Os motivos que o levaram aos assassinatos, a personalidade do Ladrão e descobrir o que foi feito com os corpos é praticamente esquecido nessa história. Mesmo com a descrição da forma como o Ladrão matava suas vítimas, o foco é na mulher que o denunciou e em Rory. Portanto, o livro alterna a narrativa entre o que aconteceu em 1979 e 2019, quando o caso ainda não foi solucionado.

Angela tinha medo de contar sua descoberta à polícia por achar que elas a julgariam pelo seu transtorno. Dificilmente acreditariam nela. O que é um ponto importante e que foi destacado durante toda a história. As duas protagonistas sofrem com o transtorno obsessivo-compulsivo e graças às características desse transtorno é o que tornam as personagens inteligentes e capazes de identificar o que ninguém mais consegue. Angela conseguiu identificar o modus operandi do Ladrão apenas com pesquisas nos documentos da biblioteca disponíveis ao público. As ligações com informações que ela conseguiu armazenar na sua mente foram suficientes para identificar o verdadeiro assassino, quando a polícia não tinha sequer uma única informação que levasse ao culpado.

Enquanto isso, Rory carrega as mesmas características. A sua capacidade de concentração e a quantidade de informações que o seu cérebro armazena, sem que ela perceba, torna o seu trabalho como investigadora forense mais fácil. A sua obsessão pelos casos em que se envolve também é importante para conseguir resolver os mistérios por trás de cada assassinato.

O único ponto que me incomodou no livro foi o final, que acredito tenha sido rápido demais para todo o mistério que o envolvia. Fora isso, o livro inteiro é repleto de dicas, pistas, sugestões sobre o que de fato aconteceu com Angela Mitchell e o motivo do pai de Rory estar envolvido com o Ladrão.

Eu me surpreendi demais com a narrativa e me vi desesperada para terminar cada capítulo e enfim descobrir o que aconteceria em seguida. A edição da Faro Editorial está incrível, como sempre. Mais um livro maravilhoso do Charlie Donlea para lista.

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