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[Resenha] Uma mulher na escuridão, de Charlie Donlea


O autor dos sucessos “A Garota do Lago” e “Não Confie Em Ninguém” está de volta com “Uma Mulher na Escuridão”, um thriller assustador, cheio de reviravoltas e capaz de prender a atenção do leitor a cada capítulo.

O ano é 1979 e cinco mulheres estão desaparecidas. Apesar das exaustivas tentativas da polícia de Chicago, nenhuma pista foi encontrada e o Ladrão, como foi apelidado, continuava livre. Para Angela Mitchell era difícil ignorar o mistério por trás das mulheres desaparecidas, ainda mais para uma mulher obsessivo-compulsiva. Angela sofreu por anos tentando encontrar um equilíbrio para sua doença. Quando os seus pais cansaram de tentar curá-la, Angela foi enviada para um hospital psiquiátrico, do qual só conseguiu sair quando atingiu a maioridade. Desde então, ela vem tentando controlar os seus surtos, mas algo naquelas vítimas conquistou a sua atenção. Quando isso acontecia, ela sabia que não conseguiria descansar sem que encontrasse a resposta certa. Era mais um surto se apossando dela e Angela precisaria a todo custo esconder os sintomas do seu marido, ou seria obrigada a voltar às consultas psiquiátricas.

Com a mente obcecada em descobrir a verdade, Angela não teve escolha a não ser ir atrás do mistério sobre os desaparecimentos. Qualquer informação que aparecesse nos jornais sobre o Ladrão, Angela recortava e guardava em sua pasta, que permanecia escondida do marido e da sua única amiga. Com uma longa visita a biblioteca, Angela conseguiu encontrar informações sobre assassinatos que aconteceram anos antes, o que a fez descobrir um padrão que ninguém tinha notado. Angela descobriu que o Ladrão vinha colecionando vítimas há uma década. A sua mente logo começou a trabalhar e juntar as informações, como um quebra-cabeça a história passou a encaixar na sua mente. Agora ela sabia quem era o assassino. E ele estava mais perto do que jamais poderia imaginar.


Já em 2019, Rory não consegue mais se manter afastada do trabalho. Os casos de homicídios sem conclusão estão aumentando. Há seis meses ela vem rejeitando as ligações e as investidas do seu chefe. Nem mesmo o sucesso do seu trabalho e o reconhecimento irá ajuda-la. Seu trabalho é fazer a reconstituição dos assassinatos que a polícia de Chicago não consegue resolver. Por isso, Rory tira longas pausas do trabalho. Se envolver emocionalmente com cada caso há um preço alto, principalmente para alguém com transtorno obsessivo-compulsivo.

O que Rory não esperava é que no momento em que decidiu aceitar um novo caso, ela receberia a notícia que o pai havia falecido. Uma semana depois, é sua obrigação preparar tudo para o encerramento do escritório de advocacia do pai. Começando por listar os casos que ainda estariam em andamento. Tudo caminhava bem até se deparar com um único caso em que um homem acusado de assassinato estaria prestes a ser solto. Aparentemente, seu pai vinha trabalhando neste caso há quarenta anos e enfim teria conseguido a aprovação da justiça para colocar o seu cliente em liberdade. Sem o consentimento do juiz, Rory terá que assumir o caso para que não houvesse mais atrasos.


A princípio, a vontade de Rory era acabar com o caso o mais rápido possível, o trabalho de advogados não era para ela. Ela odiava ter que aparecer em frente a um juiz e defender um cliente. Rory preferia um trabalho em que não houvesse contato com outras pessoas. Mas ao descobrir a história por traz do assassino fez com que a curiosidade dominasse a sua mente. O homem que seu pai defendia foi acusado de matar várias mulheres na década de 70. Mesmo sem um corpo e com provas circunstanciais, ele foi condenado a mais de cinquenta anos de prisão. O homem, que foi apelidado de Ladrão, só foi descoberto pela polícia através da denúncia de uma mulher, Angela Mitchell, que durante o processo de julgamento foi assassinada. O Ladrão ficou preso por mais de quarenta anos acusado de matar a única que sabia sobre os seus supostos crimes. Mas agora a justiça achava que seria um bom momento para coloca-lo em liberdade.

Quanto mais Rory pesquisava sobre a história de Angela Mitchell mais ela se sente envolvida pelo caso. Angela era autista e em 1979 não havia muitas informações sobre o assunto. Por isso Angela foi tratada como esquizofrênica viciada em remédios controlados. Assim como Rory, Angela não suportava contato físico ou visual. Também não mantinha contato com outras pessoas. Além de ter o transtorno obsessivo-compulsivo. Rory sentiu a ligação entre elas aumentando. Era assim que ela trabalhava nas suas reconstituições. Sua mente não seria capaz de descansar até que ela descobrisse o que aconteceu com Angela Mitchell.


Em “Uma Mulher na EscuridãoCharlie Donlea conquista o leitor com a história por trás do serial killer. Os motivos que o levaram aos assassinatos, a personalidade do Ladrão e descobrir o que foi feito com os corpos é praticamente esquecido nessa história. Mesmo com a descrição da forma como o Ladrão matava suas vítimas, o foco é na mulher que o denunciou e em Rory. Portanto, o livro alterna a narrativa entre o que aconteceu em 1979 e 2019, quando o caso ainda não foi solucionado.

Angela tinha medo de contar sua descoberta à polícia por achar que elas a julgariam pelo seu transtorno. Dificilmente acreditariam nela. O que é um ponto importante e que foi destacado durante toda a história. As duas protagonistas sofrem com o transtorno obsessivo-compulsivo e graças às características desse transtorno é o que tornam as personagens inteligentes e capazes de identificar o que ninguém mais consegue. Angela conseguiu identificar o modus operandi do Ladrão apenas com pesquisas nos documentos da biblioteca disponíveis ao público. As ligações com informações que ela conseguiu armazenar na sua mente foram suficientes para identificar o verdadeiro assassino, quando a polícia não tinha sequer uma única informação que levasse ao culpado.

Enquanto isso, Rory carrega as mesmas características. A sua capacidade de concentração e a quantidade de informações que o seu cérebro armazena, sem que ela perceba, torna o seu trabalho como investigadora forense mais fácil. A sua obsessão pelos casos em que se envolve também é importante para conseguir resolver os mistérios por trás de cada assassinato.

O único ponto que me incomodou no livro foi o final, que acredito tenha sido rápido demais para todo o mistério que o envolvia. Fora isso, o livro inteiro é repleto de dicas, pistas, sugestões sobre o que de fato aconteceu com Angela Mitchell e o motivo do pai de Rory estar envolvido com o Ladrão.

Eu me surpreendi demais com a narrativa e me vi desesperada para terminar cada capítulo e enfim descobrir o que aconteceria em seguida. A edição da Faro Editorial está incrível, como sempre. Mais um livro maravilhoso do Charlie Donlea para lista.

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Comentários

  1. Esta resenha fez-me lembrar vários livros de James Patterson, com serial killers e teias complicadas e fascinantes até se chegar a alguma conclusão. É bom saber que ainda existem pessoas a lerem thrillers e policiais como os que também leio de vez em quando.

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    1. Conheço poucos livros dele, mas adorei todos os que eu já li! James Patterson também é maravilhoso! *-*

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  2. Tem uma relação complicada com esse tipo de história. Acho a temática interessante, mas eu preciso assistir tramas assim a ter que ler. Parece que durante a leitura tudo se torna mais intenso e isso às vezes me deixe desconfortável e inquieta. Uma Mulher na Escuridão parece ser uma boa leitura para os fã do gênero.

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    1. OIi! :)
      Concordo com você, na leitura a história parece bem mais forte e isso as vezes mais atrapalha do que ajuda. :p

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  3. Gostei bastante da narrativa do livro embora ache que esse tipo de transtorno não da pra ser “escondido” como informa que ela tentou fazer com o marido e amiga.. enfim.. não sei se ele fala de transtornos com total veracidade ou dando uma experiência mais romantizada p/ eles. De qualquer forma gostei da historia e tô curiosa p/ saber quem é o assassino hahaha

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    1. Oii! Hoje em dia, realmente é impossível de esconder, há muito informação disponível para que passe despercebido. Mas em um tempo onde as pessoas diferentes eram apenas tratadas como loucas e anormais, onde não existia diagnóstico para transtornos como esse, era muito mais fácil tentar ocultar os sintomas.

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  4. Tenho traços de TOC e acho insuportável. Principalmente quando algumas pessoas tratam como se qualquer mania boba fosse TOC.

    No meu caso são "manias" que eu tenho de checar coisas ou repetir ações inúmeras vezes que não consigo parar de fazer por minutos. Muito irritante, mas felizmente essas manias não são tão perceptíveis porque são coisas que acontecem em situações em que geralmente estou sozinho (como escovar os dentes 30 vezes antes de dormir).

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    1. Eii! Imagino como deve atrapalhar lidar com isso. Tem algumas coisas que eu também preciso fazer repetidas vezes até conseguir tirar da minha cabeça, mas não é algo que me atrapalhe tanto.

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  5. Estou louca pra ler esse livro, já li os outros do autor e amei.

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  6. Gostei da capa e esse livro tem tudo para ser um sucesso, estou ansiosa para poder ler ele, já o coloquei na minha lista de desejados.
    Achei legal que ela vai ir atras desse misterio. É uma pena que o final é muito rapido, mas mesmo assim gostaria de ler para tirar minha proprias conclusões

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    1. Tenho certeza que irá gostar da história! O livro é maravilhoso! *-*

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