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[Resenha] O assassinato no Expresso do Oriente, de Agatha Christie

O famoso detetive belga, Hercule Poirot, está a caminho de Londres após receber um telegrama convocando-o de volta, com urgência. Em busca de passagens, o detetive encontra dificuldade em embarcar no Expresso do Oriente que está com todos os lugares ocupados. O diretor do expresso e amigo, aparece para garantir um lugar para ele.

Poirot, que tivera seu descanso interrompido ao ser chamado a Londres, terá que resolver um novo mistério antes do seu regresso. Durante o percurso, a meia-noite, o trem é obrigado a parar por causa da nevasca que encobria os trilhos. Naquela mesma noite, um assassinato é cometido e todos os passageiros são considerados suspeitos. Um crime surpreendente. Não há como o assassino ter vindo de fora do trem ou ter fugido dele. A nevasca torna a ideia impossível. O que significa que o detetive terá que descobrir qual dos passageiros é o culpado.

Para resolver esse mistério, Poirot terá que mergulhar na história de todos. A vítima, Ratchett, era um homem que não inspirava confiança. Com a aparência misteriosa, do tipo de pessoa que deve se manter distância. Pouco antes de morrer, ele havia procurando por Hercule Poirot oferecendo uma boa quantia para que ele o mantivesse em segurança. Ratchett acreditava que estava correndo perigo, afinal ele vinha recebendo cartas anônimas com ameaças. Poirot, que não gostou do homem, recusou a oferta.

Agora que o medo de Ratchett se tornou realidade, cabe a Hercule Poirot estudar a cena do crime, ouvir os passageiros e funcionários da companhia de trem antes que o culpado resolva agir novamente.




Na minha terceira experiência com a escrita de Agatha Christie, me surpreendi bastante com os métodos do detetive. Em alguns momentos, acreditava seguir a pista correta quando, no capítulo seguinte, vi toda a minha teoria ir pelo buraco. Apesar do volume de informações constante, senti que a leitura fluía muito bem e acabei terminando rapidamente.

As histórias de Hercule Poirot chamaram a minha atenção depois de assistir no cinema “A noite das bruxas” no ano passado. Ele demonstra uma facilidade em analisar os detalhes e as ações das pessoas a sua volta. Fiquei curiosa para conhecer as histórias e foi o dia em que comprei este livro. Desde então, não tive a oportunidade de ler, mas aproveitei o descanso da virada do ano para concluir a leitura.

Gosto muito de histórias do tipo “sala fechada”, porque demonstram a habilidade do autor em construir um mistério que convença o leitor sem deixar buracos na história. Apesar do “Assassino no Expresso do Oriente” ir além do que este tipo de história remete, ainda assim é um crime que acontece em um trem, um espaço limitado, sem possibilidade de interferência externa. Neste livro, a autora construiu uma narrativa em que todos os pontos estavam bem amarrados. Nenhuma pista ficou sem a devida explicação e todos os personagens foram essenciais para o encerramento do mistério.



Estou feliz em ter iniciado o ano com uma leitura incrível! Depois de tanto tempo sem conseguir me concentrar nas leituras, foi o que precisava para me dar ânimo. Espero ler mais histórias da Agatha Christie ao longo deste ano e espero me surpreender com elas, assim como me surpreendi com este livro.

Logo mais espero contar para vocês o que achei da adaptação desse livro. Após terminar a leitura, fui atrás do filme lançado em 2017 e que está disponível no Star+. Confesso que tem detalhes que não me convenceram, mas isso é história para outra postagem. Depois conversamos mais sobre o assunto, rs.

Até breve!



[Resenha] Esposa Perfeita, de Karin Slaughter



Esposa Perfeita
Karin Slaughter
Editora Harper Collins
Onde comprar: Amazon

Sinopse: Com a descoberta de um corpo de um ex-policial em um canteiro de obras, o detetive Will Trent é chamado para resolver um caso muito perigoso. Ao analisar o cadáver, Sara Linton – nova investigadora forense e amante de Will – nota que parte do sangue do presente na cena do crime é de outra pessoa. Há uma outra vítima: uma mulher, que desapareceu... E que vai morrer se não for encontrada logo. Para piorar, o terreno pertence a um atleta rico, poderosos, com amigos no Congresso e um dos advogados mais inescrupulosos que existem. Um homem que já escapou de acusações de estupro, apesar dos esforços de Will para colocá-lo na cadeia. Mas o pior ainda está por vir. Evidências conectam o passado turbulento de Will com o crime... E as consequências vão despedaçar sua vida, colocando Will em conflito com todos ao seu redor, incluindo seus colegas de trabalho, sua família, seus amigos e, acima de tudo, o suspeito que ele tanta procura: sua ex-mulher.

Esposa Perfeita é o oitavo livro da série sobre o detetive Will Trend, escrita por Karin Slaughter. Apesar de fazer parte de uma série, o livro pode ser lido separadamente sem atrapalhar a sua leitura.

O livro começa com um prólogo capaz de surpreender o mais exigente dos leitores. Nele a autora traz a cena de uma mãe abraçando a filha pela primeira vez e, ao mesmo tempo, pela última vez. As duas estão gravemente feridas e não há tempo para começar uma relação que foi rejeitada mais de vinte anos atrás, o possível assassino da filha está se aproximando.

Depois dessa introdução, o mistério enfim começa. O corpo de um ex-policial foi encontrado em um prédio abandonado e a cena do crime não pode ser descrita como algo menos que assombrosa. A sala está completamente revirada e ensanguentada, a possível arma do crime é a maçaneta que ainda está próxima do corpo. Não há como o estrago ter sido causado apenas pelo ferimento do ex-policial, Dale Harding. O primeiro exame da policia forense indica que o sangue na sala pertence a uma terceira vítima ou até mesmo do assassino. Uma mulher.

Nada nesse caso parece fazer sentido, algumas peças não se encaixam e a pressão para descobrir o que aconteceu é enorme, afinal, ter sido um péssimo policial não significa nada quando encontram o seu corpo em uma cena como essa. Logo a Agência de Investigação é chamada e, para surpresa do detetive Will Trend, o prédio onde o corpo foi encontrado pertencer famoso jogador de basquete Marcus Rippy. Coincidência ou não, Rippy foi o protagonista do último caso investigado por Will. Acusado de estupro, o jogador conseguiu sair impune com ajuda dos seus advogados.


Para Will, o fato dos casos terem alguma ligação só não seria pior que o terror de encontrar os objetos da sua esposa na cena do crime. A relação entre Will e Angie nunca foi fácil e há muito tempo ele havia desistido de entendê-la. Angie sumia por semana, meses sem dar notícia e sempre voltava quando precisava de dinheiro. Por quase um ano Will procurou a esposa para que ela assinasse os papeis do divórcio, foi quando o seu relacionamento com Sara começou. Ele estava feliz até o momento em que encontrou as coisas de Angie naquela sala. Sara era a legista responsável pelo caso e ela havia acabado de afirmar que restavam poucas horas de vida para o suposto assassino. Ele precisava correr. Se Angie estivesse precisando de ajuda, Will era o único capaz de encontra-la.

A trama se desenrola muito bem até aqui. Os capítulos são longos, mas não são cansativos. A autora traz uma boa descrição do trabalho realizado pela policia forense na cena do crime. O que acaba sendo um prato cheio para os fãs de séries como CSI. E acredite, até aqui não estamos sequer perto da página cem do livro.



Em seguida as equipes são divididas, enquanto a chefe de Will tenta mantê-lo afastado do caso. Afinal, como ela explicaria o fato de Will encontrar o corpo da esposa que ele estava tentando encontrar para assinar o divórcio e conseguir ficar com sua nova namorada, que por sinal era a legista responsável pelo caso? E ela como poderia segurar um cara que acha que pode proteger todos a sua volta?

Alguns pontos da história giram em torno do relacionamento mais que complicado de Will e Angie. Ao mesmo tempo em que o caso de estupro investigado por Will pode ter alguma relação com a nova investigação. Will precisa seguir os passos de Angie para conseguir alguma pista do que aconteceu naquele prédio abandonado. Se Angie era a única capaz de explicar o que houve, ele precisava encontra-la com vida e o tempo estava passando rápido.

Preciso dizer que eu acabei o livro em uma relação de amor e ódio pelo protagonista. Will é o cara fechado e que não deixa claro o que sente por Angie. Isso causa problemas no relacionamento com a Sara, é claro. Muita coisa pode ser explicada quando descobrimos o passado dele. Will e Angie cresceram em orfanatos e entre um lar adotivo e outro sofreram muito! Will carrega as marcas da violência no corpo, enquanto Angie precisou lidar com abusos sexuais e psicológicos. Duas pessoas que apesar de demonstrarem dureza, precisam lidar com as dores do passado. E apesar de o romance ficar em segundo plano é através dele que boa parte do mistério é desvendada.


Esposa Perfeita traz relacionamentos abusivos, violência contra mulher, abuso sexual e psicológico dentro e fora do meio familiar, além do descaso com crianças que vivem em lares adotivos. O livro inteiro é uma crítica explicita a sociedade e a pessoas que se sentem livres de agir como bem entendem sem arcar com as consequências dos seus atos. A autora mostra, de maneira dura, quem realmente sofre com o descaso da sociedade.

Já disse aqui no blog antes de concluir a leitura, mas Karin Slaughter conseguiu criar um thriller maravilhoso, que flui muito bem e que instiga o leitor a cada página!

Até a página 100: Esposa Perfeita, de Karin Slaughter


Primeiro preciso dizer que nunca teria descoberto esse livro se não fosse o Clube do Livro Crime Scene! Esse foi o primeiro livro escolhido para começar o clube e juto que nunca tinha lido nada da autora, ainda mais porque esse livro faz parte de uma série. 'Esposa Perfeita' é o oitavo livro da série sobre o detetive Will Trend, mas pode ser lido separadamente sem atrapalhar a sua leitura.

Posso dizer que só as primeiras páginas (e não estou falando das 100 primeiras, não foram necessárias tantas) já me conquistaram. O primeiro capítulo já vem com uma bomba atrás da outra, quando você pensa que está acompanhando a história vem um fato novo que muda completamente o que você estava imaginando. Se você, assim como eu, não conhecia a autora, se prepare para conhecer um thriller digno de entrar para as melhores descobertas do ano!


O livro começa com um prólogo de prender a respiração. Nele a autora traz a cena de uma mãe abraçando a filha pela primeira vez, enquanto as duas estão gravemente feridas. Mas não há tempo para começar uma relação que foi rejeitada mais de vinte anos atrás, o possível assassino da filha está se aproximando.

Com isso, a autora salta para o primeiro capítulo do livro e o leitor já começa a história totalmente preso ao que vai acontecer. Confesso que foi o prólogo que ganhou o meu coração logo de cara e me fez ler uma página atrás da outra.

A história gira em torno do assassinato de um ex-policial. Depois de uma denúncia anonima o corpo de Dale Harding foi encontrado em uma boate abandonada de um famoso jogador de basquete, Marcus Rippy. Coincidência ou não, Rippy foi o protagonista do último caso investigado por Will Trend. Acusado de estupro, o jogador conseguiu sair impune com ajuda dos seus advogados.


A descrição da sala onde o corpo foi encontrado logo chama a atenção do leitor. A sala está tomada por sangue, sendo que a ferida que causou a morte do ex-policial jamais seria capaz de tanto estrago. O que indica, após a avaliação da médica legista, que o possível assassino também está (gravemente) ferido.

Acredite até aqui não estamos sequer próximo das primeiras cem páginas. Até lá a autora vai trazendo descrições sobre como o crime foi cometido, o trabalho da equipe de investigação, enquanto vai soltando spoilers sobre o passado do protagonista. Apesar de trazer tantas informações em capítulos longos a leitura não fica cansativa. Pelo contrário, conforme você vai lendo a sua curiosidade é instigada o tempo todo! Todos os personagens são bem construídos e até a página cem quase todos são relevantes para a história.

Karin Slaughter conseguiu criar um thriller maravilhoso e que flui muito bem! Enquanto escrevo esse post já passei da metade do livro e posso dizer que ele só melhora. Logo logo sai a resenha dele aqui no blog. :)