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Mostrando postagens com o rótulo Página 100

Até a página 100: De Sangue e Ossos


Já faz algum tempo que li o primeiro volume da trilogia distópica As Crônicas da Escolhida, da Nora Roberts. O primeiro livro (“Ano Um”) foi publicado em 2019 pela editora Arqueiro, enquanto o seu segundo volume (“De Sangue e Ossos”) foi publicado em 2020.

Comprei a minha edição na última Bienal de São Paulo e desde então o livro estava aqui na estante, apenas esperando para tirar a poeira.

Se você ainda não conhece essa trilogia, ela retrata o mundo após a Catástrofe. Uma doença que dizimou os seres humanos e levou ao colapso de da estrutura mundial. Como se a Catástrofe tivesse aberto uma porta, a magia floresceu e ganhou força. Muitos enlouqueceram, outros sucumbiram à escuridão e muitos tiveram que se esconder. Mas ainda restavam aqueles que aceitaram o dom e seguiram a luz. Aqueles que conseguiram fugir, ainda lutam pela sobrevivência contra fanáticos religiosos que pregam a extinção de pessoas com poderes mágicos, e qualquer pessoa que não concorde com o ideal pregado por eles.

O primeiro volume (ler resenha no blog) descreve o início da guerra, como civilizações foram exterminadas em poucos dias e a luta daqueles que buscam um lugar seguro. Em meio a guerra, um casal pode trazer uma nova esperança ao mundo. A mulher está grávida da Escolhida, a criança que nascerá com a missão de trazer a luz de volta ao mundo. Mas para que isso aconteça, o casal precisa sobreviver a caçada daqueles que não querem que a criança nasça.


* ALERTA DE SPOILER *, a partir daqui o post trará detalhes do segundo livro e conterá spoilers do primeiro volume.


Depois de perder o marido e conseguir fugir para proteger a filha, Lana dá a luz a uma garotinha com a ajuda de um fazendeiro e a acolheu e protegeu. A história introduz a infância da Fallon Swift. Desde cedo ela tem manifestações singelas do poder que terá no futuro. Ciente do fardo que carrega, a menina cresceu sendo preparada para enfrentar o seu destino, se ela escolhesse seguir este caminho.
A partir deste ponto, somos levados a jornada de Fallon junto com o feiticeiro Mallick que irá ensiná-la tudo o que é necessário para cumprir o seu destino.

Os primeiros capítulos são mais lentos. Claro, a autora precisa correr o tempo até o momento em que A Escolhida começará o seu treinamento, e ao mesmo tempo apresentar a personagem que já chega na história com quase 13 anos. É preciso contextualizar primeiro, então o começo acaba sendo mais devagar. Mas não é preciso esperar muito, porque a história começa a ganhar forma e correr de forma mais fluída a partir do capítulo 5.

Já passei algumas páginas desde que alcancei a de número 100 e já comecei a me apegar mais a Fallon e ao Mallick. Os dois são extremamente diferentes no temperamento, mas leais as escolhas que fizeram. Gosto do Mallick, que muitas vezes age como um pai para Fallon ainda que inconscientemente. Enquanto Fallon traz muita segurança e inteligência para uma criança de 13 anos.

Desde o primeiro livro, gostei bastante do cenário que a Nora Roberts criou para essa história. Você facilmente consegue imergir naquela realidade e enxergar o que é descrito. Gosto muito de distopias, mas acho que é necessário que o autor saiba conduzir a história de forma que o leitor consiga acreditar nela. Alguns autores acabando perdendo a mão e a história perde o rumo. Já os livros da Nora Roberts me parecem que sempre estão bem estruturados para não deixar pontas soltas.

Ainda espero ler alguns conflitos nessa história. Até o momento, Fallon está crescendo em idade e conhecimento, mas tenho a impressão de que logo essa calmaria vai acabar e a ação vai começar de uma vez por todas.

São 138 páginas lidas em 432, tem muito chão pela frente.

Até a página 100: Esposa Perfeita, de Karin Slaughter


Primeiro preciso dizer que nunca teria descoberto esse livro se não fosse o Clube do Livro Crime Scene! Esse foi o primeiro livro escolhido para começar o clube e juto que nunca tinha lido nada da autora, ainda mais porque esse livro faz parte de uma série. 'Esposa Perfeita' é o oitavo livro da série sobre o detetive Will Trend, mas pode ser lido separadamente sem atrapalhar a sua leitura.

Posso dizer que só as primeiras páginas (e não estou falando das 100 primeiras, não foram necessárias tantas) já me conquistaram. O primeiro capítulo já vem com uma bomba atrás da outra, quando você pensa que está acompanhando a história vem um fato novo que muda completamente o que você estava imaginando. Se você, assim como eu, não conhecia a autora, se prepare para conhecer um thriller digno de entrar para as melhores descobertas do ano!


O livro começa com um prólogo de prender a respiração. Nele a autora traz a cena de uma mãe abraçando a filha pela primeira vez, enquanto as duas estão gravemente feridas. Mas não há tempo para começar uma relação que foi rejeitada mais de vinte anos atrás, o possível assassino da filha está se aproximando.

Com isso, a autora salta para o primeiro capítulo do livro e o leitor já começa a história totalmente preso ao que vai acontecer. Confesso que foi o prólogo que ganhou o meu coração logo de cara e me fez ler uma página atrás da outra.

A história gira em torno do assassinato de um ex-policial. Depois de uma denúncia anonima o corpo de Dale Harding foi encontrado em uma boate abandonada de um famoso jogador de basquete, Marcus Rippy. Coincidência ou não, Rippy foi o protagonista do último caso investigado por Will Trend. Acusado de estupro, o jogador conseguiu sair impune com ajuda dos seus advogados.


A descrição da sala onde o corpo foi encontrado logo chama a atenção do leitor. A sala está tomada por sangue, sendo que a ferida que causou a morte do ex-policial jamais seria capaz de tanto estrago. O que indica, após a avaliação da médica legista, que o possível assassino também está (gravemente) ferido.

Acredite até aqui não estamos sequer próximo das primeiras cem páginas. Até lá a autora vai trazendo descrições sobre como o crime foi cometido, o trabalho da equipe de investigação, enquanto vai soltando spoilers sobre o passado do protagonista. Apesar de trazer tantas informações em capítulos longos a leitura não fica cansativa. Pelo contrário, conforme você vai lendo a sua curiosidade é instigada o tempo todo! Todos os personagens são bem construídos e até a página cem quase todos são relevantes para a história.

Karin Slaughter conseguiu criar um thriller maravilhoso e que flui muito bem! Enquanto escrevo esse post já passei da metade do livro e posso dizer que ele só melhora. Logo logo sai a resenha dele aqui no blog. :)

Até a página 100: Justiça a Qualquer Preço


Nas primeiras cem páginas de ‘Justiça a qualquer preço’, você vai conhecer Mark, Todd, Zola e Gordy. Quatro amigos que se conheceram no curso de direito da faculdade Foggy Bottom. Assim como todos os alunos do curso, eles foram iludidos pela ideia de conquistar empregos com salários altíssimos assim que conseguissem o registro para advogar. Com uma ajudinha do governo, os estudantes poderiam optar por financiamentos deixando o pagamento para depois da conclusão do curso. E esse foi o erro deles.

Mark está na casa da mãe para o Natal e mal vê a hora de voltar para sua casa. Sua mãe tenta convencê-lo a ajudar o irmão que foi preso com drogas. Mas saber que enquanto sua mãe trabalha duro para manter a casa enquanto o irmão passa o dia dormindo no sofá, com a tornozeleira, é demais para ele. Foi por isso que Mark voltou cedo para o seu apartamento. A divida da faculdade, que estava cada vez maior, e uma proposta de emprego em um escritório pequeno sem previsão para contratação ou um salário previsto, já eram problemas demais para Mark lidar.

Todd também tinha os seus problemas. Assim como os amigos, ele estava cada vez mais endividado por causa do financiamento e ainda tinha metido a família nessa encrenca. Há tempos ele já queria ter abandonado o curso, mas a ideia parecia absurda para a sua família e essa não era uma briga que ele queria enfrentar. Enquanto isso, trabalhava como barman e mantinha a ideia de abrir o próprio bar algum dia.


Zola desde cedo aprendeu a viver longe de problemas. A família tinha entrado ilegalmente nos Estados Unidos há mais de vinte anos, depois de fugirem do Senegal. Apesar de ter nascido no país e ter a documentação em dia, Zola teme pela família. Seus pais e irmãos trabalharam duro desde que chegaram ao país sem nada, assim como muitos imigrantes. Um de seus irmãos já tinha conquistado uma nova vida depois de casar com uma americana e assim garantir que não teria problemas. Mas o resto da sua família vivia com medo. Ainda mais agora que haviam recebido uma intimação sobre a entrada ilegal no país. Foi esse o motivo de Zola ter aceitado o financiamento e ter conseguido uma divida imensa. Os empregos que ela arranjava jamais seriam suficientes para pagar a divida.

Gordy também caiu na enrascada e agora também precisava lidar com um casamento que ele não queria e as mentiras que tinha inventado para a noiva sobre o seu maravilhoso emprego. Brenda era sua namorada do colégio e a família esperava ansiosa pela união dos dois. Enquanto isso, Gordy mantinha um relacionamento escondido com Zola, a mulher que ele realmente amava. Como se não fosse pouco, Gordy sofre com as crises de bipolaridade. Depois da última crise, ele resolveu que não precisava mais dos remédios que o médico havia receitado e estava cada vez mais envolvido em uma investigação própria para desmascarar a máfia dos financiamentos estudantis.

Quando Zola descobre os motivos dos sumiços de Gordy e que ele não esá mais tomando os remédios, ela resolve pedir ajuda para Mark e Todd. Os dois ainda não sabiam sobre a doença do amigo nem mesmo sobre as medicações. Quando chegam ao apartamento dele, mal conseguem acreditar no que estão vendo. O lugar parece ter sido atingido por um furacão e a aparência do amigo não é das melhores. Ele está magro, irritado, bêbado e parece não tomar banho há dias. A raiva só aumenta com a presença deles e por Zola ter contado sobre os remédios, mas parece satisfeito por ter alguém para ouvir sobre as suas descobertas. Não falta muito para que ele descubra toda a falcatrua que está por trás da Foggy Bottom e dos financiamentos.



Até aqui a história se desenrola bem, mas um pouco devagar. É depois das primeiras cem páginas que você começa a perceber um pouco mais de suspense e agitação na história. Até lá não fica muito claro para o leitor onde a narrativa está te levando. Há destaque para a doença de Gordy e as consequências de não receber e aceitar ajuda médica, ao mesmo tempo em que há destaque para as investigações de Gordy, como se houvesse algo grande para ser descoberto e as próximas páginas fosse levar a isso.

No geral, as primeiras cem páginas trazem uma história morna e que não instiga tanto a curiosidade do leitor, e traz personagens bem construídos. Tenho boas expectativas para o resto do livro! :)

Até a página 100: A Grande Solidão, de Kristin Hannah


Leonora Allbright (Leni) tem 13 anos e está em constante mudança. Desde que o pai – Ernt –voltou da guerra no Vietnã ela tem que lidar com as mudanças bruscas de humor e sua vontade de encontrar um novo lugar que faça com que ele esqueça os fantasmas que o persegue. Ernt foi sequestrado durante a guerra e, por muito tempo, Leni e a mãe – Cora – acreditaram que ele estivesse morto. Mas o homem que voltou do Vietnã não era mais o mesmo. Agora elas viviam com medo, mesmo as pequenas coisas poderiam tirá-lo do sério e elas não seriam capazes de controla-lo. Por isso as mudanças constantes. Cora todos os dias lembra a filha que elas o amam muito e precisam entender que ele está sofrendo, mesmo nos piores momentos, elas precisam perdoá-lo. Um dia Ernt voltaria ser o homem antes da guerra e elas voltariam a ser uma família feliz.

O que elas não esperavam é que ganhariam uma casa, de um dos homens que estiveram com Ernt no Vietnã. Um companheiro de guerra deixou a sua propriedade no Alasca para os Allbright. Mesmo pedindo para continuar onde estavam Leni é obrigada a preparar as malas mais uma vez. Ela sabia que a felicidade do pai não duraria para sempre, desta vez não seria diferente. O que seria dela e da mãe se algo desse errado em um lugar tão afastado do mundo quando o Alasca?

Mesmo o livro que o pai havia lhe entregado antes da viagem não a teria preparado para o que viu quando chegaram.

“Aquilo não era uma cidade. Um posto avançado, talvez. O tipo de lugar que uma caravana rumo ao oeste poderia ter encontrado cem anos antes, o tipo de lugar que ninguém permanecia. Será que havia alguém da sua idade ali?”


A vista da cidade não era nada comparada com a casa que haviam herdado. Apesar do tamanho do terreno, que permitiria que eles pudessem criar pequenos animais, caçar e plantar hortaliças, a casa não era mais do que uma cabana. Quando entraram era possível ver a camada de poeira no ar e o estado deplorável dos móveis. Eles precisariam de mais do que uma boa faxina para conseguir deixar a casa habitável.

Mas existe algo mais do que o frio na cidade. Apesar de pequena e de difícil acesso durante o inverno, os morados tratam de ajudar uns aos outros. Ninguém sobrevive ao Alasca sem ajuda e logo os Allbright recebem os vizinhos para começarem os preparativos para o inverno.

“Uma mulher tem que ser dura como o aço por aqui, Cora. Não pode contar com ninguém para salvar você e seus filhos. Vocês precisam estar dispostas a salvar a si mesmas. E têm que aprender rápido. No Alasca só se pode cometer um erro. Um. O segundo vai matar você.”



Mesmo até a página 100, muita coisa acontece na história. É difícil imaginar, porque vejo livros menores que arrastam a narrativa para durarem mais, mas neste livro, por mais que a autora já tenha entregado tantas informações para o leitor, é apenas o suficiente para que ele enfrente o que ainda está por vir.

“Vocês estão na natureza selvagem. Isto aqui não é nenhuma fábula ou contos de fadas. É real. É duro. O inverno vai chegar em breve e, podem acreditar, não é como nenhum inverno que vocês já tenham experimentado. Ele destrói os mais fracos, e rápido. Vocês precisam saber sobreviver. Precisam aprender a atirar e a matar para se alimentarem e se manterem em segurança. Aqui, vocês não estão no topo da cadeia alimentar.”

A descrição da autora sobre o Alasca é o que me surpreendeu na história até aqui. Os personagens falam tanto sobre o inverno que está chegando que a curiosidade do leitor vai aumentando conforme a história vai se desenrolando. Algo muito ruim deve acontecer para que seja tão aguardado e todos passem o restante do ano pensando nele e em como irão sobreviver.





***
Logo, logo a resenha estará aqui no blog!

Até a página 100: Vox, de Christina Dalcher



Vox
Christina Dalcher
Editora Arqueiro
Onde comprar: Amazon

Sinopse: O governo decreta que as mulheres só podem falar 100 palavras por dia. A Dra. Jean McClellan está em negação. Ela não acredita que isso esteja acontecendo de verdade.

Esse é só o começo...

Em pouco tempo, as mulheres também são impedidas de trabalhar e os professores não ensinam mais as meninas a ler e escrever. Antes, cada pessoa falava em média 16 mil palavras por dia, mas agora as mulheres só têm 100 palavras para se fazer ouvir.

...mas não é o fim.

Lutando por si mesma, sua filha e todas as mulheres silenciadas, Jean vai reivindicar sua voz.

Jean lembra bem dos seus dias no laboratório. Ela jamais seria capaz de imaginar que chegaria o dia em que as mulheres perderiam os seus direitos e seriam forçadas a dizer apenas 100 palavras por dia. O acessório no seu braço era a prova de que seus dias como neurolinguista estavam acabados.

Tudo começou quando os Estados Unidos passou a ser controlado por um grupo fundamentalista cristão. Desde então as mulheres foram proibidas de trabalhar e tinham a única obrigação de zelar pelo lar e mantê-lo em ordem. O bracelete no seu braço também é uma lembrança de que Jean já não tem voz. Se a contagem do bracelete ultrapassar o total de palavras diárias, quem o estiver usando, leva um choque forte o suficiente para que provoque medo.

Essa era sua nova realidade. Com quatro filhos e um marido dentro de casa, Jean acompanhava as mudanças no comportamento de cada um. Seu filho mais velho cada vez mais sendo influenciado pelas crenças ensinadas na escola e sua filha mais nova sendo controlada pelo mesmo contador que Jean também utiliza. Jean ainda lembra quando Jackie, sua amiga da faculdade, dizia que o mundo que elas conheciam iria mudar. Como poucas pessoas, Jackie sabia o que estava por vir. Ela lutou contra e tentou convencer Jean do que estava prestes a acontecer e a entrar para a luta, mas parecia loucura demais para ser verdade. Mas ela percebeu tarde demais, agora ela já não tinha como lutar pelo que havia perdido.


Quando vê o carro do seu marido chegando mais cedo em casa seguido por três carros pretos, Jean não precisa de mais nada para entender que alguma coisa está errada. Mas nada a teria preparado para ouvir um dos membros do alto escalão do novo governo pedir que faça parte da equipe de cientista do governo. O reverendo Carl conta a Jean que o irmão do Presidente sofreu um acidente grave e não consegue falar. Antes do novo governo, Jean seguia com uma pesquisa para descobrir a cura para esse tipo de lesão cerebral, o que a tornou uma das principais especialistas no assunto. O reverendo sabe disso ou ele não estaria naquela sala.

Minha culpa começou duas décadas atrás, a primeira vez que deixei de votar, as várias vezes em que eu disse a Jackie que estava ocupada demais para ir às marchas ou para fazer cartazes ou paa ligar para um congressista.

Até a página 100: O Jardim Esquecido, de Kate Morton


"O Jardim Esquecido" foi um dos lançamentos de setembro pela Editora Arqueiro. O livro foi publicado pela primeira vez no Brasil pela Editora Rocco em 2009, com o título "O Jardim Secreto de Eliza".


O Jardim Esquecido
Kate Morton
Editora Arqueiro
Onde comprar: Amazon

Sinopse: Uma criança abandonada, um antigo livro mágico, um jardim secreto, uma família aristocrática, um amor negado. Em mais uma obra-prima, Kate Morton cria uma história fantástica que nos conduz por um labirinto de memórias e encantamento, como um verdadeiro conto de fadas.

Dez anos após um trágico acidente, Cassandra sofre um novo baque com a morte de sua querida avó, Nell. Triste e solitária, ela tem a sensação de que perdeu tudo o que considerava importante. Mas o inesperado testamento deixado pela avó provoca outra reviravolta, desafiando tudo o que pensava que sabia sobre si mesma e sua família.

Ao herdar uma misteriosa casa na Inglaterra, um chalé no penhasco rodeado por um jardim abandonado, Cassandra percebe que Nell guardava uma série de segredos e fica intrigada sobre o passado da avó.

Enchendo-se de coragem, ela decide viajar à Inglaterra em busca de respostas. Suas únicas pistas são uma maleta antiga e um livro de contos de fadas escrito por Eliza Makepeace, autora vitoriana que desapareceu no início do século XX. Mal sabe Cassandra que, nesse processo, vai descobrir uma nova vida para ela própria.


A história começa no ano de 1913, em Londres, quando uma garotinha de quatro anos estava escondida entre os toneis de um navio esperando pela Autora. A dama já tinha explicado a brincadeira, deveria ser um segredo entre elas. A garotinha precisava ficar escondida e não poderia dizer o seu nome para ninguém. O tempo estava passando, mas a Autora prometeu que voltaria para busca-la. Quando o seu esconderijo é encontrado por outra criança, a curiosidade fala mais alto, afinal ela tem apenas quatro anos e é só uma brincadeira, a Autora não ficaria brava com ela.

Em seguida, o leitor é trazido para o ano de 1930, em Brisbane na Austrália. Nell está comemorando o seu aniversário de 21 anos junto com a família que tanto amava e o seu noivo. Ela jamais poderia imaginar que após essa noite a sua vida perderia o rumo. Um segredo de família viria a tona e ela iria descobrir que a sua vida perfeita foi uma mentira.


Agora em 2005, Cassandra está no hospital com a avó. Já faz dias que está ali, com Nell cada vez mais fraca e menos lucida. A dor ao ver a avó partindo aos poucos é imensa. Cassandra lembra muito bem do dia em que a mãe a abandonou na casa de Nell, a avó que ela só tinha visto poucas vezes. Nell sempre foi um mistério para ela, assim como o livro de contos de fadas que tinha encontrado na casa da avó no dia em que foi abandonada pela mãe. O livro estava dentro de uma pequena mala branca debaixo da cama e Cassandra foi atraída por ele, mesmo sabendo que não deveria mexer.


Os primeiros capítulos vão apresentando ao leitor pequenos pedaços da história de Nell intercalados com o presente (que neste livro acontece em 2005). No presente, é a vez de Cassandra descobrir os segredos que a sua avó escondia. Após a morte de Nell, Cassandra descobriu ter herdado um chalé na Cornualha, uma casa que ela jamais soube da existência. Também nunca ouvi nem comentar que em algum momento da vida tinha saído da Austrália, como ela poderia ter comprado uma casa na Inglaterra sem contar nada para a neta? Agora ela precisava descobrir a relação entre a casa e o livro de contos de fadas da sua avó. Tudo o que ela tem para guia-la é o diário da avó que foi corroído pelo tempo.

O livro tem praticamente 500 páginas, mas a história acontece com tanta naturalidade e é tão bem desenvolvida que conquista o leitor logo no início. Mesmo os capítulos intercalando o tempo e o personagem em destaque, é fácil compreender a história e acompanhar as descobertas.


Conheci a autora com o livro "A Casa do Lago", publicado no ano passado pela Editora Arqueiro, e me surpreendi com a capacidade que ela tem para construir os mistérios por trás dos personagens sem deixar que o leitor perca o foco ou algum detalhe da história.

As primeiras 100 páginas já ganharam o meu coração e tenho certeza que os próximos capítulos serão tão surpreendentes quanto o que eu já li até aqui.

Até a página 100 - Razão e Sensibilidade


Comecei a ler na quarta-feira passada antes do feriado, mas três dias em casa tiraram toda a minha coragem de pegar em um livro. Agora estamos de volta!


Razão e Sensibilidade
Jane Austen
Editora Pé de Letra
Onde comprar: Site da Editora (R$15,00)
O primeiro post da tag "Até a página 100", vem com um livro da Jane Austen que está na minha lista desde que li Orgulho e Preconceito no ano passado. Razão e Sensibilidade é o primeiro livro publicado da autora (1811) sob o pseudônimo de "By a Lady", mesmo assim foi um sucesso e logo esgotou a primeira edição.

Sobre a história
Em "Razão e Sensibilidade" você irá conhecer as irmãs Dashwood: Elinor e Marianne. Duas jovens de personalidades completamente diferentes. Elinor é mais centrada, discreta e racional. Marianne age pela emoção, ela não esconde o que sente e não controla as suas opiniões, não há meio termo para ela.

Elinor e Marianne são filhas do segundo casamento de Mr. Dashwood e de seu primeiro casamento há John Dashwood, o único filho homem e que herdará tudo. Há ainda Margaret, também fruto do segundo casamento, mas que tem pouco espaço na história (pelo menos neste começo). O livro começa quando Mr. Dashwood morre e John aparece para se despedir do pai. No leito de morte, ele promete que cuidará das irmãs e garantirá que elas tenham um futuro livre de preocupações financeiras. O que ele não esperava é que a esposa de John Dashwood fosse egoísta o suficiente para impedir que o marido abra mão de qualquer quantia para ajudar suas meias irmãs.

Ao perderem o direito de viver na propriedade em Norland, são obrigadas a aceitar a proposta de um primo da Sra. Dashwood e mudarem para um chalé em Barton. Uma casa bem menor e inferior ao lugar onde moravam, mas para surpresa de todos, elas se adaptam razoavelmente bem ao lugar.

Elinor deixa em Norland alguém com que se afeiçoou, mas capaz de agir com tamanha indiferença que não é possível ter certeza de seus sentimentos. Enquanto isso Marianne conhece em Barton alguém que ganhou o seu coração em pouco tempo e com pouco esforço.

Era evidente que ele estava infeliz; ela desejava que fosse igualmente evidente que ele a distinguia com a mesma afeição que ela uma vez tinha certeza de inspirar; mas, até aquele momento, a continuação de sua preferência parecia bastante incerta, e seu comportamento reservado em relação a ela contradiziam, em um momento, o que um olhar mais animado havia demonstrado anteriormente.


O que estou achando?
Estou a um passo de matar Marianne. Ela é uma garota impulsiva, não mede as consequências de suas atitudes e acredita que tudo deve ser vivido intensamente. É teimosa ao ponto de desmerecer qualquer opinião que seja diferente da dela. Principalmente a da Elinor, por considerar que a irmã é sempre indiferente a tudo.

Elinor é mais calma e aceita tudo o que acontece a sua volta. Mas não é besta, ela sabe analisar a situação a sua volta sem deixar que as fantasias de sua mãe e irmã interfiram na sua opinião. Ela instiga a curiosidade do leitor e mostra que não é tão indiferente ao que acontece a sua volta, apenas não demonstra seus sentimentos de forma tão aberta como a irmã.

Até a página 100 a leitura está leve, rápida e tranquila. Nada de grandes acontecimentos, mas nada que desmereça a história.

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