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[Resenha] Orgulho e Preconceito, de Jane Austen

Sinopse: Considerado um dos mais importantes romances de todos os tempos, Orgulho e Preconceito acompanha a turbulenta relação entre Elizabeth Bennet e Fitzwilliam Darcy, a qual, nascendo de uma antipatia mútua, acaba resultando em uma inesperada história de amor. Com sarcasmo mordaz e inteligência profunda, por entre peripécias, desencontros e tramas paralelas quase tão interessantes quanto a trama principal, a obra retrata o amor como produto do desenvolvimento do caráter desses personagens complexos que, para tornarem-se aptos a amar e serem amados, precisam antes vencer o orgulho e o preconceito de que padecem.


Trata-se de uma obra que abarca, inverte e transcende todos os clichês. Longe de brotar de uma sensação prazerosa imediata e da certeza de ter encontrado “a alma gêmea”, o amor entre os protagonistas é resultado de um lento crescimento moral provocado por uma aversão recíproca; antes de proceder de um esforço para conquistar o outro, o carinho advém da admiração moral entre duas pessoas. O amor do outro é um prêmio pela vitória sobre si mesmo.

Sob a forma de uma história divertida e perspicaz, o romance faz uma das reflexões mais profundas da história sobre a natureza do amor. O leitor farto da superficialidade com que se fala do tema no nosso tempo descobrirá que este livro é de uma atualidade urgente. Pois como todo clássico, Orgulho e Preconceito não é do nosso tempo, mas de todos os tempos.
Esta é uma edição especial, em duas cores, e inclui tipografias especiais e litografias.


Orgulho e Preconceito” é um livro que não precisa de apresentações. Você pode não ter lido, pode não conhecer as demais obras da autora, igualmente bem construídas, mas com toda certeza, em algum momento da vida, você já se deparou com o romance, que ouso dizer, é mais famoso da história.

Em 2023, completa 210 anos de sua primeira publicação e a Faro Editorial nos presenteou com uma edição de aquecer o coração! O livro é repleto de detalhes que somente a Faro sabe fazer. Não é por ser parceira deles há tanto tempo que digo isso, mas sempre vejo as edições da Faro feitas com muito carinho. Ainda aquelas que não aparentam terem tantos detalhes como essa edição de “Orgulho e Preconceito”, todas são feitas para proporcionar ao leitor uma experiência incrível.

Nessa edição, a diagramação está impecável. A introdução muito bem-feita e a capa, uma obra de arte a parte. Uma edição para colecionar!

Mas vamos a minha opinião sobre a história.




Esse livro traz críticas a sociedade do século XVIII, apresentando mulheres fortes e a frente de seu tempo. É impossível não comparar a nossa protagonista com suas irmãs.


“Nenhuma delas tem muito o que se lhes recomende – respondeu Mr. Bennet -; são tolas e ignorantes como as outras moças. Mas Lizzy é realmente um pouco mais viva do que as irmãs.”


Elizabeth Bennet – ou apenas Lizzy – é o tipo de mulher que não se espera ver na época em que a história acontece. Ela expressa suas opiniões de forma decida e sem medo do julgamento. Também não pensa no casamento com a mesma importância que suas irmãs e como a sociedade espera. Seu objetivo é apenas aceitar tal compromisso se estiver perdidamente apaixonada por seu pretendente. O que por si só, já é uma contradição para época. O objetivo de uma mulher, naquela época, deveria ser o de encontrar um bom casamento e não o amor. Já Lizzy não tem medo de rejeitar um pedido de casamento indesejado em prol de suas convicções. E são essas mesmas opiniões e convicções que encobrem seu orgulho, o que a torna inflexível em vários momentos. E desta forma acabamos enxergando a protagonista como alguém que sempre acredita que está certa.

Na mesma proporção, encontramos o Mr. Darcy com o seu preconceito. Ele tem opiniões fortes e é visto como um homem grosseiro, amargo e intransigente. Com o desenrolar da história a autora foi aprofundando mais em sua personalidade e podemos enxergar mais do que a aparência de ser alguém desagradável. Apesar de a história ser toda a partir do ponto de vista da Lizzy, podemos ler nas entrelinhas muito sobre suas opiniões e sentimentos.


“Tenho sido egoísta por toda a vida, na prática, embora não por princípio. Quando menino, ensinaram-me o que era certo, mas não a corrigir o meu temperamento. Deram-me bons princípios, mas deixaram que os seguisse no orgulho e na presunção. Sendo infelizmente o único filho varão (durante muito tempo o único filho), fui mimado pelos pais, que, embora fossem bons (meu pai em especial era a benevolência e a gentileza em pessoa), permitiram, encorajaram, quase me ensinaram a ser egoísta e altivo; a não me preocupar com ninguém além do círculo familiar; a pensar mal de todo o resto da humanidade; a pelo menos querer pensar mal da inteligência e do valor dos outros, quando comparados com os meus. Assim fui eu, dos oito aos vinte e oito anos; e assim continuaria a ser, se não fosse você, minha mais do que querida, mais do que amada Elizabeth! O que não devo a você! Você me deu uma lição, dura, é verdade, no começo, mas muito útil.” (Mr. Darcy)




Tanto a Lizzy como o Mr. Darcy foram amadurecendo com o passar da história. Ambos passaram a reconhecer seus defeitos e agir de forma a corrigir ações que magoaram pessoas queridas. Ao mesmo tempo não perdem a essência de quem eles realmente são.

O que mais me toca nesse livro é o fato de como tudo é tão próximo da nossa realidade. O amor entre Elizabeth e Darcy foi crescendo aos poucos e amadurecendo. As coisas não acontecem do dia para noite, como a maioria dos clichês de hoje em dia. Não estou dizendo que histórias de amores rápidos são ruins, mas algumas desenrolam de tal forma que não conseguimos nos conectar a elas. É como se o romance tivesse apenas sido jogado ali para preencher as páginas e não há nenhum sinal de ligação real entre os personagens. Com “Orgulho e Preconceito” podemos imaginar que aconteceu com alguém próximo, é fácil enxergar acontecendo de verdade. Acredito que seja por esse motivo que até hoje essa história continua recebendo diversas adaptações para os cinemas, novelas, streamings e mesmo outros livros.

Não há muito o que posso dizer sem enaltecer o belo trabalho da autora nesse livro. Amo demais as histórias escritas pela Jane Austen, mas “Orgulho e Preconceito” tem um espaço especial no meu coração. Esse é um dos meus romances favoritos da vida e o único que livro que já reli. Não costumo voltar em histórias que já conheço, apenas por uma preferência minha. Mas com esse livro, sempre que posso ou quando bate a saudade, eu releio ou então assisto a adaptações da história. A minha favorita, é um filme de 2005 com a Kiera Knightley e Matthew Macfadyen. Na minha opinião, é a melhor que já fizeram! Então fica como recomendação para vocês, inclusive ela está disponível na Netflix.

É isso! Hoje foi mais uma bate-papo do que uma resenha. Espero que tenham gostado e aproveitem para me contar nos comentários se já leram e o que acharam da história. ♥



[Resenha] Persuasão, de Jane Austen


A história começa apresentando a situação financeira da família Elliot. Uma família conhecida por suas posses e um título, agora estava endividada. Para tentar contornar as dívidas, a família decide mudar para Bath e alugar a propriedade em Kellynch. A casa acaba sendo alugada para os Croft e somente Anne Elliot pareceu perceber a ironia da situação. A Sra. Croft é irmã do capitão Frederick Wentworth, um jovem que há oito anos havia pedido Anne em casamento. Na época, Anne estava completamente apaixonada e havia aceitado o pedido, mas sua família, junto com Lady Russell, havia convencido Anne de que um casamento como esse não poderia ser bom para sua posição social.

Enquanto sua família partia para Bath para escolher sua nova casa, Anne tinha sido convidada por sua irmã caçula – Mary– para lhe fazer companhia por algumas semanas em Uppercross. Anne não esperava estar em Kellynch Hall quando os Croft chegassem para ocupar a propriedade de sua família. Ela temia que capitão Wentworth pudesse aparecer e não sabia o que esperar desse reencontro. Hospedada com a irmã e com seu constante contato com a família Musgrove, ela nunca imaginou que poderia ter que conviver com o seu passado. capitão Wentworth era convidado da família e estava sempre presente. O reencontro que ela tanto temia fez ressurgir o peso de suas decisões passadas e veio comprovar que ela ainda amava o capitão Wentworth. E pela forma distante e fria como ele a havia tratado, estava claro que ele ainda se ressentia por ela ter rompido com o compromisso há oito anos, ele não havia perdoado sua decisão e não poderia culpá-lo.

Agora, Anne precisaria lidar com seus sentimentos e pensamentos sozinha, enquanto teria que vê-lo constantemente, até que pudesse partir para Bath.


Anne é uma jovem bonita, inteligente, melancólica e bondosa. Está sempre disposta a por suas necessidades de lado para ser útil a quem estiver precisando de sua ajuda. Sempre negligenciada e esquecida. Mas capaz de conquistar o carinho de todos a sua volta com sua personalidade altruísta e seus modos educados. Diferente de suas duas irmãs, ela não se importa com posições sociais e títulos. Enquanto suas irmãs tendem a ser invejosas e esnobes, Anne demonstra simplicidade e contenta-se com o que recebe.

O capitão Frederick Wentworth é um homem carismático, leal, bondoso e orgulhoso. Ainda carrega o peso de ter sido rejeitado por Anne e trata de demonstrar certo desprezo quando a reencontra. Mas o seu amor por ela acaba se revelando em pequenos gestos, com o tempo que passam juntos.

Mesmo oito anos depois, é possível enxergar que há algo que precisa ser resolvido entre eles. A tensão entre os dois pode ser percebida conforme a história vai se desenrolando. Mas Anne não é capaz de ceder aos sentimentos que ela renegou no passado, enquanto o capitão Wentworth é orgulhoso demais para esquecer uma rejeição.



Anne Elliot e o capitão Wentworth de cara ganham a nossa torcida. Anne é de uma jovem que tem muito a mostrar, mas não teve oportunidade para aprender a defender suas decisões. Por ter sido ignorada por sua família, ela se limitou a aceitar o que lhe era dado. Para ela, a decisão que havia tomado há oito anos, era irreparável e não havia chance de que o capitão Wentworth a perdoasse.

Enquanto isso, por parte do capitão, é possível ver que ele se esforça para mostrar a Anne que ele não se importa mais com o que aconteceu entre eles. Em alguns momentos ele demonstra um pouco de desprezo e disposição a se vingar do que ela fez, mas sem reconhecer que a aceitaria de volta se ela demonstrasse ter o mesmo sentimento do passado.

Já os outros personagens da história são, em sua maioria, detestáveis. A família de Anne parece ter o dom para absorver grandes defeitos de caráter que o ser humano pode ter. Lady Russell, por mais bondosa que pode parecer, não mede esforços para impor suas vontades (ainda que pareça ser para o bem maior).


Algumas almas caridosas vão sendo acrescentadas apenas quando o livro vai se aproximando da parte final e o leitor é recompensado por aturar tantos personagens desagradáveis.

O que posso dizer é que eu me apaixonei por mais um livro de Jane Austen. A autora tinha características marcantes e sempre acertou na forma de conduzir o leitor. Além de seus livros carregarem críticas a sociedade da época e personagens que conquistam logo nas primeiras páginas. ‘Persuasão’ é um livro que vai construindo a histórias dos personagens de maneira que faz o leitor se sentir vivendo cada parte do que está acontecendo. É uma ótima dica de leitura para quem é apaixonada por romances que se aproximam da realidade e nada fantasiosos.

[Livro versus Filme] Orgulho e Preconceito


A vaidade e o orgulho são coisas diferentes, embora as palavras sejam frequentemente usadas como sinônimos. Uma pessoa pode ser orgulhosa sem ser vaidosa. O orgulho relaciona-se mais com a opinião que temos de nós mesmos, e a vaidade, com o que desejaríamos que os outros pensassem de nós.

Publicado pela primeira vez em 1813, o clássico 'Orgulho e Preconceito' é um romance da escritora britânica Jane Austen, sendo o livro mais famoso da autora, mais de duzentos anos depois, o livro continua ganhando releituras para os livros, cinema e novelas. A história traz um romance que ultrapassou as barreiras do tempo, tornando-se tão atual que continua no topo da lista dos livros preferidos dos leitores. A narrativa da Jane torna fácil a aproximação do leitor com a história, além de trazer uma forte crítica a sociedade do século XIX com sacadas sutis e divertidas.

A versão para os cinemas mais conhecida e que se aproxima da história do livro é a de 2005: 'Price And Prejudice', dirigido por Joe Wright e estrelando Keira Knightley e Matthew Macfadyen. O filme foi indicado a quatro categorias do Oscar, sendo uma delas a de Melhor Atriz para a Keira.


Na Inglaterra do final do século XVIII, as possibilidades de ascensão social eram limitadas para uma mulher sem dote. Elizabeth Bennet, de vinte anos, uma das cinco filhas de um espirituoso mas imprudente senhor, no entanto, é um novo tipo de heroína, que não precisará de estereótipos femininos para conquistar o nobre Fitzwilliam Darcy e defender suas posições com perfeita lucidez de uma filósofa liberal da província. Lizzy é uma espécie de Cinderela esclarecida, iluminista, protofeminista.

Neste livro, Jane Austen faz também uma crítica à futilidade das mulheres na voz dessa admirável heroína - recompensada, ao final, com uma felicidade que não lhe parecia possível na classe em que nasceu.

Protagonistas
Livro

No livro conhecemos Elizabeth Bennet, uma das cinco filhas de uma família inglesa sem muitas posses na cidade de Meryton, em Hertfordshire, não muito longe de Londres. Lizzie é uma mulher a frente do seu tempo. Diferente das mulheres da sua época, ela tem personalidade forte e sabe expressar a sua opinião. Com as irmãs (Jane, Mary, Kitty e Lydia), ela precisa aceitar os desmandos da mãe (Sra. Bennet) que está sempre a procura de um bom casamento (leia homem rico) para sua meninas.

Lizze é a personagem que dá voz ao livro, traz sacadas inteligentes e ironia para a história. Diferente das moças da sua época, acredita no casamento por amor e apenas pelo amor. É avessa a ideia de arranjar um marido apenas pelos ganhos materiais, como era comum no século XVIII.

Já Mr. Darcy é um homem rico, contido e orgulhoso. Tem opiniões fortes e é visto como um homem grosseiro e amargo por alguns personagens da história. É leal as pessoas que estão próximas a ele, mas acredita compreender as situações e os sentimentos alheios o suficiente para interferir quando o bem estar dos amigos e familiares está em perigo.

Filme

Tanto Keira quanto Mathhew tiveram um bom desempenho ao dar vida aos seus personagens, afinal não foi atoa que a Keira ganhou a indicação ao Oscar. Mas ainda assim, faltou algo. A espiritualidade de Lizzie e o gênio carrancudo de Mr. Darcy ficaram apenas nas páginas dos livros.

Durante toda a história, Mr. Darcy aparece apenas como um homem tímido e pouco foi mostrado sobre a lealdade e bondade do personagem. Darcy é um personagem forte nos livros, tanto quanto Lizzie. Já no filme ele ficou um pouco apagado. O que foi uma pena, porque achei a escolha do ator perfeita para interpretar o protagonista. Os dois só ganham vida no final do filme. Somente no final é possível ver o homem que ganhou o meu coração durante a leitura do livro.


Personagens secundários
Livro
Com Jane Austen os personagens secundários ganham destaque durante toda a história e se tornam importantes para o desenvolvimento da narrativa. Desde os demais integrantes da família Bennet e ao amigos do Mr. Darcy, cada um fica responsável por trazer algo novo para o livro. É a partir dos personagens secundários que o relacionamento entre Darcy e Elizabeth vai se desenrolando.

Jane e Lydia, irmãs de Elizabeth, aparecem com papel fundamental na história. Uma para acabar com as chances de uma possível aproximação entre os protagonistas e a outra para trazer a tona os sentimentos que tanto Elizabeth e Darcy não entendem.

Filme

Os personagens perdem espaço para deixar o foco totalmente nos protagonista, o que faz com que a trama perca um pouco da sua personalidade. Mesmo o momento em que causa certa "reviravolta" na história (sem spoilers) passa despercebido para quem não leu o livro.

Claro que um filme precisa cortar cena e criar um roteiro interessante, que chama atenção sem o tempo e páginas que um livro dispõe, mas acredito que poderiam ter valorizado mais os personagens. Como por exemplo, o Mr. Bingley, melhor amigo do Darcy, que acaba apaixonado por Jane (uma das irmãs Bennet) e o romance se torna um dos motivos para piorar a relação entre Darcy e Elizabeth, que já não era boa. E aqui fica um ponto negativo, Mr. Bingley no filme acaba com um homem sem atitude, com personalidade infantil, apenas como "um capacho" do Darcy. Já no livro, apesar da timidez, ele se mostra um homem totalmente oposto.


Desfecho
Livro
O final do livro se aproxima de maneira lenta, mas sem passar despercebido pelo leitor. Jane Austen não incluiu nada que pudesse decepcionar o leitor, o desfecho acontece como deveria ser e como é esperado. Mas não é por isso que ele deixa de ser menos empolgante e romântico.

Filme
A cena que mais me emocionou no final do livro foi cortada do filme. Ainda assim, acho que foi no final que os atores mais se aproximaram da personalidade e do amor que foi construído entre Darcy e Elizabeth. Afinal, Jane Austen construiu uma história longe de ser um conto de fadas. É uma história de amor real, onde os personagens erram, demoram para corrigir seus erros e mesmo assim precisam arcar com as consequências do que fizeram. Não é o clichê do amor perfeito, onde o mocinho e a mocinha se apaixonam se estranham, mas descobrem que foram feitos um para o outro. Orgulho e Preconceito é sobre duas pessoas que não tiveram afinidade desde o início, julgaram o outro por atitudes mal explicadas e se afastaram. Quando o tempo tratou de mostrar que o amor não é como eles imaginavam e que eles não são perfeitos, é que o amor verdadeiro é descoberto. Acredito que no geral o roteiro soube mostrar a história da forma certa, mas foi o final que trouxe a Jane Austen para o filme.


A minha opinião final é que o livro é com certeza uma das melhores leituras que já fiz. A autora tem uma forma maravilhosa de criar uma narrativa que transporta o leitor para dentro da história. Já o filme foi perfeito para o que se propuseram fazer com ele. O roteiro foi adaptado e editado, mas manteve a essência do romance. Por tudo o que eu já disse, acho que muitos amantes de Orgulho e Preconceito podem torcer o nariz ao assistir a adaptação, mas na minha opinião foi uma das melhores adaptações para os cinemas que já fizeram. Perde em alguns quesitos, mas no geral é um filme que valeu as indicações ao Oscar.

Até a página 100 - Razão e Sensibilidade


Comecei a ler na quarta-feira passada antes do feriado, mas três dias em casa tiraram toda a minha coragem de pegar em um livro. Agora estamos de volta!


Razão e Sensibilidade
Jane Austen
Editora Pé de Letra
Onde comprar: Site da Editora (R$15,00)
O primeiro post da tag "Até a página 100", vem com um livro da Jane Austen que está na minha lista desde que li Orgulho e Preconceito no ano passado. Razão e Sensibilidade é o primeiro livro publicado da autora (1811) sob o pseudônimo de "By a Lady", mesmo assim foi um sucesso e logo esgotou a primeira edição.

Sobre a história
Em "Razão e Sensibilidade" você irá conhecer as irmãs Dashwood: Elinor e Marianne. Duas jovens de personalidades completamente diferentes. Elinor é mais centrada, discreta e racional. Marianne age pela emoção, ela não esconde o que sente e não controla as suas opiniões, não há meio termo para ela.

Elinor e Marianne são filhas do segundo casamento de Mr. Dashwood e de seu primeiro casamento há John Dashwood, o único filho homem e que herdará tudo. Há ainda Margaret, também fruto do segundo casamento, mas que tem pouco espaço na história (pelo menos neste começo). O livro começa quando Mr. Dashwood morre e John aparece para se despedir do pai. No leito de morte, ele promete que cuidará das irmãs e garantirá que elas tenham um futuro livre de preocupações financeiras. O que ele não esperava é que a esposa de John Dashwood fosse egoísta o suficiente para impedir que o marido abra mão de qualquer quantia para ajudar suas meias irmãs.

Ao perderem o direito de viver na propriedade em Norland, são obrigadas a aceitar a proposta de um primo da Sra. Dashwood e mudarem para um chalé em Barton. Uma casa bem menor e inferior ao lugar onde moravam, mas para surpresa de todos, elas se adaptam razoavelmente bem ao lugar.

Elinor deixa em Norland alguém com que se afeiçoou, mas capaz de agir com tamanha indiferença que não é possível ter certeza de seus sentimentos. Enquanto isso Marianne conhece em Barton alguém que ganhou o seu coração em pouco tempo e com pouco esforço.

Era evidente que ele estava infeliz; ela desejava que fosse igualmente evidente que ele a distinguia com a mesma afeição que ela uma vez tinha certeza de inspirar; mas, até aquele momento, a continuação de sua preferência parecia bastante incerta, e seu comportamento reservado em relação a ela contradiziam, em um momento, o que um olhar mais animado havia demonstrado anteriormente.


O que estou achando?
Estou a um passo de matar Marianne. Ela é uma garota impulsiva, não mede as consequências de suas atitudes e acredita que tudo deve ser vivido intensamente. É teimosa ao ponto de desmerecer qualquer opinião que seja diferente da dela. Principalmente a da Elinor, por considerar que a irmã é sempre indiferente a tudo.

Elinor é mais calma e aceita tudo o que acontece a sua volta. Mas não é besta, ela sabe analisar a situação a sua volta sem deixar que as fantasias de sua mãe e irmã interfiram na sua opinião. Ela instiga a curiosidade do leitor e mostra que não é tão indiferente ao que acontece a sua volta, apenas não demonstra seus sentimentos de forma tão aberta como a irmã.

Até a página 100 a leitura está leve, rápida e tranquila. Nada de grandes acontecimentos, mas nada que desmereça a história.

Classificação até agora:

5 motivos para ler "Orgulho e Preconceito"


Entre os fãs de um bom romance, todos já sabem que Jane Austen é uma das autoras mais queridas de todos os tempos. Mesmo anos após a sua morte, suas histórias continuam sendo lembradas. Adaptações para o cinema, novelas, livros... Duzentos anos depois suas histórias ainda são lidas em todo o mundo.

Com "Orgulho e Preconceito" não foi diferente. Um de seus livros mais famosos me conquistou nos primeiros capítulos e já está entre os meus livros favoritos. A história traz um romance que ultrapassou as barreiras do tempo, tornando-se tão atual que torna fácil a aproximação do leitor com a história. Além de trazer uma forte crítica a sociedade do século XVIII. Críticas que ainda são facilmente encontradas no nosso tempos.

É verdade universalmente reconhecida que um homem solteiro em posse de boa fortuna deve estar necessitado de esposa.

Por menos conhecidos que possam ser os sentimentos ou pontos de vista de tal homem em seus primeiros contatos com um novo ambiente, essa verdade está tão enraizada nas mentes das famílias vizinhas que o recém chegado é considerado propriedade de direito das moças do lugar.

Se você ainda não leu, preparei uma lista com os motivos que farão você correr para conhecer um pouco da vida de Elizabeth Benett e do Sr. Darcy.


1. Elizabeth é uma mulher a frente do seu tempo. Diferente das mulheres da sua época, ela tem atitude e sabe expressar a sua opinião sem medo. Buscava conhecimento enquanto o papel da mulher na sociedade era apenas o de casar, ter filhos e cuidar das tarefas domésticas. Uma mulher de personalidade forte e que não se deixa ser abatida.


2. Sr. Darcy é o melhor homem de todos os romances que você irá ler na vida! Acredite, não há nem um pouco de exagero nisso. Jane Austen retrata um homem rico, que poderia facilmente ser descrito como nada menos que perfeito, mas o moço tem os seus defeitos e sem demora são apresentados na história.


3. O senso de humor dos personagens não passam despercebidos. Jane Austen usa cenas engraçadas, de forma inteligente, para criticar a sociedade e os hábitos da época. A família Bennet rende uma porção deles.

4. Os personagens são muito bem desenvolvidos e todos são relevantes para a história. O motivo de aparecerem em determinado momento é bem explicado e não deixa nenhum fio solto durante a leitura.

5. Jane Austen foi brilhante na construção da história. O orgulho do Sr. Darcy é vencido pelo amor, a maior prova que ele poderia dar. Já a Elizabeth, com a distância e uma viagem inesperada foi vencendo seus preconceitos e reconhecendo o homem que tanto desprezava. A mudança dos dois ocorre de forma lenta, gradual, sem ser imposta ao leitor. A autora dá chance para que as coisas aconteçam da forma que devem acontecer, sem que pareça uma mentira. Acredito que esse é um dos motivos para que a história seja tão famosa. Apesar dos pontos que ligam a história a um conto de fadas, Jane Austen mantém os personagens com os pés no chão e faz com que suas atitudes sejam naturais.



Se você é do tipo que prefere assistir ao filme primeiro, fica a dica de adaptação para você conferir. Esse filme saiu em 2005 e rendeu para a Keira Knightley (Elizabeth Bennet) a indicação ao Oscar como melhor atriz.

Frases de Orgulho e Preconceito

Ainda não consigo acreditar o quanto eu demorei para ler este livro. Tinha muita vontade em conhecer a história, mas acabava passando outros livros na frente e assim fui deixando de lado um dos livros que já se tornou, de longe, o meu favorito.

Sei que muitos já leram, então não farei a resenha dele. Até porque eu duvido que seja capaz de descrever o quanto esse livro é capaz de surpreender e encantar a todos. Tenho certeza que se fosse tentar ficaria um texto enorme e incompleto. Por isso, resolvi separar as frases que me encantaram durante a leitura.










E aí, você já leu? Qual a sua frase preferida?