Pular para o conteúdo principal

Postagens

Mostrando postagens com o rótulo Orgulho e Preconceito

[Resenha] Orgulho e Preconceito, de Jane Austen

Sinopse: Considerado um dos mais importantes romances de todos os tempos, Orgulho e Preconceito acompanha a turbulenta relação entre Elizabeth Bennet e Fitzwilliam Darcy, a qual, nascendo de uma antipatia mútua, acaba resultando em uma inesperada história de amor. Com sarcasmo mordaz e inteligência profunda, por entre peripécias, desencontros e tramas paralelas quase tão interessantes quanto a trama principal, a obra retrata o amor como produto do desenvolvimento do caráter desses personagens complexos que, para tornarem-se aptos a amar e serem amados, precisam antes vencer o orgulho e o preconceito de que padecem.


Trata-se de uma obra que abarca, inverte e transcende todos os clichês. Longe de brotar de uma sensação prazerosa imediata e da certeza de ter encontrado “a alma gêmea”, o amor entre os protagonistas é resultado de um lento crescimento moral provocado por uma aversão recíproca; antes de proceder de um esforço para conquistar o outro, o carinho advém da admiração moral entre duas pessoas. O amor do outro é um prêmio pela vitória sobre si mesmo.

Sob a forma de uma história divertida e perspicaz, o romance faz uma das reflexões mais profundas da história sobre a natureza do amor. O leitor farto da superficialidade com que se fala do tema no nosso tempo descobrirá que este livro é de uma atualidade urgente. Pois como todo clássico, Orgulho e Preconceito não é do nosso tempo, mas de todos os tempos.
Esta é uma edição especial, em duas cores, e inclui tipografias especiais e litografias.


Orgulho e Preconceito” é um livro que não precisa de apresentações. Você pode não ter lido, pode não conhecer as demais obras da autora, igualmente bem construídas, mas com toda certeza, em algum momento da vida, você já se deparou com o romance, que ouso dizer, é mais famoso da história.

Em 2023, completa 210 anos de sua primeira publicação e a Faro Editorial nos presenteou com uma edição de aquecer o coração! O livro é repleto de detalhes que somente a Faro sabe fazer. Não é por ser parceira deles há tanto tempo que digo isso, mas sempre vejo as edições da Faro feitas com muito carinho. Ainda aquelas que não aparentam terem tantos detalhes como essa edição de “Orgulho e Preconceito”, todas são feitas para proporcionar ao leitor uma experiência incrível.

Nessa edição, a diagramação está impecável. A introdução muito bem-feita e a capa, uma obra de arte a parte. Uma edição para colecionar!

Mas vamos a minha opinião sobre a história.




Esse livro traz críticas a sociedade do século XVIII, apresentando mulheres fortes e a frente de seu tempo. É impossível não comparar a nossa protagonista com suas irmãs.


“Nenhuma delas tem muito o que se lhes recomende – respondeu Mr. Bennet -; são tolas e ignorantes como as outras moças. Mas Lizzy é realmente um pouco mais viva do que as irmãs.”


Elizabeth Bennet – ou apenas Lizzy – é o tipo de mulher que não se espera ver na época em que a história acontece. Ela expressa suas opiniões de forma decida e sem medo do julgamento. Também não pensa no casamento com a mesma importância que suas irmãs e como a sociedade espera. Seu objetivo é apenas aceitar tal compromisso se estiver perdidamente apaixonada por seu pretendente. O que por si só, já é uma contradição para época. O objetivo de uma mulher, naquela época, deveria ser o de encontrar um bom casamento e não o amor. Já Lizzy não tem medo de rejeitar um pedido de casamento indesejado em prol de suas convicções. E são essas mesmas opiniões e convicções que encobrem seu orgulho, o que a torna inflexível em vários momentos. E desta forma acabamos enxergando a protagonista como alguém que sempre acredita que está certa.

Na mesma proporção, encontramos o Mr. Darcy com o seu preconceito. Ele tem opiniões fortes e é visto como um homem grosseiro, amargo e intransigente. Com o desenrolar da história a autora foi aprofundando mais em sua personalidade e podemos enxergar mais do que a aparência de ser alguém desagradável. Apesar de a história ser toda a partir do ponto de vista da Lizzy, podemos ler nas entrelinhas muito sobre suas opiniões e sentimentos.


“Tenho sido egoísta por toda a vida, na prática, embora não por princípio. Quando menino, ensinaram-me o que era certo, mas não a corrigir o meu temperamento. Deram-me bons princípios, mas deixaram que os seguisse no orgulho e na presunção. Sendo infelizmente o único filho varão (durante muito tempo o único filho), fui mimado pelos pais, que, embora fossem bons (meu pai em especial era a benevolência e a gentileza em pessoa), permitiram, encorajaram, quase me ensinaram a ser egoísta e altivo; a não me preocupar com ninguém além do círculo familiar; a pensar mal de todo o resto da humanidade; a pelo menos querer pensar mal da inteligência e do valor dos outros, quando comparados com os meus. Assim fui eu, dos oito aos vinte e oito anos; e assim continuaria a ser, se não fosse você, minha mais do que querida, mais do que amada Elizabeth! O que não devo a você! Você me deu uma lição, dura, é verdade, no começo, mas muito útil.” (Mr. Darcy)




Tanto a Lizzy como o Mr. Darcy foram amadurecendo com o passar da história. Ambos passaram a reconhecer seus defeitos e agir de forma a corrigir ações que magoaram pessoas queridas. Ao mesmo tempo não perdem a essência de quem eles realmente são.

O que mais me toca nesse livro é o fato de como tudo é tão próximo da nossa realidade. O amor entre Elizabeth e Darcy foi crescendo aos poucos e amadurecendo. As coisas não acontecem do dia para noite, como a maioria dos clichês de hoje em dia. Não estou dizendo que histórias de amores rápidos são ruins, mas algumas desenrolam de tal forma que não conseguimos nos conectar a elas. É como se o romance tivesse apenas sido jogado ali para preencher as páginas e não há nenhum sinal de ligação real entre os personagens. Com “Orgulho e Preconceito” podemos imaginar que aconteceu com alguém próximo, é fácil enxergar acontecendo de verdade. Acredito que seja por esse motivo que até hoje essa história continua recebendo diversas adaptações para os cinemas, novelas, streamings e mesmo outros livros.

Não há muito o que posso dizer sem enaltecer o belo trabalho da autora nesse livro. Amo demais as histórias escritas pela Jane Austen, mas “Orgulho e Preconceito” tem um espaço especial no meu coração. Esse é um dos meus romances favoritos da vida e o único que livro que já reli. Não costumo voltar em histórias que já conheço, apenas por uma preferência minha. Mas com esse livro, sempre que posso ou quando bate a saudade, eu releio ou então assisto a adaptações da história. A minha favorita, é um filme de 2005 com a Kiera Knightley e Matthew Macfadyen. Na minha opinião, é a melhor que já fizeram! Então fica como recomendação para vocês, inclusive ela está disponível na Netflix.

É isso! Hoje foi mais uma bate-papo do que uma resenha. Espero que tenham gostado e aproveitem para me contar nos comentários se já leram e o que acharam da história. ♥



[Livro versus Filme] Orgulho e Preconceito


A vaidade e o orgulho são coisas diferentes, embora as palavras sejam frequentemente usadas como sinônimos. Uma pessoa pode ser orgulhosa sem ser vaidosa. O orgulho relaciona-se mais com a opinião que temos de nós mesmos, e a vaidade, com o que desejaríamos que os outros pensassem de nós.

Publicado pela primeira vez em 1813, o clássico 'Orgulho e Preconceito' é um romance da escritora britânica Jane Austen, sendo o livro mais famoso da autora, mais de duzentos anos depois, o livro continua ganhando releituras para os livros, cinema e novelas. A história traz um romance que ultrapassou as barreiras do tempo, tornando-se tão atual que continua no topo da lista dos livros preferidos dos leitores. A narrativa da Jane torna fácil a aproximação do leitor com a história, além de trazer uma forte crítica a sociedade do século XIX com sacadas sutis e divertidas.

A versão para os cinemas mais conhecida e que se aproxima da história do livro é a de 2005: 'Price And Prejudice', dirigido por Joe Wright e estrelando Keira Knightley e Matthew Macfadyen. O filme foi indicado a quatro categorias do Oscar, sendo uma delas a de Melhor Atriz para a Keira.


Na Inglaterra do final do século XVIII, as possibilidades de ascensão social eram limitadas para uma mulher sem dote. Elizabeth Bennet, de vinte anos, uma das cinco filhas de um espirituoso mas imprudente senhor, no entanto, é um novo tipo de heroína, que não precisará de estereótipos femininos para conquistar o nobre Fitzwilliam Darcy e defender suas posições com perfeita lucidez de uma filósofa liberal da província. Lizzy é uma espécie de Cinderela esclarecida, iluminista, protofeminista.

Neste livro, Jane Austen faz também uma crítica à futilidade das mulheres na voz dessa admirável heroína - recompensada, ao final, com uma felicidade que não lhe parecia possível na classe em que nasceu.

Protagonistas
Livro

No livro conhecemos Elizabeth Bennet, uma das cinco filhas de uma família inglesa sem muitas posses na cidade de Meryton, em Hertfordshire, não muito longe de Londres. Lizzie é uma mulher a frente do seu tempo. Diferente das mulheres da sua época, ela tem personalidade forte e sabe expressar a sua opinião. Com as irmãs (Jane, Mary, Kitty e Lydia), ela precisa aceitar os desmandos da mãe (Sra. Bennet) que está sempre a procura de um bom casamento (leia homem rico) para sua meninas.

Lizze é a personagem que dá voz ao livro, traz sacadas inteligentes e ironia para a história. Diferente das moças da sua época, acredita no casamento por amor e apenas pelo amor. É avessa a ideia de arranjar um marido apenas pelos ganhos materiais, como era comum no século XVIII.

Já Mr. Darcy é um homem rico, contido e orgulhoso. Tem opiniões fortes e é visto como um homem grosseiro e amargo por alguns personagens da história. É leal as pessoas que estão próximas a ele, mas acredita compreender as situações e os sentimentos alheios o suficiente para interferir quando o bem estar dos amigos e familiares está em perigo.

Filme

Tanto Keira quanto Mathhew tiveram um bom desempenho ao dar vida aos seus personagens, afinal não foi atoa que a Keira ganhou a indicação ao Oscar. Mas ainda assim, faltou algo. A espiritualidade de Lizzie e o gênio carrancudo de Mr. Darcy ficaram apenas nas páginas dos livros.

Durante toda a história, Mr. Darcy aparece apenas como um homem tímido e pouco foi mostrado sobre a lealdade e bondade do personagem. Darcy é um personagem forte nos livros, tanto quanto Lizzie. Já no filme ele ficou um pouco apagado. O que foi uma pena, porque achei a escolha do ator perfeita para interpretar o protagonista. Os dois só ganham vida no final do filme. Somente no final é possível ver o homem que ganhou o meu coração durante a leitura do livro.


Personagens secundários
Livro
Com Jane Austen os personagens secundários ganham destaque durante toda a história e se tornam importantes para o desenvolvimento da narrativa. Desde os demais integrantes da família Bennet e ao amigos do Mr. Darcy, cada um fica responsável por trazer algo novo para o livro. É a partir dos personagens secundários que o relacionamento entre Darcy e Elizabeth vai se desenrolando.

Jane e Lydia, irmãs de Elizabeth, aparecem com papel fundamental na história. Uma para acabar com as chances de uma possível aproximação entre os protagonistas e a outra para trazer a tona os sentimentos que tanto Elizabeth e Darcy não entendem.

Filme

Os personagens perdem espaço para deixar o foco totalmente nos protagonista, o que faz com que a trama perca um pouco da sua personalidade. Mesmo o momento em que causa certa "reviravolta" na história (sem spoilers) passa despercebido para quem não leu o livro.

Claro que um filme precisa cortar cena e criar um roteiro interessante, que chama atenção sem o tempo e páginas que um livro dispõe, mas acredito que poderiam ter valorizado mais os personagens. Como por exemplo, o Mr. Bingley, melhor amigo do Darcy, que acaba apaixonado por Jane (uma das irmãs Bennet) e o romance se torna um dos motivos para piorar a relação entre Darcy e Elizabeth, que já não era boa. E aqui fica um ponto negativo, Mr. Bingley no filme acaba com um homem sem atitude, com personalidade infantil, apenas como "um capacho" do Darcy. Já no livro, apesar da timidez, ele se mostra um homem totalmente oposto.


Desfecho
Livro
O final do livro se aproxima de maneira lenta, mas sem passar despercebido pelo leitor. Jane Austen não incluiu nada que pudesse decepcionar o leitor, o desfecho acontece como deveria ser e como é esperado. Mas não é por isso que ele deixa de ser menos empolgante e romântico.

Filme
A cena que mais me emocionou no final do livro foi cortada do filme. Ainda assim, acho que foi no final que os atores mais se aproximaram da personalidade e do amor que foi construído entre Darcy e Elizabeth. Afinal, Jane Austen construiu uma história longe de ser um conto de fadas. É uma história de amor real, onde os personagens erram, demoram para corrigir seus erros e mesmo assim precisam arcar com as consequências do que fizeram. Não é o clichê do amor perfeito, onde o mocinho e a mocinha se apaixonam se estranham, mas descobrem que foram feitos um para o outro. Orgulho e Preconceito é sobre duas pessoas que não tiveram afinidade desde o início, julgaram o outro por atitudes mal explicadas e se afastaram. Quando o tempo tratou de mostrar que o amor não é como eles imaginavam e que eles não são perfeitos, é que o amor verdadeiro é descoberto. Acredito que no geral o roteiro soube mostrar a história da forma certa, mas foi o final que trouxe a Jane Austen para o filme.


A minha opinião final é que o livro é com certeza uma das melhores leituras que já fiz. A autora tem uma forma maravilhosa de criar uma narrativa que transporta o leitor para dentro da história. Já o filme foi perfeito para o que se propuseram fazer com ele. O roteiro foi adaptado e editado, mas manteve a essência do romance. Por tudo o que eu já disse, acho que muitos amantes de Orgulho e Preconceito podem torcer o nariz ao assistir a adaptação, mas na minha opinião foi uma das melhores adaptações para os cinemas que já fizeram. Perde em alguns quesitos, mas no geral é um filme que valeu as indicações ao Oscar.

Frases de Orgulho e Preconceito

Ainda não consigo acreditar o quanto eu demorei para ler este livro. Tinha muita vontade em conhecer a história, mas acabava passando outros livros na frente e assim fui deixando de lado um dos livros que já se tornou, de longe, o meu favorito.

Sei que muitos já leram, então não farei a resenha dele. Até porque eu duvido que seja capaz de descrever o quanto esse livro é capaz de surpreender e encantar a todos. Tenho certeza que se fosse tentar ficaria um texto enorme e incompleto. Por isso, resolvi separar as frases que me encantaram durante a leitura.










E aí, você já leu? Qual a sua frase preferida?