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Mostrando postagens com o rótulo Romance de Época

Resenha | Um Acordo Pecaminoso, de Julia Quinn


Pandora é uma jovem disposta a não baixar a cabeça para ninguém. Ela cultiva os próprios sonhos e vontades, e pretende realizá-los, sem permitir que a sociedade limite a suas ações. Quando a temporada social começa, Pandora vê nos intermináveis bailes, o tédio das conversas amenas e frívolas, pessoas desinteressadas em uma conversa que vá além de perguntas sobre o clima. Pandora está determinada a passar a temporada escondida em um canto do salão.

Para ajudar a salvar a reputação e o casamento de uma amiga, Pandora concorda em ajudá-la a resgatar um brinco perdido. Enquanto todos dançam e conversam no baile, Pandora sai furtivamente do salão. Sair daquela forma era completamente inapropriado para uma dama, sua intenção era voltar logo, antes sentissem a sua falta. Durante a sua busca, ela acaba se envolvendo em uma situação constrangedora e indecorosa, no mesmo instante, um jovem cavalheiro surge para socorre-la. Lorde St. Vincent, carrega um senso de humor que Pandora teria apreciado em outra situação, mas, naquele momento, ela deseja apenas conseguir sair.

O que deveria ser uma missão de resgate simples, acaba causando o que seria um escândalo para Pandora e a sua família. Para remediar a situação, Pandora terá que aceitar se casar com o cavalheiro que a salvou. Mesmo ao pensar na vergonha que a sua família poderá enfrentar, não é suficiente para convencê-la a aceitar o matrimônio. Totalmente avessa ao casamente, Pandora não quer ser uma pessoa invisível, que não poderá gerir a própria vida sem depender do consentimento do marido. O casamento estava fora de questão. Mesmo que o noivo fosse um Lorde terrivelmente encantador.



"Um Acordo Pecaminoso" é um livro leve, com diálogos divertidos e muito romance. Este é o terceiro livro da série "Os Ravenels", da Lisa Kleypas. Assim como os anteriores, esta história incrivelmente contagiante e envolvente. É impossível não ler e não sentir amor e raiva dos personagens, tudo ao mesmo tempo. Confesso que dos três que li até o momento, o segundo permanece sendo o meu preferido, mas neste livro temos um toque de humor, que não vimos nos anteriores, e torna a leitura agradável e fluída.

Pandora é uma "força da natureza", impulsiva e sonhadora. Junto com suas duas irmãs, foi negligenciada pelos pais e viveu reclusa na propriedade da família, sem contato algum com o mundo externo. Pandora cresceu para ser livre. Um dos seus maiores medos é ter que viver na prisão de um casamento, sendo obrigada a agir conforme as necessidades do marido e sem a possibilidade de ir atrás do que a faz feliz.

Lorde St. Vincent, ou apenas Gabriel, é inteligente, lindo, extremamente rico e cobiçado pela jovens debutantes. Até aquela noite, ele havia escapado do compromisso que aqueles bailes prometiam. Moças mais audaciosas e insistentes tentaram capturá-lo, mas foi uma jovem sem charme e atrativos que conseguiu o que todas queriam. Gabriel faria o que era certo e honroso. Aos olhos de todos, ele comprometeu a lady Pandora. Seu dever era casar com ela, ainda que isso o fizesse infeliz.




Depois desse começo animado e divertido, somos presenteados por uma narrativa envolvente e cheia de charme. Quer um clichê melhor do que ver duas pessoas que detestam a ideia do casamente e o destino as une?

Lisa Kleypas deu toque novo para a história. A maior parte da narrativa acontece enquanto o casal tenta decidir o que acontecerá em suas vidas, em seguida, a história passa em um ritmo ainda mais rápido e sem prejudicar a leitura.

Se você ainda não leu os outros livros da série, se começar por este, vai levar alguns spoilers das histórias anteriores, mas nada que desmotive a leitura mais tarde. Não há necessidade de ser lido em ordem se você não se importar com esse detalhe.




No geral, eu adorei esse livro! A história acontece tão rápido que não vemos as páginas passando. Consegui ler em apenas um dia, conforme fui me envolvendo mais e mais com a história. Pandora e Gabriel formam um casal que de início pode parecer improvável, mas aos poucos você consegue ligar as características que os tornam semelhantes. Aqui, a máxima que diz que os opostos se atraem não poderia estar mais errada. Em sua essência, Pandora e Gabriel são iguais, o que torna a leitura maravilhosa.

"Um Acordo Pecaminoso" está mais do que recomendado. Se você gosta de romances de época, vai se apaixonar por essa série!

Até a página 100 - Razão e Sensibilidade


Comecei a ler na quarta-feira passada antes do feriado, mas três dias em casa tiraram toda a minha coragem de pegar em um livro. Agora estamos de volta!


Razão e Sensibilidade
Jane Austen
Editora Pé de Letra
Onde comprar: Site da Editora (R$15,00)
O primeiro post da tag "Até a página 100", vem com um livro da Jane Austen que está na minha lista desde que li Orgulho e Preconceito no ano passado. Razão e Sensibilidade é o primeiro livro publicado da autora (1811) sob o pseudônimo de "By a Lady", mesmo assim foi um sucesso e logo esgotou a primeira edição.

Sobre a história
Em "Razão e Sensibilidade" você irá conhecer as irmãs Dashwood: Elinor e Marianne. Duas jovens de personalidades completamente diferentes. Elinor é mais centrada, discreta e racional. Marianne age pela emoção, ela não esconde o que sente e não controla as suas opiniões, não há meio termo para ela.

Elinor e Marianne são filhas do segundo casamento de Mr. Dashwood e de seu primeiro casamento há John Dashwood, o único filho homem e que herdará tudo. Há ainda Margaret, também fruto do segundo casamento, mas que tem pouco espaço na história (pelo menos neste começo). O livro começa quando Mr. Dashwood morre e John aparece para se despedir do pai. No leito de morte, ele promete que cuidará das irmãs e garantirá que elas tenham um futuro livre de preocupações financeiras. O que ele não esperava é que a esposa de John Dashwood fosse egoísta o suficiente para impedir que o marido abra mão de qualquer quantia para ajudar suas meias irmãs.

Ao perderem o direito de viver na propriedade em Norland, são obrigadas a aceitar a proposta de um primo da Sra. Dashwood e mudarem para um chalé em Barton. Uma casa bem menor e inferior ao lugar onde moravam, mas para surpresa de todos, elas se adaptam razoavelmente bem ao lugar.

Elinor deixa em Norland alguém com que se afeiçoou, mas capaz de agir com tamanha indiferença que não é possível ter certeza de seus sentimentos. Enquanto isso Marianne conhece em Barton alguém que ganhou o seu coração em pouco tempo e com pouco esforço.

Era evidente que ele estava infeliz; ela desejava que fosse igualmente evidente que ele a distinguia com a mesma afeição que ela uma vez tinha certeza de inspirar; mas, até aquele momento, a continuação de sua preferência parecia bastante incerta, e seu comportamento reservado em relação a ela contradiziam, em um momento, o que um olhar mais animado havia demonstrado anteriormente.


O que estou achando?
Estou a um passo de matar Marianne. Ela é uma garota impulsiva, não mede as consequências de suas atitudes e acredita que tudo deve ser vivido intensamente. É teimosa ao ponto de desmerecer qualquer opinião que seja diferente da dela. Principalmente a da Elinor, por considerar que a irmã é sempre indiferente a tudo.

Elinor é mais calma e aceita tudo o que acontece a sua volta. Mas não é besta, ela sabe analisar a situação a sua volta sem deixar que as fantasias de sua mãe e irmã interfiram na sua opinião. Ela instiga a curiosidade do leitor e mostra que não é tão indiferente ao que acontece a sua volta, apenas não demonstra seus sentimentos de forma tão aberta como a irmã.

Até a página 100 a leitura está leve, rápida e tranquila. Nada de grandes acontecimentos, mas nada que desmereça a história.

Classificação até agora:

[Resenha] Uma Dama Fora dos Padrões, de Julia Quinn



Uma Dama Fora dos Padrões (Os Rokesbys #1)
Julia Quinn
Editora Arqueiro

Sinopse: Todos esperam que Billie Bridgerton se case com um dos irmãos Rokesbys. As duas famílias são vizinhas há séculos e, quando criança, a levada Billie adorava brincar com Edward e Andrew. Qualquer um deles seria um marido perfeito... algum dia.

Às vezes você se apaixona exatamente pela pessoa que acha que deveria...

Ou não.

Há apenas um irmão Rokesby que Billie simplesmente não suporta: George. Ele até pode ser o mais velho e herdeiro do condado, mas é arrogante e irritante. Billie tem certeza de que ele também não gosta nem um pouco dela, o que é perfeitamente conveniente.

Mas às vezes o destino tem um senso de humor perverso...

Porque quando Billie e George são obrigados a ficar juntos num lugar inusitado, um novo tipo de faísca começa a surgir. E no momento em que esses adversários da vida inteira finalmente se beijam, descobrem que a pessoa que detestam talvez seja a mesma sem a qual não conseguem viver.

Sobre o livro



Billie Bridgerton é uma mulher totalmente fora dos padrões da sua época. Dona de uma personalidade forte, ela faz tudo o que bem quer, mesmo que não seja visto como algo adequado para uma jovem do século XVIII. Isso inclui cuidar de tudo o que acontece na propriedade da família enquanto o seu irmão não tem idade suficiente para assumir a responsabilidade. Mas isso não impede que Billie seja excelente no que faz, mesmo que ela não receba os méritos pelo o que faz.

Por isso, não é de espantar quando ela fica presa em cima do telhado da propriedade de sua família usando calças. Ao tentar salvar um gato — bastante ingrato — de uma árvore ela acabou caindo e machucando o tornozelo. Agora, sem nenhuma esperança de sair de lá sozinha, tudo o que Billie espera é que alguém passe em frente a propriedade e a ajude.

Quando surge alguém a vista, Billie não pode acreditar na sua má sorte. Não que ela estivesse em uma situação que a permita escolher, mas qualquer pessoa seria melhor do que George Rokesby.

Ela era dona de um sorriso largo e uma risada contagiante, e Deus do céu, como era possível que ele fosse a única pessoa na Inglaterra que parecia perceber o perigo que ela representava para a humanidade?

Os Rokesbys e os Bridgertons são vizinhos e amigos há muitos anos. Desde pequena Billie esteve próxima dos irmãos Rokesbys, aprontando tudo o que podia. Não era de se espantar que ela tivesse crescido tão diferente das jovens da sociedade. Ainda assim, George não era uma das suas companhias frequentes. Dos três irmãos ele foi o que se manteve mais afastado, afinal ele era o filho mais velho e tinha responsabilidades, o que também significa que ele nunca pode se alistar no exercito como o seus irmãos. Além disso, George era um cavalheiro e incapaz de entender as confusões em que Billie se metia. Por isso, os dois estavam sempre se alfinetando.

Billie sabia que George jamais a deixaria ali, mas ela também sabia que ele não a deixaria em paz depois disso. Também não foi difícil prever a reação que ele teve ao ver que Billie usava calças. Ela era uma mulher diferente de qualquer uma que pudesse imaginar como sua esposa. Ela não era delicada, era teimosa e agia por impulsos, quase sempre causando algum problema por isso. Queria mata-la por ter se metido naquela situação e mais ainda quando ele quase caiu do telhado ao tentar descer com ela.

Foi só quando Andrew Rokesby aparece para ajudar é que eles conseguem sair de lá. Mas o tempo que passaram juntos naquele telhado discutindo por terem parado lá, fez com que algo mudasse. Com o pé machucado Billie não poderia andar e George a carregou por todo caminho. De alguma forma, tê-la em seus braços parecia certo.

Por conta da sua situação, Billie é forçada a ficar trancada dentro de casa. Sua única salvação é quando Andrew e George aparecem para visita-la. Andrew sempre foi um grande amigo. Tão competitivo quanto Billie e sempre pronto para fazer alguém rir. A amizade dos dois sempre foi cheia de implicâncias, mas sempre fez falta a Billie. Andrew agora fazia parte da marinha e o único motivo para estar em casa, é porque quebrou o braço e foi enviado para casa para se tratar.

Soava exatamente igual, mas, quando a risada descontraída chegou aos seus ouvidos... Foi o som mais lindo que ele já tinha ouvido. E, provavelmente, o mais assustador. Porque ele tinha a sensação de que sabia o que significava. E, se havia uma pessoa no mundo por quem não se apaixonaria, essa pessoa era Billie Bridgerton.

A aproximação de George e Billie vai crescendo aos poucos, até o momento em que uma notícia ruim muda os ânimos. Mais do que nunca os Rokesbys e os Bridgertons precisam estar juntos. Em um momento em que tudo parece ruir e em que George sente-se impotente, Billie está perto demais e o desejo que veio crescendo nas últimas semanas fala mais alto. Num impulso, George beija Billie. E ela retribuiu. Aquela não era a atitude de um cavalheiro, mas ele a desejava e aquele beijo confirmava o que ele não queria admitir: estava perdidamente apaixonado por Billie Bridgerton.


O que eu achei?


Faz pouco tempo que resolvi me aventurar pelos romances da Julia Quinn e meu Deus do céu, por que demorei tanto? Cada livro me surpreende de uma forma diferente. Neste livro, a história me atraiu nas primeiras páginas. Billie é cheia de atitude em uma época onde não havia espaço para uma mulher fazer mais do que cuidar da família. No entanto, ela mostra a capacidade da mulher em ficar a frente dos negócios e provar que é boa no que faz. Ela é dedicada, lê todos os livros que podem ajuda-la a melhorar a produção na propriedade da família. Por isso, ela não aceita que critiquem o trabalho que faz, ela sabe como se impor e fazer com que o que deseja seja cumprido.

O que só prova que ela não é a mulher que George esperava se apaixonar. Ele esperava encontrar uma esposa entre as jovens da sociedade de Londres. Onde escolheria entre mulheres delicadas, prendadas e discretas. Tudo o que Billie jamais seria.

— Pare. — Billie fez uma careta para ele antes de voltar para George — Precisamos de você para resolver uma questão.
— Se for para decidir quem consegue escalar uma árvore mais rápido, é você, Billie — afirmou George sem pestanejar. — Se for para saber quem atira com mais precisão, é Andrew.
— Nenhuma das duas coisas — disse Billie, franzindo ligeiramente o cenho. — Tem a ver com croquet.
— Então que Deus nos ajude — murmurou George, levantando-se e seguindo para a porta.

George é o personagem que foi conquistando o seu espaço durante a narrativa. Com uma mulher de personagem forte como Billie seria fácil deixa-lo de lado, mesmo quando ele é o mocinho da história. Mas o moço tem os seus problemas também. Por ser o filho mais velho, nunca pôde fazer nada que comprometesse a sua segurança. Ele não tinha liberdade para agir como bem entendesse, precisava ser preparado para assumir os negócios da família e o título de conde. Essa é a sombra que o persegue durante a história. Ele quer ser útil, quer servir a rainha, mas somente os seus irmãos terão esse privilégio.


Esse livro é mais um clichê onde a mocinha e mocinho que não se suportam acabam juntos. Não é uma novidade, mas o romance conquista o leitor nos primeiros capítulos. A atração entre os dois fica evidente logo no começo, mas a relação deles não é fácil. Os dois vivem como gato e rato e nenhum quer ceder.

É um livro sobre empoderamento feminino e que traz com uma leve crítica a sociedade da época. Com uma trama rápida, leve e sem pretensão é fácil se apaixonar pela história. É mais um livro maravilhoso da Julia Quinn e que você vai adorar conhecer!

[Resenha] Uma noiva para Winterborne, da Lisa Kleypas



Uma noiva para Winterborne (Os Ravenels #2)
Lisa Kleypas
Editora Arqueiro

Sinopse: Rhys Winterborne conquistou uma fortuna incalculável graças a sua ambição ferrenha. Filho de comerciante, ele se acostumou a conseguir exatamente o que quer – nos negócios e em tudo mais.

No momento em que conhece a tímida aristocrata lady Helen Ravenel, decide que ela será sua. Se for preciso macular a honra dela para garantir que se case com ele, melhor ainda.

Apesar de sua inocência, a sedução perseverante de Rhys desperta em Helen uma intensa e mútua paixão.

Só que Rhys tem muitos inimigos que conspiram contra os dois. Além disso, Helen guarda um segredo sombrio que poderá separá-los para sempre. Os riscos ao amor deles são inimagináveis, mas a recompensa é uma vida inteira de felicidade.

Com uma trama recheada de diálogos bem-humorados e cenas sensuais e românticas, Uma noiva para Winterborne é o segundo volume da coleção Os Ravenels.

Sobre o livro


No segundo livro da série “Os Ravenels”, Rhys Winterborne e lady Helen Ravenel estão de volta com um livro inteiro dedicado a eles.

A fama dos Ravenels é conhecida por todos. O temperamento forte que persegue a família parece ter passado longe de lady Helen, uma garota tímida, contida e solitária, que cresceu sem a devida atenção que uma garota da aristocracia merecia. Em comparação com as duas irmãs, Cassandra e Pandora, Helen estava sempre a postos para minimizar os conflitos.

No primeiro livro da série, fomos apresentados ao novo Lorde Trenear – Devon –, que recebeu por herança o título e um condado falido após a morte do irmão de Helen. Com isso, as três irmãs não tinham o dote para escolherem bons maridos. Em meio a tudo isso, Helen fica noiva de Rhys Winterborne, mas o noivado logo acaba sendo rompido.

E assim inicia o segundo livro da série.


Rhys Winterborne é um dos homens mais ricos da Inglaterra. Teve uma infância humilde trabalhando na loja da família. Ao assumir os negócios, Rhys transformou a pequena loja em uma das mais conhecidas lojas de departamentos. Sem origem nobre e mesmo com todo o dinheiro que conquistou, Rhys ainda não era visto com um homem da alta sociedade. Um homem bruto, sem a devida sofisticação necessária para merecer o seu espaço. Somente um bom casamento poderia elevar a sua posição e Helen não era uma mulher qualquer, a jovem pertence a aristocracia, além de ser uma mulher impressionante.

Para Helen, o noivado também era um bom negócio. Com o seu casamento, as duas irmãs teriam a chance de escolher bons maridos. Além de ajudar a família, Helen estava intrigada com Rhys, algo nele chamava a sua atenção. Um homem forte, bonito e poderoso... Ela queria descobrir o que mais havia nele. Foi pensando nisso que ela decidiu correr o risco de manchar sua honra e ir sozinha atrás de Rhys. Para uma moça de sua origem, andar desacompanhada não seria bem visto.

Contudo, primeiro ele precisava descobrir o que Helen queria. Embora fosse protegida e inocente, não era tola. Não teria corrido um risco tão grande sem um bom motivo.

Mas Rhys não vai ceder tão fácil. Fora o seu orgulho, algo o faz acreditar que Helen está agindo apenas por interesse. Sem saber como controlar, aos poucos ele vai dando espaço ao desejo. Lady Helen é uma mulher encantadora, delicada e de atitude. A atração entre eles é algo que não dá para esconder. Pensando nisso que Rhys toma a sua decisão: Helen será dele e de mais ninguém. Só há um problema... Devon jamais permitiria que a prima casasse com Rhys após o incidente que aconteceu no primeiro livro (sem spoiler), a não ser que Helen fosse desonrada. Rhys sabia que apesar da raiva, Devon aceitaria que Rhys reparasse o que fez e concordaria com o casamento. Mas Helen teria que deixar seus princípios de lado e se entregar a ele antes do casamento. Certa de que ele cumprirá o acordo, ela aceita a proposta.

Nada seria capaz de conter a fúria de Devon, se não fosse a certeza de que a única coisa a ser feita era permitir o casamento, mas não será tão fácil assim. Devon decide manter a prima longe do alcance de Rhys por alguns meses até que as mulheres da família Ravenel tenham cumprido o período de luto.

Conforme o tempo passa a saudade vai aumentando. O desespero de Rhys já o estava levando a imaginar uma desculpa para ir até Helen, quando chega um telegrama solicitando que ele vá até o Priorado. Alguns problemas precisam ser resolvidos e Devon precisa que o amigo esteja lá para ajuda-los. Por conta desse contratempo, as irmãs Ravenel voltaram para Londres sob a proteção da lady Berwick.

O que poderia ser a solução dos problemas entre Helen e Rhys se mostrará como mais um obstáculo. O retorno para Londres não poderia ser mais tumultuado e cheio de segredos. Logo Helen irá descobrir um mancha no passado de sua família que colocará o seu relacionamento com Rhys à prova e ela precisará decidir se prefere manter o noivado ou fazer o que acha certo e agir conforme os seus princípios. Até porque não é só o amor que preenche os romances de Lisa Kleypas, há sempre a reviravolta capaz de fazer o leitor prender a respiração por algumas páginas.

Tente me deixar e vai ver o que acontece. Vá para a França, ou para qualquer outro lugar, e vai ver quanto tempo levo para alcançá-la. Nem cinco minutos, maldição!

O que eu achei?

Sabe aquele livro que te preenche e você não consegue esquecer? Eu me vi em meio a um romance que foi crescendo aos poucos e mostrando a sua força, mas que desde o início provou que nada valeria mais a pena do que arriscar o que fosse preciso por aqueles que você ama.

Rhys Winterborne é um galês daqueles que você quer tirar dos livros e trazer para realidade. Um homem que sabe dos seus defeitos, mas que também sabe que as suas qualidades se sobrepõe. A sua origem humilde ajudou a formar o seu caráter e saber o que deve ser valorizado. Um homem honesto e que sabe como tratar os seus empregados. Pela primeira vez encontrou uma mulher capaz de deixa-lo louco. Uma mulher que até então seria apenas parte de um casamento vantajoso.

Já Helen Ravenel também não fica atrás. Criada sem a atenção dos pais, ela era tão inocente quanto era tímida. Desconhecia o sentimento que logo foi controlando suas ações. Rhys Winterborne era uma aventura e ela se arriscaria por ele. Precisou confiar nele para descobrir que a vida era mais do que li nos livros.

O relacionamento deles vai crescendo e mesmo sabendo que algo vai acontecer para por a prova todo esse amor (porque um clichê bem escrito é sempre bem vindo!), você se pega torcendo por eles a cada capítulo. Rhys está disposto a casar com Helen o mais rápido possível e logo ela se vê tentando contar a ele algo que o faria desistir de qualquer plano que tivesse para eles.


Todos os personagens que vão retornando a história e os que vão surgindo dão mais vida a tudo que é apresentado. Desde as gêmeas, irmãs de Helen, até os funcionários da loja de Rhys. Todos trazem o humor e energia para o livro.

O final foi mais que esperado e mesmo assim não deixou de me fazer suspirar. Eu bem que tentei resumir ao máximo a resenha, e mesmo deixando vários partes de fora, algumas precisam aparecer aqui. Eu amei cada pedacinho desse livro. A capa, a edição inteira, está maravilhosa! O segundo livro não demorou a ser publicado após a estreia da série e logo chegarão os próximos livros!

[Resenha] Mais Forte que o Sol da Julia Quinn



Mais Forte que o Sol
Julia Quinn
Editora Arqueiro

Sinopse: Quando Charles Wycombe, o irresistível conde de Billington, cai de uma árvore – literalmente aos pés de Elllie Lyndon –, nenhum dos dois suspeita que esse encontro atrapalhado possa acabar em casamento.

Mas o conde precisa se casar antes de completar 30 anos, do contrário perderá sua fortuna. Ellie, por sua vez, tem que arranjar um marido ou a noiva intrometida e detestável de seu pai escolherá qualquer um para ela. Por isso o moço alto, bonito e galanteador que surge aparentemente do nada em sua vida parece ter caído do céu.

Charles e Ellie se entregam, então, a um casamento de conveniência, ela determinada a manter a independência e ele a continuar, na prática, como um homem solteiro.

No entanto, a química entre os dois é avassaladora e, enquanto um beijo leva a outro, a dupla improvável descobre que seu casamento não foi tão inconveniente assim, afinal.

Sobre o livro

Eleanor Lyndon – Ellie – é uma mulher inteligente, independente, bonita e tem sempre uma boa resposta para os comentários maldosos de sua futura madrasta. Muito a frente das mulheres de sua época, Ellie conseguiu aprender o bastante para investir em ações e vem conquistando o próprio dinheiro, mesmo que tenha que usar o nome do seu pai para realizar os investimentos. Afinal, não havia possibilidade de uma mulher entender o suficiente para se arriscar no mundo dos negócios.

Ellie vê nesse dinheiro uma chance para se livrar do casamento de seu pai. A mulher que ele escolheu, além de ser a maior fofoqueira da cidade, pretende fazer da vida de Ellie um inferno.


Foi pensando no que os seus investimentos lhe renderiam que ela viu Charles Wycombe despencar de uma árvore aos seus pés. Após o susto pôde perceber o quando o homem estava embriagado, o que seria o único motivo para explicar o motivo de ter subido naquela árvore. Ellie sabe bem quem é o homem, o conde de Billington, com fama de libertino.

Ao tentar descobrir o que o motivou a subir naquela árvore, Charles conta à Ellie que está prestes a perder toda sua fortuna. Seu pai deixou em testamente que se o conde não cassasse antes de completar 30 anos toda a fortuna ficaria para o seu primo. E não resta muito tempo. Ao pensar nisto, Charles vê em Ellie a sua salvação. Não seria um grande sacrifício, afinal a moça é bonita e dona de um humor sem igual. Pensando nisso e aproveitando que já estavam quase chegando a sua carruagem, Charles pede Ellie em casamento.


Sem acreditar no que o conde diz, Ellie nega o pedido, mas promete que irá pensar, depois de toda a insistência de Charles. Ao chegar a casa, Ellie mal consegue acreditar no que aconteceu. Ainda pensando no assunto, ela encontra com Sra. Foxglove, a futura esposa de seu pai. A mulher resolve por as cartas na mesa e mostrar a Ellie uma prova do que a espera depois do casamento.

Disposta a não ficar na mesma casa que Sra. Foxglove, Ellie vai atrás do homem responsável por controlar o dinheiro dos seus investimentos e descobre que não poderá retirá-lo sem que o pai vá até lá. Esse dinheiro era a sua última esperança. Neste momento, a proposta de Charles parece ser o que lhe restou.

Depois de um acordo entre os dois, Charles e Ellie marcam o casamento. Charles para manter o seu dinheiro e Ellie para ficar livre das garras de sua madrasta. Um casamento por conveniência era comum entre nobres, mas será difícil para Ellie se acostumar com o marido. Um homem em que ela não consegue confiar facilmente, afinal, Charles já teve muitas mulheres e ela não quer um marido que possa trai-la.

A convivência e os problemas que surgiram no caminho aos poucos parece uni-los. Charles consegue ver além da beleza de Ellie. Uma mulher forte e inteligente fará este casamento mais fácil. Sem contar o desejo por Ellie que cresce a cada dia. Apesar do acordo que fizeram, Charles percebe que será cada vez mais difícil manter a sua parte. Além de perceber que ela não é indiferente aos seus beijos.

Enquanto isso, Ellie aos poucos vai deixando sua resistência de lado e o conhecendo melhor. O libertino aos poucos começa a ficar para trás. Estar perto dele a deixa confusa, para alguém que sempre teve uma resposta pronta para tudo, Charles é capaz de faze-la perder o chão apenas pela forma como a olha.

O casamente que não parecia mais do que um acordo, um inconveniente, passa a ser a chance de encontrar a felicidade.



O que eu achei?

Preciso dizer que eu amei esse livro! A narrativa me surpreendeu e me conquistou nas primeiras páginas. A história acontece de forma leve sem deixar o leitor perder nenhum detalhe.

Como já disse no começo, Ellie é uma mulher a frente do seu tempo. A inteligência dela e sua atitude de não deixar ninguém passar por cima dela me ganharam. Ela é o tipo de personagem feminino que faz tanta falta nos livros. Uma mulher feminina, mas cheia de atitude, mesmo quando se vê em um relacionamento com um desconhecido. Ela vai ser enrolando na história sem perder o que ela é. Ela cansou-se com um conde, mas não deixa de lado o que fez a vida inteira e não pretende virar uma desocupada morando num casarão. Em momento algum ela pensa no dinheiro de Charles, ela quer apenas o dinheiro que conquistou com os seus investimentos.


Charles não fica atrás. Apesar de ser um libertino, ele foge do típico homem mulherengo. Ele sabe como conquistar uma mulher e ele quer a sua esposa, por isso não vai medir esforços para conquista-la. Mas ele também não é apenas isso. Conforme a história vai crescendo, a autora mostra o envolvimento dele com as sobrinhas que também moram eles, além do respeito que tem por seus funcionários. Apesar de ser um homem rico, ele jamais tem atitudes mesquinhas e preconceituosas.

"Mais forte que o sol" é um livro apaixonante. Não tem como não ficar encantado com cada personagem, além de dar boas risadas. Nele, os protagonistas irão aprender que um casamento por conveniência não é pior decisão que tomarão e que viver na companhia um do outro será fácil e tentadora. A autora conseguir construir dois personagens carismáticos, que ganham o público logo de cara, além da química entre os dois que não passa despercebida.