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[Resenha] Uma Dama Fora dos Padrões, de Julia Quinn



Uma Dama Fora dos Padrões (Os Rokesbys #1)
Julia Quinn
Editora Arqueiro

Sinopse: Todos esperam que Billie Bridgerton se case com um dos irmãos Rokesbys. As duas famílias são vizinhas há séculos e, quando criança, a levada Billie adorava brincar com Edward e Andrew. Qualquer um deles seria um marido perfeito... algum dia.

Às vezes você se apaixona exatamente pela pessoa que acha que deveria...

Ou não.

Há apenas um irmão Rokesby que Billie simplesmente não suporta: George. Ele até pode ser o mais velho e herdeiro do condado, mas é arrogante e irritante. Billie tem certeza de que ele também não gosta nem um pouco dela, o que é perfeitamente conveniente.

Mas às vezes o destino tem um senso de humor perverso...

Porque quando Billie e George são obrigados a ficar juntos num lugar inusitado, um novo tipo de faísca começa a surgir. E no momento em que esses adversários da vida inteira finalmente se beijam, descobrem que a pessoa que detestam talvez seja a mesma sem a qual não conseguem viver.

Sobre o livro



Billie Bridgerton é uma mulher totalmente fora dos padrões da sua época. Dona de uma personalidade forte, ela faz tudo o que bem quer, mesmo que não seja visto como algo adequado para uma jovem do século XVIII. Isso inclui cuidar de tudo o que acontece na propriedade da família enquanto o seu irmão não tem idade suficiente para assumir a responsabilidade. Mas isso não impede que Billie seja excelente no que faz, mesmo que ela não receba os méritos pelo o que faz.

Por isso, não é de espantar quando ela fica presa em cima do telhado da propriedade de sua família usando calças. Ao tentar salvar um gato — bastante ingrato — de uma árvore ela acabou caindo e machucando o tornozelo. Agora, sem nenhuma esperança de sair de lá sozinha, tudo o que Billie espera é que alguém passe em frente a propriedade e a ajude.

Quando surge alguém a vista, Billie não pode acreditar na sua má sorte. Não que ela estivesse em uma situação que a permita escolher, mas qualquer pessoa seria melhor do que George Rokesby.

Ela era dona de um sorriso largo e uma risada contagiante, e Deus do céu, como era possível que ele fosse a única pessoa na Inglaterra que parecia perceber o perigo que ela representava para a humanidade?

Os Rokesbys e os Bridgertons são vizinhos e amigos há muitos anos. Desde pequena Billie esteve próxima dos irmãos Rokesbys, aprontando tudo o que podia. Não era de se espantar que ela tivesse crescido tão diferente das jovens da sociedade. Ainda assim, George não era uma das suas companhias frequentes. Dos três irmãos ele foi o que se manteve mais afastado, afinal ele era o filho mais velho e tinha responsabilidades, o que também significa que ele nunca pode se alistar no exercito como o seus irmãos. Além disso, George era um cavalheiro e incapaz de entender as confusões em que Billie se metia. Por isso, os dois estavam sempre se alfinetando.

Billie sabia que George jamais a deixaria ali, mas ela também sabia que ele não a deixaria em paz depois disso. Também não foi difícil prever a reação que ele teve ao ver que Billie usava calças. Ela era uma mulher diferente de qualquer uma que pudesse imaginar como sua esposa. Ela não era delicada, era teimosa e agia por impulsos, quase sempre causando algum problema por isso. Queria mata-la por ter se metido naquela situação e mais ainda quando ele quase caiu do telhado ao tentar descer com ela.

Foi só quando Andrew Rokesby aparece para ajudar é que eles conseguem sair de lá. Mas o tempo que passaram juntos naquele telhado discutindo por terem parado lá, fez com que algo mudasse. Com o pé machucado Billie não poderia andar e George a carregou por todo caminho. De alguma forma, tê-la em seus braços parecia certo.

Por conta da sua situação, Billie é forçada a ficar trancada dentro de casa. Sua única salvação é quando Andrew e George aparecem para visita-la. Andrew sempre foi um grande amigo. Tão competitivo quanto Billie e sempre pronto para fazer alguém rir. A amizade dos dois sempre foi cheia de implicâncias, mas sempre fez falta a Billie. Andrew agora fazia parte da marinha e o único motivo para estar em casa, é porque quebrou o braço e foi enviado para casa para se tratar.

Soava exatamente igual, mas, quando a risada descontraída chegou aos seus ouvidos... Foi o som mais lindo que ele já tinha ouvido. E, provavelmente, o mais assustador. Porque ele tinha a sensação de que sabia o que significava. E, se havia uma pessoa no mundo por quem não se apaixonaria, essa pessoa era Billie Bridgerton.

A aproximação de George e Billie vai crescendo aos poucos, até o momento em que uma notícia ruim muda os ânimos. Mais do que nunca os Rokesbys e os Bridgertons precisam estar juntos. Em um momento em que tudo parece ruir e em que George sente-se impotente, Billie está perto demais e o desejo que veio crescendo nas últimas semanas fala mais alto. Num impulso, George beija Billie. E ela retribuiu. Aquela não era a atitude de um cavalheiro, mas ele a desejava e aquele beijo confirmava o que ele não queria admitir: estava perdidamente apaixonado por Billie Bridgerton.


O que eu achei?


Faz pouco tempo que resolvi me aventurar pelos romances da Julia Quinn e meu Deus do céu, por que demorei tanto? Cada livro me surpreende de uma forma diferente. Neste livro, a história me atraiu nas primeiras páginas. Billie é cheia de atitude em uma época onde não havia espaço para uma mulher fazer mais do que cuidar da família. No entanto, ela mostra a capacidade da mulher em ficar a frente dos negócios e provar que é boa no que faz. Ela é dedicada, lê todos os livros que podem ajuda-la a melhorar a produção na propriedade da família. Por isso, ela não aceita que critiquem o trabalho que faz, ela sabe como se impor e fazer com que o que deseja seja cumprido.

O que só prova que ela não é a mulher que George esperava se apaixonar. Ele esperava encontrar uma esposa entre as jovens da sociedade de Londres. Onde escolheria entre mulheres delicadas, prendadas e discretas. Tudo o que Billie jamais seria.

— Pare. — Billie fez uma careta para ele antes de voltar para George — Precisamos de você para resolver uma questão.
— Se for para decidir quem consegue escalar uma árvore mais rápido, é você, Billie — afirmou George sem pestanejar. — Se for para saber quem atira com mais precisão, é Andrew.
— Nenhuma das duas coisas — disse Billie, franzindo ligeiramente o cenho. — Tem a ver com croquet.
— Então que Deus nos ajude — murmurou George, levantando-se e seguindo para a porta.

George é o personagem que foi conquistando o seu espaço durante a narrativa. Com uma mulher de personagem forte como Billie seria fácil deixa-lo de lado, mesmo quando ele é o mocinho da história. Mas o moço tem os seus problemas também. Por ser o filho mais velho, nunca pôde fazer nada que comprometesse a sua segurança. Ele não tinha liberdade para agir como bem entendesse, precisava ser preparado para assumir os negócios da família e o título de conde. Essa é a sombra que o persegue durante a história. Ele quer ser útil, quer servir a rainha, mas somente os seus irmãos terão esse privilégio.


Esse livro é mais um clichê onde a mocinha e mocinho que não se suportam acabam juntos. Não é uma novidade, mas o romance conquista o leitor nos primeiros capítulos. A atração entre os dois fica evidente logo no começo, mas a relação deles não é fácil. Os dois vivem como gato e rato e nenhum quer ceder.

É um livro sobre empoderamento feminino e que traz com uma leve crítica a sociedade da época. Com uma trama rápida, leve e sem pretensão é fácil se apaixonar pela história. É mais um livro maravilhoso da Julia Quinn e que você vai adorar conhecer!

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