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Até a página 100: A Grande Solidão, de Kristin Hannah


Leonora Allbright (Leni) tem 13 anos e está em constante mudança. Desde que o pai – Ernt –voltou da guerra no Vietnã ela tem que lidar com as mudanças bruscas de humor e sua vontade de encontrar um novo lugar que faça com que ele esqueça os fantasmas que o persegue. Ernt foi sequestrado durante a guerra e, por muito tempo, Leni e a mãe – Cora – acreditaram que ele estivesse morto. Mas o homem que voltou do Vietnã não era mais o mesmo. Agora elas viviam com medo, mesmo as pequenas coisas poderiam tirá-lo do sério e elas não seriam capazes de controla-lo. Por isso as mudanças constantes. Cora todos os dias lembra a filha que elas o amam muito e precisam entender que ele está sofrendo, mesmo nos piores momentos, elas precisam perdoá-lo. Um dia Ernt voltaria ser o homem antes da guerra e elas voltariam a ser uma família feliz.

O que elas não esperavam é que ganhariam uma casa, de um dos homens que estiveram com Ernt no Vietnã. Um companheiro de guerra deixou a sua propriedade no Alasca para os Allbright. Mesmo pedindo para continuar onde estavam Leni é obrigada a preparar as malas mais uma vez. Ela sabia que a felicidade do pai não duraria para sempre, desta vez não seria diferente. O que seria dela e da mãe se algo desse errado em um lugar tão afastado do mundo quando o Alasca?

Mesmo o livro que o pai havia lhe entregado antes da viagem não a teria preparado para o que viu quando chegaram.

“Aquilo não era uma cidade. Um posto avançado, talvez. O tipo de lugar que uma caravana rumo ao oeste poderia ter encontrado cem anos antes, o tipo de lugar que ninguém permanecia. Será que havia alguém da sua idade ali?”


A vista da cidade não era nada comparada com a casa que haviam herdado. Apesar do tamanho do terreno, que permitiria que eles pudessem criar pequenos animais, caçar e plantar hortaliças, a casa não era mais do que uma cabana. Quando entraram era possível ver a camada de poeira no ar e o estado deplorável dos móveis. Eles precisariam de mais do que uma boa faxina para conseguir deixar a casa habitável.

Mas existe algo mais do que o frio na cidade. Apesar de pequena e de difícil acesso durante o inverno, os morados tratam de ajudar uns aos outros. Ninguém sobrevive ao Alasca sem ajuda e logo os Allbright recebem os vizinhos para começarem os preparativos para o inverno.

“Uma mulher tem que ser dura como o aço por aqui, Cora. Não pode contar com ninguém para salvar você e seus filhos. Vocês precisam estar dispostas a salvar a si mesmas. E têm que aprender rápido. No Alasca só se pode cometer um erro. Um. O segundo vai matar você.”



Mesmo até a página 100, muita coisa acontece na história. É difícil imaginar, porque vejo livros menores que arrastam a narrativa para durarem mais, mas neste livro, por mais que a autora já tenha entregado tantas informações para o leitor, é apenas o suficiente para que ele enfrente o que ainda está por vir.

“Vocês estão na natureza selvagem. Isto aqui não é nenhuma fábula ou contos de fadas. É real. É duro. O inverno vai chegar em breve e, podem acreditar, não é como nenhum inverno que vocês já tenham experimentado. Ele destrói os mais fracos, e rápido. Vocês precisam saber sobreviver. Precisam aprender a atirar e a matar para se alimentarem e se manterem em segurança. Aqui, vocês não estão no topo da cadeia alimentar.”

A descrição da autora sobre o Alasca é o que me surpreendeu na história até aqui. Os personagens falam tanto sobre o inverno que está chegando que a curiosidade do leitor vai aumentando conforme a história vai se desenrolando. Algo muito ruim deve acontecer para que seja tão aguardado e todos passem o restante do ano pensando nele e em como irão sobreviver.





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Logo, logo a resenha estará aqui no blog!

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