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[Resenha] Um marido de faz de conta, de Julia Quinn



Um marido de faz de conta
Julia Quinn
Editora Arqueiro
Onde comprar: Amazon

Sinopse: Depois de perder o pai e ficar sabendo que o irmão Thomas foi ferido durante uma batalha, Cecilia Harcourt tem duas opções: se mudar para a casa de uma tia ou se casar com um vigarista. Para fugir desses destinos, ela cruza o Atlântico, determinada a cuidar do irmão. Após uma semana sem conseguir localizá-lo, ela encontra o melhor amigo dele, Edward Rokesby, inconsciente e precisando desesperadamente de cuidados. Mas, para permanecer a seu lado, Cecilia precisa contar uma pequena mentira...

Eu disse a todos que era sua esposa.

Quando Edward recobra a consciência, não entende nada. A pancada na cabeça o fez esquecer tudo que aconteceu nos últimos três meses, mas ele certamente se lembraria de ter se casado. Apesar de saber que Cecilia é irmã de Thomas, eles nunca foram apresentados. Mas, já que todo mundo a trata como esposa dele, deve ser verdade.

Quem dera fosse verdade…

Cecilia coloca o próprio futuro em risco ao se entregar ao homem que ama. Mas, quando a verdade vem à tona, Edward também pode ter algumas surpresas guardadas para a nova Sra. Rokesby.

Cecilia Harcourt não via saída. Desde que o pai falecera o seu futuro era cada vez mais incerto. A linha hereditária de sua família garantia que a terra passasse de pai para filho, do contrário, somente um primo homem poderia herdar as terras. Seu irmão, Thomas, estava longe demais para garantir a segurança de Cecilia. Por isso, ela não ficou surpresa ao perceber a aproximação do primo, Horace, depois do enterro do pai. Ele tratava de lembrar a Cecilia, nas entrelinhas, que a casa precisa se um homem que a herdasse e caso algo acontecesse a Thomas durante a guerra a propriedade seria entregue a ele. Cecilia sabia que logo as pessoas da pequena Derbyshire logo começariam a comentar o fato dela estar sozinha na casa. Como se não fosse pouco, após a morte do pai, Cecilia recebeu uma carta do exército informando que Thomas estava ferido. Sem saber o que fazer e depois do pedido de casamento mais que indesejado de Horace, Cecilia reuniu toda a coragem que despunha e antes que pudesse se arrepender, embarcou em um navio rumo ao outro lado do oceano.

Durante toda a viagem, Cecilia imaginou que teria apenas que procurar pelo irmão nos hospitais, mas ao chegar a Nova York ninguém sabia sobre o paradeiro do Capitão Thomas. Nenhum militar estava disposto a ajudar e três dias depois suas economias já estavam no fim. Foi quando descobriu que Edward Rokesby estava gravemente ferido no hospital improvisado. Já que Cecilia não poderia ajudar o irmão, não pensou duas vezes antes de contar uma mentira para poder cuidar do melhor amigo de Thomas. Edward estava sempre presente nas cartas que trocava com o irmão e Cecilia já sentia como se o conhecesse há muito tempo. Por isso, quando disseram que somente familiares poderia visitar o Capitão Rokesby, Cecilia disse que era sua esposa.


O que Cecilia não esperava é que ao acordar Edward diria o seu nome. Mesmo sem nunca tê-la visto, Edward sabia quem ela era. De alguma forma a voz que escutou parecia se encaixar no que ele já sabia sobre a irmã de Thomas. Seu melhor amigo já tinha mostrado o retrato da irmã diversas vezes e em pouco tempo, Edward percebeu que estava se apaixonando por uma mulher que só conhecia por cartas. Mas isso não explicava porque a estavam chamando de Sra. Rokesby. Em que momento ele havia casado com Cecilia? Quando a conheceu? E mais, como ela veio parar do outro lado do Atlântico?

Meses atrás, Edward tinha sido enviado para uma missão em Connecticut, mas algo deu errado e ele foi encontrado com um ferimento grave na cabeça. Já estava há alguns dias no hospital em Nova York quando Cecilia chegou. Por isso, não foi nenhuma surpresa para todos quando Edward disse que não se lembrava de nada recente. Sequer conseguia dizer do que não se lembrava. Também foi por isso que Edward não desconfiou da sua nova esposa. Ele poderia muito bem ter se casado com ela e não se lembrar de quando aconteceu. Assim como não se lembrava do que havia acontecido com o amigo.

Quando Cecilia procurava pelo irmão, ela tinha se apresentado como a Srta. Harcourt e sequer foi ouvida. Mas seguindo o conselho de Edward, ela se obrigou a usar o nome do falso marido para conseguir informações. E não é que estar casada com o filho de um conde não tornava as coisas mais fáceis. Cecilia odiava a ideia de estar se aproveitando do que não lhe pertencia, mas ela preferia acreditar que era por um bom motivo e que Edward precisava dela. Apesar de ter recebido alta do hospital, ele mal conseguia caminhar sem ajuda. Quem cuidaria dele se ela contasse a verdade logo agora? Assim que ela conseguisse as informações sobre o irmão e que Edward estivesse recuperado o suficiente para ficar sozinho, ela contaria a verdade e então arcaria com as consequências da sua mentira.


Mas ficar tão próxima de Edward não facilitaria as coisas. Desde que ele começara a incluir algumas linhas nas cartas que Thomas enviava, Cecilia percebeu o quanto elas foram ganham a sua atenção. Um sorriso sempre surgia enquanto lia as mensagens de Edward e ela precisou admitir que estava apaixonada por um homem que nem conhecia. Depois de todas as mentiras que tinha sido obrigada a contar desde que Edward acordou, Cecilia sabia que ele jamais a perdoaria. Ele era um homem honesto, integro e leal ao exército. Ela sabia que ele se sentiria mal por ter mentira para os seus superiores sobre um casamento que nunca aconteceu, mesmo que ele não se lembrasse disso. Mas ela também sabia que ele se sentiria usado quando descobrisse que ela usou o seu nome para conseguir informações sobre o irmão. Quantas mulheres já não deveria ter se aproximado dele por saber que ele vinha da aristocracia inglesa?

Para Edward, depender tanto de alguém não é fácil. Ele havia perdido mais de 5 quilos e estava fraco demais. Levaria alguns dias para se recuperar totalmente, mas a perda da memória era ainda pior. As dores de cabeça que vinham com ela também. Ele queria se lembrar de Cecilia, do casamento. Como poderia cumprir suas obrigações de marido enquanto estivesse doente? Ela merecia mais que um marido doente. Mas já era tarde demais, aqueles olhos o perseguiam. Cecilia era ainda mais bonita do que no retrato que Thomas havia mostrado. Era inteligente e gostava de provoca-lo. Ele sentia que já a conhecia, depois de todas as cartas, e sabia que poderia confiar nela.


Diferente do primeiro livro da série, onde há mais personagens envolvidos na história, neste o foco se mantém entre Cecilia e Edward, apesar dos personagens que vão cruzando com eles durante a narrativa. Enquanto a mentira paira em cima deles, a busca pelo paradeiro de Thomas também é destaque.

Edward e Cecilia formam um casal maravilhoso. Apesar da timidez, Cecilia carrega um humor pronto para desafiar o marido, é uma mulher forte e capaz de fazer o que for preciso. Já Edward, traz a elegância de um aristocrata, mas sem manias de grandeza. Seu tempo no exército lhe ensinou a viver com pouco. Nunca usou do nome e de sua descendência para conseguir o que precisava.

É fácil torcer pelos dois.

Cecilia tem várias oportunidades de contar a verdade, mas não tem coragem para isso. Ela sabe que vai perdê-lo e prefere emburrar a decisão para quando encontrar o momento certo. Também sabe que ele estava praticamente noivo de Billie Bridgerton, vizinha da família de Edward. Uma mulher que também vem da aristocracia e que o merece mais do que ela. Edward está completamente apaixonado pela esposa e acredita que ela jamais mentiria para ele.

Um Marido de Faz de Conta traz um romance leve, divertido, cheio de altos e baixos, além de ser apaixonante. A história flui muito bem e prende o leitor a cada página! Eu já estava apaixonada pela série depois de ler o primeiro livro, e estava mais que curiosa para conhecer a história dos outros personagens. Juro que eu tentei escrever algo menor, mas foi difícil deixar alguns partes de lado para falar desse livro, rs. Por fim, mais que recomendo! É um prato cheio para quem gosta de um bom romance de época.

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