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[Resenha] Mestres do Mistério: Crimes quase perfeitos em salas trancadas



"Mestres do Mistério" foi publicado pela Faro Editorial em maio deste ano e traz cinco contos escolhidos pelo Victor Bonini. São contos de renomados autores do gênero, apresentados em uma edição linda e muito bem produzida pela Faro Editorial.

Para abrir a leitura com chave de ouro, foi escolhido Arthur Conan Doyle, o responsável por dar vida a um dos detetives mais conhecidos em todo o mundo: Sherlock Holmes. Em mais uma de suas aventuras, Sherlock e John Watson ajudaram sr. Hilton Cubitt, com o estranho caso dos dançarinos. O sr. Cubitt encontrou em sua propriedade desenhos, que a primeira vista passariam como brincadeira de criança. No entanto, sua esposa, ao encontrar os desenhos, ficará desesperada, dando a entender que havia muito mais significado para aqueles desenhos do que apenas uma brincadeira. Sem desejar cobrar explicações de sua esposa, o sr. Cubitt foi em busca da ajuda de Sherlock Holmes para desvendar o mistério.

Um crime acontecerá antes que Sherlock Holmes possa solucionar o caso. Tudo indica que o assassinato ocorreu dentro de um escritório, com a porta e a janelas fechadas. Se não havia forma de entrar ou sair, então como o crime aconteceu?

Um conto rápido e instigante que conduz o leitor para um desfecho brilhante. Posso ser suspeita para falar, já que as histórias de Sherlock Holmes são as minhas favoritas para o gênero, mas Arthur Conan Doyle fez um trabalho sem defeitos nesta história.





O segundo conto é de ninguém menos que Edgar Allan Poe com “Os assassinatos na rua Morgue”. Um crime terrível ocorreu durante a noite. Duas mulheres, que moravam sozinhas, foram brutalmente assassinadas. O crime teria ocorrido dentro de um dos quartos, com a porta trancada. Uma das vítimas foi decapitada e a outra sofreu golpes de algo muito pesado. A polícia não tem nenhum suspeito ou motivação para o crime. As duas mulheres, mãe e filha, viviam reclusas e não recebiam visitas. Na noite do crime, os vizinhos ouviram gritos aterrorizantes e um grupo resolveu invadir a casa. Uma discussão estranha foi ouvida e ao entrarem no quarto, encontraram a cena de um assassinato brutal.

Auguste Duplin tem talento para enxergar aquilo que ninguém mais vê. Sem atropelar os fatos e de forma bastante detalhista, o jovem consegue analisá-los e deduzir a sequência dos acontecimentos. O jovem entrará na cena do crime para descobrir o que houve. Enquanto a polícia mantém sua atenção nos pontos irrelevantes para chegar a conclusão do caso, Duplin começa a sua busca sem descartar nenhuma informação e desta forma, logo descobrirá como as duas mulheres foram mortas.

Uma história empolgante e com um desfecho que jamais passou pela minha cabeça. Ainda não tive a chance de ler algo de Edgar Allan Poe e me surpreendi com a escrita. A história, depois das primeiras páginas, desenrola facilmente e logo estamos criando teorias do que aconteceu. Confesso que fiquei com a impressão de ver na personalidade de Duplin muito do Sherlock, acredito que muito se deve por acabo de ler uma história com ele. Mas não foi nada que atrapalhou a minha experiência.

O terceiro conto é de Jacques Futrelle, “O problema da Cela 13”. Um famoso cientista tentará provar aos amigos que consegue fugir de uma cela da prisão em 7 dias. Ao propor o desafio o cientista concordará em entrar na cela com nada mais do que alguns dólares e um par de sapatos engraxados.

Eu não conhecia o autor, mas preciso dizer que este foi o conto que menos chamou a minha atenção. A história não fluiu com facilidade e achei um motivo um tanto quanto irrelevante que levou o cientista a querer aceitar o desafio. Na verdade, foi uma história bem superficial e que não me atraiu tanto.




Para o quarto conto, foi escolhido G, K. Chesterton com “O homem invisível”. Seguindo as outras histórias, um assassinato acontecerá de forma misteriosa, em um apartamento trancado e vigiado do lado de fora. Não tenho muito mais o que dizer sobre este conto, porque é bastante curto. Acho que faltou um pouco mais de desenvolvimento da história. Basicamente, o crime acontece e, magicamente, o crime é solucionado. A maior parte da história foca em contar sobre uma personagem que ficou esquecida depois.

O último conto é de Wilkie Collins, “A história do viajante a respeito de uma cama extremamente ruim”. Diferente dos outros quatro contos, neste não haverá assassinato. Após vencer todas as apostas da casa de jogos e ganhar uma pequena fortuna, uma tentativa de assassinato acontecerá em um quarto fechado. Como o quase crime aconteceu é o mistério a ser desvendado neste conto.


Em “Mestres do Mistério” você encontrará uma sala fechada e um mistério a ser resolvido. Grandes nomes do gênero tentam mostrar a você que o impossível pode ser bem mais simples de acontecer do que você imagina.

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