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Excesso de rotina

Às vezes tenho a impressão de estar vivendo em um mundo só meu, onde a rotina me consome a cada dia. Já não me arrisco a mudar o caminho. Todos os dias eu saio de casa no mesmo horário, faço as mesmas atividades no trabalho e volto para casa, pontualmente, no mesmo horário. Já não perco tempo conversando com amigos na rua e sinto uma necessidade cada vez maior de voltar para a segurança do meu quarto. Não sinto mais vontade de manter o bom humor. As notificações do e-mail e das redes sociais vão acumulando, por conta da preguiça por ter que pensar em alguma resposta.

A vida perdeu o encanto, ou quem sabe fui eu quem perdeu a vontade de desejar coisas novas. Eu me sinto, cada vez mais, presa à mesmice e a correria do mundo. Passei a ver a vida como algo sem brilho, como um caminho constante, sem tropeços e sem surpresas.

Sinto falta da inocência que toda criança carrega. Sinto falta de acreditar e de confiar no inesperado. Mas ainda assim, eu não me arrisco mais. Passei a acreditar, ou melhor, passei a desacreditar no mundo. Talvez por opção, talvez por cansaço. Quanto mais confiamos nas pessoas, mais elas nos provam o quanto deveríamos aprender a desconfiar. O quanto deveríamos aprender a manter um pé atrás, só por garantia.

Em um mundo onde as pessoas passam uma pelas outras, sem sequer olhar para a necessidade do próximo, sem sentir vontade de querer que a vida de todos mude e não apenas a sua; não é neste mundo em que eu cresci e quero continuar a viver. Um mundo onde a rotina nos consome, onde os nossos problemas fecham nossos olhos para tudo o que acontece ao nosso redor.

No fundo, o que me faz falta de verdade é quem eu já fui um dia. Uma pessoa que acreditava poder ajudar a mudar o mundo. Alguém que fazia a diferença, que se sentia segura de ser quem era sem se importar com mais nada. Disso sim eu sinto falta: a segurança de acreditar que eu sei quem realmente sou.

Quote da semana


Cheia de urgências

Ei, como você está?

Faz tempo que não conversamos. Venho me perguntando se você ainda se lembra de algo, mas o tempo castiga demais quando aprendemos a guardar mágoa. Tive vontade sim de passar outra daquelas madrugadas, juntos, jogando conversa fora. Era divertido, não era? Você ainda sente falta disso? Eu sei, as coisas mudaram ou talvez eu quem tenha mudado, mas ainda não desisti. Eu ainda estou aqui, esperando. Promete que não vai esquecer?

Quero tudo de volta. Quero aquele sentimento de segurança e confiança de volta. Quero aqueles dias em que podia desejar um bom dia pessoalmente, sem mensagens, sem a distância. Você lembra? Uma pena que não imaginávamos o quanto isso nos faria falta. É estranho, suas mensagens chegam todos os dias. Sei a hora exata que elas irão chegar e o que virá junto com elas... Mas a distância faz diferença sim. Ela faz com que a gente deixe de acreditar nas palavras e tenha urgência de atitudes.

Sei que você ainda está por aí, assim como eu, esperando. Esperando por dias em que nada disso existirá mais. Esperando pela nossa chance de deixar para trás toda essa distância e preencher esses espaços que há tanto esperam por carinho e amor. Só me promete que não vai desistir? Nem antes e nem depois? Estou apostando tudo o que tenho de melhor em você.

Jogada Mortal (Harlan Coben)


Harlan Coben é de longe um dos meus escritores atuais preferidos. A forma como ele desenvolve a história prendendo a atenção do leitor, hoje em dia, não é para qualquer. São poucos os autores que possuem o dom de cativar o leitor ou como dizem: não são autores de um livro só.

Apesar de ser o segundo livro da série Myron Bolitar, Jogada Mortal pode ser lido mesmo que você não conheça as outras histórias.


Myron é um ex-jogador de basquete que viu sua promissora carreira ser interrompida após uma contusão. Entrou para faculdade de direito em Harvard, trabalhou para o FBI e abriu a sua própria agência de representação esportiva. Um homem divertido que junto com Win – seu melhor amigo - são capazes de arriscar a vida por seus clientes e pelas pessoas próximas aos dois.

Enquanto isso, Valerie Simpson que há seis anos era considerada a maior promessa do tênis, mas viu sua brilhante carreira decair após um colapso nervoso, foi subitamente assassinada durante o Aberto dos Estados Unidos.

Valerie estava prestes a ser representada por Myron e ao descobrir que um de seus clientes é um dos suspeitos, ele resolve investigar o crime.

- Você está fazendo aquela cara – avisou Win.
– Que cara?
– Sua cara de ‘quero salvar o mundo’.

Ao revirar um passado obscuro e cheio de dor envolvendo Valerie, Myron vai encontrar pessoas que estão dispostas a evitar, a qualquer custo, que ele encontre as respostas para este assassinato. Também vai descobrir que o passado se faz cada vez mais presente para chegar à solução deste crime.

Revirar um assassinato de seis anos atrás podia até ser divertido, mas fugia ao seu objetivo. Ele estava atrás do assassino de Valerie. Queria encontrar a pessoa que decidira dar um fim à existência jovem e atormentada da moça. Talvez isso fosse mesmo o que chamam de corrigir uma injustiça. Ou de complexo de salvador ou herói. Ou então de cavalheirismo. Não importava. Para Myron, era muito mais simples: Valerie merecia um destino melhor.