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O que faz de mim um leitor


Os livros fazem parte da minha vida há mais tempo do que sou capaz de lembrar. Por vezes eu já tentei lembrar do momento exato em que os livros se tornaram importantes para mim. A sensação que tenho é a de que eles simplesmente apareceram e foram ficando, conquistaram espaços e decidiram que não iriam embora. 


Lembro de ganhar os quatro primeiros livros da saga Harry Potter aos dez anos e lembro de ter ficado muito feliz com o presente. Mas quando penso no livro que me fez gostar de ler, o primeiro livro que me vem à cabeça é um dos favoritos da minha mãe: Dom Casmurro, do Machado de Assis. Por influência dela, eu li quando ainda estava na terceira série. Lembro de ter lido para deixá-la feliz. Não lembro quanto tempo levei para ler, não lembro de ter gostado ou não da história, mas lembro claramente do dia em que a minha mãe me entregou o livro. 


É engraçado como nos apegamos a coisas tão pequenas, coisas que em um primeiro momento passariam despercebidas, coisas que logo seriam esquecidas, mas, pelo contrário, ficam gravadas na memória. E, em momentos aleatórios da nossa vida, voltam a nossa mente e nos enchem de emoções. 



Há livros que eu não consigo lembrar da história, não consigo lembrar dos personagens, ou mesmo lembrar do nome do autor sem consultar a capa. Ao mesmo tempo, sou capaz de lembrar exatamente do que senti ao ler cada um dos livros que estão na minha estante. Lembro dos livros que me decepcionaram, daqueles (poucos) livros que abandonei, daqueles que fizeram me rir e que me fizeram chorar... Lembro dos que ganhei, lembro do que me fez comprar cada um. Mas quando penso na história, é como se as páginas, desses mesmos livros, estivessem em branco. 


Com a mesma intensidade, sou capaz de descrever em detalhes a história de alguns livros da minha estante. Não necessariamente por ter me apaixonado pela história ou por ter me tornado fã do autor e dos personagens. Há livros que eu lembro todos os detalhes e que me fizeram detestar a história ou sentir que ele não foi escrito para mim. Posso dizer que, mesmo aqueles livros que não se tornaram os meus favoritos, tiveram força o suficiente para deixar uma lembrança, uma recordação para que não ficassem para trás



Acredito que essa é a mágica por trás da leitura. Quando nos deixamos levar pelas páginas de um livro, somos carregados para realidades diferentes, somos jogados em um mundo novo, com desafios para enfrentar e histórias que, algumas vezes, nos ajudaram a entender a nossa própria história. Não sei qual o seu tipo de livro favorito. Não sei se você gosta de não-ficção ou se você se entrega a um mundo fantasioso. Não sei se você prefere distopias ou um romance estilo sessão da tarde. O que eu sei é que, se você se tornou um leitor, foi porque em algum momento da sua vida você escolheu viver nas palavras de outra pessoa por um curto espaço de tempo. Você abriu o seu coração para receber o que aquele amontoado de páginas tinha a dizer. Pode ser que um livro não tenha tocado o seu coração da mesma forma que os outros, mas você escolheu abrir a sua vida para o desconhecido. E isso requer coragem. Há livros que podem nos destruir em um momento, ao passo que outros podem nos tirar do fundo poço e nos ajudar a seguir em frente. 


E ainda assim, ouviremos aqueles que acham que a Literatura é uma bobagem ou que um determinado tipo de leitura é melhor que outra. O que muitos não entenderam, até hoje, é que a leitura é mais do que o mundo dentro da bolha em que vivem. Para mim, a Literatura sempre serviu como um refúgio, um lugar para me ajudar a seguir em frente quando eu não conseguiria sozinha. Para alguém, pode ser um ato de resistência. Para você, pode ser apenas um momento de descanso depois de um dia cansativo de trabalho ou estudos. A Literatura é aquilo que nos conforta e nos dá o impulso para ir além. 


O que me instiga a ler mais, pode não fazer sentido para você. Ao mesmo tempo, o que te move pode não servir para mim. Essa é uma das regras básicas da vida. Quando as pessoas aprenderem a não julgar a vida dos outros pelas regras da própria vida, teremos um mundo melhor. Um mundo onde a empatia não é sinal de fraqueza. Um mundo em que a sua felicidade não depende da desgraça do outro. Ou será que é sonhar alto demais que isso poderá acontecer algum dia?

Uma conversa aleatória sobre ritmo de leitura

Imagem por Travel Photographer



Oi! Antes de começar o post, aperta o play. :)

Em agosto eu terminei a sexta leitura do ano. Esse foi um marco importante para mim. Há dias em que não consigo sentar e ler uma única página sem deixar que a minha mente divague por diversos pensamentos que me fazem esquecer das palavras que estou lendo. Isso pode acontecer por um dia ou semanas a fio, dias em que não consigo encarar a ideia de parar a minha mente por algumas horas ou minutos que seja. Conseguir concluir uma leitura tem sido um passo grande para mim.

Durante todo esse ano, venho me cobrando muito para retomar o meu ritmo de leitura. No ano passado, ele já havia caído muito. Este ano, ele sequer existe. Foram (e continuam sendo) momentos difíceis para mim. Entender que a vida precisa continuar, não importa o que aconteça, é complicado. Nem sempre pode parecer justo.

Muitas vezes, no mundo literário, esquecemos que a vida envolve muito mais do que passar horas e horas lendo, e compartilhando o que lemos. A vida vai além de uma página com muitos seguidores, curtidas e engajamento. Há dias em que o fardo das decisões (mesmo as que não envolvem você) acaba sendo maior do que somos capazes de carregar. E não há vergonha nisso. Nos cobramos tanto para atingir metas que nos perdemos.

Eu não sei você está passando por algum momento difícil, ou se há algum problema que esteja consumindo os seus pensamentos e tempo, o que quero que você saiba é que ninguém irá julgá-lo por ter uma vida e por não impor o seu ritmo de leitura. Essas cobranças só existem na nossa cabeça. É loucura pensar que as pessoas irão nos julgar por não ter sentado e lido uma única página depois de oito horas de trabalho (no mínimo), mais o trajeto de volta para casa. Ninguém vai olhar para você e dizer que você é menos leitor porque não conseguiu completar a leitura um mês depois de ter começado. Só porque o coleguinha no Instagram posta uma leitura atrás da outra, não quer dizer que você precisa acompanhar o ritmo de leitura dele. A vida é feita de muito mais do que números.

Não digo isso porque eu já estou em um nível de consciência em que isso não me afeta. Pelo contrário, todo dia é uma luta imensa. Há dias em que ao sentar para ler, a minha mente não consegue se concentrar o suficiente para terminar de ler uma frase. Há dias em que o sono me consome, mesmo depois de ter dormido o suficiente. Há dias em que me sinto culpada demais para sentar e ler. Como eu disse, todos temos problemas, problemas que são apenas nosso. E ninguém é capaz de compreender como eles podem nos afetar.

Mas em meio a esse turbilhão de sentimentos, tenho me esforçado para não deixar que a cobrança por retomar o ritmo me consuma. É por isso que resolvi escrever. Talvez nada disso faça sentido para você, talvez seja algo que não tenha importância alguma para você, e está tudo bem! Mas quem sabe exista alguém que esteja enfrentando algo parecido e queira conversar? Ou precise apenas ler algo que seja um pouco distante das diversas cobranças que vemos pela internet. Quantas postagens você já não encontrou em blogs ou redes sociais, com dicas de como melhorar o seu ritmo de leitura? Posso dizer que eu já vi mais do que sou capaz de lembrar. Aliás, se você navegar um pouco aqui no blog, irá encontrar uma postagem com o mesmo assunto. Uma postagem que fez parte de um momento em que tudo era bem mais fácil, onde eu não enxergava que a vida poderia ser mais do que a quantidade de livros que eu marcava como lido no Skoob.

Mas em algum momento, a ficha cai. Em um dia difícil, quando nada estiver dando certo e mesmo assim você conseguir juntar energia o suficiente para abrir um livro e ler uma ou mais páginas, você vai entender. Você vai aceitar o seu próprio tempo e seguir em frente. Você vai perceber que ninguém pode julgar o seu ritmo, porque ninguém está vivendo a sua vida. Ninguém pode dizer que você deve se esforçar mais, porque o peso dos problemas que você está enfrentando nunca será o mesmo para os outros.

Eu já li, e disse, diversas vezes que os livros salvam. E pode acreditar, isso é algo que eu guardo com todo o carinho, porque é a mais pura verdade. Nos dias em que eu precisava de algo que me distraísse ou que me levasse para uma realidade completamente diferente, foram eles que me ajudaram e continuam ajudando. A leitura tem o poder de mudar o mundo, mas, em alguns momentos, só precisamos que ela mude o nosso mundo.

Algumas mudanças são inevitáveis

Já foram tantas mudanças... Muitas delas eu confesso que foram desnecessárias. Outras eu sequer me lembro de ter acontecido, e a única prova de que existiram são as pequenas pastas no meu computador, pequenas provas que foram se acumulando com o tempo. Aqui, nada se mantém por muito tempo. Nunca tive problema com isso. Pelo menos, não em relação ao blog. Já o mundo fora da internet tem me assustado bastante nos últimos tempos. Mudanças que eu preferiria não enfrentar ou sequer pensar nelas foram jogadas no meio do caminho sem opção para desvio. Por enquanto, sigo tentando atravessá-las sem perder mais do que já se foi.

Com isso, algumas coisas começaram a refletir por aqui. O layout antigo foi criado com muito amor e carinho (assim como tantos outros). Ele refletia uma fase mais leve, mesmo que por trás existissem algumas dificuldades e preocupações. Foi um dos poucos layouts limpos e claros que eu usei por aqui. Eu gostava dele. Ele fez parte de um momento que não consigo trazer de volta. Um momento que eu gostaria muito de trazer de volta. Mas ele já não se encaixava nesse novo contexto. Eu já não consigo encontrar a simplicidade e a clareza que ele carregava. Eu não me enxergava mais nele.

É importante saber reconhecer e aceitar mudanças inevitáveis em nossas vidas. Algumas são mais difíceis do que se adaptar a um novo layout ou uma nova casa. Mas elas não estão em nosso controle, nunca estarão. Portanto, eu me apego ao  que posso controlar, ao que posso mudar sem causar grandes estragos ou grandes dores. O novo layout traz um pouco da bagunça que apareceu por aqui. Traz um pouco da confusão e um pouco dos dias mais pesados. É uma mistura de tudo o que já foi e tudo que me tornei. É um pouco de quem eu sou agora.

Espero que tudo isso faça algum sentido a você. Provavelmente, não. Mas é difícil explicar o que não entendemos. Apenas deixamos que a vida siga como Deus planeja e controlamos aquilo que nos é permitido controlar.

Por ora, é só isso. Espero que você goste da nova aparência do Vento do Leste. Ele está cada vez mais parecido com o significado que o nome carrega. Mas isso é história para um outro post.

Até breve! 

Por que manter um blog?


Oi! Como você está?

Há alguns dias, venho tentando retomar algumas ideias que tinha para o blog neste ano, e me peguei pensando no motivo de ainda tentar manter o blog vivo. Não encontrei nenhum motivo forte o suficiente para me convencer de que isso ainda é importante para mim. Não há algo que justifiquei a minha necessidade de compartilhar as minhas leituras ou um pouco da minha vida com pessoas estranhas e não tão próximas do meu convívio. Então por que eu ainda eu ainda não quero desistir deste espaço?

Comecei pensando no que me trouxe a blogosfera e tive que voltar uns bons dez/onze anos atrás. Estava terminando o ensino médio e naquela loucura tão conhecida que é o ano do vestibular. Eu gostava de ler e acabei encontrando blogs que falavam sobre o que me atraía. Lembro de esbarrar primeiro no blog da Gabi. O Fluffy era um sonho para mim. Não só pelo conteúdo que a Gabi compartilhava, mas pela estética do blog. Se você conhece o Fluffy deve concordar comigo: o blog da Gabi sempre foi maravilhoso. Naquela época eu queria aprender mais sobre a criação de sites e  tinha bastante curiosidade (apesar do tempo que me faltava). Então decidi começar o meu blog.

Sentimentos Perdidos, o primeiro blog que criei, era mais um espaço onde eu escrevia o que vinha a minha cabeça, compartilhava textos e não tinha nenhuma certeza do que fazer para que desse certo. Não fala sobre livros e vivia procurando por templates gratuitos na web para testar. Algum tempo depois eu decidi mudar o nome para o Dezoito Primaveras, que teve o seu primeiro post em 2012. Esse boa parte dos atuais leitores do blog conhecem bem. Foi um blog que viveu por bons seis anos. Nele eu passei a me dedicar mais aos conteúdos literários e passamos por muitas mudanças juntos. Mas, em 2018, decidi dar um novo rumo ao blog e mudei o nome para Vento do Leste, uma pequena referência ao Sherlock Holmes. Desde então o blog veio se adaptando as mudanças da minha vida. Em 2020 eu tive que deixá-lo um tanto abandonado pela falta de tempo para me dedicar ao conteúdo. A minha expectativa para esse ano era tentar organizar uma rotina onde eu pudesse cuidar da minha mãe e também manter o blog vivo. Agora, sem a minha mãe, não vejo sentido em me dedicar a ele.



Aqui voltei ao motivo de ter dado início ao meu primeiro blog. Eu desejava um espaço onde pudesse compartilhar tudo o que eu não conseguia dizer. Sempre tive muita dificuldade em falar tudo o que estava sentindo, então escrever me ajudava a colocar os meus pensamentos em ordem. Fosse escrevendo um texto qualquer ou falando sobre uma leitura nova, tudo isso me ajudava a organizar as ideias e aprender a me posicionar, mesmo que de uma forma um tanto diferente da esperada. A tela do computador me ajudou a tirar um peso enorme quando eu não conseguia falar. Eu costumava dizer que o blog era um espelho de quem estava do outro lado escrevendo. E isso nunca falhou. Aqui, eu posso compartilhar uma parte de mim que poucas pessoas tem acesso. Uma parte que eu não costumo deixar exposta para que as pessoas próximas vejam.

Então, chegamos a pergunta que dá início ao post: Por que manter um blog? Porque os blogs que vivem, mesmo depois de um tempo tão longo e mesmo sem o retorno financeiro (que muitos que estão chegando a blogosfera agora almejam), estão vivos por fazerem parte daqueles que estão do outro lado da tela procurando por palavras, por conteúdo, por horas livres para manter vivo um pedaço do que eles são. Um pedaço que não mudou mesmo depois de tanto tempo.

Eu não sei o que Vento do Leste se tornou. Não sei o que virá. Se tem algo que eu aprendi este ano é que não sabemos quais são os planos de Deus para nós. Ainda estou tentando lidar com tudo o que venho sentindo e aproveito para agradecer a todas as mensagens que recebi. Sei que você vai entender que não é um momento muito fácil, mas sei que o blog vai passar por todas as mudanças junto comigo. E que sabe, se eu tiver um pouquinho de sorte, você ainda estará aqui para ver tudo o que irá acontecer.

27 Birthdays, 27 new years


Não posso dizer que os anos passaram rápido demais para que eu os notasse. Houve dias que torci para que acabassem logo (ainda espero por isso com frequência), houve anos que foram mais breves, outros mais longos... Mas ainda assim eu me lembro de todos. Não posso dizer que não vi os anos passando. Eu vi e muitas vezes só esperei que eles passassem por mim sem que eu tivesse que agir. E hoje se foi mais um.

Se eu fosse agir como uma daquelas pessoas chamadas de centradas, decididas e até dedicadas, eu poderia fazer um balanço de tudo o que já aconteceu nos últimos anos. Eu poderia listar os meus erros, os (poucos) acertos e coisas que eu tentaria mudar, e quem sabe sonhos a serem alcançados. Mas já faz muito tempo que eu deixei de ser alguém assim. Ou quem sabe eu só não pense mais nisso. E talvez esse pudesse entrar para lista de erros a serem corrigidos.

Com o tempo eu deixei de lado coisas que sempre gostei de fazer, mudei gostos (e não há nada de errado nisso), aprendi muitas coisas e me decepcionei com pessoas que faziam diferença na minha vida. Sinto falta de muito do que eu era, mas também sei que era um tempo diferente, quando as coisas eram mais fáceis e não havia tanta responsabilidade. Não importa. Esses 27 anos me trouxeram até aqui e de nada adianta ficar remoendo o passado em busca de algo a ser corrigido. Ouvi uma vez que devemos sempre olhar para frente, porque é o único caminho que podemos mudar. Portanto, posso dizer que estou feliz por estar aqui, por saber que poucas coisas se mantiveram (e foram somente as que carregam algum valor para mim). Agradeço sempre pela minha família e pelos poucos amigos. Agradeço por sempre ter algo que me lembre de momentos felizes.

E um exemplo disso é a música que acompanha esse post. “27” é uma das canções do meu cantor preferido. Ela é alegre e cheia de significado. Ela me deixa feliz em momentos em que eu não tenho no que me apoiar. Inclusive, não vou deixar esse post passar sem indicar esse cantor maravilhoso para você. Se você não o conhece ainda, aperta o play na playlist no Spotify.

Por ora, é isso. Espero que você esteja bem e se cuidando. Me conta um pouquinho sobre você nos comentários. Até o próximo post!

Bora conversar um pouco?


Faz algum tempo que não posto nada, inclusive nada que seja fora do mundo literário. Algumas playlist até fogem do tema principal, mas nada mais ambicioso do que isso. Mas hoje decidi conversar um pouco com você. Jogar um pouco de conversa fora e tentar clarear as ideias. Então me diz: você está conseguindo lidar com toda essa pressão e ansiedade por conta da pandemia?

Eu não consigo mais manter a minha rotina. O meu ritmo de leitura desandou bastante e os meus projetos pessoais eu já nem me lembro de que eles existem. Alguns dias eu acordo mais disposta a colocar tudo em ordem. Nesses dias eu me animo a continuar com alguns cursos online, me aventuro em algumas coisas que há muito tempo eu quero fazer. Mas nos outros dias é apenas uma mistura de “eu quero fazer” com “eu não sei o que fazer”. Como se eu não conseguisse me decidir por qual tarefa começar.

Os livros já não prendem a minha atenção como antes, mas ainda continuo tentando seguir com a minha meta. Até me arrisquei a começar a ler e-books (o que eu nunca havia feito até então). E não satisfeita, estou lendo três livros ao mesmo tempo (ao menos estou tentando). Sinto como se nada fosse voltar a normalidade.

As redes sociais eu praticamente não abro mais. O Facebook e o Twitter viraram fontes de notícias ruins e brigas partidárias. Para encontrar algo que valha a pena é preciso garimpar em meio a postagens que estão carregadas de energia negativa. Não que eu não queira estar bem informada e consciente do que acontece no mundo lá fora, mas a minha saúde mental já está no vermelho. Em algum momento você precisa reconhecer quando já atingiu o seu limite. Me entupir de informações não vai resolver o problema do mundo. Escolho ler apenas o necessário.

Tento manter o ritmo e não ficar parada o dia todo. Faço as tarefas de casa, ando cozinhando bastante (principalmente porque a minha mãe está com alguns problemas de saúde). Descobri coisas que gosto de cozinhar e coisas que eu não tenho paciência para fazer.

Por fim, fecho a semana assistindo a live do Passenger no Youtube. E acredite, esse homem faz milagres! Nada das grandes produções como muitos artistas (imprudentemente) andam fazendo. Aliás, o que já é o seu padrão. Ele, lindamente, se comprometeu com os fãs a fazer um live por semana. Não teve uma única vez em que terminei de assistir sem me sentir feliz e disposta a fazer tudo o que preciso.

E assim eu tento manter um pouco da minha rotina de antes, tento não parar, não perder o ritmo, ou sei que será impossível sobreviver tanto tempo presa em casa sem saber o que irá acontecer. Tento não me cobrar para ser tão ativa. Não estamos vivendo uma situação comum, não há uma fórmula que te diz como agir em momentos como esse. Por isso, acredito que não há nada de errado em não conseguir ser como as pessoas que estão vivendo como se não fossem afetadas com a crise. Pessoas que continuam ativas, inspiradas e produtivas. Cada um reage de uma forma. O importante é não deixar que isso nos derrube por completo. São dias difíceis, mas que irão passar. E vamos nos manter em pé e fortes até o fim.

Adeus 2019 e que venha 2020


2019 foi um ano bastante difícil por aqui, não só no mundo literário, como na vida no geral. Foi um ano de muitas provações, como diria a minha mãe, mas também foi um ano que trouxe pessoas incríveis para minha vida. Também pude ler alguns livros que me surpreenderam bastante (positivamente) e conquistaram espaço no meu coração.

Já a minha meta literária ficou bem atrás do que eu imaginava. Não por falta de tempo para ler, foi mais por falta de ânimo mesmo. E em algum momento desse ano, eu entendi que não era o fundo do poço. Que não havia motivo para me sentir triste por não alcançar uma meta que outras pessoas estavam alcançando. Que não há nada de mais em não conseguir ler uma quantidade absurda de livros por ano/mês/semana. Muitas vezes é difícil para gente entender que o nosso ritmo de leitura pode mudar e ser diferente que o das pessoas que costumamos acompanhar na internet. Acredito que seja ainda mais difícil para quem mantem um blog/canal literário. Saber que você precisa se manter atualizado, trazer um conteúdo bacana e diferente do que estão fazendo por aí acaba gerando uma pressão grande demais, principalmente quando ainda não sabemos lidar com ela. Essa é uma das metas que eu vou tentar seguir no próximo ano: diminuir o ritmo. Quero continuar lendo os meus livros, no meu tempo e aproveitando cada história. Seguir sofrendo com as ressecas literárias e ler os livros que eu gosto de ler. Não incluir um livro na minha lista só por ter sido uma indicação, por parceria ou por ser o queridinho do momento na internet. Quero dar chance para autores brasileiros ganharem espaço na minha estante. Quero voltar a sentir prazer em sentar e ler um bom livro.



Agora, saindo do mundo dos livros.

Um momento importante (na verdade, dois) que compartilhei aqui no blog com vocês, foi a vinda de um dos meus ídolos ao Brasil! Não sei se vocês já cansaram de me ver falando sobre ele por aqui, mas foram dois momentos que fizeram o meu 2019 valer a pena. Graças a eles ganhei novos amigos, pessoas que compartilharam momentos incríveis comigo e serei eternamente grata por tanto carinho. Sou grata, principalmente, àquele homem lindo que fez o meu ano maravilhoso. Já disse a vocês, mas o Mike (ou Passenger) é um ser humano incrível! Ele é sempre simpático, humilde e carinhoso com as pessoas que estão ao seu lado. Sinto que escolhi o ídolo certo para seguir.

É isso, gente!

Muito obrigada por me acompanharem em mais um ano. Desejo que 2020 venha para trazer mais leitores para o nosso mundo. Que mais e mais pessoas descubram o quanto a literatura pode mudar o mundo e ela precisa ser valorizada. E mais, que não existam mais debates e preconceitos com os gostos literários de ninguém. Que o próximo ano seja um ano de paz.

Feliz 2020, galera!

Um tempo para respirar em meio a rotina

Foto/Reprodução: Mohammad Metri

Que saudade estava de sentar em frente ao computador e escrever. Pode não parecer muito e nem quer dizer que penso em escrever algo diferente, importante, mas a verdade é que durante a correria do dia-a-dia as poucas coisas que nos trazem felicidade passam despercebidas, deixamos de lado para conseguir encaixar as várias tarefas que precisamos cumprir. Coisas simples como ler algumas páginas por dia, tomar café sem pensar no que precisa ser feito depois, escrever sobre algo aleatório, ouvir uma playlist nova, planejar as minhas atividades e deixar o bullet journal em dia... São coisas pequenas e que podem parecer insignificantes para vocês, mas para mim elas representam um pouco do que me traz paz de espírito depois de um dia cansativo no trabalho. Funciona como uma válvula de escape. Todos nós temos e precisamos delas.

Depois de duas semanas corridas e o blog ter ficado um tanto quanto abandonado, estou de volta. Espero conseguir colocar tudo em ordem, escrever resenhas e compartilhar novas histórias. Espero, de verdade, que tudo dê certo. Por ora, vou deixar algumas músicas que gosto de manter sempre por perto.

1. Maroon 5 - Sunday Morning


2. Coldplay - The Scientist


3. Coldplay - Fix You


4. Bon Jovi - It's My Life


5. Simple Plan - Welcome To My Life


6. Passenger & Ed Sheeran Heart's On Fire


7. Milton Nascimento - Maria Maria


8. Cássia Eller - Mudaram as Estações


9. Tribalistas - Velha Infancia


10. Legião Urbana - Eduardo E Mônica

Um livro vai além de uma capa bonita


Um livro vai além de uma capa bonita. Clichê, mas todos nós, ávidos leitores, concordamos totalmente com essa frase. Longe de mim desprezar o trabalho de pessoas que conseguem capturar a essência da história e apresenta-la de um modo que chame a nossa atenção e ganhe o nosso coração. Mas você vai concordar comigo que nem mesmo a capa mais bonita tem o dom de capturar a nossa atenção do início ao fim se trouxer uma história que não anda, com um enredo morno que nos faz desistir do personagem antes mesmo de chegar à metade do livro.

Mas há quem consegue encontrar um ponto positivo até mesmo nas histórias mais difíceis. Há quem não consegue abandonar um livro sem que a história seja concluída, sem saber que bem ou mal a história teve um final. Há pessoas que não gostam de deixar histórias pela metade. Pessoas que talvez tenham mais esperança e empatia do que as demais. Talvez. Talvez sejam pessoas que prefiram acreditar no melhor. Ou quem sabe, pessoas que pela teimosia não querem dar o braço a torcer e se veem obrigadas a ir até o fim. São tantos “talvez”, mas que ainda assim não deixam de ser reais. Acontecem. Aos montes.

Acreditei por muito tempo que me encaixava no grupo das pessoas esperançosas demais para desistir. Fui até o fim em histórias que não valiam nem as primeiras páginas, mas também me surpreendi com enredos que, por teimosia, me vi obrigada a chegar à última página. A teimosia muitas vezes me foi útil, mas também me fez perder outras histórias que eu poderia ter aproveitado deixando de lado a que me perturbava. Já a esperança me fez acreditar que bons escritores podem surgir de onde menos esperamos e que às vezes é só questão de insistir um pouco mais. O melhor sempre está por vir. É o que eu ouvi a vida inteira. Então, por que eu não deveria acreditar nisso?

Ainda assim, posso entender quem prefere passar adiante, quem prefere fazer a fila andar e tirar o atraso de livros que estão, há muito, guardados em estantes. Pessoas que veem o tempo correr e preferem acompanha-lo a passos largos. Pessoas que não querem perder o tempo. Não julgo e muito menos condeno. Leitor é um bicho cheio de vontades e liberdades. É um momento só nosso e, ao menos tempo, é um momento em que dividimos sonhos, medos e vontades com desconhecidos. Pessoas que não saíram das páginas, mas que parecem nos compreender melhor do que qualquer outra pessoa jamais seria capaz.

Então por que parar na capa? A capa nos enche os olhos e captura a nossa atenção. Mas o recheio, o miolo, traz a sensação de estar segurando o sonho de outra pessoa. Alguém que teve o cuidado de criar, manter e abrir mão de algo tão precioso para que nós pudéssemos esbarrar neles pelas ruas. Ir além da capa de um livro é assumir a responsabilidade de carregar um pedaço de alguém por um curto período de tempo ou, quem sabe, para vida inteira.

É preciso abraçar as mudanças


Não lembro quando foi a última vez que sentei em frente ao computador, encarei a página em branco e decidi fazer algo diferente. Talvez diferente não seja a palavra certa, mas por ora ela serve bem. Há muito tempo, desde que decidi restringir os assuntos do blog, deixei uma parte muito importante de mim para trás. Fui em frente confiando que estava fazendo a escolha certa e que era preciso abrir mão de algumas coisas para conseguir o que queremos. E isso não está completamente errado. O clichê "não podemos ter tudo" é verdadeiro e não deve ser esquecido. Não é possível dar um passo à frente e deixar um pezinho no passado. É preciso abraçar as mudanças. E eu me agarrei a todas elas.

Comecei deixando de lado os meus sentimentos. Ninguém quer ler sobre isso e eu não poderia me dar ao luxo de escrever algo que não seria postado no blog. Precisava me dedicar ao que eu queria. Foi assim que o blog ganhou um nicho diferente, totalmente voltado aos livros. O que eu havia me esquecido é o motivo de ter começado esse blog. Queria ter algo que fosse capaz de falar por mim, algo que me representasse e me deixasse falar sobre tudo. E isso incluía os meus sentimentos. Era uma válvula de escape, algo para me agarrar quando a tempestade do lado de fora apertasse. Mas eu me agarrei à mudança.

Não me arrependo de ter dado um novo rumo ao blog. Mudei o nicho, depois mudei o nome. Tudo foi se encaixando bem e por muito tempo eu me esqueci desse pedaço de mim que foi deixado para trás. Mas a vida cobra. Sempre cobra. Deixar de escrever sobre o que eu gosto, sobre a forma que eu vejo algumas coisas, foi me deixando mais fechada. Ao poucos se tornou cada vez mais difícil falar sobre o que eu estava sentindo. Se escrever já era difícil, falar era como dar um salto no escuro. Um salto que eu não estava disposta a arriscar.

Hoje, enquanto encarava as várias páginas do blog com textos que eu escrevi em uma época que eu já nem me recordo, senti saudade da pessoa que eu era. Não tinha medo de escrever, apesar de ter vergonha de publicar. Ainda assim estão aí, para quem quiser ler. Coragem? Talvez. Mas de alguma forma eles me ajudaram. Eles falaram por mim quando eu não tinha coragem, aguentaram a minha ansiedade e os meus medos. Sem eles, tudo voltou a ficar trancado em um lugar que eu aprendi a ter medo.

Como começar 2019?


Pensei em começar o ano de várias formas, tentei escrever um post com metas, desafios literários que pretendo cumprir neste ano, talvez um balanço do que foram as minhas leituras em 2018... Várias ideias, que com certeza irão aparecer nos próximos dias, surgiram, mas eu sinto falta de ter algo mais pessoal aqui no blog. Nos últimos anos tem sido cada vez mais difícil expor o que acontece no meu dia-a-dia, seja sobre coisas boas ou ruins... A verdade é que muitas vezes as postagens do blog logo são esquecidas por achar que não teria nenhuma utilidade ou ninguém se interessaria em ler. Mas isso é completamente o oposto do que eu queria quando criei o blog. Desde que era apenas o ‘Dezoito Primaveras’ a minha ideia era compartilhar histórias, descobertas, sonhos e o meu amor pelos livros. Foram seis anos tentando ajustar tudo para ficar como eu queria. Foi só em 2018 que descobri que o blog tinha fugido do que eu tinha planejado. Perdi o rumo várias vezes, tentei retomar, mas não funcionou. A partir de então, surgiu o ‘Vento do Leste’, o vento que na mitologia representa o criador das tempestades. Para mim, esse seria o vento para representar as mudanças.

Não foi necessário muito tempo para que a empolgação do início logo foi perdendo espaço. Uma rotina cansativa, um emprego que me deixava desmotivada e pessoas que entraram e saíram da minha vida sem que eu tivesse a chance de me preparar para isso (se é que isso é possível) foram mais que suficientes. O blog foi ficando em segundo plano e o desanimo bateu em cheio. Não havia nada que eu pudesse fazer. Enquanto a minha vida estivesse sem rumo, o blog também continuaria. Já disse diversas vezes por aqui que o blog é um espelho de quem o escreve. Acho que nunca tinha compreendido tão bem quanto agora. É preciso colocar a casa em ordem. Mas sem começar com a parte externa, como há meses eu venho tentando fazer. Preciso começar do zero, preciso estar em primeiro plano. E talvez essa seja a minha maior meta para 2019.

Estou trabalhando duro para colocar tudo em seu devido lugar. Sei que nada acontece do dia para noite, mas eu comecei este ano disposta a ao menos tentar. Não sei quais os seus planos para este ano, mas desejo que 2019 leve embora tudo o que nos manteve presos e nos impediu de sonhar cada vez mais alto em 2018. Que ele leve embora todos os nossos medos.

Espero ter muito mais para contar nos próximos posts, por enquanto, desejo apenas um Feliz Ano Novo!

O amor que você merece nos dias dos namorados


Desde que eu era criança ouvia comentários do tipo: "Você ficaria melhor com o cabelo liso" ou "Seu cabelo é feio, cheio demais...". Então eu mudei. Comecei a usá-lo liso como todos queriam. Depois me disseram que eu era gorda, mas eu não conseguia emagrecer, porque ficava nervosa, ansiosa demais e acabava comendo mais. Então passei a usar roupas mais larguinhas, que não marcavam tanto o meu corpo. Também me disseram que eu não era inteligente o suficiente, que eu era tímida demais. Então eu me fechei ainda mais. Deixei de fazer perguntas nas aulas, parei de me esforçar para entender alguma matéria. Deixei de acreditar que seria capaz de alcançar qualquer um dos meus sonhos. Passei a ter medo desejar algo bom.

Todos esses anos escutando esses comentários me fizeram desistir da minha autoestima. Passei a valorizar a qualidade dos outros e me esqueci do que eu era capaz de fazer. Passei a depender da opinião ou do afeto das pessoas para me sentir bem.

Até quando uma pessoa é capaz de viver assim?

Não sei o que mudou. Não posso dizer que houve um momento marcante na minha vida onde eu percebi que estava afundando aos poucos e precisava mudar. Não é como nos filmes.

Falam tanto no amor ao próximo, mas quem é capaz de amar outra pessoa se não é capaz de amar a si mesmo? Viver de um relacionamento abusivo, ter as suas decisões e ações controladas por outra pessoa, ou sendo menosprezado o tempo todo não vai te fazer feliz. Pode fazer o outro feliz, mas você não é responsável pela felicidade de ninguém, a não ser a sua própria felicidade.

Nesses dias dos namorados lembre-se do que há de melhor em você, valorize cada qualidade que você admira em você mesmo. Tenha consciência de que você é feliz por ser quem você é e não por ser quem os outros querem que você seja. Amor próprio é a base para amar, para ter empatia pelo o próximo. Pratique!

Qual o seu medo?


Vejo tanta gente desistindo de seus sonhos por acharem impossíveis. Gente que por medo aprende a viver com o mínimo necessário para se sentir feliz. Gente que prefere acreditar que jamais seria feliz se tivesse que deixar o passado no seu devido lugar para, só então, alcançar novos objetivos. São pessoas que antes mesmo de dar o primeiro passo se viram em meio ao monte de barreiras, limitações.

Gente que será para sempre incapaz de sentir o sabor de alcançar o que tanto se desejou, quem sabe até será incapaz de descobrir a verdadeira felicidade. Afinal, pessoas assim, passam uma vida toda com a dúvida do que poderia ter sido se tivesse acreditado mais.

Algumas lembranças


Em alguns dias sinto uma imensa necessidade em relembrar algumas coisas. Não por ter sido exclusivamente boas, mas por ter sido importante para mim. De certa forma, isso me faz viver pressa às lembranças, ao passado. Ainda assim, me sinto confortável em poder relembrá-las.

Dia desses estava revendo um daqueles álbuns típicos de família. Pela época das fotos, os meus pais ainda eram casados, ainda tinha o meu cabelo extremamente cacheado e já não ficava tão emburrada quando precisa tirar alguma foto, haha.


Apesar dos sorrisos, que eram recorrentes nas fotos, era um dos períodos mais difíceis, quando tinha seis anos. Nunca me importei em falar sobre isso. Quando me perguntavam o que havia acontecido, sempre respondia com calma e com certo humor. Mas em dias em que as lembranças surgem novamente e você precisa revivê-las, me sinto ingrata e triste por não dar valor na vida que tenho.

Sempre imaginei que pessoas que tivessem enfrentado a quimioterapia deveriam valorizar a chance de estarem ali, vivas. Deveriam viver de verdade, aproveitar o que não deixa de ser uma segunda chance. Por mais que eu diga a mim mesma que eu tinha apenas seis anos, é impossível não sentir que estou desperdiçando a chance que tive de continuar próxima das pessoas que amo.


Não consigo dizer em qual momento deixei de acreditar na vida, nos sentimentos e nas pessoas. Às vezes percebo que aos poucos fui me afastando, me escondendo dos outros, por medo. Posso dizer que os últimos dez anos têm sido assim e mesmo tendo absoluta consciência do que faço, não consigo imaginar as coisas de um jeito diferente.

Acredito de todo o coração em todos os clichês que dizem que a vida deve ser aproveita ao máximo. Em todos os textos que já postei por aqui, posso assegurar que em nenhum deles você irá encontrar algo diferente disso. Todos buscam inspirar o leitor a deixar para trás os seus limites, os seus medos e seguir em frente. Talvez esse tenha sido o tema de todos os meus textos. Sempre escrevi para os outros o que eu deveria ter dito e feito por mim mesma.


Feliz ano novo!


Os instantes que precedem o início de um novo ano sempre me assustam. O tempo é tão importante e ainda assim desprezado por tantos, mas no último dia do ano nos damos conta do quão insignificante são os nossos desejos. Não importa o tamanho da nossa vontade, se não for o tempo de Deus não há pedidos ou esforços que façam realizar.

Olha, foi um ano difícil, mas também foi um ano decisivo. 2016 trouxe velhos sentimentos, levou pessoas de forma inesperada e até mesmo desumana. Trouxe os arrependimentos e a falta de esperança. Uma esperança que em tantos momentos, ao ver a situação do nosso país, desapareceu.

Dizem que não há nada que não possa ser remediado. Que o ano de 2017 nos comprove isso. Que ele nos dê a chance e o tempo necessário para lutar pelo o que é certo, pelo o que nos faz feliz.

De todo coração, desejo um feliz 2017.

Playlist para o Natal


Pode parar tudo, porque a melhor época do ano chegou! <3 Acho que já disse por aqui algumas vezes, mas não tem nada melhor na vida do que a chegada do Natal. Amo com todo o meu coração cada detalhe, cada música, cada comida (é claro!)... Sem esquecer da alegria de ter todos reunidos pelo menos uma vez no ano.

Quem me dera que esse calor e esse carinho que tanto espalhamos pelo Natal, pudesse ser estendido pelo ano inteiro. Que assim tivéssemos um mundo com mais amor e união. Falta muito para conseguirmos que isso seja realidade, mas sei que muitos não irão desistir.

Mesmo com toda a alegria que o Natal nos traz, ainda existe muita gente sozinha e sofrendo por aí. Não é preciso ir muito longe para perceber. Todo ano prometo ser uma pessoa melhor, alguém que dedique mais tempo e mais sorrisos a quem não tem nada. Mas os dias vão me engolindo e perco a esperança. Mal chegamos em Julho e tudo o que eu mais quero é me esconder e esquecer das coisas ruins que estão a nossa volta.

Então esse é o meu desejo para este Natal: que os dias não nos faça perder a compaixão e a solidariedade. Que possamos olhar para o lado e estender a mão, sem pensar duas vezes e sem esperar nada em troca... A não ser o bem das outras pessoas.

O Natal é a data para celebrar o amor, acima de tudo. Então vamos celebrar e doar amor.









Um dia de cada vez


Em algum momento você entende, mesmo sem aceitar, sem concordar, você entende. Você deixa de viver olhando para trás, tentando fazer com que tudo volte ao normal, e segue adiante. Você entende que pode apenas mudar a sua vida, o rumo que decidiu seguir, e que as decisões das pessoas a sua volta você só poderá aceitar. Não poderá obriga-las a decidir.

As mensagens ainda tocam o coração de uma forma única, mas já não causam a mesma euforia. A saudade de tempos que não voltaram mais estará presente por muito tempo. Mesmo assim, eu não me queixo disso. Dizem que é pior se arrepender do que não fez. Saio exausta, mas com a bagagem cheia de momentos que me farão rir quando tudo isso passar. Isso sim me alegra. É um erro dizer que tudo foi inútil. A vida é um conjunto de momentos, sejam eles bons ou ruins. Um conjunto que só nos enriquece a alma. Clichê? Claro que sim! Não é a toa que tantos acreditam nisso. Vai por mim.

Eu entendi que preciso deixar que as coisas aconteçam e sem sentir que o mundo irá acabar se mudar um pouco a rota. Também entendi que não posso e não devo querer controlar tudo. É difícil, mas desde pequena a minha mãe me ensinou que a vida não é fácil.

Quero algo que seja verdadeiro


Foi quando eu liguei o rádio. Tocava a minha música preferida dos Beatles: "Love Me Do". Quando chegou ao refrão cantei, cantei como se não houvesse ninguém no mundo que pudesse me ouvir. Me vi rindo, um riso que há muito já não era igual. Não era do tipo que aprendi a mostrar ao mundo. Um riso contido e sem volume. Percebi que a música me faz esquecer, me leva para longe de pensamentos perigosos. É disso o que eu sinto falta: a tranquilidade de poder confiar nos próprios pensamentos e sentimentos.

Fui e ainda sou aquela mesma garota que sonha em encontrar algo ou alguém que preencha o espaço que insiste em continuar vazio. Não estou dizendo que sou uma pessoa que se sente incompleta, pelo contrário. Mas há sentimentos que não podem ser vividos sozinhos. A sensação jamais será a mesma. Também não falo de amor, desses dignos de contos de fadas. Não, sinto falta de dividir algo mais real, mais verdadeiro.

Amor (próprio) em primeiro lugar


Todos os dias eu leio textos e mais textos induzindo o leitor a acreditar em velhos clichês do tipo: "nunca desista de alguém que você não consegue passar um dia sem pensar", ou mesmo "amor é quando você tem todos os motivos para desistir de alguém, e não desiste". Bobagem. Não existe isso de fórmula para uma vida feliz e plena ao lado de que se ama. Não é porque você acha que está na pior fase da sua vida que então você vai acreditar que tudo o que está te fazendo mal é o que irá te fazer feliz no futuro. Meu bem, não sabemos nem se o amanhã irá existir. Então para que acreditar em algo tão instável e ilusório?

O amor não pode ser medido e muito menos racionalizado. Pecamos tanto nisso, perdemos instantes valiosos tentando controlar e entender o que acontece com o nosso coração. Tentamos fazer com que a cabeça traduza da maneira mais simples o que o coração está gritando.

Amor nenhum deve ser mendigado. Isso sim deveria se repetir aos montes por aí. Não existe isso de querer sair por cima mandando indireta nas redes sociais, só para mostrar que você está feliz. Nunca fui capaz de entender isso. É como se ao ver a sua publicação o serzinho abençoado ouvisse o barulho da ficha caindo e milagrosamente decidisse que é você quem ele/ela ama. Por favor, meu bem, só pare com isso.

Acredite, se a pessoa não foi capaz de perceber durante todo o relacionamento que é você com quem quer ficar, não queira passar o resto da sua vida esperando que ele/ela perceba. A vida é uma só.

Uma dica que vale para vida toda: amor próprio em primeiro lugar. É difícil botar em prática? É claro que sim. Ninguém irá te mostrar com fazer. No começo tudo é complicado, sempre encontramos algo que nos faz querer desistir. Mas por esse tipo de amor vale a pena insistir até o fim.

Chegou ao fim


A gente tenta, insiste um pouco mais, perdoa um pouco mais e sonha um pouco mais... Mas para que? A cada chance que a gente dá, é só mais uma oportunidade de nos decepcionar, de perceber o quanto a nossa ingenuidade cresce numa velocidade absurda. Não sou pessimista, nunca fui. A verdade é que em algum momento da vida nós aprendemos que esperar demais e confiar demais só nos faz andar para trás.

Aprendemos da maneira mais difícil (e talvez a mais necessária) que existe o momento certo para aceitar que já não dá mais. Não que isso significa que chegou ao fim de uma história. O dia de amanhã a Deus pertence, mas o hoje você pode e deve usá-lo com sabedoria. Não decida pensando no que irá acontecer em outro momento, ou em outro dia. Decida pensando no que você tem em mãos, com as atitudes que te levaram a este instante. Não vai ser fácil, nunca é... E isso ninguém te ensina também, você aprende e algumas vezes, aprende da pior forma.

Então é isso mesmo: desapegar?! Para que? Para ser feliz, talvez. Para voltar a sonhar e acreditar que coisas boas acontecem a todo momento, em qualquer lugar e com todos, inclusive com você. Quando acreditamos que podemos deixar para trás algo que nos faz mal, a vida torna-se mais leve, mais simples. Acredite, escrevo esse conselho com sinceridade, com a certeza de quem apanhou muito do apego por coisas e pessoas que não valiam a pena.