Pular para o conteúdo principal

Postagens

[Resenha] Olhos Vazios, de Charlie Donlea

Olhos Vazios” começa com um crime brutal. Durante a noite, um assassino invade a casa da família Quinlan e mata o casal e o filho caçula. Alexandra, a filha mais velha, foi a única sobrevivente. Em um momento de desespero, seu instinto fez com que ela tomasse a decisão de se esconder atrás do relógio de pêndulo que ficava ao lado da porta do seu quarto, enquanto o assassino acreditava que Alexandra havia fugido pela janela do quarto.

Ao perceber que o assassino foi atrás da pista errada, a jovem seguiu até o lugar onde a arma do crime foi abandona e correu de volta ao quarto de seus pais. Ela sentou e esperou abraçada a arma, esperou até a chegada da polícia. Naquele momento, sua vida mudou para sempre. Seus pais estavam mortos, seu irmão estava morto e Alexandra se tornou a principal suspeita do crime. Aos 16 anos, a jovem foi perseguida pela polícia, pela imprensa e jogada em uma instituição para menores infratores. Todos queriam que a garota, apelidada de Olhos Vazios pela mídia, pagasse por seus supostos crimes.

Mesmo após ser salva das acusações, graças a ajuda de Donna Koppel e Garrett Lancaster, Alexandra ainda não consegue se ver livre novamente. A impressa quer saber de todos os seus passos, muitos acreditam que ela é responsável pela tragédia de sua família. Ainda escondida, sua única opção foi mudar. A jovem transformou sua aparência, mudou o nome e se escondeu no trabalho que Garrett Lancaster conseguiu para ela. Após dez anos, Alex, seu novo nome, era uma investigadora muito bem qualificada e trabalhava para um dos maiores escritórios jurídicos de Washington. Com a ajuda de Garrett, Alex conseguiu seguir em frente, mas sem esquecer do mistério por trás da morte de sua família. Depois de ser inocentada das acusações, o caso logo foi esquecido e o real criminoso nunca foi encontrado. Alex precisava de respostas, somente assim conseguiria colocar um ponto final nessa história.

Ao mesmo tempo, o livro nos apresenta a história de Laura McAllister, estudante de jornalismo e criadora do Flagra, um podcast de cultura pop e notícias apresentando a partir do estúdio da faculdade. Seu programa era veiculado para os alunos do compus, mas logo foi ganhando espaço e atingindo pessoas em todos os lugares.

Seu próximo passo envolveria uma denúncia grave e que poderia prejudicar muita gente poderosa. Laura vinha investigando casos de estupro dentro do campus, cometidos em festa de uma das fraternidades. Ela havia descoberto que eles estavam batizando as bebidas com uma substância química muito utilizado em crimes como o “boa noite, Cinderela”. Após uma investigação, Laura conseguiu provas contundentes dos crimes realizados e de que a faculdade estava ciente dos casos, mas preferiu abafá-los ao perder o patrocínio dos ex-alunos.

Laura estava prestes a concluir o seu podcast e divulgá-lo, mas, de alguma foram, as informações sobre o que havia descoberto estavam começando a se espalhar. Agora, ela precisava pensar se estava pronta para assumir as consequências da sua denúncia ou se era melhor guardar as informações que conseguiu.

Antes que pudesse decidir, Laura desaparece misteriosamente, sem deixar vestígios. O principal suspeito é o seu namorado, Matthew Claymore. Em busca de ajuda, Matthew procura o escritório Lancaster & Jordan, e Alex acaba sendo a investigadora designada pelos advogados para conseguir provas concretas de que Matthew não tem envolvimento com o desaparecimento da namorada.

O passado e presente entrarão em conflito. Pistas de suas novas investigações podem estar relacionadas a morte dos seus pais. Alex estará perto de colocar um fim na busca pelo culpado da tragédia que aconteceu com sua família.



A história aprofunda no sentimento de impotência, no qual Alex permanece ao longo dos anos. Uma jovem que viu a sua vida mudar em questão de minutos. Primeiro, ao perder a família; depois, ao ter que se defender das acusações, sem a possibilidade de viver a dor do luto. A salvação de Alex foi ter encontrado no seu caminho Donna e Garrett. Duas pessoas que acreditaram nela desde o primeiro momento e a acolheram como parte da família.

“Mas então, se nenhum parente foi encontrado, é claro que o senhor procurou o Serviço de Proteção à Criança e ao Adolescente estadual para obter consentimento para um interrogatório oficial. Tenho certeza que o senhor também fez isso, detetive, mas estou só confirmando. (…) Mas no caso improvável em que o senhor realizou um interrogatório de uma menor sem o consentimento parental, de um responsável legal ou de um órgão oficial, então o senhor está em uma grande encrenca e tem muito mais com o que se preocupar do que o fato de eu interromper esse interrogatório.”

Diversos personagens aparecem nessa história, todos com relevância para algum momento ou o desfecho do mistério. Mas não fiquei com a sensação de terem sobrecarregado a história, pelo contrário, achei necessários para o andamento narrativa.

A história passa por pontos diferentes no tempo. Começamos vendo o assassinato da família Quinlan, o trauma vivido pela então Alexandra Quilan e sua disputa por justiça contra o estado de Virgínia que a acusou injustamente pelo crime. Em seguida, somos levados aos dias atuais, quando a agora Alex Armstrong segue uma vida tranquila, longe dos holofotes sufocantes da mídia, mas ainda em busca pela verdade. Por fim, somos levados ao passado, muito tempo antes da tragédia Quinlan. Um mistério antigo, esquecido no tempo, mas que pode ter relevância para as investigações de Alex.

Todos os pontos se conectam nesta história. Me surpreendi com o fato do autor ter conseguido criar mistérios independentes dentro de um caso maior e sem perder o ritmo da história, sem parecer algo forçado para que o leitor conseguisse chegar ao fim da narrativa.

Este livro se tornou um dos meus preferidos do autor. Ele traz críticas necessárias que remetem a nossa realidade, demonstrando as consequências dos julgamentos cada vez mais frequentes pela mídia e na internet. Demonstra a falta de critério e bom senso que muitas pessoas adotam apenas para se mostrar melhores que os outros ou para atingirem o que desejam.

Em “Olhos Vazios”, Charlie Donlea mostrou toda a sua capacidade em criar uma história envolvente, fluida e bem desenvolvida. O último livro que li do autor foi “Antes de Partir” (veja a resenha no blog), um livro de romance, mas com um toque de suspense nos lugares certos. Foi uma leitura que me surpreendeu muito por ser um estilo que o autor ainda não tinha abordado. Ao voltar para o seu estilo principal, Charlie Donlea mostrou, mais uma vez, que pode navegar entre os mundos literários com facilidade.





Ainda estamos aqui. Nos vemos em 2024

Oi! Como você está?

Os dois últimos anos foram bem complicados por aqui. Tem sido difícil manter esse espaço atualizado e, mesmo quando surge o ânimo para escrever, o layout do blog acaba me desanimando. Em meio as novidades da blogosfera e, mais tarde, o fim de muitos blogs/páginas literárias, fui perdendo a identidade que sempre quis trazer para cá.

Costumo dizer que o blog é o espelho de quem o escreve. Já não sei quantas vezes repeti essa frase por aqui, mas ainda acredito muito nela. Enquanto não conseguir organizar a minha mente e deixar de lado a vontade de "acompanhar" as mudanças do mundo literário, esse espaço ficará perdido, desorganizado, sem foco no que realmente importa para mim.

Claro, muito do momento que estou vivendo tem um impacto grande. Aos poucos fui perdendo o meu ritmo de leitura e deixando de ter conteúdo para as resenhas e outras postagens literárias. Não posso falar de livros se eles já não fazem parte da minha rotina. A verdade é que, nos últimos dois anos, venho lutando para conseguir abrir um livro e ler. Às vezes, tenho a impressão de ter perdido o gosto pela leitura. Ler mais de dez páginas (ou pelo menos dez), em um dia, virou um milagre. Por meses, não peguei em um único livro. Mas ainda assim, comprei mais do que realmente seria capaz de ler. Agora me sinto sufocada pela quantidade de livros não lidos na minha estante. Eles me encaram, sempre me julgando por não ser mais o que eu já fui. Isso me deixa ainda mais ansiosa e desesperada para conseguir ler.


Estive pensando em tudo isso nos últimos dois meses e quero mudar algumas coisas. Sinto falta de quando escrevia toda semana para cá, sinto falta de ler, sinto falta de falar sobre as minhas leituras, sinto falta dos eventos literários (que a pandemia tirou da gente)... sinto falta de coisas suficientes para entender que esse espaço ainda é importante para mim e preciso lutar por ele.

Sendo assim, decidi que, em 2024, voltaremos a nos encontrar mais vezes. Não pretendo me iludir (muito menos iludir você, leitor), porque sei que, quando o relógio apontar a virada do ano, as coisas não serão diferentes como em um passe de mágica. Será necessário muito esforço e dedicação para retomar o rumo e encontrar uma nova rotina que funcione para mim. Vai levar um tempo e alguns tombos no caminho, mas estarei aqui. Vamos seguir em frente e espero ter a sua companhia.

Pensando nisso, passei algumas horas pensando no que precisava mudar no blog. O que sempre me deu ânimo para mudanças, foi criar um novo layout para cá. Foi por aí que eu comecei. Mas desta vez, quis retomar a "cara de blog", um pouco daquela aparência que vimos em tantos anos de blogosfera, quando os blogs literários ganharam espaço e me sentia motivada toda vez que olhava para essa página.


Retomei as flores, as mesmas que me seguiram nos últimos 11 anos. As postagens na página inicial, sem reduzi-las. A barra lateral, o blogroll. O último, ao montá-lo, percebi que muitos dos nomes que eu acompanhava já não existem mais. Agora, as pessoas que acompanho estão no instagram, no tiktok e alguns no youtube. Preciso recriá-la, preciso encontrar novas páginas/blogs que continuam vivos e espalhando a literatura. Esse pedaço ainda está em construção. Por isso, quero pedir a sua ajuda. Deixe nos comentários o nome/link do criador de conteúdo que você gosta e acompanha para que eu possa conhecer também!

É isso! Quero agradecer a todos os leitores que estiveram por aqui ao longos desses 11 anos. Foi uma caminhada difícil, mas divertida e que me ajudou em momentos em que pensava em desistir de tudo. Espero ter mais coisas para ocmpartilhar com você em breve!

Por ora, desejo a você um feliz Ano Novo! Que 2024 possa nos presentear com momentos incríveis e sonhos realizados.

Vejo você em breve!

Uma conversa aleatória e sonhos realizados

Passei tanto tempo olhando a página em branco e, mesmo agora, eu não faço ideia do que quero escrever aqui. Acho que perdi o jeito ou só esteja cansada demais para organizar a minha mente e, simplesmente, escrever. Houve um tempo em que era fácil sentar em frente ao notebook, abrir um arquivo em branco e escrever. Simplesmente escrever. Eu colocava naquele espaço qualquer coisa que viesse a mente e acaba feliz com o resultado. Nos últimos tempos, quando sento para escrever, sinto que a minha mente virou uma imensa página em branco. Não surge uma única frase que me inspire a escrever. Não sei quando me dei conta que já não conseguia mais, mas sei exatamente o momento em que perdi a capacidade de falar sobre as menores coisas do meu dia. Ando precisando, urgentemente, de algo que me instigue a seguir em frente, de olhar para o lado, de sair da minha rotina “casa/tabalho/casa”.

Hoje, senti que queria compartilhar com você alguns momentos que aconteceram nos últimos meses. Por mais difícil que 2023 tenha sido, ele trouxe experiências que lembraram que a vida é feita de pequenas histórias que nos trazem felicidade. Mas sem romantizar demais, quero contar sobre três shows que tive a oportunidade de ir e que, apesar de todo perrengue, foi maravilhoso: foi maravilhoso.

Dia 03/09, depois de uma quase insolação e desidratação, assisti ao show do Bruno Mars no The Town (SP). Foi um dia doido. Cheguei no autódromo de Interlagos as 11h30 da manhã. O portão abriria somente as 14h00, então tive que esperar na fila, embaixo de um calor de mais de 30º C e em meio a milhares de pessoas, sem espaço sequer para sentar no chão. Quando o portão abriu, fui direto para o palco principal, onde o Bruno Mars iria se apresentar e consegui ficar na grade. E aí, meu bem, foi só ladeira abaixo. Era 15h00 e o show aconteceria apenas as 23h00. Distribuíram água para o pessoal da grade, mas as 17h00 toda água do evento já havia acabado (quando digo “toda água”, é toda mesmo! Até as que estavam sendo vendidas). Ter sobrevivido a um calor infernal, foi graças as amizades que fiz e me distraíram durante todo o período de espera. E olha, agradeço a Deus por não ter deixado nada de ruim acontecer naquele dia, porque foi um caos. O evento em si, foi muito mal organizado e a superlotação era a oportunidade perfeita para uma tragédia (e a gente ainda paga por isso!).

Mas como diz o ditado: os humilhados serão exaltados. Chegou a hora do Bruninho subir ao palco e daí em diante foi só alegria. Que show incrível! Mais de 100 mil pessoas cantando junto e aproveitando cada momento. O cara é um artista completo e valeu muito a pena o esforço para estar lá, tão perto. Uma experiência que eu adoraria repetir, mas fora de um festival. Ele prometeu voltar logo, então torço muito para que seja em um show solo (amém!).





Passado o primeiro perrengue, veio o mais aguardado. Aquele pelo qual esperei 15 longos anos: RBD. Se você me acompanha aqui ou nas redes sociais, já deve ter esbarrado em posts que falo sobre eles. O RBD surgiu na minha vida de forma inesperada. Não queria dizer um clichê do tipo “foi quando eu mais precisava”, mas a verdade é essa. Não tenho outra forma de descrever. Acompanhá-los nos anos que estavam na ativa, lá de 2006 a 2008, foi algo que me fez sair da minha zona de conforto. Naquela época, pude ir em apenas um show deles e foi o último que fizeram em São Paulo, com a turnê do Adeus. Vê-los novamente, mesmo que apenas para reviver aqueles momentos, foi maravilhoso!

Depois da saga para conseguir comprar os ingressos (quem já sofreu com a Eventim sabe como foi), consegui assistir a dois shows: 12/11, no estádio do Morumbi, e dia 18/11, no Allianz Parque. Claro, o primeiro show, foi um dia longo de espera. Eu tenho certeza que você ainda não esqueceu a onda de calor que castigou várias lugares em novembro. Estava muito quente! Apesar de distribuírem água para quem estava na fila, depois que entramos no estádio, vi muitas pessoas que estavam próximas passando mal ao ponto de serem socorridas pelos bombeiros. Apesar do sufoco, consegui ficar perto da grade, na pista premium, e pude ver o show de pertinho! Gravei cada pedacinho que pude e cantei até a última música. Foi único!

Já o show do dia 18 teve uma cara especial. Já sabíamos que a Anahí (uma das cantoras do RBD) não estaria no show por motivos de saúde. Então, teve um peso completamente diferente. Mas desta vez, aproveitei o show e me diverti sem a preocupação de registrar cada momento. A chuva também ajudou muito. Na terceira música, a tempestade começou e ajudou a aliviar o calor que tinha feito durante todo o dia. Foi uma experiência diferente, que me rendeu uma gripe, mas que me deixou feliz por não ter perdido aquele dia.

1º Show do RBD






2º Show do RBD







Como balanço desses últimos meses, posso dizer que realizei alguns sonhos e adicionei outros a minha lista, e espero realizá-los em algum momento da vida. Sou imensamente grata por ter o privilégio de poder assistir esses shows. São momentos que irei levar comigo para sempre!

Logo mais, dia 09/12, irei realizar mais um sonho. Sir Paul McCartney está no Brasil e passará por São Paulo com a sua turnê. Não sei nem o que esperar desse dia. Sei que será incrivelmente mágico, como os outros foram e estou aguardando ansiosamente para viver só mais um sonho antes que 2023 acabe.

Eu, que não esperava nada desde ano, até que recebi muita coisa boa!