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Eu assisti ao show do Paul McCartney no Brasil (duas vezes)

Não faz muito tempo que falei sobre alguns sonhos que realizei no último ano (veja o post). Naquela ocasião, faltava completar o último: o show do Paul McCartney.

Lembro de ir a casa do meu avô, quando era criança, e encontrar o meu tio escutando alguma música. Posso dizer que foi o lugar em que, pela primeira vez, ouvi uma música dos Beatles e realmente prestei atenção nela. Desde então, de maneira um pouco desorganizada, eles se tornaram parte da minha vida. Virei fã e sonhava com a possibilidade de algum dia assistir ao show do meu Beatle favorito. E 2023 me surpreendeu mais uma vez.

Sir Paul McCartney, aos 81 anos, retornaria ao Brasil e, desta vez, eu iria de qualquer forma. Corri para conseguir comprar os ingressos na venda antecipada para fãs e comprei dois ingressos. Eu realizaria o meu sonho e ainda levaria o meu pai comigo.

Chegou o dia 09/12, um sábado gelado. Passei pelas 3 horas de show sem saber se sorria de felicidade ou se chorava por enfim estar ali. Foi mágico! Um show incrível, sem interrupções, com clássicos dos Beatles e lindas homenagens aos que já se foram. Me senti imensamente feliz pelo privilégio de assistir aquele show. Acabei feliz, mas com a angústia de não saber se aquela seria a última oportunidade, afinal, precisamos lembrar que o homem já está nos seus 81 anos. Não que isso seja um limite, mas é natural pensar que ele esteja próximo da aposentaria.

Foi com esse pensamento que eu abri o site da Eventim na terça-feira, 12/12. Os ingressos de todos os shows, obviamente, estavam esgotados… mas não custava olhar, não é? Abri o site pensando: se aparecer algum ingresso disponível para o último show dele no Brasil, é o destino me dando outra oportunidade. O último show, seria no Rio de Janeiro, no Maracanã. Além de ser um estádio histórico, quando eu poderia dizer que eu assisti um Beatle no Maracanã? Loucura? Provavelmente. Mas naquele mesmo dia, liberaram alguns ingressos para a pista premium. Comprei enquanto falava com a minha irmã ao telefone. Ela dizia que eu estava louca, que era bobagem gastar dinheiro com um show que eu já tinha assistido. Mas, ainda assim, ela me ajudou com tudo. Me ajudou a definir como eu iria de São Paulo para o Rio de Janeiro, o horário, como eu chegaria no estádio, como voltaria de lá… tudo! Sou imensamente grata por ela ter me apoiado apensar da loucura que era aquela ideia.

E assim, eu fui! Dia 16/12, cheguei na rodoviária do RJ e fui direto para o estádio. Assisti a outro show mágico, inesquecível e único! Não há como descrever a sensação de realizar um sonho que pensamos que nunca seria possível.Voltei para rodoviária e peguei um ônibus para São Paulo. O resto do dia foi apenas dormindo e assistindo aos vídeos do show. Ter arriscado, uma vez na vida, foi a melhor decisão que eu tomei. Encontrei pessoas incríveis na fila, me diverti demais e aproveitei como se fosse a última vez (torço para que não seja!).

Para melhorar, o show no Maracanã foi transmitido ao vivo no Disney Plus e ainda está disponível no streaming. O que significa que já assisti ao show mais três vezes. É uma sensação diferente assistir sabendo que você estava lá, que você fez parte de um momento histórico para quem é fã dos Beatles.

Foi assim que o meu 2023 se encerrou. Cheio de boas energias e felicidade. Sabendo que sonhos podem ser cumpridos e com o desejo de correr atrás de muitos outros sonhos que estão esperando para serem realizados.

E agora, vou encher você com fotos. ♥

1º Show (São Paulo - Allianz Parque)





2º Show (Rio de Janeiro - Maracanã)








[Resenha] Olhos Vazios, de Charlie Donlea

Olhos Vazios” começa com um crime brutal. Durante a noite, um assassino invade a casa da família Quinlan e mata o casal e o filho caçula. Alexandra, a filha mais velha, foi a única sobrevivente. Em um momento de desespero, seu instinto fez com que ela tomasse a decisão de se esconder atrás do relógio de pêndulo que ficava ao lado da porta do seu quarto, enquanto o assassino acreditava que Alexandra havia fugido pela janela do quarto.

Ao perceber que o assassino foi atrás da pista errada, a jovem seguiu até o lugar onde a arma do crime foi abandona e correu de volta ao quarto de seus pais. Ela sentou e esperou abraçada a arma, esperou até a chegada da polícia. Naquele momento, sua vida mudou para sempre. Seus pais estavam mortos, seu irmão estava morto e Alexandra se tornou a principal suspeita do crime. Aos 16 anos, a jovem foi perseguida pela polícia, pela imprensa e jogada em uma instituição para menores infratores. Todos queriam que a garota, apelidada de Olhos Vazios pela mídia, pagasse por seus supostos crimes.

Mesmo após ser salva das acusações, graças a ajuda de Donna Koppel e Garrett Lancaster, Alexandra ainda não consegue se ver livre novamente. A impressa quer saber de todos os seus passos, muitos acreditam que ela é responsável pela tragédia de sua família. Ainda escondida, sua única opção foi mudar. A jovem transformou sua aparência, mudou o nome e se escondeu no trabalho que Garrett Lancaster conseguiu para ela. Após dez anos, Alex, seu novo nome, era uma investigadora muito bem qualificada e trabalhava para um dos maiores escritórios jurídicos de Washington. Com a ajuda de Garrett, Alex conseguiu seguir em frente, mas sem esquecer do mistério por trás da morte de sua família. Depois de ser inocentada das acusações, o caso logo foi esquecido e o real criminoso nunca foi encontrado. Alex precisava de respostas, somente assim conseguiria colocar um ponto final nessa história.

Ao mesmo tempo, o livro nos apresenta a história de Laura McAllister, estudante de jornalismo e criadora do Flagra, um podcast de cultura pop e notícias apresentando a partir do estúdio da faculdade. Seu programa era veiculado para os alunos do compus, mas logo foi ganhando espaço e atingindo pessoas em todos os lugares.

Seu próximo passo envolveria uma denúncia grave e que poderia prejudicar muita gente poderosa. Laura vinha investigando casos de estupro dentro do campus, cometidos em festa de uma das fraternidades. Ela havia descoberto que eles estavam batizando as bebidas com uma substância química muito utilizado em crimes como o “boa noite, Cinderela”. Após uma investigação, Laura conseguiu provas contundentes dos crimes realizados e de que a faculdade estava ciente dos casos, mas preferiu abafá-los ao perder o patrocínio dos ex-alunos.

Laura estava prestes a concluir o seu podcast e divulgá-lo, mas, de alguma foram, as informações sobre o que havia descoberto estavam começando a se espalhar. Agora, ela precisava pensar se estava pronta para assumir as consequências da sua denúncia ou se era melhor guardar as informações que conseguiu.

Antes que pudesse decidir, Laura desaparece misteriosamente, sem deixar vestígios. O principal suspeito é o seu namorado, Matthew Claymore. Em busca de ajuda, Matthew procura o escritório Lancaster & Jordan, e Alex acaba sendo a investigadora designada pelos advogados para conseguir provas concretas de que Matthew não tem envolvimento com o desaparecimento da namorada.

O passado e presente entrarão em conflito. Pistas de suas novas investigações podem estar relacionadas a morte dos seus pais. Alex estará perto de colocar um fim na busca pelo culpado da tragédia que aconteceu com sua família.



A história aprofunda no sentimento de impotência, no qual Alex permanece ao longo dos anos. Uma jovem que viu a sua vida mudar em questão de minutos. Primeiro, ao perder a família; depois, ao ter que se defender das acusações, sem a possibilidade de viver a dor do luto. A salvação de Alex foi ter encontrado no seu caminho Donna e Garrett. Duas pessoas que acreditaram nela desde o primeiro momento e a acolheram como parte da família.

“Mas então, se nenhum parente foi encontrado, é claro que o senhor procurou o Serviço de Proteção à Criança e ao Adolescente estadual para obter consentimento para um interrogatório oficial. Tenho certeza que o senhor também fez isso, detetive, mas estou só confirmando. (…) Mas no caso improvável em que o senhor realizou um interrogatório de uma menor sem o consentimento parental, de um responsável legal ou de um órgão oficial, então o senhor está em uma grande encrenca e tem muito mais com o que se preocupar do que o fato de eu interromper esse interrogatório.”

Diversos personagens aparecem nessa história, todos com relevância para algum momento ou o desfecho do mistério. Mas não fiquei com a sensação de terem sobrecarregado a história, pelo contrário, achei necessários para o andamento narrativa.

A história passa por pontos diferentes no tempo. Começamos vendo o assassinato da família Quinlan, o trauma vivido pela então Alexandra Quilan e sua disputa por justiça contra o estado de Virgínia que a acusou injustamente pelo crime. Em seguida, somos levados aos dias atuais, quando a agora Alex Armstrong segue uma vida tranquila, longe dos holofotes sufocantes da mídia, mas ainda em busca pela verdade. Por fim, somos levados ao passado, muito tempo antes da tragédia Quinlan. Um mistério antigo, esquecido no tempo, mas que pode ter relevância para as investigações de Alex.

Todos os pontos se conectam nesta história. Me surpreendi com o fato do autor ter conseguido criar mistérios independentes dentro de um caso maior e sem perder o ritmo da história, sem parecer algo forçado para que o leitor conseguisse chegar ao fim da narrativa.

Este livro se tornou um dos meus preferidos do autor. Ele traz críticas necessárias que remetem a nossa realidade, demonstrando as consequências dos julgamentos cada vez mais frequentes pela mídia e na internet. Demonstra a falta de critério e bom senso que muitas pessoas adotam apenas para se mostrar melhores que os outros ou para atingirem o que desejam.

Em “Olhos Vazios”, Charlie Donlea mostrou toda a sua capacidade em criar uma história envolvente, fluida e bem desenvolvida. O último livro que li do autor foi “Antes de Partir” (veja a resenha no blog), um livro de romance, mas com um toque de suspense nos lugares certos. Foi uma leitura que me surpreendeu muito por ser um estilo que o autor ainda não tinha abordado. Ao voltar para o seu estilo principal, Charlie Donlea mostrou, mais uma vez, que pode navegar entre os mundos literários com facilidade.





Ainda estamos aqui. Nos vemos em 2024

Oi! Como você está?

Os dois últimos anos foram bem complicados por aqui. Tem sido difícil manter esse espaço atualizado e, mesmo quando surge o ânimo para escrever, o layout do blog acaba me desanimando. Em meio as novidades da blogosfera e, mais tarde, o fim de muitos blogs/páginas literárias, fui perdendo a identidade que sempre quis trazer para cá.

Costumo dizer que o blog é o espelho de quem o escreve. Já não sei quantas vezes repeti essa frase por aqui, mas ainda acredito muito nela. Enquanto não conseguir organizar a minha mente e deixar de lado a vontade de "acompanhar" as mudanças do mundo literário, esse espaço ficará perdido, desorganizado, sem foco no que realmente importa para mim.

Claro, muito do momento que estou vivendo tem um impacto grande. Aos poucos fui perdendo o meu ritmo de leitura e deixando de ter conteúdo para as resenhas e outras postagens literárias. Não posso falar de livros se eles já não fazem parte da minha rotina. A verdade é que, nos últimos dois anos, venho lutando para conseguir abrir um livro e ler. Às vezes, tenho a impressão de ter perdido o gosto pela leitura. Ler mais de dez páginas (ou pelo menos dez), em um dia, virou um milagre. Por meses, não peguei em um único livro. Mas ainda assim, comprei mais do que realmente seria capaz de ler. Agora me sinto sufocada pela quantidade de livros não lidos na minha estante. Eles me encaram, sempre me julgando por não ser mais o que eu já fui. Isso me deixa ainda mais ansiosa e desesperada para conseguir ler.


Estive pensando em tudo isso nos últimos dois meses e quero mudar algumas coisas. Sinto falta de quando escrevia toda semana para cá, sinto falta de ler, sinto falta de falar sobre as minhas leituras, sinto falta dos eventos literários (que a pandemia tirou da gente)... sinto falta de coisas suficientes para entender que esse espaço ainda é importante para mim e preciso lutar por ele.

Sendo assim, decidi que, em 2024, voltaremos a nos encontrar mais vezes. Não pretendo me iludir (muito menos iludir você, leitor), porque sei que, quando o relógio apontar a virada do ano, as coisas não serão diferentes como em um passe de mágica. Será necessário muito esforço e dedicação para retomar o rumo e encontrar uma nova rotina que funcione para mim. Vai levar um tempo e alguns tombos no caminho, mas estarei aqui. Vamos seguir em frente e espero ter a sua companhia.

Pensando nisso, passei algumas horas pensando no que precisava mudar no blog. O que sempre me deu ânimo para mudanças, foi criar um novo layout para cá. Foi por aí que eu comecei. Mas desta vez, quis retomar a "cara de blog", um pouco daquela aparência que vimos em tantos anos de blogosfera, quando os blogs literários ganharam espaço e me sentia motivada toda vez que olhava para essa página.


Retomei as flores, as mesmas que me seguiram nos últimos 11 anos. As postagens na página inicial, sem reduzi-las. A barra lateral, o blogroll. O último, ao montá-lo, percebi que muitos dos nomes que eu acompanhava já não existem mais. Agora, as pessoas que acompanho estão no instagram, no tiktok e alguns no youtube. Preciso recriá-la, preciso encontrar novas páginas/blogs que continuam vivos e espalhando a literatura. Esse pedaço ainda está em construção. Por isso, quero pedir a sua ajuda. Deixe nos comentários o nome/link do criador de conteúdo que você gosta e acompanha para que eu possa conhecer também!

É isso! Quero agradecer a todos os leitores que estiveram por aqui ao longos desses 11 anos. Foi uma caminhada difícil, mas divertida e que me ajudou em momentos em que pensava em desistir de tudo. Espero ter mais coisas para ocmpartilhar com você em breve!

Por ora, desejo a você um feliz Ano Novo! Que 2024 possa nos presentear com momentos incríveis e sonhos realizados.

Vejo você em breve!