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Resenha | Rastros de Sangue: Príncipe Drácula, de Kerri Maniscalco


Após desvendar a identidade de Jack, o Estripador, Audrey Rose parece atormentada e perseguida pelos fantasmas ligados ao caso. Por mais que tente negar, ou mesmo esconder, Audrey não consegue esquecer tudo o que viu naquela noite. Um pesadelo que a perseguia desde então. Mas logo ela precisaria arranjar um meio de viver com o que havia acontecido ou não seria capaz de continuar os seus estudos. E ela não deixaria que isso acontecesse. Não agora, quando havia conseguido que seu pai deixasse que ela partisse para estudar na Romênia, em uma das melhores escola de medicina forense. Para sua surpresa, o irritantemente inteligente e convencido Thomas Cresswell havia conseguido que seu pai concordasse com a viagem. Agora ela precisaria se esforçar para ganhar uma vaga definitiva, e não seria útil deixar que as lembranças ocupassem os seus pensamentos. No entanto, Audrey Rose parece atrair assassinos sanguinários.

Como a única mulher na academia, Audrey precisaria do máximo de atenção e dedicação que pudesse dispor. Não seria fácil provar que ser mulher não a tornava incapaz de desempenhar a profissão. A concorrência por si só já era um problema e tanto, e poderia ser ainda pior quando um assassino começa a agir como o próprio Vlad, o Empalador. O fato de a academia ocupar o castelo que foi de Vlad III não era coincidência.

A região em Brasov, onde a academia ficava, carregava diversas lendas assustadoras. O ambiente era bastante propício a isso. Um castelo tenebroso, uma floresta sombria e um assassino que empalava as vítimas, além de drenar todo o seu sangue. O tempo estava se esgotando e todos dentro da academia estavam correndo perigo.


Mais uma vez Audrey Rose aparece com uma moça sonhadora, fiel aos seus princípios e feminista, mas desta vez de forma mais aberta e perceptível. Ela não suporta que a considerem incapaz de qualquer coisa que ela acredita ser capaz de fazer. Mesmo Thomas, que acredita estar tentando ajudá-la, acaba reafirmando que Audrey não poderia superar seus problemas sozinha.

Thomas Cresswell vem desenvolvendo um lado mais humano. Ele parece ter encontrado em Audrey Rose um motivo para dar espaço para suas emoções, ainda que permaneça extremamente calculista, insensível e distante durante os estudos. Sua vontade de demonstrar o que sente e ajudar Audrey Rose, o faz tomar atitudes imaturas e carregadas de atitudes machistas. Atitudes que acabam causando grandes problemas na relação entre os dois.

Enquanto nossos protagonistas tentam decidir se devem passar por cima de seus princípios e crenças, o assassino cria um ambiente perfeito aproveitando o mistério que existe sobre o castelo. Em um ambiente sombrio, cercados por morcegos e lendas vampirescas, o nome do Príncipe Drácula volta a ganhar força entre os moradores da região. Enquanto todos na região acreditam que um vampiro está a solta, Audrey precisa correr para desvendar os segredos escondidos na academia. Segredos que talvez devessem continuar escondidos.

No segundo livro da série, somos presenteados por cenas divertidas e românticas entre Audrey e Thomas. O fato de estarem cercados pela morte não impediu a autora de dar aos leitores mais motivos para se apaixonarem pelos protagonistas. Eles definitivamente conquistaram o meu coração.

Quanto ao assassino, previsível sem deixar de ser bem construído. Desde o começo não foi difícil saber quem estava por trás dos assassinatos, ainda assim a autora conduziu bem a história para não deixar que isso desanimasse o leitor. Na verdade, saber quem estava por trás me deixou bastante curiosa para saber como ele iria se apresentar.

No mais, está mais do que recomendado para quem gosta de livros no ambiente vitoriano, assassinos sanguinários e uma dose certa de romance.


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