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Mostrando postagens com o rótulo Carneirismo

Lançamento do E-book Implicações


Oi gente! Bom, como muitos de vocês sabem, sou colunista aqui no blog da Michelly escrevendo meus textos. A notícia que venho trazer para vocês, é que hoje estou publicando o meu primeiro E-book! Mas, vamos ver um pouco mais sobre isso?


Comecei a escrever todo o conto lá no meu blog. Como? Então, a proposta era escrever posts curtinhos falando sobre como a vida de Jess ficou depois de acontecimentos ruins na sua família. De início, a minha ideia era juntar os 5 capítulos. No blog, eu só fiz a publicação de 4, deixando o último para o E-book. Mas, decidi fazer uma surpresa. Escrevi 7 capítulos e ajustei toda a estória. Para quem já acompanha, vão perceber as mudanças que ocorreram e o que mais se passou na mente de Jess. 
"As cortinas não ficavam quietas e finalmente eu conseguia entender todo aquele silêncio. Ventos mudos. Meu quarto pequeno e de cama bagunçada com lençóis brancos completavam o cenário daquele drama. A frieza do chá já não combinava comigo naquela noite. E nem o teu silêncio." (Implicações, capítulo VII, página 01.)
A narrativa é feita em narrador-personagem, mostrando como a mente de Jess se tornou complicada desde o acidente com seu pai e sua irmã. A vida dela mudou completamente depois disso, tornando as coisas um pouco mais complicadas. 
"Me joguei no sofá e tentava me recompor. As mudanças acontecerem em dias estabilizados. Não tinha desenvolvido ainda a capacidade de aceitar as coisas." (Implicações, capítulo I, página 02.)
Tudo na verdade, é uma mistura de um cenário doloroso, com o frio, uma casa aconchegante, e como a Jess lida com a situação. É algo que, depois que eu escrevei e fui reler, me prendeu. Me senti dentro de tudo aquilo com uma vontade enorme de mudar o rumo das coisas. É uma série de complicações que vale à pena gastar um pouco do seu tempo. Escrevi capítulos bem curtinhos, já que na verdade, eram uma sequência de postagens do blog.

(MediaFire | 440.85KB)



Matheus Carneiro
A estória é escrita por Matheus Carneiro, que também desenvolveu a capa, juntamente com a ilustração de Elia Fernández, uma designer da Espanha, a quem agradeço muito. O e-book contém cerca de 17 páginas, foi escrito por mim e revisado pela Mariana Cardoso, que é outra pessoa que agradeço de coração! Obrigado Mari. E não esquecendo de todo o carinho e atenção dado também pela Michelly. Ela é um amor! Muito obrigado!


Veja mais lá no meu blog: Carneirismo, uma dose.
Um abraço!

Inquietações


A sala era grande, um tanto vazia. O piso de madeira antiga com armários de mármore e uma mesa redonda no centro. Havia frutas por lá. Lembro-me das uvas verdades e maçãs charmosas. Não me esqueço do vinho também. Não ousei tocar em nada. Ainda estava de pijama e com os cabelos eletrocutados. Até pensei em comer, já que não tinha jantado na noite anterior. Eu tremia perto da lareira. O fogo não era suficiente para apagar as memórias de uma semana embaraçosa.

Voltei e subi para o quarto. Desde que cheguei aqui, não tinha organizado absolutamente nada. Na verdade, nem a minha mente conseguiu fazer isso. Era meio que... confuso, eu acho. Sentia saudades do silêncio. Duvidava se me ajustaria às normas da casa, ou se teria coragem para encarar aquela senhora que tricotava na varanda, lembrando-se do passado e de seus netos. O homem barbudo ficava as escondidas em um quarto misterioso.

No decorrer do tempo, percebi que a solidão acabava me chamando. Tentei tirar algumas fotografias da sacola, mas, nada restou desde que houve desapego. A ignorância tinha sequestrado a minha paciência. Era bobagem, ignorem isso. Sentei na cama e arrumei o cabelo. Respirei um ar de cansaço e cruzei os braços. A neve cobria a janela e não existia mais paisagem que dessem vida aos olhos.

Por um instante, me afastei. Mantive o pé escondido da adrenalina. Peguei um travesseiro e abracei. Imaginei os destroços escorrendo pelos olhos. Um filme passou na minha mente em alguns segundos. E de certa maneira, eu continuava lá. Me enrolava e preferia manter a fome quieta, só por mais um dia.

Matheus Carneiro.
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Dezoito primaveras


Ainda estava escuro quando acordei. Senti uma brisa de leve, era calmo. Aquela serenidade eu não sentia há tempos. Fiquei quieta e mantive a posição na cama de lençóis brancos gelados. O cobertor gigante, chegava a cair da cama. Meus pés pequenos, estavam cobertos com meias cinzas, enquanto a janela estava um pouco aberta, permitindo o vento gelado amadurecer o quarto.

Fiquei por instantes com a mente presa nos detalhes. Durante as seguidas dezoito primaveras, eu não deixei de esquecer as inquietações. O inverno acabara e de certa maneira, eu ainda me sentia nele. Aquela tua insegurança causava o meu caos. O sol estava nascendo e eu não fazia ideia de como encará-lo. Me aconchegava na cama. Ajustava o travesseiro gelado e tentava não forçar a respiração.

Fechei os olhos e voei. Nada de turbulência em meio ao surgir das folhas. Aquela fazenda sabia como retirar de mim pedaços que nunca imaginei em obter. Ficava tentando consertar o presente sem sequer imaginar o que poderia ganhar dele. Em casa, as coisas não estavam fáceis apesar do silêncio se mostrar mais fortes aos sábados. A única coisa que desejava era o fim da tarde, as flores, e as fotos. Gostava de uns goles de café com livros preguiçosos também.

Me virei contra a parede. Meus olhos estavam pregando de sono por conta da ausência dos sonhos. Às vezes, tudo isso chegava a me fazer acreditar que meu corpo preferia a realidade. E sem querer, doía. Sentei, e ajeitei o edredom. Peguei um moleskine velhinho de capa vermelha e comecei imaginar o desenho. Estava escuro, acabei perdendo o caminho.

Primaveras sempre me faziam bocejar. Era uma preguiça que até o Abel gostava. Aquele gato só me tirava do sério em momentos de fome, como sempre. Surpresa! A luz começava a surgir e eu despertava. Tentava não parar os movimentos. Me espreguiçava e respirava fundo. O quarto continuava gelado, assim como os teus braços também.

Matheus Carneiro.
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O que vocês acharam do texto do Matheus? Eu particularmente amei! Em breve teremos mais. : )