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[Resenha] Édenbrooke, de Julianne Donaldson


Marianne Daventry é uma moça inteligente, bonita, mas infeliz. Sua mãe havia morrido em um trágico acidente que acabou separando toda família. Sem saber como lidar com o luto, seu pai havia decido por separar as filhas. Marianne foi enviada para ficar a sua avó na entediante Bath, enquanto Cecily foi viver em Londres. Cecily Daventry era sua irmã gêmea, mas em nada lembrava Marianne. Era linda, refinada e gostava dos luxos e prazeres que Londres oferecia. Enquanto isso, Marianne era feliz no campo, onde se sentia completamente livre para ser quem realmente era. Viver em Bath com a avó era um tormento. O lugar não trazia felicidade e sua avó estava disposta a lhe ensinar a ser uma verdadeira dama.

Pensando no que lhe aguardava se continuasse na casa de sua avó, Marianne aceitou o convite de sua irmã para passar uns dias na propriedade da família Wyndham. Um lugar que ira lhe proporcionar os prazeres do campo inglês. Logo tudo foi aprontado e Marianne partiu junto de sua criada. Marianne sabia que o filho mais velho de Lady Caroline era o motivo de sua irmã Cecily aceitar o convite. Ela também sabia que a irmã estaria disposta a tudo para conquistar o herdeiro e, se era o que faria sua irmã feliz, Marianne iria ajuda-la.

O caminho prometia ser tranquilo, mas um acidente quase colocou um fim em sua viagem. Desesperadas por ajuda, Marianne e sua criada conseguem socorro com o dono de uma estalagem na estrada. Não sem antes serem ignoradas por um rapaz que se recusou a ajuda-las. Se Marianne não estivesse tão cansada e assustada teria se importado mais com a falta de educação de Philip (como ele imprudentemente havia pedido para que ela o chamasse), mas o seu cocheiro e a criada precisavam de sua atenção e ela certamente não o veria mais.



No dia seguinte, Marianne e sua criada partem enfim para Edenbrooke, e nada poderia ter surpreendido mais do que a beleza daquele lugar. A propriedade era enorme e logo Marianne se sentiu em casa novamente, como se já estivesse ido a aquele lugar alguma vez. Sua mãe era uma grande amiga de Lady Caroline, era um dos motivos de ter sido convidada a visitar a propriedade da família, ainda assim era a primeira vez que estivera ali. Infelizmente sua irmã atrasaria sua chegada e ela seria obrigada a ficar sozinha com Lady Caroline e um de seus filhos, mas havia tanto para observar que logo encontraria algo para fazer.

Logo em sua chegada, Marianne também é surpreendida pela presença do rapaz que havia negado ajuda na estalagem. Como se não fosse pouco o que havia vivido naquela noite assustadora, Philip estava disposto a provocar Marianne até o fim de sua estadia em Edenbrooke. Para sua infelicidade, o jovem era um dos filhos de Lady Caroline, Marianne não teria como ignorar sua presença. Diferente do que aconteceu na estalagem, o jovem parecia bastante atencioso e parecia querer reparar o que havia acontecido naquela noite. Ele era um homem lindo, dono de um humor inadequado e muito atraente. Mas Marianne não iria ceder a um jovem impulsivo e que acreditava que seria capaz de conseguir tudo o que queria. Se ele queria provoca-la, Marianne entraria no jogo dele.



Edenbrooke” é um livro leve, divertido e cheio de romance. Os dois protagonistas são cativantes e logo estamos na torcida pelo casal. Marianne é uma jovem impulsiva e insegura. Ela sabe o que quer, mas não acredita em suas qualidades. Ela sabe agir com bondade e conquistar os que estão a sua volta pela sua personalidade, mesmo que ela não acredite ser capaz. Ser abandonada pelo pai, quando havia acabado de perder a mãe, foi doloroso para ela. Ainda mais por ter sido enviada para longe de casa. Por mais que ela tenha aprendido a amar a avó, viver em Bath como uma dama que deveria controlar todos os seus impulsos, não a faria feliz.

Já o jovem Philip teve que assumir muitas responsabilidades depois de perder o irmão mais velho. Ele é um jovem cheio de energia, bem humorado e decidido. Sua opção de não se casar estava deixando a mãe enlouquecida. Ela sonhava com um bom casamento para o filho. Não com qualquer moça, é claro. Lady Caroline queria uma jovem capaz de acompanhar o filho, que tivesse as mesmas qualidades e que fosse carinhosa e bondosa. Algo que ela não enxergava na irmã de Marianne.

Philip sentia uma forte atração por Marianne. Sua curiosidade cresceu quando soube o que ela tinha feito para fugir do acidente que sofreu no caminho a Edenbrooke. Ela não era como as damas da sociedade de Londres que o perseguiam. Ela tinha atitude e não se deixava abater pela opinião dos outros. Ela falava o que queria, mesmo que fosse inadequado para uma jovem. Ele se divertia em provoca-la e ele estava se aproximando dela mais do que seria adequado.

Essa foi uma leitura apaixonante. É o tipo de livro que nos conquista a cada página e vai instigando a curiosidade do leitor. O ponto alto do livro é o casal. Marianne e Philip são carismáticos e é impossível não imaginá-los juntos. Eu amei esse livro do início ao fim e tenho certeza que, se você gostar de um bom romance de época, também irá se apaixonar pela história. 



[Resenha] Dezesseis, de Rachel Vincent


Dahlia 16 está acostumada a ver o seu rosto entre as suas idênticas. Todas com seus cabelos castanhos, olhos castanhos e pele clara. Elas foram criadas para não terem falhas, para serem fortes e saudáveis, e servir a cidade de Lakeview dentro do Departamento de Força de Trabalho. Foi para isso que os geneticistas criaram o seu genoma e de suas idênticas. Elas foram ensinadas a trabalhar com agricultura hidropônica e cultivar alimentos melhores do que os que cresciam na natureza. Dahlia era a melhor de sua classe. Ela sabia disso e sabia que era errado sentir que poderia produzir alimentos melhores que suas idênticas. No Departamento de Força de Trabalho ensinavam desde cedo que elas deveriam trabalhar em equipe, que uma ficava exposta e vulnerável sem outra idêntica. Sentir orgulho era uma falha e falhas poderiam custar caro. Quando a Administração identificava uma falha era necessário fazer o recolhimento de todos que carregavam o genoma defeituoso. A eutanásia era vista como necessária para manter a glória da cidade. Não era necessário questionar as decisões da Administração.

Mas Dahlia 16 era igual as suas idênticas. Cinco mil rostos foram criados com o mesmo genoma que o seu. Ela teria que evitar pensamentos que a Administração condenava. Ela não poderia sentir orgulho dos alimentos que produzia e muito menos sentir inveja dos alimentos que suas idênticas produziam. Isso poderia ser visto como uma falha e uma falha sua custaria a vida de todos as outras quatro mil novecentas e noventa e nove idênticas. Dahlia sempre seguiu as regras. Pelo menos, ela tinha seguido até o dia em que foi chamada pela Administração.


Seu trabalho na agricultura hidropônica foi bem visto pela Administração e eles decidiram por oferecer uma vaga como instrutora, quando terminasse os seus estudos. Isso seria ótimo para o bem da cidade, era uma oportunidade irrecusável. Mas se Dahlia aceitasse, seria separada de suas idênticas. Após a conversa, enquanto voltava para o seu Departamento, Dahlia acaba ficando presa em um elevador com um dos cadetes do Departamento da Defesa. O elevador estava parado e Dahlia estava entrando em crise, ela nunca tinha ficado presa em um lugar tão pequeno. Foi quando o jovem ao seu lado começou a conversar com ela. O nome dele era Trigger 17, por algum motivo ele tinha decidido quebrar as regras. A Administração havia estabelecido regras de comportamentos para todos e Dahlia não poderia confraternizar com ninguém que não fosse do seu Departamento. O cadete só estava tentando acalmá-la. E quando ele começou a contar uma história de como havia preso em uma sala quando era pequeno, Dahlia foi esquecendo o seu pânico e prendendo sua atenção a cada palavra que ele dizia. No momento seguinte ela estava conversando com ele. Dahlia estava arriscando muito em falar com Trigger, mas algo nele prendia a sua atenção. Era como se ela estivesse sendo atraída. Mas logo a energia volta e as portas do elevador são abertas. Ela nunca mais o verá e poderia esquecer para sempre o que tinha acontecido.

Dias depois, Dahlia ainda tem o rosto de Trigger gravado em sua mente. Essa imagem a perseguia por todos os cantos. Não só a imagem que ficara em sua cabeça, como o próprio cadete. Ele aparecia em todos os lugares onde ela estava. Dahlia estava distraída nas aulas e em todas as atividades que fazia com suas idênticas. Ela já começava a cogitar a ideia de ter algum defeito. Suas idênticas não eram assim. Elas não pensavam em outros garotos, muito menos tinham quebrado uma regra que colocaria a vida de todas em risco.

Dahlia precisava controlar a situação, mesmo que fosse difícil ela deveria pensar no bem da cidade e no bem das suas idênticas. Ela poderia causar o recolhimento de todas. Mas como Dahlia poderia resistir a atração que sentia pelo cadete se ao abrir a gaveta com suas roupas, encontra um presente de Trigger 17 e um bilhete pedindo que ela o encontre?


Como uma reviravolta atrás da outra, o leitor vai acompanhando as descobertas e a busca de Dahlia por respostas. Conforme a atração que ela sente por Trigger vai aumentando e ela passa a se enxergar diferente das suas idênticas, Dahlia começa a entender que há algo diferente nela. Mas ela foi criada para entender que o diferente é um defeito, uma falha. Dahlia passa a acreditar que o seu defeito vai colocar a vida de suas amigas em risco. Ela sabe o risco que corre e as consequências que terá que enfrentar, mas Trigger está mostrando a ela que existe muito mais do que as paredes do Departamento de Força de Trabalho ensina. Trigger foi ensinado a agir sozinho, a competir com seus idênticos. Enquanto isso, Dahlia foi ensinada que uma idêntica sozinha está sempre vulnerável, que para a glória da cidade, elas precisam trabalhar em equipe.

Trigger também o melhor da sua turma. Ele é líder da equipe, inteligente e ágil. Mas sua atração por Dahlia irá coloca-los em perigo. É fácil torcer pelos dois. Trigger ganha o coração do leitor logo de cara. Dahlia também conquista o leitor, quando não está tomando decisões erradas. O que me irritou várias vezes durante o livro. É fácil entender que para ela, quebrar as regras seja difícil. Todos no seu departamento aprendem desde cedo quanto custa não respeitar as regras da Administração. O que é bem diferente para o Trigger, que sempre foi induzido a agir de modo completamente diferente. Mas na maioria das vezes fica claro que a decisão da Dahlia vai dar em um problema ainda maior para eles, mas mesmo assim ela toma as piores decisões.


Fora isso, tanto Dahlia quanto Trigger são personagens fortes e bem construídos. A história tem um ritmo bom e a capa identifica bem a história. A autora soube como dar início a série mostrando várias informações sem confundir demais o leitor e sem deixar que a história perdesse a atenção do leitor. Achei o final um tanto rápido demais, mas entendo que tenha sido a melhor forma de chamar o leitor para o livro seguinte.

No geral, é uma leitura ótima e em meio aos capítulos, vamos reconhecendo várias críticas importantes para sociedade em que vivemos. Dezesseis é uma ótima dica de leitura para esse começo de ano!

[Resenha] Glimmerglass, de Jenna Black


Dana já mudou de escola mais vezes do que é capaz de lembrar. Todas as vezes em que sua mãe acreditava que o pai de Dana poderia encontrá-las, a garota era obrigada a se despedir dos raros amigos que fazia e fazer as malas mais uma vez. Aos dezesseis anos, ela não tem amigos, não conhece o pai e não há perspectivas de que as coisas melhorem até que possa entrar para faculdade. Ela só precisaria aguentar mais um ano e meio e escolheria uma faculdade distante o suficiente para se livrar dos problemas da mãe. Pelo menos era o que ela acreditava até ver a mãe entrando alcoolizada na escola no dia do seu recital. Ela nem sabia por que tinha avisado a mãe sobre a apresentação, mas não tinha como consertar as coisas. Mais uma vez ela seria o centro das atenções, com todos zombando dela. Antes que pudesse se arrepender da sua decisão, Dana entra em contato com o pai e foge para a pequena cidade da Inglaterra onde o seu pai morava. Avalon não era uma cidade grande, então não foi difícil encontrar o nome do seu pai na lista telefônica.

Dana não sabia muito sobre o homem que estava indo visitar. Ela via no pai uma forma de fugir dos problemas que sua mãe causava, afinal, dificilmente ela encontraria problemas piores. Aos dezesseis anos, ela já era responsável por manter as contas de casa em dia, sempre economizando o pouco que tinham para manter o básico em casa. Portanto, ter alguém dos problemas sem exigir dela nenhuma responsabilidade seria um sonho.



Foi por isso que ela ignorou todos os avisos da mãe e fugiu para Avalon. Nos momentos em que estava bêbada, a mãe de Dana sempre fala sobre o seu ex-namorado. O cara que poderia prejudicar a filha se soubesse que ela existia. A história variava de acordo com estado alcoólico dela, mas tudo o que sabia era que sua mãe tinha começado a namorar um homem que vivia em Avalon, a única cidade do mundo onde a magia acontecia. Ele era um férreo, mal caráter e envolvido nas políticas da cidade, além de vir de uma família importante. Quando descobriu quem ele era, pouco depois de também descobrir a gravidez, ela decidiu fugir para proteger a filha. Dana não sabia se poderia acreditar nas histórias da mãe e o morar com o seu pai era a única solução que ela conseguia enxergar.

Ao chegar na Inglaterra, ela encontraria o amigo do seu pai que a levaria até Avalon. Mas quase uma hora depois, ela ainda estava sozinha no aeroporto. Pela primeira vez, desde que decidira fugir, Dana começava a repensar suas escolhas. Talvez devesse ter feitos mais perguntas ao pai, afinal eles sequer se conheciam. Quando entrou em contato, ele não fez nenhuma pergunta sobre a sua mãe ou se ela permitiria a viagem. Se Dana não estivesse tão desesperada na hora, teria achado essa atitude estranha. Ela deveria ter feitos mais perguntas. Mas ela não tinha tempo para se desesperar, muito menos para voltar atrás. Ela não tinha como voltar e não queria a sua vida com a mãe de volta. Sozinha, ela vai para Avalon sem imaginar que os problemas com a mãe não eram nada comparados com o que iria encontrar por lá.



Dana é uma garota forte e ao mesmo tempo nova demais para assumir tantas responsabilidades. Desde que se entende por gente, ela era a responsável da casa. Sua mãe nunca foi um exemplo a ser seguido. Por isso, ao mesmo tempo em que ela demonstrava força e coragem para fazer o que fosse necessário, ela também desejava ser apenas uma adolescente normal, com uma família normal. Desejava ter alguém que lidasse com os problemas que ela não deveria lidar com a idade que tinha.

A decisão de ir para Avalon não foi calculada, foi apenas um impulso. Ela não sabia quase nada das coisas que aconteciam na cidade. Ela só havia feito uma pesquisa rápida na internet antes de viajar. Sua surpresa não poderia ter sido maior ao chegar a cidade e descobrir que seu pai era de uma das famílias mais importantes entre os férreos. Assim que coloca os pés na cidade, Dana é envolvida em intrigas políticas e disputas de poder entre as cortes Seelie e Unseelie. O que só piora ao descobrir o motivo de todos estarem atrás dela: Dana é uma Faeriewalker, uma pessoa capaz de andar pelo mundo dos férreos e dos humanos, além de poder carregar a magia para o mundo dos humanos e a tecnologia para o Faerie. O último Faeriewalker foi visto a mais de setenta anos, o que fazia com que Dana fosse ainda mais rara e até mesmo considerada perigosa. Os Faeriewalkers foram responsáveis por muitas mortes na história de Faerie. Eles se tornavam armas de guerra quando envolvidos na política da cidade.

Por isso, vários nomes importantes estavam atrás de Dana. Ela era uma ameaça.




Imagine uma história que te envolva do começo ao fim, sem deixar o ritmo diminuir e ir aumentando a sua curiosidade a cada capítulo. Foi assim que me senti lendo esse livro! Foi uma leitura incrível e me vi ansiosa por saber o que aconteceria em seguida. A autora soube conduzir muito bem o leitor até a última página. Os personagens também fazem parte do ponto alto do livro. Cada um com uma personalidade diferente e importantes para o desenrolar da história.

Este é o primeiro livro da série e se vira muito bem como livro de introdução. Ele deixa vários pontos soltos, indicando que serão respondidos nos livros seguintes, mas nada que atrapalhe a leitura, pelo contrário, ajuda a aumentar a curiosidade do leitor.

Como eu disse, Dana é uma garota forte, mas ao chegar em Avalon e ver sua esperança de ter uma vida normal irem pelo ralo, ela se perde ao tentar descobrir em quem pode confiar. Parece que todos acabam escondendo algo dela. E é fácil perceber que há algo muito maior por trás do que as pessoas demonstram ao se aproximam dela.

Estou aguardando ansiosamente pela chance de ler os livros seguintes e contar para vocês o que eu achei. Por ora, essa leitura está mais do que recomendada! Leiam e depois me digam o que acharam!