Tenho lido pouquíssimo nos últimos meses, o que me fez acumular livros que eu comecei, mas não consegui terminar. Já tinha colocado na cabeça que eu não faria mais isso, porque acabo com ansiedade de ver todos esses livros abandonados pela metade e não consigo me concentrar o suficiente para continuar as leituras. Como aqui esquecemos das coisas com certa frequência, na tentativa de conseguir engatar uma leitura, acabei começando três livros:
- De Sangue e Ossos, da Nora Roberts
- O Exorcismo da Minha Melhor Amiga, da Grady Hendrix
- Harry Potter e a câmara secreta
Em sua segunda publicação do Clube do Crime, a HarperCollins trouxe o primeiro livro da autora neozelandesa, Ngaio Marsh, considerada uma das Rainhas do Crime de sua época, junto a três grandes nomes do gênero: Agatha Christie, Dorothy Sayers e Margery Allingham.
Nesta história, viajaremos para a Inglaterra. Sir Hubert Handerslay reunirá, uma vez mais, alguns convidados em sua casa de campo. Aqueles que frequentavam as festas, tornaram a famosa entre os membros da alta sociedade britânica. A cada reunião, o anfitrião e seus convidados praticavam um jogo diferente, algo que os mantivesse ocupados pelos dias que se seguiriam. Desta vez, foi escolhido o Jogo do Assassino, uma brincadeira bastante conhecida e que possui diversas variações. O anfitrião apresentou as regras aos seus convidados: um deles seria escolhido o assassino, por alguém que não participaria do jogo. O assassino teria que fazer a sua escolha e, discretamente, informar que a vítima que ela era o corpo. Em seguida, haveria um julgamento para descobrir quem era o culpado.
A brincadeira começou e todos ficaram atentos. Quando o gongo anunciou que a vítima foi escolhida, todos correram para descobrir quem era o corpo, mas, para o pavor de todos, a brincadeira tinha ido longe demais desta vez. Caído, ao pé da escada, estava Charles Rankin, um dos convidados, com um punhal cravado nas costas.
A Scotland Yard foi acionada e o inspetor-chefe, Roderick Alleyn, convocado para o caso. Sua tarefa não será nada fácil. Cada convidado possui um segredo escondido ou mesmo assuntos inacabados com a vítima. Aliando-se a um dos convidados da festa e, também, primo da vítima, Nigel Bathgate, o inspetor dará início ao julgamento.
Essa é a minha primeira experiência com a escrita da autora e por também ser o meu primeiro contato com o Clube do Crime da HarperCollins, não sabia muito bem o que esperar. Mas eu me surpreendi positivamente com a leitura. Nos primeiros capítulos, a história passa lentamente e foi preciso um pouco mais de dedicação para seguir em frente. No entanto, a partir da chegada do inspetor Alleyn, a leitura flui bastante e passa a ser mais dinâmica.
Achei que o desfecho foi bastante previsível. Dentre as possíveis motivações apresentadas, foi escolhida a mais clichê. No entanto, a autora soube soltar algumas pistas falsas para confundir o leitor.
No geral, “O Jogo do Assassino” é uma história com cara de sessão da tarde, bem no estilo “cozy mystery”. A leitura é leve e começa a fluir a partir da metade do livro. O livro também é curto, se comparado com outros livros do gênero, pois possui 208 páginas. Se organizar direitinho, dá para ler em um dia.