Pular para o conteúdo principal

Postagens

O blog fará parte do Time de Leitores da Companhia das Letras em 2020



Mais uma notícia boa para conta de 2020! Neste ano, o blog terá parceria com a Companhia das Letras no Time de Leitores. Agora, junto com a Faro Editorial (um amor de editora), espero trazer muitas novidades para vocês!

Estou bastante feliz com a parceria, porque este ano resolvi arriscar um pouco mais e participar de outras seleções. Decidi participar da seleção de poucas editoras, algumas ainda não abriram processo de seleção, mas todas as que eu separei para tentar a sorte são as que mais se encaixavam no conteúdo do blog. Por isso, estou bastante feliz em ter sido escolhida pela Companhia das Letras. Mais ainda por ter sido escolhida para uma das parcerias que me deixará mais livre para resenhar no meu tempo, sem obrigação para isso e apenas em títulos que se encaixam no meu gosto literário.

Bom, é isso, galera! O post de hoje é bem curtinho, só para comentar um pouquinho sobre a nova parceria do blog. Em breve venho trazer mais notícias para vocês.

Até o próximo post! :)

3 lançamentos da Darkside Books para você conhecer


Macabra é novo selo da DarkSide® Books. A Macabra Filmes e a DarkSide® Books selaram um pacto eterno na quarta-feira de cinzas de 2019, promovendo filmes e seus criadores, apresentando com curadoria e critério os novos nomes do cinema de terror nacional e internacional. A DarkSide® Books agora inaugura o seu novo selo trazendo livros e quadrinhos que vão deixar a sua estante mais trevosa.

Medicina Macabra


Enquanto pesquisava para escrever seu primeiro livro, o escritor Thomas Morris fez uma descoberta um tanto quanto… curiosa: entre dissertações cheias de linguagem técnica e textos desafiadoramente longos, pérolas divertidas e grotescas sobre casos bizarros estavam escondidas. Muitos destes relatos eram bons demais para serem esquecidos na literatura médica, e ele decidiu fazer uma seleção irresistivelmente peculiar.

Da Holanda do século XVII até a Rússia czarista, da zona rural do Canadá até um baleeiro no Pacífico, Medicina Macabra é uma reunião de casos insólitos da história da Medicina que ocorreram em um período de trezentos anos. Alguns desses relatos são angustiantes ou comoventes, outros são macabros, mas todos oferecem algo mais além do que uma boa anedota. Por mais constrangedoras que sejam as enfermidades, por mais estranhos que sejam os tratamentos, todos esses casos expressam algo sobre as crenças e a sabedoria de uma época.

Uma família inteira sofrendo de dores e que decidiu amputar as pernas para acabar com o sofrimento. Uma paciente com ataques histéricos que recitava Goethe e Shakespeare. Qual foi a última vez que um de seus dentes explodiu? E quando você comeu uma alface fresca e dois dias depois lesmas saíram pela sua boca? Medicina Macabra traz relatórios de casos verídicos, escritos por médicos que relataram aquilo que viram e fizeram, obtidos a partir de livros, panfletos, cartas e bilhetes.

Remédios irremediáveis, curas extraordinárias, cirurgias que tinham tudo para dar errado, casos insólitos e lamentáveis embaraços: está tudo aqui. Medicina Macabra é feito sob medida para os darksiders de estômago forte, narrado com aquela injeção de humor que não poderia faltar. Você está pronto para dissecar essas excentricidades do passado? Você é uma pessoa macabra?

Antologia Macabra


Para homenagear os grandes mestres da literatura dark, a DarkSide® Books e a Macabra Filmes orgulhosamente apresentam a Antologia Macabra. Organizada por Hans-Åke Lilja — editor do Lilja’s Library, um dos principais sites do mundo dedicados às obras de Stephen King, no ar desde 1996 —, a coletânea reúne o medo e o horror de treze almas macabras selecionadas a dedo para exaltar o que há de mais sombrio na literatura.

Entre histórias assombrosamente originais, os leitores encontrarão o raro “O compressor de ar azul”, do mestre Stephen King — que nunca apareceu em nenhuma das antologias do autor e, antes da publicação desta coletânea, não era impressa em lugar algum desde 1981 —, “O fim de tudo”, um momento de noir assustador de Brian Keene, “A dança do cemitério”, de Richard Chizmar, amigo e parceiro criativo de Stephen King, que mostra um homem caindo na loucura e obsessão, entre outros fragmentos tenebrosos.

Banquete cheio para os leitores famintos por histórias arrepiantes, Antologia Macabra revela também mestres cultuados mundo afora, como Clive Barker, Jack Ketchum, Ben Vincent, Stewart O’Nan, Kevin Quigley, Ramsey Campbell, Brian James Freeman e John Ajvide Lindqvist — autor do incrível romance Deixe Ela Entrar —, e com ilustrações do francês Odilon Redon, um dos mais importantes do simbolismo, que transpôs em tela seus sonhos e pesadelos.

O primeiro volume desta antologia chega pelo selo Macabra, resultado de um pacto de sangue entre a DarkSide® Books e a Macabra Filmes com o compromisso de trazer à vida livros e quadrinhos de horror, sempre com a qualidade já conhecida das edições da Caveira — puro terror, 100% macabra.

Vitorianas Macabras


Para enaltecer as mulheres ilustres que prestaram uma contribuição formidável à literatura — e reparar a injustiça histórica que por séculos reverenciou apenas os homens —, a DarkSide® Books e a Macabra Filmes orgulhosamente apresentam a antologia Vitorianas Macabras. Organizada em parceria com Marcia Heloisa — doutora em Literatura Comparada na Universidade Federal Fluminense (UFF), também responsável pela tradução e já conhecida pelos darksiders por seu exímio trabalho com Bram Stoker e Edgar Allan Poe, na linha Medo Clássico —, a antologia apresenta treze histórias escritas por autoras que, assim como nós, foram cativadas pelo medo e por tudo aquilo que é sobrenatural.

Verdadeiramente assustadoras, as histórias desta antologia foram ecoadas em contos e romances publicados nos séculos seguintes, uma proeza e influência que apenas as tramas mais poderosas poderiam conseguir. Aqui, o medo se manifesta de diversas maneiras, todas elas terríveis, impressionantes… e difíceis de esquecer. Não vamos contar todos os segredos, mas aqui vai um gostinho do que está por vir: “A Prece”, de Violet Hunt, é uma espécie de avô de Cemitério Maldito; o perturbador “Onde o Fogo Não se Apaga”, de May Sinclair, reproduz a tensão dos slashers com a profundidade do terror psicológico; “O Conto da Velha Ama”, de Elizabeth Gaskell, e “O Mistério do Elevador”, de Louisa Baldwin, apresentam fantasmas memoráveis; já em “A Janela da Biblioteca”, Margaret Oliphant traz um ensaio melancólico sobre o fantasma da solidão.

“A voz dessas autoras é única, suas vidas são o verdadeiro assombro diante da grandeza de suas obras até então esquecidas”, afirma Christiano Menezes, diretor editorial da DarkSide®. “Há muito tempo eu não era tocada por textos tão poderosos”, completa Marcia Heloisa.

Vitorianas Macabras reúne ainda histórias de Charlotte Brontë, H.D. Everett, Vernon Lee, Rhoda Broughton, Charlotte Riddell, Edith Nesbit, Amelia B. Edwards e Mary Braddon. Essas mulheres, além de serem figuras ilustres do protagonismo feminino, tinham em comum, é claro, o amor pela literatura: passaram a vida escrevendo, transformaram as palavras em seu ofício e tocaram inúmeros leitores com seus escritos. Agora, chegou a sua vez.

Dois lançamentos da Editora Arqueiro para não perder de vista


Ei, como vocês estão?

O ano mal começou e já fui surpreendida por vários lançamentos incríveis. Nos últimos meses venho controlando todos os meus gastos para tentar não comprar apenas por impulso. Mas ver tanto livro bom chegando, principalmente por serem de autores que eu acompanho e curto bastante é difícil controlar a vontade.

Por isso, vim compartilhar um pouquinho dos dois livros que vão chegar pela Editora Arqueiro e já estão na minha lista de desejados. Um deles é escrito por um dos meus autores preferidos: Harlan Coben. O que você seria capaz de fazer para salvar um filho? Enquanto você tenta imaginar o que faria se precisar agir pelo bem de um filho, presta atenção nessa sinopse:


Após ser gravemente ferido numa invasão à sua casa, o Dr. Marc Seidman desperta de um coma de quase duas semanas e descobre que sua vida foi destruída. A esposa foi assassinada. A filha, Tara, de 6 meses, desapareceu.

Depois de tanto tempo, parece impossível descobrir onde a bebê está, mas de repente Marc tem um alento ao receber um pedido de resgate. Só que o bilhete faz uma clara advertência: se ele falar com a polícia, nunca mais verá a filha. Não haverá segunda chance.

Sem ter a quem recorrer, Marc fica dividido entre a agonia e a esperança. E quando os investigadores passam a considerá-lo o principal suspeito dos crimes, ele precisa se lançar numa busca desesperada pela verdade não apenas para recuperar Tara, mas também para salvar a própria vida.

Com personagens envolventes e reviravoltas inimagináveis, Não há segunda chance é um livro de tirar o fôlego, no qual o suspense se sustenta até a última página.

Bom, não é? Se você ainda não conhece nenhum livro do autor, dá uma passadinha nesta página aqui, já saíram algumas resenhas dos livros dele por aqui e tenho certeza que você irá gostar! Os livros do Harlan são sempre cheios de reviravoltas, ação e muitas dúvidas. Quando você menos espera o autor te surpreende com um novo fato, que muda toda a sua linha de raciocínio!

Agora, o segundo livro!


Um romance de época digno de uma das melhores autoras do gênero está chegando. Lisa Kleypas vem com um livro independente e que irá conquistar o leitor logo de cara. Algumas séries da autora também já apareceram aqui no blog. A mais recente é a série sobre a família Ravenels, a resenha dos dois primeiros livros estão disponíveis aqui: Livro 1, Livro 2.

Os seus romances são recheados com humor e personagens femininas fortes. Neste novo livro, você irá conhecer a história da escritora Amanda Briars. Confira a sinopse:

Não há espaço para romance na vida da escritora Amanda Briars. Reconhecida no meio literário londrino, ela realiza as próprias fantasias através das personagens que cria em suas histórias de amor. Em nome da liberdade, está satisfeita em viver na solidão.

Amanda só não quer completar 30 anos sem nunca ter experimentado o prazer, e a solução mais discreta é contratar os serviços de um profissional. Quando o homem aparece à sua porta, a atração entre os dois é evidente, mas, para frustração dela, ele interrompe a noite de paixão no meio e vai embora.

Uma semana depois, ela o reencontra em um jantar e descobre que Jack Devlin é, na verdade, seu novo editor. Amanda fica mortificada.

Porém as lembranças daquela noite permanecem vivas na mente dos dois, e basta uma centelha para que o fogo entre eles se reacenda. Só que Jack, filho rejeitado do nobre mais notório de Londres, tem o coração endurecido e não acredita no amor, enquanto Amanda resiste ao desejo crescente em nome de sua independência.

Quando o destino entrelaça suas vidas, suas convicções mais profundas entram em choque. Agora os dois precisam decidir se, depois de conhecerem a verdadeira paixão, conseguirão voltar a se satisfazer com menos que isso.

Esse livro promete ser maravilhoso! Estou de olho nele desde que soube que seria um livro independente. Adoro os livros da Lisa, mas com tantas séries, fica difícil acompanhar tudo e controlar todos os gastos com livros, haha. E a minha curiosidade só aumento quando li a sinopse! Não me lembro de ter lido nenhuma história dela que abordasse esse tema e estou ansiosa para ler o resultado!

***
É isso! Vocês também estão acompanhando os lançamentos deste ano? Já colocaram algum livro na lista de desejados?

[Resenha] Dezesseis, de Rachel Vincent


Dahlia 16 está acostumada a ver o seu rosto entre as suas idênticas. Todas com seus cabelos castanhos, olhos castanhos e pele clara. Elas foram criadas para não terem falhas, para serem fortes e saudáveis, e servir a cidade de Lakeview dentro do Departamento de Força de Trabalho. Foi para isso que os geneticistas criaram o seu genoma e de suas idênticas. Elas foram ensinadas a trabalhar com agricultura hidropônica e cultivar alimentos melhores do que os que cresciam na natureza. Dahlia era a melhor de sua classe. Ela sabia disso e sabia que era errado sentir que poderia produzir alimentos melhores que suas idênticas. No Departamento de Força de Trabalho ensinavam desde cedo que elas deveriam trabalhar em equipe, que uma ficava exposta e vulnerável sem outra idêntica. Sentir orgulho era uma falha e falhas poderiam custar caro. Quando a Administração identificava uma falha era necessário fazer o recolhimento de todos que carregavam o genoma defeituoso. A eutanásia era vista como necessária para manter a glória da cidade. Não era necessário questionar as decisões da Administração.

Mas Dahlia 16 era igual as suas idênticas. Cinco mil rostos foram criados com o mesmo genoma que o seu. Ela teria que evitar pensamentos que a Administração condenava. Ela não poderia sentir orgulho dos alimentos que produzia e muito menos sentir inveja dos alimentos que suas idênticas produziam. Isso poderia ser visto como uma falha e uma falha sua custaria a vida de todos as outras quatro mil novecentas e noventa e nove idênticas. Dahlia sempre seguiu as regras. Pelo menos, ela tinha seguido até o dia em que foi chamada pela Administração.


Seu trabalho na agricultura hidropônica foi bem visto pela Administração e eles decidiram por oferecer uma vaga como instrutora, quando terminasse os seus estudos. Isso seria ótimo para o bem da cidade, era uma oportunidade irrecusável. Mas se Dahlia aceitasse, seria separada de suas idênticas. Após a conversa, enquanto voltava para o seu Departamento, Dahlia acaba ficando presa em um elevador com um dos cadetes do Departamento da Defesa. O elevador estava parado e Dahlia estava entrando em crise, ela nunca tinha ficado presa em um lugar tão pequeno. Foi quando o jovem ao seu lado começou a conversar com ela. O nome dele era Trigger 17, por algum motivo ele tinha decidido quebrar as regras. A Administração havia estabelecido regras de comportamentos para todos e Dahlia não poderia confraternizar com ninguém que não fosse do seu Departamento. O cadete só estava tentando acalmá-la. E quando ele começou a contar uma história de como havia preso em uma sala quando era pequeno, Dahlia foi esquecendo o seu pânico e prendendo sua atenção a cada palavra que ele dizia. No momento seguinte ela estava conversando com ele. Dahlia estava arriscando muito em falar com Trigger, mas algo nele prendia a sua atenção. Era como se ela estivesse sendo atraída. Mas logo a energia volta e as portas do elevador são abertas. Ela nunca mais o verá e poderia esquecer para sempre o que tinha acontecido.

Dias depois, Dahlia ainda tem o rosto de Trigger gravado em sua mente. Essa imagem a perseguia por todos os cantos. Não só a imagem que ficara em sua cabeça, como o próprio cadete. Ele aparecia em todos os lugares onde ela estava. Dahlia estava distraída nas aulas e em todas as atividades que fazia com suas idênticas. Ela já começava a cogitar a ideia de ter algum defeito. Suas idênticas não eram assim. Elas não pensavam em outros garotos, muito menos tinham quebrado uma regra que colocaria a vida de todas em risco.

Dahlia precisava controlar a situação, mesmo que fosse difícil ela deveria pensar no bem da cidade e no bem das suas idênticas. Ela poderia causar o recolhimento de todas. Mas como Dahlia poderia resistir a atração que sentia pelo cadete se ao abrir a gaveta com suas roupas, encontra um presente de Trigger 17 e um bilhete pedindo que ela o encontre?


Como uma reviravolta atrás da outra, o leitor vai acompanhando as descobertas e a busca de Dahlia por respostas. Conforme a atração que ela sente por Trigger vai aumentando e ela passa a se enxergar diferente das suas idênticas, Dahlia começa a entender que há algo diferente nela. Mas ela foi criada para entender que o diferente é um defeito, uma falha. Dahlia passa a acreditar que o seu defeito vai colocar a vida de suas amigas em risco. Ela sabe o risco que corre e as consequências que terá que enfrentar, mas Trigger está mostrando a ela que existe muito mais do que as paredes do Departamento de Força de Trabalho ensina. Trigger foi ensinado a agir sozinho, a competir com seus idênticos. Enquanto isso, Dahlia foi ensinada que uma idêntica sozinha está sempre vulnerável, que para a glória da cidade, elas precisam trabalhar em equipe.

Trigger também o melhor da sua turma. Ele é líder da equipe, inteligente e ágil. Mas sua atração por Dahlia irá coloca-los em perigo. É fácil torcer pelos dois. Trigger ganha o coração do leitor logo de cara. Dahlia também conquista o leitor, quando não está tomando decisões erradas. O que me irritou várias vezes durante o livro. É fácil entender que para ela, quebrar as regras seja difícil. Todos no seu departamento aprendem desde cedo quanto custa não respeitar as regras da Administração. O que é bem diferente para o Trigger, que sempre foi induzido a agir de modo completamente diferente. Mas na maioria das vezes fica claro que a decisão da Dahlia vai dar em um problema ainda maior para eles, mas mesmo assim ela toma as piores decisões.


Fora isso, tanto Dahlia quanto Trigger são personagens fortes e bem construídos. A história tem um ritmo bom e a capa identifica bem a história. A autora soube como dar início a série mostrando várias informações sem confundir demais o leitor e sem deixar que a história perdesse a atenção do leitor. Achei o final um tanto rápido demais, mas entendo que tenha sido a melhor forma de chamar o leitor para o livro seguinte.

No geral, é uma leitura ótima e em meio aos capítulos, vamos reconhecendo várias críticas importantes para sociedade em que vivemos. Dezesseis é uma ótima dica de leitura para esse começo de ano!

[Resenha] Glimmerglass, de Jenna Black


Dana já mudou de escola mais vezes do que é capaz de lembrar. Todas as vezes em que sua mãe acreditava que o pai de Dana poderia encontrá-las, a garota era obrigada a se despedir dos raros amigos que fazia e fazer as malas mais uma vez. Aos dezesseis anos, ela não tem amigos, não conhece o pai e não há perspectivas de que as coisas melhorem até que possa entrar para faculdade. Ela só precisaria aguentar mais um ano e meio e escolheria uma faculdade distante o suficiente para se livrar dos problemas da mãe. Pelo menos era o que ela acreditava até ver a mãe entrando alcoolizada na escola no dia do seu recital. Ela nem sabia por que tinha avisado a mãe sobre a apresentação, mas não tinha como consertar as coisas. Mais uma vez ela seria o centro das atenções, com todos zombando dela. Antes que pudesse se arrepender da sua decisão, Dana entra em contato com o pai e foge para a pequena cidade da Inglaterra onde o seu pai morava. Avalon não era uma cidade grande, então não foi difícil encontrar o nome do seu pai na lista telefônica.

Dana não sabia muito sobre o homem que estava indo visitar. Ela via no pai uma forma de fugir dos problemas que sua mãe causava, afinal, dificilmente ela encontraria problemas piores. Aos dezesseis anos, ela já era responsável por manter as contas de casa em dia, sempre economizando o pouco que tinham para manter o básico em casa. Portanto, ter alguém dos problemas sem exigir dela nenhuma responsabilidade seria um sonho.



Foi por isso que ela ignorou todos os avisos da mãe e fugiu para Avalon. Nos momentos em que estava bêbada, a mãe de Dana sempre fala sobre o seu ex-namorado. O cara que poderia prejudicar a filha se soubesse que ela existia. A história variava de acordo com estado alcoólico dela, mas tudo o que sabia era que sua mãe tinha começado a namorar um homem que vivia em Avalon, a única cidade do mundo onde a magia acontecia. Ele era um férreo, mal caráter e envolvido nas políticas da cidade, além de vir de uma família importante. Quando descobriu quem ele era, pouco depois de também descobrir a gravidez, ela decidiu fugir para proteger a filha. Dana não sabia se poderia acreditar nas histórias da mãe e o morar com o seu pai era a única solução que ela conseguia enxergar.

Ao chegar na Inglaterra, ela encontraria o amigo do seu pai que a levaria até Avalon. Mas quase uma hora depois, ela ainda estava sozinha no aeroporto. Pela primeira vez, desde que decidira fugir, Dana começava a repensar suas escolhas. Talvez devesse ter feitos mais perguntas ao pai, afinal eles sequer se conheciam. Quando entrou em contato, ele não fez nenhuma pergunta sobre a sua mãe ou se ela permitiria a viagem. Se Dana não estivesse tão desesperada na hora, teria achado essa atitude estranha. Ela deveria ter feitos mais perguntas. Mas ela não tinha tempo para se desesperar, muito menos para voltar atrás. Ela não tinha como voltar e não queria a sua vida com a mãe de volta. Sozinha, ela vai para Avalon sem imaginar que os problemas com a mãe não eram nada comparados com o que iria encontrar por lá.



Dana é uma garota forte e ao mesmo tempo nova demais para assumir tantas responsabilidades. Desde que se entende por gente, ela era a responsável da casa. Sua mãe nunca foi um exemplo a ser seguido. Por isso, ao mesmo tempo em que ela demonstrava força e coragem para fazer o que fosse necessário, ela também desejava ser apenas uma adolescente normal, com uma família normal. Desejava ter alguém que lidasse com os problemas que ela não deveria lidar com a idade que tinha.

A decisão de ir para Avalon não foi calculada, foi apenas um impulso. Ela não sabia quase nada das coisas que aconteciam na cidade. Ela só havia feito uma pesquisa rápida na internet antes de viajar. Sua surpresa não poderia ter sido maior ao chegar a cidade e descobrir que seu pai era de uma das famílias mais importantes entre os férreos. Assim que coloca os pés na cidade, Dana é envolvida em intrigas políticas e disputas de poder entre as cortes Seelie e Unseelie. O que só piora ao descobrir o motivo de todos estarem atrás dela: Dana é uma Faeriewalker, uma pessoa capaz de andar pelo mundo dos férreos e dos humanos, além de poder carregar a magia para o mundo dos humanos e a tecnologia para o Faerie. O último Faeriewalker foi visto a mais de setenta anos, o que fazia com que Dana fosse ainda mais rara e até mesmo considerada perigosa. Os Faeriewalkers foram responsáveis por muitas mortes na história de Faerie. Eles se tornavam armas de guerra quando envolvidos na política da cidade.

Por isso, vários nomes importantes estavam atrás de Dana. Ela era uma ameaça.




Imagine uma história que te envolva do começo ao fim, sem deixar o ritmo diminuir e ir aumentando a sua curiosidade a cada capítulo. Foi assim que me senti lendo esse livro! Foi uma leitura incrível e me vi ansiosa por saber o que aconteceria em seguida. A autora soube conduzir muito bem o leitor até a última página. Os personagens também fazem parte do ponto alto do livro. Cada um com uma personalidade diferente e importantes para o desenrolar da história.

Este é o primeiro livro da série e se vira muito bem como livro de introdução. Ele deixa vários pontos soltos, indicando que serão respondidos nos livros seguintes, mas nada que atrapalhe a leitura, pelo contrário, ajuda a aumentar a curiosidade do leitor.

Como eu disse, Dana é uma garota forte, mas ao chegar em Avalon e ver sua esperança de ter uma vida normal irem pelo ralo, ela se perde ao tentar descobrir em quem pode confiar. Parece que todos acabam escondendo algo dela. E é fácil perceber que há algo muito maior por trás do que as pessoas demonstram ao se aproximam dela.

Estou aguardando ansiosamente pela chance de ler os livros seguintes e contar para vocês o que eu achei. Por ora, essa leitura está mais do que recomendada! Leiam e depois me digam o que acharam!