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Resenha | "No Lugar Errado, Na Hora Errada", de Greer Hendricks e Sarah Pekkanen

Oi! Como você está?

O post de hoje é sobre um livro que me deixou bastante perturbada e me fez parar a leitura por alguns dias para conseguir absorver tudo o que estava acontecendo e deixar que a angústia diminuísse o suficiente para voltar à leitura.

"No lugar errado, na hora errada" foi escrito pelas autoras Greer Hendricks e Sarah Pekkanen e publicado pela Faro Editorial este ano. É um thriller psicológico que merece ser lido e, para quem gosta do gênero, é um prato cheio!




Shay não vê perspectivas para a sua vida. Ela ainda procura por um emprego depois de ter sido demitida e enquanto trabalha como analista de dados em um emprego temporário. Ela divide o apartamento com Sean e, agora, com a namorada dele. E foi para deixá-los sozinhos que Shay saiu naquela manhã e viu a sua vida mudar em um instante. Shay vê o momento em que uma mulher comete suicídio no metrô. Alguns dias depois, Shay descobre a identidade da mulher – Amanda – e ao visitar o prédio em que ela morava, descobre que acontecerá um velório em sua homenagem. Shay não consegue esquecer o que viu e se pergunta o que levaria alguém a colocar fim na própria vida. Na tentativa de conseguir respostas, ela decide ir até o velório.

Lá ela conhecerá as irmãs Moore, Cassandra e Jane, amigas das Amanda e responsáveis por organizar o velório. A primeira vista, as irmãs parecem perfeitas. Elas acolhem Shay mesmo sem conhecê-la e demonstram interesse em se aproximar dela. De imediato, Shay se vê atraída pelo carinho e pela atenção que recebe, sem entender o motivo daquelas mulheres, que devem ter tudo o que querem, desejarem a amizade de uma pessoa como ela.

Shay se aproximará cada vez mais das irmãs Moore e verá a sua vida ganhando um novo rumo. Pela primeira vez em anos, as coisas parecem caminhar bem em sua vida. Ela tem amigas que a motivam a melhorar, a mudar e acreditar em si mesma. Sem se dar conta, Shay terá sua vida transformada em um espelho da vida da Amanda e se envolverá em uma rede de segredos, desconfianças, mentiras e perigo. Ela deveria confiar tanto, em tão pouco tempo, em duas pessoas que ela mal conhece?








Shay é uma mulher extremamente solitária e insegura. Ela tem apenas dois amigos, um relacionamento superficial com a mãe e não tem namorado. Depois do episódio no metrô, é de se esperar que ela não esqueça facilmente, quem esqueceria? No entanto, sem se dar conta, ela se vê obcecada pela vida da Amanda. Shay tenta entender o que levaria Amanda a colocar um fim na própria vida. Quanto mais informações ela encontra sobre a mulher, mais ela percebe as semelhanças entre elas. Shay enxerga um espelho de si mesma e passa a se perguntar se ela também acabará da mesma forma. A partir deste ponto, Shay se envolverá cada vez mais fundo na vida da Amanda e logo estará presa em uma rede de mentiras que ela teve de contar.

Enquanto isso, as irmãs Moore surgem em meio a desconfianças e dispostas a fazer o que for necessário para proteger os segredos do pequeno grupo de amigas, do qual Amanda fazia parte. Para as irmãs Moore vale a máxima de que os fins justificam os meios. Tudo o que elas fizeram e farão pode ser justificado pelo “bem maior”. Pessoas são sacrificadas para proteger mulheres vulneráveis, isso não é um problema para elas. Ela realmente acreditam que estão fazendo o que é melhor e é perturbador ver a forma como lidam com tudo o que vai se desenrolando na história.









A obsessão de Shay pela Amanda é sutilmente apresentada durante o enredo. Os detalhes vão passando despercebidos por Shay até que ela se veja em um ponto do qual, talvez, não consiga sair. Enquanto comentava sobre o livro com a Flávia (do @fala.werneck), ela disse algo que se encaixa perfeitamente nesta história: ninguém é 100% bom ou mau. De fato, durante toda a narrativa é fácil entender isso. Todos os personagens mostram suas fraquezas, erros e segredos que os tornam reais. Você consegue se identificar com a situação da Shay e ao mesmo tempo duvidar das ações que ela tomará durante a história. Ao passo que você também poderá entender as atitudes das irmãs Moore. A diferença entre todos os personagens é qual deles estará disposto a ultrapassar a linha tênue entre o que é certo e o errado.

O final foi o único ponto que me fez dar 4 estrelas em vez de 5. A história se desenvolve muito bem até o último capitulo. Ao chegar ao ponto em que tudo será solucionado, a história acaba de forma repentina e deixa algumas pontas soltas. Não é nada que tire o brilho da história, mas foram algumas coisas que gostaria de ter visto com mais calma e com mais detalhes.

É isso! “No lugar errado, na hora errada” é um thriller psicológico que te fará duvidar das coisas em que você acredita e te fará pensar se algumas ações poderão ser justificadas quando você descobrir os motivos por trás de cada uma. É uma história envolvente, perturbadora e está mais do que recomendada!



[Resenha] Mestres do Mistério: Crimes quase perfeitos em salas trancadas



"Mestres do Mistério" foi publicado pela Faro Editorial em maio deste ano e traz cinco contos escolhidos pelo Victor Bonini. São contos de renomados autores do gênero, apresentados em uma edição linda e muito bem produzida pela Faro Editorial.

Para abrir a leitura com chave de ouro, foi escolhido Arthur Conan Doyle, o responsável por dar vida a um dos detetives mais conhecidos em todo o mundo: Sherlock Holmes. Em mais uma de suas aventuras, Sherlock e John Watson ajudaram sr. Hilton Cubitt, com o estranho caso dos dançarinos. O sr. Cubitt encontrou em sua propriedade desenhos, que a primeira vista passariam como brincadeira de criança. No entanto, sua esposa, ao encontrar os desenhos, ficará desesperada, dando a entender que havia muito mais significado para aqueles desenhos do que apenas uma brincadeira. Sem desejar cobrar explicações de sua esposa, o sr. Cubitt foi em busca da ajuda de Sherlock Holmes para desvendar o mistério.

Um crime acontecerá antes que Sherlock Holmes possa solucionar o caso. Tudo indica que o assassinato ocorreu dentro de um escritório, com a porta e a janelas fechadas. Se não havia forma de entrar ou sair, então como o crime aconteceu?

Um conto rápido e instigante que conduz o leitor para um desfecho brilhante. Posso ser suspeita para falar, já que as histórias de Sherlock Holmes são as minhas favoritas para o gênero, mas Arthur Conan Doyle fez um trabalho sem defeitos nesta história.





O segundo conto é de ninguém menos que Edgar Allan Poe com “Os assassinatos na rua Morgue”. Um crime terrível ocorreu durante a noite. Duas mulheres, que moravam sozinhas, foram brutalmente assassinadas. O crime teria ocorrido dentro de um dos quartos, com a porta trancada. Uma das vítimas foi decapitada e a outra sofreu golpes de algo muito pesado. A polícia não tem nenhum suspeito ou motivação para o crime. As duas mulheres, mãe e filha, viviam reclusas e não recebiam visitas. Na noite do crime, os vizinhos ouviram gritos aterrorizantes e um grupo resolveu invadir a casa. Uma discussão estranha foi ouvida e ao entrarem no quarto, encontraram a cena de um assassinato brutal.

Auguste Duplin tem talento para enxergar aquilo que ninguém mais vê. Sem atropelar os fatos e de forma bastante detalhista, o jovem consegue analisá-los e deduzir a sequência dos acontecimentos. O jovem entrará na cena do crime para descobrir o que houve. Enquanto a polícia mantém sua atenção nos pontos irrelevantes para chegar a conclusão do caso, Duplin começa a sua busca sem descartar nenhuma informação e desta forma, logo descobrirá como as duas mulheres foram mortas.

Uma história empolgante e com um desfecho que jamais passou pela minha cabeça. Ainda não tive a chance de ler algo de Edgar Allan Poe e me surpreendi com a escrita. A história, depois das primeiras páginas, desenrola facilmente e logo estamos criando teorias do que aconteceu. Confesso que fiquei com a impressão de ver na personalidade de Duplin muito do Sherlock, acredito que muito se deve por acabo de ler uma história com ele. Mas não foi nada que atrapalhou a minha experiência.

O terceiro conto é de Jacques Futrelle, “O problema da Cela 13”. Um famoso cientista tentará provar aos amigos que consegue fugir de uma cela da prisão em 7 dias. Ao propor o desafio o cientista concordará em entrar na cela com nada mais do que alguns dólares e um par de sapatos engraxados.

Eu não conhecia o autor, mas preciso dizer que este foi o conto que menos chamou a minha atenção. A história não fluiu com facilidade e achei um motivo um tanto quanto irrelevante que levou o cientista a querer aceitar o desafio. Na verdade, foi uma história bem superficial e que não me atraiu tanto.




Para o quarto conto, foi escolhido G, K. Chesterton com “O homem invisível”. Seguindo as outras histórias, um assassinato acontecerá de forma misteriosa, em um apartamento trancado e vigiado do lado de fora. Não tenho muito mais o que dizer sobre este conto, porque é bastante curto. Acho que faltou um pouco mais de desenvolvimento da história. Basicamente, o crime acontece e, magicamente, o crime é solucionado. A maior parte da história foca em contar sobre uma personagem que ficou esquecida depois.

O último conto é de Wilkie Collins, “A história do viajante a respeito de uma cama extremamente ruim”. Diferente dos outros quatro contos, neste não haverá assassinato. Após vencer todas as apostas da casa de jogos e ganhar uma pequena fortuna, uma tentativa de assassinato acontecerá em um quarto fechado. Como o quase crime aconteceu é o mistério a ser desvendado neste conto.


Em “Mestres do Mistério” você encontrará uma sala fechada e um mistério a ser resolvido. Grandes nomes do gênero tentam mostrar a você que o impossível pode ser bem mais simples de acontecer do que você imagina.

[Resenha] O Ano das Bruxas, de Alexis Henderson


Em “O Ano das Bruxas” estaremos na cidade de Betel, um lugar isolado do resto do mundo. A cidade é cercada por muros e pela Mata Sombria que assombra os seus moradores. Em sua história, Betel enfrentou Lilith, junto ao seu primeiro Profeta, David Ford, derrotando o demônio. Desde então os Profetas que se seguiram tornaram-se a lei em Betel. O Protocolo Sagrado e as Escrituras Sagradas eram seguidos rigorosamente e qualquer pecado deveria ser expiado, seja com a penitências ou nas chamas da pira.

É nesse ambiente que conheceremos Emmanuelle Moore, uma jovem que nasceu marcada pelo pecado de sua mãe, morta após o parto. Ao crescer, Emmanuelle foi ensinada a seguir o Protocolo Sagrado, ser temente ao Pai, conforma-se com seu destino e ser obediente. Mas um incidente, a leva até a Mata Sombria, onde encontra com duas bruxas poderosas, que a presenteiam com o diário de sua mãe. Repleto de mensagens desconexas, desenhos e símbolos da bruxaria, Emmanuelle lê o diário em busca de respostas e para se aproximar da mãe que não conheceu.

Quanto mais Emmanuelle se aproxima da mãe, mas ela se afasta das Escrituras Sagradas. Em uma noite, ela escuta o chamado da Mata Sombria e retorna uma vez mais. Ela deveria temer aquele lugar, mas de alguma forma sente que pertence a ela. Desta vez, ao sair da Mata, a vida em Betel não será mais a mesma. Algo poderoso se aproxima e Emmanuelle teme que possa ter começado com ela e com o seu pecado. Agora, ela precisa concertar as coisas e aceitar as consequências das decisões que deverá tomar.





Eu comprei esse livro em dezembro do ano passado e peguei para ler assim que chegou. A leitura foi se arrastando e sequer consegui alcançar a página 100 do livro. Acabei deixando de lado para ler em outro momento, e foi assim que acabei voltando as suas páginas na metade do mês de abril.

Acabei surpreendida com a forma com que a leitura fluiu livremente. Diferente da primeira vez, as páginas foram passando sem me dar conta de que a história estava caminhando para a reviravolta. Emmanuelle é uma jovem que apesar do medo de descobrir quem ela realmente é, carrega muita força e a certeza de que é ela quem começou e deverá colocar um fim no mal que assola o seu povo. Ela terá de enfrentar o seu passado e as escolhas de sua mãe para entender a sua ligação com a Mata e com o mal que atingirá a cidade.

Em seu caminho, ela se aproximará de Ezra, o herdeiro do Profeta. Apenas pelo título que um dia carregará, Emmanuelle deveria ter se afastado do garoto, mas de alguma forma, ele acaba se tornando um amigo e acima de tudo, alguém em que pode confiar a sua vida. Juntos, eles levam a história de forma cativante. Cheguei aos últimos capítulos torcendo e, ao mesmo tempo, angustiada para saber o que aconteceria com eles. Pela forma com a leitura foi se encaminhando, em alguns momentos, tive medo do destino dos dois.

A aproximação entre eles acontece de forma inesperada e cresce aos poucos. Tanto Emmanuelle quanto Ezra enxergam a verdade por trás da Igreja e na crença do povo. As mulheres são vistas como objetos pertencentes a seus maridos, sem vontade própria e com a obrigação de servir. O Profeta é um tirano e manipulador. Ele está sempre a espreita, pronto para impor a sua vontade, e aqueles que o desafiam pagam pelos seus pecados ao serem queimados na pira.






O Ano das Bruxas” é um livro que traz duras críticas a sociedade e, facilmente, podemos enxergar a relação com os dias atuais. É um livro sobre a força da mulher e sobre a crença em pessoas que dizem agir em nome da vontade de algo maior. O Profeta age livremente e passa impune pelos seus pecados apenas pelo fato de ser o representante do Pai em Betel. Acima de tudo, esse é um livro sobre o poder de acreditar em algo, seja em uma entidade ou em você mesmo.

O final não poderia ter sido melhor. Tenho lido tantas histórias que se desenvolvem bem, mas no final o autor corre para expor o que levou até ali, que chega a ser decepcionante. Mas neste livro, a autora não se preocupou em jogar todas as informações de uma vez em cima do leitor, a história mantém o seu ritmo até chegar ao epílogo e deixando o final aberto para uma continuação. Espero ver mais sobre Emmanuelle e Ezra algum dia. Os dois são personagens que cativam logo de cara e gostaria de ver aonde eles chegarão seguindo o que acreditam.

É isso! Leitura concluída e favoritada. 💜

[Resenha] Imperfeitos, de Christina Lauren


Recebi esse livro em parceria com a Faro Editorial. “Imperfeitos” é o lançamento de Março da editoria e já aviso que foi uma leitura bastante divertida. Esse livro foi escrito pelas autoras norte-americanas Christina Hobbs e Lauren Billings, através do pseudônimo Christina Lauren. Esta dupla é famosa por vários títulos como best-sellers do New York Times e seus livros já foram publicados em mais de 30 idiomas.

Neste novo livro, conheceremos Olive Torres. Olive sempre soube que Ami era a irmã sortuda. Elas são gêmeas, mas as semelhanças acabam por aí. Ami é a otimista, adora sorteios e ganha todo o tipo deles. Enquanto Olive é vista como negativa, ranzinza e azarada. Agora Ami estava prestes a ser casar com Dane, um cara do qual Olive não conseguia gostar, mas suportava por amor a irmã.


Foi participando de sorteios que Ami conseguiu quase tudo para o seu casamento, incluindo a viagem de lua de mel dos sonhos com tudo pago. Para surpresa de Olive, a vida parece sorrir para ela, pela primeira vez, de um jeito meio torto. Todos na festa acabam com intoxicação alimentar, exceto Olive e Ethan, o irmão mais novo do noivo. Olive conheceu Ethan quando Ami começou a namorar o Dane, mas a antipatia dele por Olive ficou evidente logo no início. Olive ainda se ressente pela forma como ele pareceu menosprezá-la naquele primeiro encontro. Agora, sorte ou destino, os dois foram os únicos sobreviventes da doença que atingiu todos os convidados do casamento.

Disposta a não desperdiçar a lua de mel com tudo pago, em Maui, uma ilha no Havaí, Ami incentiva a irmã a se passar por ela e aproveitar a viagem em seu lugar. Uma mentira totalmente possível, já que as duas eram gêmeas idênticas e ninguém desconfiaria de nada. Uma ótima ideia, até Olive descobrir que Dane também ofereceu a viagem a Ethan. O que significava que os dois teriam que passar dias em uma ilha no Havaí, vivendo a lua de mel perfeita dos irmãos. O destino não parece querer facilitar as coisas, mas esse tipo de sorte não acontecia na vida de Olive, então ela aceita. No dia seguinte, os dois estão juntos no aeroporto, rumo a uma viagem romântica e incapazes de manter um diálogo sem sarcasmo e longas discussões, apenas pelo prazer de discordar um do outro.

Já em Maui, o plano é que não tivessem contato um como o outro, a não ser quando estritamente necessário. Pelo menos era, até o momento em que Olive acaba contando uma mentira em um momento de desespero e, em seguida, é a vez de Ethan desesperadamente seguir a mentira de Olive. Uma história pequena, tomando uma proporção maior do que gostariam e não há nada que possam fazer a não ser seguir com o novo plano e, quem sabe, no meio do caminho descobrir que as coisas poderiam ser mais fáceis entre eles. Essa será uma lua de mel de mentira bastante longa.





Preciso dizer que eu me divertir lendo esse livro. Olive e Ethan possuem muita química e de cara você já está torcendo por eles. O diálogo entre os dois é repleto de sacadas inteligentes e muito sarcasmo. Confesso que até a metade do livro eu não conseguia entender o motivo de toda a aversão de Olive por Ethan, pelo menos não pelo motivo que é apresentado. E posso dizer o mesmo do motivo de Ethan não se aproximar de Olive. Nesse ponto, a justificativa não me convenceu muito, mas olhando o todo, acredito que a ideia fosse exatamente essa. Fico com a impressão de que as autoras optaram por mostrar que a falta de um diálogo e maturidade tenha levado ao ponto em que cada um assumiu uma verdade para si e deram prioridade ao orgulho ferido. Digo isso, porque tanto Ethan quanto Olive vão amadurecendo com o desenrolar da história.

Quanto aos personagens, a maior parte da história concentra-se em Olive e Ethan. Mas somos apresentados a alguns personagens secundários e, com exceção de Ami e Dane, as autoras não se aprofundaram na história deles. Eles trazem significado para história, mas não sabemos muito deles para analisar.

Enquanto isso, como a narrativa acontece pelo ponto de vista da Olive, vemos muito de sua história. Uma mulher insegura, desconfiada e sempre se comparando com a irmã. Neste ponto, pensei que Olive teria algum ressentimento com a irmã por achar que tudo sempre foi melhor e mais fácil para ela, mas não é o que acontece. Olive não consegue imaginar que coisas boas possam acontecer com ela. Ela já pensa no que pode dar errado antes mesmo de tentar. Também não consegue pensar em algo que a faça feliz ou que a motive a trabalhar pelo resto da vida. Com o desenrolar da leitura é muito bom ver como Olive vai amadurecendo e encontrando o seu caminho.

Já com Ethan, vemos pouco de sua vida. É um rapaz que no início foi apresentado como esnobe, infantil e com ciúmes do irmão. Ao passar da viagem, tanto o leitor como Olive vão descobrindo que tudo foi apenas por conta de uma primeira impressão ruim. Ethan, apesar de não querer demonstrar, é um cara romântico, divertido e que ama o trabalho. Acabei o livro apaixonada por ele. Inclusive somos presenteados com um epílogo com a narrativa feita por Ethan. Por sinal, foi uma forma linda de encerrar a história.



O romance entre eles é evidente desde os primeiros capítulos, há muita tensão ali e não há como não imaginar que vai acontecer algo. Ainda que Olive esteja disposta a ignorá-lo completamente, não importa o quão bonito e atraente ele seja, porque Ethan nunca demonstrou nenhuma afeição por ela. Pelo contrário, Ethan deixou uma péssima primeira impressão e Olive não mudaria de ideia sobre ele. Bom, essa era a ideia antes de uma mentira acabar os unindo pelo resto daquela viagem dos sonhos. Não importa o quanto se odiassem, a partir daquele momento, teriam que fingir um sentimento que não tinham e, quem sabe esse não seria o incentivo que precisavam?

No mais, eu me divertir com o jogo de ironia entre os dois. Achei o tipo de clichê gostosinho de ler, daqueles que você assisti em uma tarde chuvosa para passar o tempo. A leitura flui muito bem e logo as mais de 200 páginas passam sem que você se dê conta. Confesso que fiquei presa na história e não consegui largar o livro até terminar a leitura. Faz um bom tempo que não me prendo a uma história desta forma e foi muito bom poder sentir novamente.

É isso! Não há mais nada que posso dizer sem dar algum spoiler, mas posso dizer que foi uma leitura que deixou um quentinho no coração. Leitura mais do que indicada para quem gosta de um romance leve e divertido. Leiam e voltem aqui para me contar o que acharam!




Resenha | Por que não podemos esperar, de Martin Luther King


Já faz algum tempo que estou adiando a resenha desse livro. Ele chegou em um momento complicado e não pude dar a devida atenção. Decidi adiar e reler em outro momento, e hoje posso dizer que foi a melhor escolha que fiz. Este livro é repleto de reflexões e ensinamentos necessários. Não sou negra, mas entendo que livros como este devem ser lidos como um aprendizado, não apenas da luta contra o racismo, mas contra toda as demais formas de discriminação.


Um rápido contexto histórico para você entender:

A escravidão foi abolida em 1865, nos Estados Unidos, sem a garantia dos direitos básicos aos ex-escravizados. Grupos sulistas, como a Ku Klux Klan, não aceitaram a ideia dos direitos iguais entre brancos e negros, intensificando assim o apoio as leis segregacionistas.

Uma vez que era permitido aos Estados criarem as próprias leis, um conjunto de leis adotadas em 1870, chamado de “Jim Crow”, definiam a segregação racial no sul dos Estados Unidos. Leis como a que proibiam os negros de ocupar os mesmos locais que os brancos em serviços públicos e privados eram defendidas pelos grupos segregacionistas.


“Em sua declaração, os senhores afirmam que nossas ações, apesar de pacíficas, devem ser condenadas porque incitam a violência. Mas essa é uma afirmação lógica? Isso não é com o condenar um homem que foi assaltado porque o fato de ele possuir dinheiro incitou o ato cruel do assalto? (…) Devemos ver que, como as cortes federais têm afirmado consistentemente, é errado pedir a um indivíduo que cesse seus esforços para obter seus direitos constitucionais básicos, porque a busca pode incitar a violência. A sociedade deve proteger o roubado e punir o ladrão.”



Em meio a esse cenário, damos início a leitura de “Por que não podemos esperar”. Publicado originalmente em 1964, Martin Luther King traz um relato profundo, necessário e concentrado nos acontecimentos de 1963 em Birmingham, no Alabama. Conhecida por ser uma das cidades mais segregacionistas dos Estados Unidos, Birmingham foi um marco para o Movimento pelos Diretos Civis.

Durante a narrativa, King mostra o que é ser negro em uma cidade extremista, que não estava disposta a dialogar e abrir mão de leis segregacionistas. Casas e igrejas, locais frequentados pelos negros, eram bombardeados; pessoas negras eram espancadas até a morte; parques foram fechados para que os negros não pudessem frequentá-los. Uma realidade que muitas vezes lemos em livros de histórias ou são apresentadas em filmes. Mas é através de um dos maiores ativistas dos direitos civis que podemos enxergar de forma clara o que de fato aconteceu e ainda acontece.

King conta sobre as reuniões dos membros do movimento, apresentando a importância de um protesto não-violento. Todos que desejassem participar, deveriam estar preparados para momentos de humilhação e agressões sem levantar armas, ainda que na forma de palavras. O silêncio era o maior poder que eles carregavam, nenhuma autoridade estava pronta para enfrentar um grupo que não revidava e seria desta forma que alcançariam os direitos pelos quais estavam lutando. Ninguém era impedido de participar. Aqueles que não estavam prontos para as marchas, ajudavam nos bastidores do protesto.



Eu não consigo escolher um único momento do livro que tenha me tocado mais do que outro. Como um aprendizado, toda a leitura é repleta de reflexões e argumentos que desmontam qualquer acusação feita por pessoas privilegiadas. Martin Luther King foi um homem gigante que sabia defender o que acreditava. Ele sabia que a única forma de alcançarem o que era de direito dos negros era através de movimentos sem violência. Um povo constantemente ameaçado, agredido e assassinado, lutando sem retaliações, sem devolver a agressão que recebiam. Isso era algo que os seus agressores não esperavam. E foi através dessa sabedoria que o Movimento pelos Direitos Civis s alcançou lugares que nenhum segregacionista esperava que eles chegassem.

Por que não podemos esperar” é um livro necessário. Um livro para quem está disposto a aprender, entender e apoiar a luta das pessoas negras.

Resenha | Precisamos conversar sobre "Não foi por Acaso", do Vinicius Grossos


Queria dizer que enfim eu li o novo livro do Vinícius Grossos!

O livro foi publicado pela Editora Nacional, em setembro de 2021, um pouquinho mais curto que as outras histórias do autor e com uma história que foge da zona de conforto em que o leitor está acostumado a vê-lo.

O motivo de não ter lido antes, quem acompanha o blog já sabe, é que 2021 um ano difícil, para dizer o mínimo. Não senti que estava com o emocional pronto para encarar essa leitura. Os livros do Vinícius sempre mexem comigo. Não porque eu me encontro em meio a suas histórias, pelo contrário, elas passam longe do que vivo diariamente. Mas elas são boas o suficiente para você conseguir se enxergar no lugar do outro, em ter empatia. Na minha opinião, essa é a maior vitória de um autor: fazer com que o leitor consigo se imaginar dentro daquele mundo, dentro da vida de um personagem, por mais distante que esteja da sua realidade.

Mas voltando ao tema desse post: eu li “Não foi por acaso” e (usando de uma piadinha sem graça) não foi por acaso que eu só consegui ler agora. De cara eu já senti a bomba caindo no meu colo. Vinícius dedica o livro àqueles que perderam alguém nessa pandemia. Juro, eu quase desisti de ler. Começar e terminar um livro, tem sido uma luta diária para mim. Vez ou outra me deparo com um livro com vários gatilhos que me deixam desanimada e cansada demais para continuar. Mas esse livro, eu precisava ler. Queria ler. Então fui em frente.

A história começa conforme o Destino decide. Com todo o poder que lhe cabe, ele mostrará que não adianta tentar fugir do que ele deseja para você. E é através de uma armadilha do Destino que vamos conhecer Helena, Miguel e Fernando. Três completos desconhecidos, com vidas completamente distintas. O único ponto que os une é o fato deles acabarem juntos e presos no elevador de um hospital. Uma atitude drástica do Destino para três pessoas que teimavam em dificultar o que ele tentava ensinar.

Sem perspectivas para sair daquele lugar tão cedo e desesperados por notícias das pessoas que foram visitar, os três serão obrigados a encaram os próprios segredos. O tempo vai passando e não há muito o que fazer que não seja conversar. Em meio a conversa, culpa, medos e inseguranças virão à tona.



Helena é uma jovem insegura, que tenta se encaixar em um mundo que exige padrões tão altos. Amante da natação, sentiu os efeitos de ser julgada muito cedo. Com vergonha e com a certeza de que não era adequada para o que mais amava, ela vivia escondida e fugindo dos seus sonhos. O motivo para estar naquele elevador era a sua mãe. Ela sofreu um acidente de carro e Helena acreditava que era a culpada pelo que havia acontecido.

Miguel é um jovem doce e divertido. Trabalha em uma cafeteria e mora com a sua tia. Com uma vida bem simples, Miguel trabalhava e nas horas vagas vive o seu sonho. Ainda pequeno, veio da Bahia para São Paulo com a tia, depois de ser abandonado pela mãe e rejeitado pelo pai. O motivo de ter ido até o hospital naquele dia é a sua tia.

Por fim, Fernando é um cara rico, cresceu tendo tudo o que queria, ao passo que deveria fazer todas as vontades de sua mãe. Ela havia planejado cada detalhe de sua vida, desde o nascimento a profissão que ele exerceria e nada poderia mudar o que ela decidiu. Mesmo com uma vida repleta de privilégios, o que Fernando desejava era a própria liberdade. O motivo de estar no elevador com dois desconhecidos era a sua namorada. Ele sabia que sua vida poderia mudar completamente e com certeza não estava pronto para o que viria pela frente.




A narrativa é feita pelo Destino durante as horas em que os personagens ficam presos no elevador, alternando com capítulos que contam mais sobre a história de cada um e como chegaram até ali. De forma leve e divertida, somos conduzidos pelo Destino, com sacadas inteligentes e pela disposição em mostrar o quanto demoramos para aprender com a vida.

No geral, esse é mais um livro cheio de sensibilidade do Vinícius. Já disse várias vezes por aqui o quanto eu sou apaixonada pelos livros do autor. Desde “O Garoto Quase Atropelado” venho acompanhando fielmente os seus lançamentos e panfletando sempre que posso. Fico triste em dizer que não pude me conectar com essa história, mas não por não ter gostado de cada pedaço dela. Pelo contrário, eu amei a história e já favoritei o livro. Acontece que eu fiquei presa no momento em que li a dedicatória do autor. Aquela página é a primeira lembrança que me vem a cabeça quando penso nesse livro. É triste, eu sei. Eu não estava pronta para encontrar a minha realidade logo nas primeiras páginas. Como o Vinícius disse na carta ao Leitor, esse livro não é sobre ele, é sobre nós, leitores. Não sei se você será capaz de se reconhecer nessas páginas, mas eu consegui. Do início ao fim, me vi sentada naquele elevador, lutando contra todos os meus medos e inseguranças, tentando seguir em frente com a minha vida. Pode parecer contraditório, mas ver a minha realidade tão de perto, fez com que eu me afastasse da história.

Não pude aproveitar essa leitura como aproveitei os outros livros, mas fico imensamente feliz em ver a evolução do Vinícius em seu novo livro. Ainda sou apaixonada e não largo a minha edição de “Feitos de Sol” por nada, mas com toda certeza “Não foi por acaso” ganhou um espaço importante no meu coração.




Resenha | Os sete maridos de Evelyn Hugo, de Taylor Jenkins Reid


  • Este livro não é recomendado para menores de 18 anos.

Se você ainda não leu este livro, tenho certeza que ouviu falar sobre ele durante o ano passado. O romance chegou ao Brasil através da TAG Inéditos, posteriormente, foi publicado pela Paralela em 2019. Durante a pandemia muitos livros entraram nos assuntos mais comentados entre leitores nas redes sociais, e “Os setes maridos de Evelyn Hugo” não foi diferente. Com uma história cativante, a autora nos transporta para a fictícia biografia autorizada da lenda de Hollywood.

A história começa com Monique Brant, jornalista de 35 anos, com um emprego ruim na revista Vivant e lidando com o fim do seu casamento. Enquanto tenta entender como foi que a sua vida desmoronou sem que ela percebesse ou tivesse a chance de reparar os erros, Monique é surpreendida com um novo trabalho. O leilão beneficente organizado por uma das maiores lendas de Hollywood, Evelyn Hugo, era o assunto do momento. Para surpresa de todos, a assessoria de Evelyn Hugo ofereceu uma entrevista exclusiva a Vivant com a condição de que fosse feita por Monique Brant. Sem entender como Evelyn sabia de sua existência e o porquê de ser escolhida, Monique aceita o trabalho e vai atrás da chance que poderá dar um novo rumo a sua vida.

“Por que até este momento eu não percebi que tenho um problema de autoconfiança? Que a fonte de todos os meus problemas é que não confio em mim mesma a ponto de mandar os outros a merda? Como pude ter passado tanto tempo me contentando com tão pouco se sabia muito bem que o mundo esperava muito mais de mim?”




Junto com Monique, descobriremos quem é Evelyn Hugo. Uma personagem forte, decidida, com um passado sombrio que a ajudou a chegar ao estrelato. Evelyn tem muito o que contar. Para alcançar os seus sonhos, ela passou por momentos inesquecíveis, cruéis e revoltantes. Evelyn alcançou o topo passando por cima de todos os obstáculos que apareceram em seu caminho, mesmo que para isso fosse necessário para por cima de quem ela era.

Os capítulos são divididos entre os relatos de Evelyn sobre o seu passado e a narrativa da Monique, com duas perguntas pairando no ar. A primeira é por que Monique foi escolhida para a entrevista? Era nítido que havia algo por trás dessa escolha. Evelyn Hugo vivia reclusa há anos e não só escolheu a revista onde Monique trabalhava, como havia exigido que fosse ela a jornalista para quem contaria a sua vida. A segunda pergunta, e esta logo saberíamos a resposta, é quem foi o grande amor de Evelyn Hugo? Com sete maridos, havia muitas especulações. Se Evelyn estava disposta a contar os seus segredos, Monique logo alcançaria as respostas.

“Isso não te incomoda? Que seus maridos tenham se tornado um assunto tão importante, mencionado tantas vezes nas manchetes, que quase ofuscaram você e seu trabalho? Que aquilo que todo mundo menciona quando fala de você são os sete maridos de Evelyn Hugo?”







“Quando Don me deixou, não fiquei com o coração partido. Simplesmente senti que meu casamento tinha fracassado. E são duas coisas bem diferentes.”


Acabei a leitura em dúvida se esse livro foi inspirado em uma história real. Há tanta realidade, desde aos personagens a todos os momentos descritos. Evelyn não é uma personagem perfeita, injustiçada e sofrida, uma mocinha que precisa ser protegida. Ela é a descrição perfeita de força, persistência e foco. Por toda sua vida, ela sempre soube onde queria chegar, e não havia dúvidas de que ela chegaria lá. Há muito sofrimento em sua história, com toda certeza. Ela passa a imagem de uma pessoa real, que não é boa e também não é má, mas que lutou com todas as forças para alcançar o topo e fez o que foi necessário para continuar lá.

Já os seus sete maridos? Sem dar algum spoiler fico apenas com: segura a raiva para terminar a leitura, porque um deles terá sido uma boa escolha. O resto aparece só para nos fazer acumular ódio e tentar entender como foi que ela aguentou tanto. Evelyn enfrenta relacionamentos com abusos físicos e psicológicos, o medo de perder o que conquistou, uma paixão perigosa e o verdadeiro amor, o único que ela tentou proteger do mundo, ainda que tivesse cometido os piores erros.


“Tem gente que não pode ver uma flor bonita que já quer pôr a mão nela, já quer ser dono dela. Querem dominar a beleza da flor, querem que esteja em sua posse, sob seu controle.”


A autora construiu uma história forte, cercada dos luxos que uma vida em Hollywood permite, sem esconder as consequências que vem junto com a fama. Ela mostra que em sua escalada ao topo, Evelyn abriu mão de alguns escrúpulos e dos próprios sentimentos. Uma mulher real, vivendo em uma sociedade preconceituosa, onde uma mulher precisava ter força e coragem para seguir os seus sonhos.

Há um claro contraste nisso. Evelyn é julgada por suas atitudes, por sua ambição e confiança. Enquanto os homens a sua volta cometem erros graves, tudo o que importa é o que Evelyn fez ou deixou de fazer. Uma lembrança de que mesmo nos dias atuais, a sociedade ainda vê com desconfiança uma mulher que sabe o que quer e está disposta a alcançar os seus sonhos.

O final me surpreendeu até certo ponto. Eu já imaginava parte do que aconteceria, mas os motivos que levaram até aquele ponto era algo que eu não esperava. “Os sete maridos de Evelyn Hugo” é uma leitura necessária, sem fingimentos, uma busca constante por respostas, por algo mais. É impossível passear por essas páginas sem aprender algo. Cada capítulo, cada novo marido, nos ensina algo essencial para a nossa vida. Esse livro fala sobre coragem, aceitação e erros, se puder resumir desta forma. Mas há muito mais por trás dessas páginas. Foi uma leitura surpreendente, de todas as formas.

Há também vários gatilhos, então leia apenas se estiver pronto para viver cada pedaço dessa história.

É isso. Leitura mais que recomendada e favoritada em 2021.


Resenha | Win, de Harlan Coben



Win está de volta e desta vez, sozinho. Com uma personalidade, no mínimo, intrigante, Windsor Horne Lockwood III merecia a chance de ganhar os holofotes e contar a sua história. Tantos livros depois, Harlan Coben nos presenteou com uma história cheio de mistério, reviravoltas e uma dose de humor ácido, característica marcante do Win. 

A história começa com um assassinato. Um homem foi encontrado morto em seu apartamento e em meio a uma pilha de lixo. Um acumulador. Dois itens encontrados na cena do crime levam o FBI a procura de Win. O Eremita, como era conhecido pelos moradores do prédio, mantinha exibido na parede do quarto o valioso quadro do artista Vermeer. O quadro foi roubado há mais de 20 anos, na única ocasião em que a família de Win o cedeu para exposição, sem deixar nenhuma pista. Como se não fosse pouco, uma mala com as iniciais de Win foi encontrada no quarto. A pergunta que todos estão se fazendo é: como estes itens foram parar naquele lugar? 

Anos após o roubo do quadro, um crime voltou a ocorrer na família de Win. Um assassinato e o sequestro de sua prima, Patrícia. Depois de bandidos invadirem a casa e assassinarem o pai na sua frente, Patrícia foi sequestrada e mantida em cativeiro por meses, apavorada e sendo constantemente abusada psicológica, física e sexualmente. A notícia sobre o quadro fará Patrícia reviver os acontecimentos que levaram a pior lembrança da sua vida. 




Em meio as investigações, um caso antigo será revivido. Uma suspeita levará à noite, anos atrás, em que seis estudantes, que ficaram conhecidos como “Os seis da Janet Street”, cometeram um atentado que levou a morte de várias pessoas.


Quando se quer modificar o comportamento de alguém, basta lembrar apenas disto: os seres humanos sempre fazem o que é de seu interesse. Sempre. Essa é a única motivação. As pessoas só fazem a "coisa certa" quando está de acordo com seus interesses. Sim, é algo cínico, mas verdadeiro também.


Três mistérios que para serem solucionados e se não for suficiente, Win acaba se envolvendo com pessoas perigosas que estão em busca de vingança. Parece pouco? 

Neste livro o passado se mostra mais vivo do que nunca e capaz de reabrir feridas. Win será convocado, pelo seu antigo chefe, a investigar o assassinato e partiremos com ele em busca de respostas. Esteja avisado que este livro vai mexer com a sua mente. A cada capítulo, seremos levados a extremos diferentes. Harlan Coben sempre soube como preencher a história com um bom mistério e acrescentando outras histórias sem perder o controle do que está acontecendo. Este livro foi muito esperado e um grande presente para os leitores apaixonados pela escrita do Harlan e pela série Myron Bolitar, que nos apresentou ao Win. 




Se você não leu os livros anteriores, pode se arriscar na leitura sem medo. Claro, há menção ao que aconteceu em outros livros, mas é apresentando como lembranças rápidas, sem muitos detalhes que o impeçam de ler este ou os livros anteriores da série. 

Senti muita falta do Myron nesta história. Essa dupla conquistou meu coração anos atrás e a cada livro me apaixono ainda mais por eles. Myron é o coração e a dose de empatia da dupla. Enquanto isso, Win é impulsivo, egocêntrico e tende a buscar a justiça que ele acredita, pelas próprias mãos. 


A verdade é que posso realmente ter estragado tudo. Não estou nem aí para Teddy Lyons, claro. Ele passou do limite e mereceu toda e qualquer consequência. Não encaro isso como fazer justiça com as próprias mãos. Encaro como um crime preventivo. Pensemos na regra do pátio da escola. O valentão bate em alguém. Mesmo que o professor saiba, mesmo que o castigue, ele vai esperar que alguém revide.




Win, desde o início da série, sempre se mostrou avesso a sentimentos românticos, a deixar que sua vida girasse em torno do bem estar de outra, mas acabou encontrando um sentimento novo ao descobrir que tinha uma filha e já adolescente. 

Esse livro foi construído perfeitamente e conquista o leitor de cara. Se você gosta de um bom suspense policial, com uma escrita leve, divertida e que instiga a ler mais e mais... Esse livro foi feito para você! Harlan Coben provou mais uma vez o motivo de ser um dos grandes nomes do gênero!