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[Resenha] É Assim que Acaba, de Colleen Hoover


Oi! Como você está?

Levei algum tempo, depois de concluir a leitura, para conseguir escrever sobre este livro. Sinto que ainda não consigo colocar em palavras a experiência que tive com a leitura, mas está na hora de falar sobre “É Assim que Acaba”.

Nome: É Assim que Acaba
Autor: Colleen Hoover
Editora: Galera Record
Ano de Publicação: 2017
Faixa etária: +18
Classificação: ⭐⭐⭐⭐ 4/5



Nesta história, conheceremos Lily, uma mulher que cresceu em um ambiente familiar conturbado, mas que se manteve firme e saiu de casa para realizar os seus sonhos assim que pôde. Após sair do Maine para morar em Boston, Lily se formou na faculdade e decidiu se arriscar abrindo a própria loja. No meio do caminho, ela conheceu Ryle, um neurocirurgião lindo, ambicioso, teimoso, possessivo e que sente atração por ela. Se não fosse o fato de que ele é avesso a relacionamentos, seria o cara perfeito para Lily. Além disso, Lily tem no seu passado um amor que é difícil de esquecer: Atlas Corrigan, o seu primeiro amor, o qual ela não teve escolha a não ser deixar ir embora. Mesmo depois de tantos anos, Atlas era uma lembrança presente na sua vida.

Lily decide ceder a forte atração que sente por Ryle e começa a construir uma nova história com o jovem médico. E tudo caminhava bem até que um fantasma do passado reaparece na sua vida: Atlas estava em Boston. Tantos anos depois, o sentimento que ela achava ter superado poderia colocar em risco seu novo relacionamento. O que ela faria?


Para uma primeira experiência com a Colleen Hoover, posso dizer que foi difícil concluir essa leitura. A autora construiu uma história em cima de um tema problemático e difícil de abordar: violência doméstica. De forma alternada, somos levados ao ponto de vista da Lily na fase adulta e sua adolescência, por meio de seus diários. Lily é uma jovem justa, forte, corajosa e sozinha. Quando era mais nova, era forçada a ver o pai agredindo a mãe constantemente, enquanto desejava pelo dia em que sua mãe teria coragem de largá-lo. O que nunca aconteceu e ela julgava a mãe por isso. Na primeira oportunidade que teve, Lily foi para longe de casa.

Através dos pontos de vista alternados, descobrimos o que motivou suas decisões e como as suas experiências moldaram sua personalidade, desde as agressões do pai até o seu amor por Atlas.

Também é interessante ver o relacionamento de Lily e Ryle criando raízes, sendo honestos com seus sentimentos e buscando ajustar suas vidas a essa nova realidade. Mesmo Ryle, como sua dificuldade em se relacionar, foi aceitando a presença de Lily em sua vida facilmente.



Na segunda parte da história, tudo parecia ter se encaixado: Lily estava feliz, com sua própria família, até que as coisas começaram a mudar. Ela enxergava em sua vida coisas que sempre rejeitou em sua mãe. Ela arranjava desculpas para as ações de Ryle ou mesmo culpava a si mesma por ter feito algo que o irritou, que o provocou a agir de determinado modo. Era um ciclo vicioso.

É desesperador pensar que essa história reflete a realidade de muita gente. Acho que a parte mais difícil de falar sobre esse livro é justamente isso, saber que há pessoas que estão presas em relacionamentos destrutivos, pessoas que acreditam que as coisas mudarão, que, talvez, seja uma fase e tudo irá se acalmar. Além disso, existe o ponto em que não sabemos como reagiríamos se a situação fosse com a gente. Claro, hoje, posso facilmente dizer que eu não aceitaria viver em uma relação assim, que nunca aconteceria comigo. Mas Lily também dizia as mesmas coisas quando olhava para a mãe. Entende? Você nunca terá 100% de certeza de como reagiria em determinada situação. Ou seja, a moral dessa história é: tenha empatia e não julgue alguém que esteja passando por algo assim. Ajude, esteja presente e demonstre o seu apoio.

Quanto ao desfecho, acredito que a autora foi certeira no final que deu para a Lily e Ryle. Eles mereciam um ponto final que respeitasse a relação deles. Fico feliz que ela não tenha esquecido do Atlas também, porque ele é o meu personagem favorito dessa história. Desde o começo, tive a impressão de que ele era importante. Durante a história ele provou ser exatamente o que eu esperava, o que me deixou muito feliz. Ele foi um porto seguro em meio a agitação de cada capítulo.

No geral, é isso que eu tenho para falar sobre “É Assim que Acaba”. Com certeza, não disse nem a metade do que está na minha cabeça, mas é difícil organizar as ideias quando uma história te perturba tanto.

Se você já leu, deixa nos comentários o que você achou dos personagens. Me diga que eu não fui a única a acabar apaixonada pelo Atlas.

Agora se você ainda não leu, por favor, fique atento a faixa etária desse livro! Essa é uma história pesada, como eu já disse aí em cima, e existe uma classificação por um motivo. Respeite o seu tempo.

É isso! Até o próximo post!





Resenha | Para Sempre, de F.T. Lukens


O Perverso está morto.

Arek, Matt, Sionna, Bethany, Lila e Rion foram escolhidos, através de uma profecia, para colocar um fim no reinado do mago que usurpou o trono e espalhou o medo por décadas. Eles formavam um grupo jovem, mas tinham conseguido. De acordo com a profecia, Arek precisava reunir o grupo que o ajudaria a vencer a batalha e, enfim, matar o mago. Foram meses difíceis, fugindo e quase sendo mortos pelos seguidores do Perverso. Agora que tudo tinha acabado, eles perceberam que faltava uma parte no plano: quem assumiria o trono?

Contrariado, Arek aceita assumir o título, temporariamente, até encontrarem a princesa herdeira do trono. Seu plano para após a morte do Perverso incluía apenas declarar o que sentia para Matt, seu melhor amigo. Sem querer perder mais tempo, o grupo vai em busca da princesa. No entanto, ao encontrarem o local onde ela foi mantida presa, descobrem que ela já estava morta há muito tempo.




Era tarde demais. Para a princesa e para Arek. Ele assumira o trono sem imaginar que precisaria passar mais do que algumas horas como rei e, agora, ele não tinha escolha. Ele havia colocado a coroa e estava ligado ao trono até a sua morte. Como se não fosse pouco, Arek descobre que existe uma lei mágica que o obrigava a unir sua alma com outra pessoa antes de completar dezoito anos, ou ele morreria. Seria o reinado mais curto que já existiu. Faltavam poucos meses para o seu aniversário de dezoito anos, como ele poderia encontrar alguém que aceitaria passar a eternidade preso a ele? Seu plano de contar a verdade a Matt, de repente, já não fazia sentido. Se ele contasse a Matt o que sentia, o amigo se sentiria obrigado a ficar com Arek para que ele não morresse. Arek não faria isso, mesmo que custasse a sua vida. Se ao menos Matt sentisse o mesmo por ele, seria mais fácil.

Agora, tudo o que restava para Arek era encontrar um parceiro. Quem sabe o destino tenha alguma surpresa para ele.






Para Sempre” é um romance divertido, leve e que traz um quentinho para o coração. Há muita amizade e cumplicidade em cada capítulo desse livro. Eles formam um grupo distinto, sendo que cada um possui uma personalidade completamente diferente do outro.

Arek é um jovem divertido, corajoso e está sempre pensando no que é melhor para os outros. Ele liderou o grupo até a conclusão da profecia. Matt era o mago e foi obrigado a esconder quem era por muito tempo. Quando mais novo, foi expulso de sua aldeia quando os boatos de sua magia começaram assustar as pessoas. Pouco depois sua mãe morreu e ele ficou sozinho, contando apenas com a ajuda de Arek, seu melhor amigo. Bethany é o bardo, ela podia manipular as pessoas com magia, o que causava medo. Lila era uma ladra antes de se unir ao grupo. Ela é rápida e sorrateira. Rion é a definição de cavaleiro. Por fim, Sionna é uma guerreira. Ela defendeu seus amigos até o fim.

Juntos, eles se completavam.

Arek e Matt são fofos. Apesar da proximidade, existe um problema sério de comunicação entre eles. Arek está sempre tentando proteger o amigo e não fala abertamente. Enquanto Matt está sempre tentando se proteger e não perder a amizade do Arek, o que o leva a esconder o que sente. Esse é o tipo de história em que uma conversa rápida eliminaria 80% do livro. Mas eles são jovens e ainda estão aprendendo a lidar com o que sentem.

Eu adorei essa história. Assim como “Em águas profundas” há muita representatividade e personagens fortes. É o tipo de leitura que você termina feliz por saber que deu tudo certo no fim.

Resenha | Galo de Briga, de Mitch Breitweiser e Mark Pellegrini (HQ)


"Galo de Briga" é o primeiro quadrinho publicado pela Faro Editorial e abre com o pé direito as publicações do selo Poseidon.


Ao longo das décadas, o manto do Galo de Briga foi passado de geração em geração até chegar as mãos de Frank Cooper, que contra as probabilidades, tornou-se o atual responsável por manter vivo o legado do herói.

No auge de sua carreira, Frank Cooper, junto de seu companheiro Brutamontes, foi responsável pela prisão de nomes importantes do crime e ovacionado por fãs obcecados pelo herói. Também foi o líder da Ordem do Alvorecer, um grupo de heróis que lutava contra o crime. Uma vez em evidência, o Galo de Briga foi chamado para protagonizar comerciais e passou a ser visto com uma celebridade, algo que seu companheiro detestava. Afinal propósito deles era ir atrás de criminosos e proteger as pessoas, e não ajudar a vender bebidas.

A ação logo começa quando um perigoso grupo de vilões foge da prisão e arma para destruir o Galo de Briga. O objetivo deste grupo não é matar o herói, eles sabem que isso apenas o aproximaria ainda mais das pessoas. O que eles querem é acabar com o legado e com a moral do Galo de Briga, forçando-o a abandonar o manto e abrir o caminho para os bandidos saírem das sombras.




Em uma história curta, rápida e cheia de ação, os autores Mitch Breitweiser e Mark Pellegrini apresentam um herói lidando com o peso de suas escolhas e o fardo de ter machucado aqueles que ama. Frank Cooper tem dificuldade em reconhecer os seus defeitos e está sempre afirmando que suas decisões foram feitas pensando no legado que ele precisava manter. Seu companheiro, Brutamontes, também é falho, ainda assim, ele me passou a impressão de ser alguém com senso crítico melhor que o Frank Cooper.

Há uma terceira personagem da Ordem do Alvorecer que aparece na história e que gostaria de ter visto mais. Ainda assim, a história deixou em aberto o seu retorno no próximo quadrinho.





Também pouco foi dito sobre a Ordem do Alvorecer. Com as raras menções feitas, não é possível saber mais sobre sua história ou quem são os heróis que participam.

O que significa que muita coisa boa está por vir com todos esses pontos em aberto.

Gostei bastante da história pela dinâmica apresentada e por trazer um herói que, apesar de ser algo fantasioso, se mostra como uma pessoa comum. Da forma como foi contada, os autores deixaram espaço para muita coisa acontecer nas próximas publicações, o que deixa o leitor com a imaginação livre para tentar descobrir o que acontecerá.










Resenha | Em Águas Profundas, de Lukens, F.T.


Em Águas Profundas” é uma das minhas compras da Bienal deste ano. Desde o lançamento da Faro Editorial, estava bastante curiosa para conhecer essa história. Primeiro, é claro, pela capa que está incrível. Depois, porque a sinopse de cara já conquista o leitor. Por fim, porque li muitas resenhas positivas sobre a escrita do autor.


Tally é o quarto filho da Rainha e viu sua vida mudar quando ainda era jovem demais para compreender tudo o que a sua herança significava. Ainda novo, Tal descobrir ter herdado o mesmo poder do seu avô, um Rei que jamais será esquecido, pois foi o responsável pela ruína de muitos reinos, além da morte de quase todas as criaturas mágicas. Se os boatos de sua magia fossem confirmados, Tal não só correria perigo, como seria também o responsável por uma nova guerra.

Tal ficou escondido no castelo, aprendendo a controlar sua magia através dos poucos pergaminhos que sobreviveram ao reinado de seu avô. Enquanto isso, seus quatro irmãos aproveitavam suas vidas e serviam ao Reino.



Mas as coisas poderiam mudar agora. Tal chegou a sua maioridade e, como tradição da família, foi concedido a ele a chance de explorar além das terras do castelo, no navio o qual seu irmão mais velho — Garrett — era o Capitão. Ansioso e inseguro, Tal começa a viagem sendo surpreendido no caminho rumo ao porto. Uma embarcação a deriva, completamente abandonada, a não ser por um único prisioneiro que permanece acorrentado ao navio e um baú cheio de moedas de ouro. Sem qualquer indício da sua origem, Garrett transfere o prisioneiro — Athlen — para o seu navio a fim de descobrir o que houve. Disposto a tentar ajudar, Tal resolve conversar com o rapaz e, com a promessa de que Athlen contaria tudo se removessem as correntes que o machucavam, Tal usa sua magia para libertar o jovem. Aproveitando da bondade do príncipe, Athlen se joga no mar e desaparece, deixando Tal atormentado e culpado por ter falhado com o irmão e provocado a morte do prisioneiro.

Ao chegarem ao porto, encontram uma taverna e Tal encontra com o fantasma que o atormentou nos últimos momentos da viagem. Era sua chance de conseguir respostas que o irmão precisava e consertar o seu erro. O que Tal não esperava era que sair daquela taverna sem proteção, o levaria para as mãos de piratas que estavam dispostos a tudo a fim de fazer com que Tal revelasse seus poderes ou mesmo matá-lo, se ficasse provado que ele não era um Mago. Qualquer uma das opções levaria a Rainha a declarar guerra e Tal não permitiria que o usassem dessa forma. Custe o que custasse, ele defenderia sua família e o Reino.





Confesso que fui surpreendida com essa história. De início, o que me fez ficar curiosa para ler este livro foi a capa. Ela chamou a minha atenção, talvez pelas cores da ilustração, não sei ao certo, mas eu adorei o trabalho. Depois a sinopse e as resenhas que li sobre ele. Então, comecei essa leitura cheia de expectativas e fico feliz em dizer que sai dessa história com o coração quentinho.

Tal é um jovem atormentado pelo medo de ser como seu avô. O jovem príncipe ainda carrega a ingenuidade da juventude que não viu o pior do mundo. É um rapaz bondoso e fiel a sua família. Ele teme ser usado ao descobrirem quem ele é e isso o torna distante de todos, até mesmo de sua mãe e irmãos.

Athlen, também carrega um pouco da inocência que entramos no príncipe, mas ele é um rapaz extrovertido, despreocupado com o mundo e não sabe medir o que é certo ou errado. Quando descobrimos sua história, torna mais fácil entender suas atitudes. Ainda assim, houve momentos em que eu não conseguia acreditar nas besteiras que ele fazia. Talvez porque, com o mundo em que vivemos hoje, é difícil acreditar que exista alguém que não enxergue o mal nas pessoas.

Já a família de Tal, com exceção do Garret, o irmão que acompanha o Tal na viagem, não temos muito contato com eles. Tudo o que vemos e sabemos sobre suas histórias é através do jovem príncipe, que está sempre disposto a lembrar de cada membro da sua família.

Tal carrega um fardo grande para sua idade e origem. Já é uma grande responsabilidade representar a família real e saber que pode ser o motivo do fim de seu Reino, torna sua vida uma verdadeira prisão.

Eu gostei muito de todos os personagens. Apesar de ter uma visão muito superficial dos personagens secundários, é muito fácil se identificar com cada um deles. A leitura fluí muito bem e logo você já está ansioso para descobrir o desfecho dessa aventura.

Em Águas Profundas” traz uma história leve, divertida, sensível e com um leve toque de romance. É uma ótima dica para fãs de fantasia leve e curta. É o tipo de livro que você termina sentindo um pouco mais de esperança no mundo. ♥ 





Resenha | "No Lugar Errado, Na Hora Errada", de Greer Hendricks e Sarah Pekkanen

Oi! Como você está?

O post de hoje é sobre um livro que me deixou bastante perturbada e me fez parar a leitura por alguns dias para conseguir absorver tudo o que estava acontecendo e deixar que a angústia diminuísse o suficiente para voltar à leitura.

"No lugar errado, na hora errada" foi escrito pelas autoras Greer Hendricks e Sarah Pekkanen e publicado pela Faro Editorial este ano. É um thriller psicológico que merece ser lido e, para quem gosta do gênero, é um prato cheio!




Shay não vê perspectivas para a sua vida. Ela ainda procura por um emprego depois de ter sido demitida e enquanto trabalha como analista de dados em um emprego temporário. Ela divide o apartamento com Sean e, agora, com a namorada dele. E foi para deixá-los sozinhos que Shay saiu naquela manhã e viu a sua vida mudar em um instante. Shay vê o momento em que uma mulher comete suicídio no metrô. Alguns dias depois, Shay descobre a identidade da mulher – Amanda – e ao visitar o prédio em que ela morava, descobre que acontecerá um velório em sua homenagem. Shay não consegue esquecer o que viu e se pergunta o que levaria alguém a colocar fim na própria vida. Na tentativa de conseguir respostas, ela decide ir até o velório.

Lá ela conhecerá as irmãs Moore, Cassandra e Jane, amigas das Amanda e responsáveis por organizar o velório. A primeira vista, as irmãs parecem perfeitas. Elas acolhem Shay mesmo sem conhecê-la e demonstram interesse em se aproximar dela. De imediato, Shay se vê atraída pelo carinho e pela atenção que recebe, sem entender o motivo daquelas mulheres, que devem ter tudo o que querem, desejarem a amizade de uma pessoa como ela.

Shay se aproximará cada vez mais das irmãs Moore e verá a sua vida ganhando um novo rumo. Pela primeira vez em anos, as coisas parecem caminhar bem em sua vida. Ela tem amigas que a motivam a melhorar, a mudar e acreditar em si mesma. Sem se dar conta, Shay terá sua vida transformada em um espelho da vida da Amanda e se envolverá em uma rede de segredos, desconfianças, mentiras e perigo. Ela deveria confiar tanto, em tão pouco tempo, em duas pessoas que ela mal conhece?








Shay é uma mulher extremamente solitária e insegura. Ela tem apenas dois amigos, um relacionamento superficial com a mãe e não tem namorado. Depois do episódio no metrô, é de se esperar que ela não esqueça facilmente, quem esqueceria? No entanto, sem se dar conta, ela se vê obcecada pela vida da Amanda. Shay tenta entender o que levaria Amanda a colocar um fim na própria vida. Quanto mais informações ela encontra sobre a mulher, mais ela percebe as semelhanças entre elas. Shay enxerga um espelho de si mesma e passa a se perguntar se ela também acabará da mesma forma. A partir deste ponto, Shay se envolverá cada vez mais fundo na vida da Amanda e logo estará presa em uma rede de mentiras que ela teve de contar.

Enquanto isso, as irmãs Moore surgem em meio a desconfianças e dispostas a fazer o que for necessário para proteger os segredos do pequeno grupo de amigas, do qual Amanda fazia parte. Para as irmãs Moore vale a máxima de que os fins justificam os meios. Tudo o que elas fizeram e farão pode ser justificado pelo “bem maior”. Pessoas são sacrificadas para proteger mulheres vulneráveis, isso não é um problema para elas. Ela realmente acreditam que estão fazendo o que é melhor e é perturbador ver a forma como lidam com tudo o que vai se desenrolando na história.









A obsessão de Shay pela Amanda é sutilmente apresentada durante o enredo. Os detalhes vão passando despercebidos por Shay até que ela se veja em um ponto do qual, talvez, não consiga sair. Enquanto comentava sobre o livro com a Flávia (do @fala.werneck), ela disse algo que se encaixa perfeitamente nesta história: ninguém é 100% bom ou mau. De fato, durante toda a narrativa é fácil entender isso. Todos os personagens mostram suas fraquezas, erros e segredos que os tornam reais. Você consegue se identificar com a situação da Shay e ao mesmo tempo duvidar das ações que ela tomará durante a história. Ao passo que você também poderá entender as atitudes das irmãs Moore. A diferença entre todos os personagens é qual deles estará disposto a ultrapassar a linha tênue entre o que é certo e o errado.

O final foi o único ponto que me fez dar 4 estrelas em vez de 5. A história se desenvolve muito bem até o último capitulo. Ao chegar ao ponto em que tudo será solucionado, a história acaba de forma repentina e deixa algumas pontas soltas. Não é nada que tire o brilho da história, mas foram algumas coisas que gostaria de ter visto com mais calma e com mais detalhes.

É isso! “No lugar errado, na hora errada” é um thriller psicológico que te fará duvidar das coisas em que você acredita e te fará pensar se algumas ações poderão ser justificadas quando você descobrir os motivos por trás de cada uma. É uma história envolvente, perturbadora e está mais do que recomendada!



[Resenha] Mestres do Mistério: Crimes quase perfeitos em salas trancadas



"Mestres do Mistério" foi publicado pela Faro Editorial em maio deste ano e traz cinco contos escolhidos pelo Victor Bonini. São contos de renomados autores do gênero, apresentados em uma edição linda e muito bem produzida pela Faro Editorial.

Para abrir a leitura com chave de ouro, foi escolhido Arthur Conan Doyle, o responsável por dar vida a um dos detetives mais conhecidos em todo o mundo: Sherlock Holmes. Em mais uma de suas aventuras, Sherlock e John Watson ajudaram sr. Hilton Cubitt, com o estranho caso dos dançarinos. O sr. Cubitt encontrou em sua propriedade desenhos, que a primeira vista passariam como brincadeira de criança. No entanto, sua esposa, ao encontrar os desenhos, ficará desesperada, dando a entender que havia muito mais significado para aqueles desenhos do que apenas uma brincadeira. Sem desejar cobrar explicações de sua esposa, o sr. Cubitt foi em busca da ajuda de Sherlock Holmes para desvendar o mistério.

Um crime acontecerá antes que Sherlock Holmes possa solucionar o caso. Tudo indica que o assassinato ocorreu dentro de um escritório, com a porta e a janelas fechadas. Se não havia forma de entrar ou sair, então como o crime aconteceu?

Um conto rápido e instigante que conduz o leitor para um desfecho brilhante. Posso ser suspeita para falar, já que as histórias de Sherlock Holmes são as minhas favoritas para o gênero, mas Arthur Conan Doyle fez um trabalho sem defeitos nesta história.





O segundo conto é de ninguém menos que Edgar Allan Poe com “Os assassinatos na rua Morgue”. Um crime terrível ocorreu durante a noite. Duas mulheres, que moravam sozinhas, foram brutalmente assassinadas. O crime teria ocorrido dentro de um dos quartos, com a porta trancada. Uma das vítimas foi decapitada e a outra sofreu golpes de algo muito pesado. A polícia não tem nenhum suspeito ou motivação para o crime. As duas mulheres, mãe e filha, viviam reclusas e não recebiam visitas. Na noite do crime, os vizinhos ouviram gritos aterrorizantes e um grupo resolveu invadir a casa. Uma discussão estranha foi ouvida e ao entrarem no quarto, encontraram a cena de um assassinato brutal.

Auguste Duplin tem talento para enxergar aquilo que ninguém mais vê. Sem atropelar os fatos e de forma bastante detalhista, o jovem consegue analisá-los e deduzir a sequência dos acontecimentos. O jovem entrará na cena do crime para descobrir o que houve. Enquanto a polícia mantém sua atenção nos pontos irrelevantes para chegar a conclusão do caso, Duplin começa a sua busca sem descartar nenhuma informação e desta forma, logo descobrirá como as duas mulheres foram mortas.

Uma história empolgante e com um desfecho que jamais passou pela minha cabeça. Ainda não tive a chance de ler algo de Edgar Allan Poe e me surpreendi com a escrita. A história, depois das primeiras páginas, desenrola facilmente e logo estamos criando teorias do que aconteceu. Confesso que fiquei com a impressão de ver na personalidade de Duplin muito do Sherlock, acredito que muito se deve por acabo de ler uma história com ele. Mas não foi nada que atrapalhou a minha experiência.

O terceiro conto é de Jacques Futrelle, “O problema da Cela 13”. Um famoso cientista tentará provar aos amigos que consegue fugir de uma cela da prisão em 7 dias. Ao propor o desafio o cientista concordará em entrar na cela com nada mais do que alguns dólares e um par de sapatos engraxados.

Eu não conhecia o autor, mas preciso dizer que este foi o conto que menos chamou a minha atenção. A história não fluiu com facilidade e achei um motivo um tanto quanto irrelevante que levou o cientista a querer aceitar o desafio. Na verdade, foi uma história bem superficial e que não me atraiu tanto.




Para o quarto conto, foi escolhido G, K. Chesterton com “O homem invisível”. Seguindo as outras histórias, um assassinato acontecerá de forma misteriosa, em um apartamento trancado e vigiado do lado de fora. Não tenho muito mais o que dizer sobre este conto, porque é bastante curto. Acho que faltou um pouco mais de desenvolvimento da história. Basicamente, o crime acontece e, magicamente, o crime é solucionado. A maior parte da história foca em contar sobre uma personagem que ficou esquecida depois.

O último conto é de Wilkie Collins, “A história do viajante a respeito de uma cama extremamente ruim”. Diferente dos outros quatro contos, neste não haverá assassinato. Após vencer todas as apostas da casa de jogos e ganhar uma pequena fortuna, uma tentativa de assassinato acontecerá em um quarto fechado. Como o quase crime aconteceu é o mistério a ser desvendado neste conto.


Em “Mestres do Mistério” você encontrará uma sala fechada e um mistério a ser resolvido. Grandes nomes do gênero tentam mostrar a você que o impossível pode ser bem mais simples de acontecer do que você imagina.

[Resenha] O Ano das Bruxas, de Alexis Henderson


Em “O Ano das Bruxas” estaremos na cidade de Betel, um lugar isolado do resto do mundo. A cidade é cercada por muros e pela Mata Sombria que assombra os seus moradores. Em sua história, Betel enfrentou Lilith, junto ao seu primeiro Profeta, David Ford, derrotando o demônio. Desde então os Profetas que se seguiram tornaram-se a lei em Betel. O Protocolo Sagrado e as Escrituras Sagradas eram seguidos rigorosamente e qualquer pecado deveria ser expiado, seja com a penitências ou nas chamas da pira.

É nesse ambiente que conheceremos Emmanuelle Moore, uma jovem que nasceu marcada pelo pecado de sua mãe, morta após o parto. Ao crescer, Emmanuelle foi ensinada a seguir o Protocolo Sagrado, ser temente ao Pai, conforma-se com seu destino e ser obediente. Mas um incidente, a leva até a Mata Sombria, onde encontra com duas bruxas poderosas, que a presenteiam com o diário de sua mãe. Repleto de mensagens desconexas, desenhos e símbolos da bruxaria, Emmanuelle lê o diário em busca de respostas e para se aproximar da mãe que não conheceu.

Quanto mais Emmanuelle se aproxima da mãe, mas ela se afasta das Escrituras Sagradas. Em uma noite, ela escuta o chamado da Mata Sombria e retorna uma vez mais. Ela deveria temer aquele lugar, mas de alguma forma sente que pertence a ela. Desta vez, ao sair da Mata, a vida em Betel não será mais a mesma. Algo poderoso se aproxima e Emmanuelle teme que possa ter começado com ela e com o seu pecado. Agora, ela precisa concertar as coisas e aceitar as consequências das decisões que deverá tomar.





Eu comprei esse livro em dezembro do ano passado e peguei para ler assim que chegou. A leitura foi se arrastando e sequer consegui alcançar a página 100 do livro. Acabei deixando de lado para ler em outro momento, e foi assim que acabei voltando as suas páginas na metade do mês de abril.

Acabei surpreendida com a forma com que a leitura fluiu livremente. Diferente da primeira vez, as páginas foram passando sem me dar conta de que a história estava caminhando para a reviravolta. Emmanuelle é uma jovem que apesar do medo de descobrir quem ela realmente é, carrega muita força e a certeza de que é ela quem começou e deverá colocar um fim no mal que assola o seu povo. Ela terá de enfrentar o seu passado e as escolhas de sua mãe para entender a sua ligação com a Mata e com o mal que atingirá a cidade.

Em seu caminho, ela se aproximará de Ezra, o herdeiro do Profeta. Apenas pelo título que um dia carregará, Emmanuelle deveria ter se afastado do garoto, mas de alguma forma, ele acaba se tornando um amigo e acima de tudo, alguém em que pode confiar a sua vida. Juntos, eles levam a história de forma cativante. Cheguei aos últimos capítulos torcendo e, ao mesmo tempo, angustiada para saber o que aconteceria com eles. Pela forma com a leitura foi se encaminhando, em alguns momentos, tive medo do destino dos dois.

A aproximação entre eles acontece de forma inesperada e cresce aos poucos. Tanto Emmanuelle quanto Ezra enxergam a verdade por trás da Igreja e na crença do povo. As mulheres são vistas como objetos pertencentes a seus maridos, sem vontade própria e com a obrigação de servir. O Profeta é um tirano e manipulador. Ele está sempre a espreita, pronto para impor a sua vontade, e aqueles que o desafiam pagam pelos seus pecados ao serem queimados na pira.






O Ano das Bruxas” é um livro que traz duras críticas a sociedade e, facilmente, podemos enxergar a relação com os dias atuais. É um livro sobre a força da mulher e sobre a crença em pessoas que dizem agir em nome da vontade de algo maior. O Profeta age livremente e passa impune pelos seus pecados apenas pelo fato de ser o representante do Pai em Betel. Acima de tudo, esse é um livro sobre o poder de acreditar em algo, seja em uma entidade ou em você mesmo.

O final não poderia ter sido melhor. Tenho lido tantas histórias que se desenvolvem bem, mas no final o autor corre para expor o que levou até ali, que chega a ser decepcionante. Mas neste livro, a autora não se preocupou em jogar todas as informações de uma vez em cima do leitor, a história mantém o seu ritmo até chegar ao epílogo e deixando o final aberto para uma continuação. Espero ver mais sobre Emmanuelle e Ezra algum dia. Os dois são personagens que cativam logo de cara e gostaria de ver aonde eles chegarão seguindo o que acreditam.

É isso! Leitura concluída e favoritada. 💜