








Já faz algum tempo que estou adiando a resenha desse livro. Ele chegou em um momento complicado e não pude dar a devida atenção. Decidi adiar e reler em outro momento, e hoje posso dizer que foi a melhor escolha que fiz. Este livro é repleto de reflexões e ensinamentos necessários. Não sou negra, mas entendo que livros como este devem ser lidos como um aprendizado, não apenas da luta contra o racismo, mas contra toda as demais formas de discriminação.
Um rápido contexto histórico para você entender:
A escravidão foi abolida em 1865, nos Estados Unidos, sem a garantia dos direitos básicos aos ex-escravizados. Grupos sulistas, como a Ku Klux Klan, não aceitaram a ideia dos direitos iguais entre brancos e negros, intensificando assim o apoio as leis segregacionistas.
Uma vez que era permitido aos Estados criarem as próprias leis, um conjunto de leis adotadas em 1870, chamado de “Jim Crow”, definiam a segregação racial no sul dos Estados Unidos. Leis como a que proibiam os negros de ocupar os mesmos locais que os brancos em serviços públicos e privados eram defendidas pelos grupos segregacionistas.
“Em sua declaração, os senhores afirmam que nossas ações, apesar de pacíficas, devem ser condenadas porque incitam a violência. Mas essa é uma afirmação lógica? Isso não é com o condenar um homem que foi assaltado porque o fato de ele possuir dinheiro incitou o ato cruel do assalto? (…) Devemos ver que, como as cortes federais têm afirmado consistentemente, é errado pedir a um indivíduo que cesse seus esforços para obter seus direitos constitucionais básicos, porque a busca pode incitar a violência. A sociedade deve proteger o roubado e punir o ladrão.”
Em meio a esse cenário, damos início a leitura de “Por que não podemos esperar”. Publicado originalmente em 1964, Martin Luther King traz um relato profundo, necessário e concentrado nos acontecimentos de 1963 em Birmingham, no Alabama. Conhecida por ser uma das cidades mais segregacionistas dos Estados Unidos, Birmingham foi um marco para o Movimento pelos Diretos Civis.
Durante a narrativa, King mostra o que é ser negro em uma cidade extremista, que não estava disposta a dialogar e abrir mão de leis segregacionistas. Casas e igrejas, locais frequentados pelos negros, eram bombardeados; pessoas negras eram espancadas até a morte; parques foram fechados para que os negros não pudessem frequentá-los. Uma realidade que muitas vezes lemos em livros de histórias ou são apresentadas em filmes. Mas é através de um dos maiores ativistas dos direitos civis que podemos enxergar de forma clara o que de fato aconteceu e ainda acontece.
King conta sobre as reuniões dos membros do movimento, apresentando a importância de um protesto não-violento. Todos que desejassem participar, deveriam estar preparados para momentos de humilhação e agressões sem levantar armas, ainda que na forma de palavras. O silêncio era o maior poder que eles carregavam, nenhuma autoridade estava pronta para enfrentar um grupo que não revidava e seria desta forma que alcançariam os direitos pelos quais estavam lutando. Ninguém era impedido de participar. Aqueles que não estavam prontos para as marchas, ajudavam nos bastidores do protesto.
Eu não consigo escolher um único momento do livro que tenha me tocado mais do que outro. Como um aprendizado, toda a leitura é repleta de reflexões e argumentos que desmontam qualquer acusação feita por pessoas privilegiadas. Martin Luther King foi um homem gigante que sabia defender o que acreditava. Ele sabia que a única forma de alcançarem o que era de direito dos negros era através de movimentos sem violência. Um povo constantemente ameaçado, agredido e assassinado, lutando sem retaliações, sem devolver a agressão que recebiam. Isso era algo que os seus agressores não esperavam. E foi através dessa sabedoria que o Movimento pelos Direitos Civis s alcançou lugares que nenhum segregacionista esperava que eles chegassem.
“Por que não podemos esperar” é um livro necessário. Um livro para quem está disposto a aprender, entender e apoiar a luta das pessoas negras.
Queria dizer que enfim eu li o novo livro do Vinícius Grossos!
O livro foi publicado pela Editora Nacional, em setembro de 2021, um pouquinho mais curto que as outras histórias do autor e com uma história que foge da zona de conforto em que o leitor está acostumado a vê-lo.
O motivo de não ter lido antes, quem acompanha o blog já sabe, é que 2021 um ano difícil, para dizer o mínimo. Não senti que estava com o emocional pronto para encarar essa leitura. Os livros do Vinícius sempre mexem comigo. Não porque eu me encontro em meio a suas histórias, pelo contrário, elas passam longe do que vivo diariamente. Mas elas são boas o suficiente para você conseguir se enxergar no lugar do outro, em ter empatia. Na minha opinião, essa é a maior vitória de um autor: fazer com que o leitor consigo se imaginar dentro daquele mundo, dentro da vida de um personagem, por mais distante que esteja da sua realidade.
Mas voltando ao tema desse post: eu li “Não foi por acaso” e (usando de uma piadinha sem graça) não foi por acaso que eu só consegui ler agora. De cara eu já senti a bomba caindo no meu colo. Vinícius dedica o livro àqueles que perderam alguém nessa pandemia. Juro, eu quase desisti de ler. Começar e terminar um livro, tem sido uma luta diária para mim. Vez ou outra me deparo com um livro com vários gatilhos que me deixam desanimada e cansada demais para continuar. Mas esse livro, eu precisava ler. Queria ler. Então fui em frente.
A história começa conforme o Destino decide. Com todo o poder que lhe cabe, ele mostrará que não adianta tentar fugir do que ele deseja para você. E é através de uma armadilha do Destino que vamos conhecer Helena, Miguel e Fernando. Três completos desconhecidos, com vidas completamente distintas. O único ponto que os une é o fato deles acabarem juntos e presos no elevador de um hospital. Uma atitude drástica do Destino para três pessoas que teimavam em dificultar o que ele tentava ensinar.
Sem perspectivas para sair daquele lugar tão cedo e desesperados por notícias das pessoas que foram visitar, os três serão obrigados a encaram os próprios segredos. O tempo vai passando e não há muito o que fazer que não seja conversar. Em meio a conversa, culpa, medos e inseguranças virão à tona.
Helena é uma jovem insegura, que tenta se encaixar em um mundo que exige padrões tão altos. Amante da natação, sentiu os efeitos de ser julgada muito cedo. Com vergonha e com a certeza de que não era adequada para o que mais amava, ela vivia escondida e fugindo dos seus sonhos. O motivo para estar naquele elevador era a sua mãe. Ela sofreu um acidente de carro e Helena acreditava que era a culpada pelo que havia acontecido.
Já Miguel é um jovem doce e divertido. Trabalha em uma cafeteria e mora com a sua tia. Com uma vida bem simples, Miguel trabalhava e nas horas vagas vive o seu sonho. Ainda pequeno, veio da Bahia para São Paulo com a tia, depois de ser abandonado pela mãe e rejeitado pelo pai. O motivo de ter ido até o hospital naquele dia é a sua tia.
Por fim, Fernando é um cara rico, cresceu tendo tudo o que queria, ao passo que deveria fazer todas as vontades de sua mãe. Ela havia planejado cada detalhe de sua vida, desde o nascimento a profissão que ele exerceria e nada poderia mudar o que ela decidiu. Mesmo com uma vida repleta de privilégios, o que Fernando desejava era a própria liberdade. O motivo de estar no elevador com dois desconhecidos era a sua namorada. Ele sabia que sua vida poderia mudar completamente e com certeza não estava pronto para o que viria pela frente.
A narrativa é feita pelo Destino durante as horas em que os personagens ficam presos no elevador, alternando com capítulos que contam mais sobre a história de cada um e como chegaram até ali. De forma leve e divertida, somos conduzidos pelo Destino, com sacadas inteligentes e pela disposição em mostrar o quanto demoramos para aprender com a vida.
No geral, esse é mais um livro cheio de sensibilidade do Vinícius. Já disse várias vezes por aqui o quanto eu sou apaixonada pelos livros do autor. Desde “O Garoto Quase Atropelado” venho acompanhando fielmente os seus lançamentos e panfletando sempre que posso. Fico triste em dizer que não pude me conectar com essa história, mas não por não ter gostado de cada pedaço dela. Pelo contrário, eu amei a história e já favoritei o livro. Acontece que eu fiquei presa no momento em que li a dedicatória do autor. Aquela página é a primeira lembrança que me vem a cabeça quando penso nesse livro. É triste, eu sei. Eu não estava pronta para encontrar a minha realidade logo nas primeiras páginas. Como o Vinícius disse na carta ao Leitor, esse livro não é sobre ele, é sobre nós, leitores. Não sei se você será capaz de se reconhecer nessas páginas, mas eu consegui. Do início ao fim, me vi sentada naquele elevador, lutando contra todos os meus medos e inseguranças, tentando seguir em frente com a minha vida. Pode parecer contraditório, mas ver a minha realidade tão de perto, fez com que eu me afastasse da história.
Não pude aproveitar essa leitura como aproveitei os outros livros, mas fico imensamente feliz em ver a evolução do Vinícius em seu novo livro. Ainda sou apaixonada e não largo a minha edição de “Feitos de Sol” por nada, mas com toda certeza “Não foi por acaso” ganhou um espaço importante no meu coração.
“Por que até este momento eu não percebi que tenho um problema de autoconfiança? Que a fonte de todos os meus problemas é que não confio em mim mesma a ponto de mandar os outros a merda? Como pude ter passado tanto tempo me contentando com tão pouco se sabia muito bem que o mundo esperava muito mais de mim?”
“Isso não te incomoda? Que seus maridos tenham se tornado um assunto tão importante, mencionado tantas vezes nas manchetes, que quase ofuscaram você e seu trabalho? Que aquilo que todo mundo menciona quando fala de você são os sete maridos de Evelyn Hugo?”
“Quando Don me deixou, não fiquei com o coração partido. Simplesmente senti que meu casamento tinha fracassado. E são duas coisas bem diferentes.”
“Tem gente que não pode ver uma flor bonita que já quer pôr a mão nela, já quer ser dono dela. Querem dominar a beleza da flor, querem que esteja em sua posse, sob seu controle.”
Win está de volta e desta vez, sozinho. Com uma personalidade, no mínimo, intrigante, Windsor Horne Lockwood III merecia a chance de ganhar os holofotes e contar a sua história. Tantos livros depois, Harlan Coben nos presenteou com uma história cheio de mistério, reviravoltas e uma dose de humor ácido, característica marcante do Win.
A história começa com um assassinato. Um homem foi encontrado morto em seu apartamento e em meio a uma pilha de lixo. Um acumulador. Dois itens encontrados na cena do crime levam o FBI a procura de Win. O Eremita, como era conhecido pelos moradores do prédio, mantinha exibido na parede do quarto o valioso quadro do artista Vermeer. O quadro foi roubado há mais de 20 anos, na única ocasião em que a família de Win o cedeu para exposição, sem deixar nenhuma pista. Como se não fosse pouco, uma mala com as iniciais de Win foi encontrada no quarto. A pergunta que todos estão se fazendo é: como estes itens foram parar naquele lugar?
Anos após o roubo do quadro, um crime voltou a ocorrer na família de Win. Um assassinato e o sequestro de sua prima, Patrícia. Depois de bandidos invadirem a casa e assassinarem o pai na sua frente, Patrícia foi sequestrada e mantida em cativeiro por meses, apavorada e sendo constantemente abusada psicológica, física e sexualmente. A notícia sobre o quadro fará Patrícia reviver os acontecimentos que levaram a pior lembrança da sua vida.
Em meio as investigações, um caso antigo será revivido. Uma suspeita levará à noite, anos atrás, em que seis estudantes, que ficaram conhecidos como “Os seis da Janet Street”, cometeram um atentado que levou a morte de várias pessoas.
Quando se quer modificar o comportamento de alguém, basta lembrar apenas disto: os seres humanos sempre fazem o que é de seu interesse. Sempre. Essa é a única motivação. As pessoas só fazem a "coisa certa" quando está de acordo com seus interesses. Sim, é algo cínico, mas verdadeiro também.
Três mistérios que para serem solucionados e se não for suficiente, Win acaba se envolvendo com pessoas perigosas que estão em busca de vingança. Parece pouco?
Neste livro o passado se mostra mais vivo do que nunca e capaz de reabrir feridas. Win será convocado, pelo seu antigo chefe, a investigar o assassinato e partiremos com ele em busca de respostas. Esteja avisado que este livro vai mexer com a sua mente. A cada capítulo, seremos levados a extremos diferentes. Harlan Coben sempre soube como preencher a história com um bom mistério e acrescentando outras histórias sem perder o controle do que está acontecendo. Este livro foi muito esperado e um grande presente para os leitores apaixonados pela escrita do Harlan e pela série Myron Bolitar, que nos apresentou ao Win.
Se você não leu os livros anteriores, pode se arriscar na leitura sem medo. Claro, há menção ao que aconteceu em outros livros, mas é apresentando como lembranças rápidas, sem muitos detalhes que o impeçam de ler este ou os livros anteriores da série.
Senti muita falta do Myron nesta história. Essa dupla conquistou meu coração anos atrás e a cada livro me apaixono ainda mais por eles. Myron é o coração e a dose de empatia da dupla. Enquanto isso, Win é impulsivo, egocêntrico e tende a buscar a justiça que ele acredita, pelas próprias mãos.
A verdade é que posso realmente ter estragado tudo. Não estou nem aí para Teddy Lyons, claro. Ele passou do limite e mereceu toda e qualquer consequência. Não encaro isso como fazer justiça com as próprias mãos. Encaro como um crime preventivo. Pensemos na regra do pátio da escola. O valentão bate em alguém. Mesmo que o professor saiba, mesmo que o castigue, ele vai esperar que alguém revide.
Win, desde o início da série, sempre se mostrou avesso a sentimentos românticos, a deixar que sua vida girasse em torno do bem estar de outra, mas acabou encontrando um sentimento novo ao descobrir que tinha uma filha e já adolescente.
Esse livro foi construído perfeitamente e conquista o leitor de cara. Se você gosta de um bom suspense policial, com uma escrita leve, divertida e que instiga a ler mais e mais... Esse livro foi feito para você! Harlan Coben provou mais uma vez o motivo de ser um dos grandes nomes do gênero!
Pandora é uma jovem disposta a não baixar a cabeça para ninguém. Ela cultiva os próprios sonhos e vontades, e pretende realizá-los, sem permitir que a sociedade limite a suas ações. Quando a temporada social começa, Pandora vê nos intermináveis bailes, o tédio das conversas amenas e frívolas, pessoas desinteressadas em uma conversa que vá além de perguntas sobre o clima. Pandora está determinada a passar a temporada escondida em um canto do salão.
Para ajudar a salvar a reputação e o casamento de uma amiga, Pandora concorda em ajudá-la a resgatar um brinco perdido. Enquanto todos dançam e conversam no baile, Pandora sai furtivamente do salão. Sair daquela forma era completamente inapropriado para uma dama, sua intenção era voltar logo, antes sentissem a sua falta. Durante a sua busca, ela acaba se envolvendo em uma situação constrangedora e indecorosa, no mesmo instante, um jovem cavalheiro surge para socorre-la. Lorde St. Vincent, carrega um senso de humor que Pandora teria apreciado em outra situação, mas, naquele momento, ela deseja apenas conseguir sair.
O que deveria ser uma missão de resgate simples, acaba causando o que seria um escândalo para Pandora e a sua família. Para remediar a situação, Pandora terá que aceitar se casar com o cavalheiro que a salvou. Mesmo ao pensar na vergonha que a sua família poderá enfrentar, não é suficiente para convencê-la a aceitar o matrimônio. Totalmente avessa ao casamente, Pandora não quer ser uma pessoa invisível, que não poderá gerir a própria vida sem depender do consentimento do marido. O casamento estava fora de questão. Mesmo que o noivo fosse um Lorde terrivelmente encantador.
"Um Acordo Pecaminoso" é um livro leve, com diálogos divertidos e muito romance. Este é o terceiro livro da série "Os Ravenels", da Lisa Kleypas. Assim como os anteriores, esta história incrivelmente contagiante e envolvente. É impossível não ler e não sentir amor e raiva dos personagens, tudo ao mesmo tempo. Confesso que dos três que li até o momento, o segundo permanece sendo o meu preferido, mas neste livro temos um toque de humor, que não vimos nos anteriores, e torna a leitura agradável e fluída.
Pandora é uma "força da natureza", impulsiva e sonhadora. Junto com suas duas irmãs, foi negligenciada pelos pais e viveu reclusa na propriedade da família, sem contato algum com o mundo externo. Pandora cresceu para ser livre. Um dos seus maiores medos é ter que viver na prisão de um casamento, sendo obrigada a agir conforme as necessidades do marido e sem a possibilidade de ir atrás do que a faz feliz.
Lorde St. Vincent, ou apenas Gabriel, é inteligente, lindo, extremamente rico e cobiçado pela jovens debutantes. Até aquela noite, ele havia escapado do compromisso que aqueles bailes prometiam. Moças mais audaciosas e insistentes tentaram capturá-lo, mas foi uma jovem sem charme e atrativos que conseguiu o que todas queriam. Gabriel faria o que era certo e honroso. Aos olhos de todos, ele comprometeu a lady Pandora. Seu dever era casar com ela, ainda que isso o fizesse infeliz.
Depois desse começo animado e divertido, somos presenteados por uma narrativa envolvente e cheia de charme. Quer um clichê melhor do que ver duas pessoas que detestam a ideia do casamente e o destino as une?
Lisa Kleypas deu toque novo para a história. A maior parte da narrativa acontece enquanto o casal tenta decidir o que acontecerá em suas vidas, em seguida, a história passa em um ritmo ainda mais rápido e sem prejudicar a leitura.
Se você ainda não leu os outros livros da série, se começar por este, vai levar alguns spoilers das histórias anteriores, mas nada que desmotive a leitura mais tarde. Não há necessidade de ser lido em ordem se você não se importar com esse detalhe.
No geral, eu adorei esse livro! A história acontece tão rápido que não vemos as páginas passando. Consegui ler em apenas um dia, conforme fui me envolvendo mais e mais com a história. Pandora e Gabriel formam um casal que de início pode parecer improvável, mas aos poucos você consegue ligar as características que os tornam semelhantes. Aqui, a máxima que diz que os opostos se atraem não poderia estar mais errada. Em sua essência, Pandora e Gabriel são iguais, o que torna a leitura maravilhosa.
"Um Acordo Pecaminoso" está mais do que recomendado. Se você gosta de romances de época, vai se apaixonar por essa série!
A resenha de hoje é um pouquinho diferente. Eu tive um pouco de dificuldade em expressar tudo o que senti lendo. Foi uma leitura que me tocou bastante (apesar de não ser o propósito da história). Por isso, resolvi, além da resenha escrita, trazer um vídeo onde falo um pouquinho sobre a minha experiência com essa leitura. Bom, perdoem a falta de prática, mas tentei expressar tudo o que eu não consegui colocar na resenha escrita. Espero que gostem! Esse post foi feito com muito carinho! 💜
Rubens é um jovem bastante inteligente, e próximo dos pais, mas a sua vida vira de cabeça para baixo depois de perder uma pessoa próxima, o que faz com que ele acabe se afastando da mãe.
Agora, morando sozinho em outra cidade, cursando a faculdade e com um emprego ruim, Rubens passa as suas folgas brincando com aparelhos eletrônicos. É em um desses momentos que ele acaba inventando um aparelho que poderá mudar o mundo.
De forma inesperada, Rubens cria um celular que capta as vozes de espíritos que estão em sua casa. Loucura? Com toda certeza. Os fantasmas começam a persegui-lo, todos tentando ganhar uma voz novamente e enviar mensagens àqueles que deixaram para trás. Ao entender o que havia feito, Rubens conta aos amigos e, juntos, decidem replicar o aparelho para vender. Uma invenção como essa os deixaria ricos, ao mesmo tempo, traria conforto para muitas pessoas.
Uma invenção bastante contraditória, até mesmo entre os amigos do Rubens, já que cada um tem uma crença diferente. A partir desse momento, todos terão que lidar com as consequências dessa descoberta e enfrentar o perigo que será mostrar essa invenção para o mundo.
Primeiro, preciso dizer que esse livro veio em um momento bastante difícil para mim. Sentar e escrever sobre ele foi um desafio. Logo de cara, me deparei com uma cena trágica, onde o Rubens perde uma pessoa bastante próxima e de modo repentino. Eu precisei de alguns dias para retomar a leitura. A proximidade com o que eu estou vivendo me deixou perdida, confusa e me fez chorar por dias. É difícil ler o que não conseguimos colocar em palavras, não é? O choque é tremendo.
Quando retomei a leitura, me deparei com uma história empolgante e assustadora ao mesmo tempo. Você pode imaginar como seria descobrir que um aparelho, tão comum ao nosso dia a dia, pode nos aproximar daqueles que perdemos e sentimos falta? É assustador e ao mesmo tempo nos dá esperança. Esses sentimentos contraditórios são apresentados de diversas formas durante a leitura. Mesmo dentro do grupo de amigos do Rubens, o tema causa alguns desentendimentos, afinal o grupo é formado por pessoas com religiões e crenças distintas.
O livro também dá destaque as histórias dos personagens. Mesmo que o foco seja o Rubens, a história dos seus amigos é apresentada para mostrar o que os levou até ali. No geral, as pessoas carregam segredos e histórias que preferem não lembrar. Alguns sentem vergonha, outros precisam lidar com a perda e ainda há pessoas que cometeram erros que os perseguem por toda uma vida. Isso torna o "Entre Mundos" um livro real. Todos os personagens são pessoas que poderíamos encontrar na rua, que podem ser nossos amigos ou parentes. São personagens reais, personagens que podemos nos identificar facilmente. Aos poucos vemos os personagens crescerem e encontrarem um novo rumo.
No geral, esse é um livro que garante muito suspense, uma dose de romance, amizade e questionamentos. Com um toque do sobrenatural, a história chama o leitor a viver cada página de forma profunda e instigante. Esse livro merece muito mais do que sou capaz de escrever sobre ele. É uma leitura incrível, com um final aberto para uma continuação e com espaço para cada leitor criar as suas teorias.
É um livro que merece ser lido! E uma ótima dica de leitura para quem gosta de um bom thriller nacional.
Cameron Young, um famoso escritor, foi encontrado pendurado pelo pescoço na varanda do próprio quarto. Uma corda o mantinha exposto, completamente nu, para aqueles que tinham coragem de olhar. A cena era a de um crime brutal, amostras de sangue e urina, que não pertenciam a vítima, foram encontradas no quarto em que o crime ocorreu. Todas as provas levaram a mesma pessoa: Victoria Ford, amante do escritor.
Walt Jenkins, o detetive encarregado da investigação, havia sido criteriosamente escolhido para o caso, o primeiro da sua carreira como detetive no Departamento de Homicídios. Em pouco tempo na cena do crime, Walt havia encontrado provas que formariam a base para a condenação de Victoria. O detetive só não poderia imaginar que a única suspeita seria mais uma das três mil vítimas do atentado ao World Trader Center, no 11 de setembro.
Vinte anos depois, Avery Mason estava no auge da sua carreira inesperada como âncora do American Events, o programa de televisão mais popular do horário nobre. Todos falavam sobre ela e como havia superado todas as expectativas ao assumir o programa. Aos 32 anos, depois de ver sua vida ruir, ela estava no topo novamente. Agora, com o final da temporada, Avery queria mais e o seu agente se encarregaria disso. Enquanto ele batalhava pelo reconhecimento da emissora, Avery vai a Nova Iorque desenterrar o passado.
Seguindo o seu faro jornalístico, Avery vai em busca de uma história que tem potencial para instigar a curiosidade de seus telespectadores: uma nova tecnologia de reconhecimento de DNA havia identificado os restos mortais de uma das vítimas do atentado ao World Trade Center. Em busca de informações para uma possível matéria, Avery encontra com Emma Kind, a irmã da mulher que teve o DNA identificado. Ao ouvir o que Emma tinha a dizer sobre sua irmã, Avery descobre que, mais do que uma vítima do 11 de setembro, ela tinha em mãos a história de uma mulher que antes de morrer era acusada de assassinato.
Os restos de Victoria Ford foram encontrados duas décadas depois de sua morte e Emma tinha certeza que ela era inocente. Ao contar a Avery toda história, Emma mostra uma gravação que ainda mantém registrada na secretária eletrônica. No dia do atentado, Victoria ligou para irmã. Ao entender o que poderia acontecer, Victoria pede para que a irmã acredite em sua inocência e não desista de provar para todos que ela não é um monstro.
Tocada pela mensagem e pela certeza que Emma demonstrou ao contar a história, Avery concorda em ajudá-la a investigar o caso de assassinato ao qual Victoria estava envolvida.
— Acredito piamente no destino — Emma disse. — Tudo acontece por uma razão. Acredito que o destino trouxe você até minha porta. Victoria me pediu para limpar seu nome. Ela não queria ser lembrada como uma assassina. Ao longos anos, não tive muito sucesso em refutar qualquer parte do processo contra Victoria. O sangue, a urina ou qualquer outra prova. Mas também não tive muita ajuda. Quem sabe isso não esteja prestes a mudar?
Agora, Avery precisará de todas as informações que puder conseguir. Sua busca acaba levando a Walt Jenkins, o detetive responsável pela investigação, que, após ser feriado em uma operação enquanto trabalhava para o FBI, entrou em uma aposentaria forçada. Para Avery, estar tão próxima do FBI, mesmo que através de um homem aposentado, era um risco muito grande. O FBI tinha um grande interesse no seu passado e ela não poderia deixar que desenterrassem alguns segredos. Avery não era o tipo de mulher que desiste facilmente e ela já havia se comprometido com Emma. Ela iria investigar e contar a história de VIctoria. Em meio a isso, daria um jeito em seu próprio passado.
Antes de qualquer coisa, preciso dizer que ESTE É O MELHOR LIVRO DO CHALIE DONLEA! A cada nova história, o autor vai melhorando a sua habilidade em enganar o leitor. Em "Procure nas Cinzas", Charlie Donlea atingiu o ápice e fui miseravelmente enganada por uma rede de mentiras, suspeitos e reviravoltas.
Além de dividir a história entre o ponto de vista da Avery e do detetive Walt nos dias atuais, Donlea também dividiu os capítulos entre o que acontece no passado. O passado dos três personagem de destaque na história: Victoria, Avery e Walt. Com capítulos curtos, o autor cria uma história rápida e que cativa a atenção do leitor. É impossível para de ler conforme o mistério por trás de cada personagem vai ganhando forma.
"Procure nas Cinzas" traz uma história que remete a segredos. Alguns mais sombrios que outros, mas estão aí para nos lembrar que todos carregamos algo que não queremos que outras pessoas vejam. Um assassinato, vinte anos antes, ainda é capaz de afetar a vida de muitas pessoas. Mentiras foram contadas e talvez tenha chegado o momento de serem escancaradas.
Avery é uma mulher forte, decidida e com um passado conturbado. Algumas coisas precisam ficar enterradas e se a sua história fosse descoberta colocaria tudo o que conquistou a perder. Ela tinha alcançado o topo da sua carreira sem se apoiar em nada. Agora precisava garantir que tudo continuasse desta forma.
A história de Avery vem para lembrar que negar quem somos é um caminho, muitas vezes, sem volta. O peso da atitude de pessoas próximas pode afetar o julgamento que os outros podem criar sobre nós. Mas isso deveria importar? Avery terá que lutar contra o medo de ser julgada e perder tudo por ser quem é.
Walt é um cara me aproximou da realidade. Eu consigo, facilmente, imaginar alguém como ele. É um homem que cometeu erros e sente que precisa conviver com a culpa para compensar o peso das suas escolhas. É um personagem pelo qual eu torci muito para que conquistasse um "final feliz".
Já Victoria é uma mulher que sonha em ser escritora, se envolveu com o marido da amiga, acabou envolvida em um assassinato e encontrou o fim em meio a uma grande tragédia. Tudo o que saberemos sobre ela, são pequenos momentos que serão revividos.
Os três personagens são bem construídos e com uma história repleta de segredos. A partir do ponto de vista de cada um, iremos descobrir o que aconteceu no dia do assassinato e, antes de descobrir o verdadeiro culpado, seremos enganados muitas vezes.
Por fim, as minhas considerações finais são: leiam e compartilhem! Eu adorei a história! Charlie Donlea tem uma forma única de construir suas histórias, sempre com personagem fortes e um enredo que prende o leitor. Se você gosta de um bom suspense cheio de reviravoltas, você irá se apaixonar por esse livro.
Título: A noite das bruxas
Autor: Agatha Christie
Editora: HarperCollins Brasil
Páginas: 320
Ano: 2020
Comprar na AmazonTítulo: O Amor Mora ao Lado"
Onde Assistir: Netflix
Episódios: 16
Ano: 2024