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Foi você



Foi você.

Não, não foi um engano. Você me conhece bem demais para saber que eu não brinco com as palavras, sabe que eu penso muito bem antes de dizer algo. Então, sim, foi você. Passado. Não é mais e foi você quem quis assim. Nessa brincadeira de deixar as coisas acontecerem, o tempo passou rápido demais. Você não percebeu, mas eu sim estava atenta a cada curva no caminho. Você quis desenhar um mundo sem defeitos, onde nada mais importava se estivéssemos juntos. Achei que você já tivesse entendido que eu não sou de acreditar no que eu não posso ver e no que eu não posso sentir.

Já dizia a minha mãe: palavras não valem de nada se não houver atitude. O amor vai além de um “eu amo você”. Olha só, ouvir isso me fez continuar ao seu lado por muito tempo, mas percebi que as palavras já não tinham o mesmo efeito. Não estou dizendo que não acredito mais no significado delas, eu ainda acredito. Só que isso não é o bastante. Não é o bastante para que eu aguente sozinha, o que você teima em não ver.

A verdadeira blogosfera

Onde foi parar aquela blogosfera de dois, até três anos atrás? Onde foram parar todos aqueles blogueiros criativos e ansiosos para mostrar seus defeitos, seus gostos e ideais? Para onde foi aquela vontade de ser diferente, de fazer diferente? Cadê o conteúdo, as referências, a autenticidade?

As ideias já não são diferentes, os gostos são quase os mesmos e as pessoas tentam, a cada dia mais, parecer com alguém que já conquistou o reconhecimento. Os textos são superficiais, quando não são uma reprodução de algo publicado em outro blog. Tudo foi padronizado e ai de quem não seguir a multidão.

Numa época onde blogueiros são capazes de influenciar tanta gente ao mesmo tempo, parece que esquecemos que temos voz. Já não arriscamos, não buscamos outros caminhos. Falamos do que não conhecemos e deixamos escondido o que conhecemos. Se o assunto já foi dito em um blog de grande visualização, eu também preciso falar sobre ele. Quanto mais parecido com o original melhor.

Enquanto isso, blogueiros que são fiéis a sua identidade por vezes acabam escondidos, passam ser fazer barulho, sem chamar a atenção. Dando espaço para quem está disposto a seguir o roteiro.

Excesso de rotina

Às vezes tenho a impressão de estar vivendo em um mundo só meu, onde a rotina me consome a cada dia. Já não me arrisco a mudar o caminho. Todos os dias eu saio de casa no mesmo horário, faço as mesmas atividades no trabalho e volto para casa, pontualmente, no mesmo horário. Já não perco tempo conversando com amigos na rua e sinto uma necessidade cada vez maior de voltar para a segurança do meu quarto. Não sinto mais vontade de manter o bom humor. As notificações do e-mail e das redes sociais vão acumulando, por conta da preguiça por ter que pensar em alguma resposta.

A vida perdeu o encanto, ou quem sabe fui eu quem perdeu a vontade de desejar coisas novas. Eu me sinto, cada vez mais, presa à mesmice e a correria do mundo. Passei a ver a vida como algo sem brilho, como um caminho constante, sem tropeços e sem surpresas.

Sinto falta da inocência que toda criança carrega. Sinto falta de acreditar e de confiar no inesperado. Mas ainda assim, eu não me arrisco mais. Passei a acreditar, ou melhor, passei a desacreditar no mundo. Talvez por opção, talvez por cansaço. Quanto mais confiamos nas pessoas, mais elas nos provam o quanto deveríamos aprender a desconfiar. O quanto deveríamos aprender a manter um pé atrás, só por garantia.

Em um mundo onde as pessoas passam uma pelas outras, sem sequer olhar para a necessidade do próximo, sem sentir vontade de querer que a vida de todos mude e não apenas a sua; não é neste mundo em que eu cresci e quero continuar a viver. Um mundo onde a rotina nos consome, onde os nossos problemas fecham nossos olhos para tudo o que acontece ao nosso redor.

No fundo, o que me faz falta de verdade é quem eu já fui um dia. Uma pessoa que acreditava poder ajudar a mudar o mundo. Alguém que fazia a diferença, que se sentia segura de ser quem era sem se importar com mais nada. Disso sim eu sinto falta: a segurança de acreditar que eu sei quem realmente sou.

Cheia de urgências

Ei, como você está?

Faz tempo que não conversamos. Venho me perguntando se você ainda se lembra de algo, mas o tempo castiga demais quando aprendemos a guardar mágoa. Tive vontade sim de passar outra daquelas madrugadas, juntos, jogando conversa fora. Era divertido, não era? Você ainda sente falta disso? Eu sei, as coisas mudaram ou talvez eu quem tenha mudado, mas ainda não desisti. Eu ainda estou aqui, esperando. Promete que não vai esquecer?

Quero tudo de volta. Quero aquele sentimento de segurança e confiança de volta. Quero aqueles dias em que podia desejar um bom dia pessoalmente, sem mensagens, sem a distância. Você lembra? Uma pena que não imaginávamos o quanto isso nos faria falta. É estranho, suas mensagens chegam todos os dias. Sei a hora exata que elas irão chegar e o que virá junto com elas... Mas a distância faz diferença sim. Ela faz com que a gente deixe de acreditar nas palavras e tenha urgência de atitudes.

Sei que você ainda está por aí, assim como eu, esperando. Esperando por dias em que nada disso existirá mais. Esperando pela nossa chance de deixar para trás toda essa distância e preencher esses espaços que há tanto esperam por carinho e amor. Só me promete que não vai desistir? Nem antes e nem depois? Estou apostando tudo o que tenho de melhor em você.

Para quem não sabe quando desistir

Quantas vezes eu fui dormir pensando em desistir, em jogar a toalha e deixar tudo para trás, deixar para quem tem mais força e coragem para suportar toda essa mágoa. Quantas vezes eu me esforcei para ser uma garota decidida e confiante para responder a sua mensagem de ‘bom dia’ da forma mais seca e distante possível. Já nem consigo lembrar quantas vezes eu tentei demonstrar que já não aguentava mais.

Foi inútil. Você tem razão em me chamar de teimosa.

Tem quem não saiba a hora de aceitar que já não dá mais, que é hora de ir embora. Percebi tarde demais que eu sou assim. Há quem acredita que isso é uma qualidade que poucos carregam consigo, mas vamos ser sinceros: não há nada mais desgastante, nada que te prove das formas mais variadas que existem outros caminhos até mais fáceis e tranquilos. Bobagem essa de querer acreditar que só existem coisas boas, de ter medo de se arrepender por ter desistido sem insistir um bocadinho mais.

Minha mãe tentou me ensinar que não devemos esperar demais das pessoas, que não devemos esperar demais por alguém. Talvez de todas as coisas que ela já me disse, essa tenha sido a mais importante e mesmo assim, eu (ainda) estou aqui.

A verdade é que todas as vezes que eu me pego olhando para você, quando presto atenção na forma como você me olha de volta, são nesses pequenos momentos em que eu não consigo acreditar que é tudo mentira. Não posso e nem quero acreditar que não existe nada além de onde estamos hoje.

Uma carta em branco


Foi inútil. Mais uma vez larguei tudo sem ao menos ter começado. É sempre assim: quando as lembranças vão surgindo me vem uma vontade enorme de escrever. Como uma necessidade de colocar todo esse sentimento para fora, na esperança de que você, de alguma forma, pudesse ler. Bobagem. Acabo encarando a mesma tela em branco, a mesma tela que aguarda ansiosa por uma nova história. História esta que só desta vez poderia ser diferente, poderia ser alegre.

Eu nem me lembro quando foi a última vez que consegui escrever sem precisar apagar algumas frases. Ultimamente tudo parece com um desabado. Vou atropelando as palavras, esqueço o bom senso e me perco tentando entender o que aconteceu. Quando foi que as coisas mudaram, quando eu mudei.

Mas tudo isso é inútil. O tempo castiga demais quem não sabe esperar. Desde cedo é preciso aprender a ter paciência e acreditar que tudo deve acontecer no seu devido tempo. Talvez você saiba que ainda não aprendi a conviver com isso. Sou cheia de urgências, de agoras, e isso torna tudo ainda mais difícil.

Não consigo organizar o que penso. As ideias vêm e vão, e você está em todas elas. Apago, mudo frases de lugar, mas ainda assim eu não consigo. Escrever tornou-se desgastante demais. Tenho medo de me trair em minhas próprias palavras. Era um mundo completamente meu, sabe? Cada texto era um espelho de quem já fui um dia. Hoje já não consigo me encontrar neles. Até isso você mudou em mim.

Talvez seja a última carta


Eu cansei de te avisar. Sei que não sou o tipo de garota que saí por aí contando o que sente, ou explicando o que há de errado. Não, eu não sou assim e você sempre soube disso. Mas as poucas vezes em que eu baixei a guarda, em que não pude esconder o medo, eu disse... Disse com todas as letras que não aguentava mais. Você tentou levar as coisas do seu jeito, empurrando para o tempo dar conta de resolver. Eu quis tanto que você tivesse acreditado em mim, que tivesse me escutado, de verdade, sem medo de perder o que não tinha.

Não dessas que quer toda a atenção, que quer ver você correndo atrás. Sei que por nem um instante você imaginou que eu fosse assim. Você sempre soube que não sou fácil. O que quero dizer é que eu sou teimosa, sou o tipo que insiste no que acredita, mesmo que o barco esteja naufragando. E você sabia disso, não é? É por isso que chegamos nesse ponto. Eu acreditei, eu insisti, mas querer tanto algo quando os ventos apontam para o outro lado é desgastante. É mais do que eu poderia aguentar. Ainda assim, estou aqui... Esgotada, mas certa de que não errei. Certa que a tempestade vai passar e, enfim, irei ver a praia novamente.

Feliz 2016 - Que venha inteiro e sem promessas

Não, não farei um daqueles longos textos cheio de clichês, desses que você já cansou de ler no Facebook. Não sei vocês, mas acho incrível a quantidade de textos gigantes, cheio de declaração e ao mesmo tempo, tão vazios. Falta sinceridade, falta originalidade, personalidade... Falta tanto, mas ninguém mais se importa. Quanto mais curtidas melhor. Se faltar vontade ou mesmo criatividade para escrever, vale até compartilhar o texto do amigo, ou daquele escritor famoso. Aquele que você atribuí um texto sem mesmo saber se foi escrito por ele.

Tudo o que quero para este ano que está quase chegando é que ele chegue inteiro, sem promessas, mas que seja inspirador. Que nos dê coragem para buscar nossos sonhos, para não deixar nada mal resolvido ou mesmo esquecido. Que ele nos permita viver e viver muito. Sem tempo para arrependimentos pelo momento perdido. Se houver algo para querer esquecer, que seja por ter feito e não por ter deixado o tempo passar.

Vive feliz aquele que não esquece a alegria de ser criança. A alegria de descobrir coisas novas, de acreditar quando todos dizem que não é possível. Vamos levar uma vida mais leve, sem tantas cobranças. Vamos afrouxar as rédeas e olhar a paisagem a nossa volta. Tudo passa tão depressa... É preciso ter a certeza que, se um dia você olhar para trás, terá orgulho de dizer que teve coragem de mudar o caminho, que teve coragem de arriscar.

Mais um ano está surgindo para nos dar novas chances, dando espaço e tempo para pegar impulso. À você... Desejo apenas que você tenha coragem de aventurar-se pelos novos 366 dias que virão.

Por fim, agradeço a todos que fizeram de 2015 um ano cheio de amor e surpresas para mim. Que em 2016 possa retribuir todo esse o carinho.

Feliz 2016!


Que seja bem escrito


Não há nada que me encante mais do que um português bem escrito. E Deus, como eu sinto falta disso. Nada de abreviações ou gírias, nada de risadas de uma letra só ou quantas letras você puder alcançar no teclado. Nada de neologismos e, por favor, muita pontuação, porque essa sim já entrou em extinção.

Não precisa ser perfeito, mas não precisa judiar só para facilitar à escrita, só para ser mais rápido. E não se engane, porque quem escreve errado em uma mensagem do Whatsapp, por vezes, também escreve errado em documentos do trabalho ou da escola.

Em um mundo aonde tudo chega cheio de facilidades, o português está perdendo a importância. O corretor automático já não é mais desabilitado e só Deus sabe como seria se ele não existe. Se a pontuação quase não existe, não sobraram acentos para contar história.

Acreditar não é um privilégio



São coisas que só acontecem em novelas, mas bem lá no fundo, naquele cantinho escondido, porém cheio de romantismo e esperança, acreditamos que pode acontecer. Que vai acontecer. E não adianta vir com essa de que só mulheres gostam de imaginar finais felizes ou que somos sonhadoras demais para enfrentar a realidade. Bobagem isso.

Sonhar não é um privilégio nosso, da mesma forma também não é um defeito. A única diferença é que por vezes as mulheres são capazes de demonstrar, de falar sobre os seus sonhos sem medo, com a esperança de que podem tornar realidade. A maioria de nós não perdeu o brilho que toda criança tem ao descobrir algo novo, ao acreditar nas histórias que ouvem. Não aprenderam a desconfiar das coisas boas da vida.

Enquanto isso muitos homens aprendem a viver com que o universo apresenta a sua frente. Sem discutir, sem arriscar mudar o caminho e enfrentar o desconhecido. Aprendem a estar próximo da realidade, com os pés no chão. E aqui deixo de lado a separação entre sexos, até porque não é o objetivo desse texto. O que quero dizer é que seja homem ou mulher, essa é a realidade de muitos. Também não me orgulho ao dizer que faço parte desta parcela desacreditada da vida.

Não criar expectativas não é um privilégio, com também não é um defeito. São pessoas cheias de regras, de conceitos, que aprenderam – por vezes da forma mais difícil – a não esperar demais, a não querer demais. É uma maneira segura de acreditar na vida e até mesmo de sonhar.

Um alguém chamado Saudade


Foi como adormecer. A saudade foi ficando cada vez mais próxima, chegando perto como quem não quer nada. Quando me dei conta, as lembranças já estavam ali, não podia fugir. No fundo ainda acho que não queria fugir, queria estar ali e em nenhum outro lugar.

Foi como te ter por perto de novo e sem precisar dividir com mais ninguém. Sei que parece coisa de criança que quer a atenção toda para ela, mas pode acreditar, não é só birra. Não é um capricho bobo, desses que logo a gente esquece, substitui por outro. Você foi e ainda é o meu melhor desejo. Um daqueles que pedimos todas as noites para que o universo dê um empurrãozinho para que aconteça.

Deu saudade. Uma saudade enorme.

Temos a mania de não perceber a importância de tudo o que está a nossa volta. Não, eu não vou entrar naquele clichê que "só se dá valor quando perde". É mentira, eu não acredito nisso. Mas esse é um assunto para outro texto. O que quero dizer, mesmo que de um jeito meio torto, é que não lembramos de dizer o que sentimos enquanto estamos perto. Às vezes quando você volta para casa à noite e percebe o quarto vazio é que você lembra o quanto o coração está cheio. Cheio de amor e de carinho que ficaram presos na correria do dia.

Desta vez foi diferente



Faz muito tempo desde que consegui sentar em frente ao computador e escrever. Costumava ser mais fácil, as ideias vinham com mais facilidade, sem esforço, sem cobrar demais. Escrevia com amor, com carinho, sobre qualquer coisa. Mas como disse, já faz muito tempo.

Desta vez foi diferente.

Resolvi escrever, o papel e caneta ganharam espaço. Não me preocupei em organizar as ideias, não queria perder a coragem. As palavras foram surgindo, não tão fácil como costumava ser, mas aos poucos foram se encaixando, uma a uma.

É uma pena, porque – assim como muitos – este ficará guardado. Talvez para um dia qualquer, daqueles que você sente vontade de relembrar a pessoa que costumava ser. Não, não por saudade, mas para ter certeza de que valeu a pena todo o esforço, para você enfim poder dizer que valeu a pena mudar.

O melhor que posso ser


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Eu me lembrei de você. Aliás, como dizem: para lembrar você precisa primeiro ter esquecido. Se isso é clichê? Claro que sim. Ainda assim eu não conseguia ver algum sentido nisso, eu não entendia... Pelo menos não até hoje.

Não sei escrever frases bonitas, não sei mandar mensagens fofas e não sei viver naquele bom humor eternamente. Mas entenda, por favor, não estou dizendo que eu não sinto, que não amo do mesmo jeito que você. Muito pelo contrário, eu sinto e muito. Talvez seja esse o meu maior defeito. Dou tanta importância, que tudo a minha volta deixa de me fazer falta. Acredite, pode ser que você não considere um defeito, mas posso garantir que não é uma qualidade. Há momentos em que sentir tanto mágoa e mágoa muito.

Sei que posso parecer distante, por vezes até insensível, mas isso só mostra o quanto ainda preciso aprender nessa vida. Não sei demonstrar o que eu penso e o que eu quero. Tenho medo de abrir a guarda e acaba aqui de novo, sozinha. Você vai precisar ter um pouco de paciência comigo, não será assim para todo o nosso sempre, mas eu preciso que você me mostre que esse meu medo é desnecessário. Uma única vez, do jeito certo, será suficiente.

Mas não era isso o que queria dizer.

Hoje, esse é o melhor que posso ser para você.

Um conhecido qualquer


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É como tomar um banho quente e em seguida tentar distinguir a imagem no espelho. Pela primeira vez em anos, talvez até mesmo numa vida inteira, não fui capaz de entender o que havia me tornado. Tenho orgulho de dizer que nunca fui o tipo de pessoa que se deixa influenciar por atitudes alheias, tentei o máximo que pude agir de acordo com o que eu acreditava, ainda que isso significasse perder alguns amigos no caminho. Mas hoje não consigo se quer acreditar em mim.

Sempre quieta e quase sempre sorrindo por necessidade, para evitar explicações. Esta manhã não foi diferente. Costumava ser feliz sozinha, gostava da minha própria companhia. Hoje é como se estivesse ao lado de um desconhecido, daqueles que você acha que já viu algum dia, mas não sabe quando e nem onde.

O que costumava me fazer feliz, hoje é indiferente. Aliás, tudo o que já fez parte da minha vida algum dia, hoje não me chama a atenção. As coisas perderam a importância, viraram rotina.

Cheia de incertezas

Faz alguns dias que estou tentando buscar ideias, talvez até mesmo vontade para voltar a escrever. Sempre soube definir muito bem o que sinto quando escrevo, mas isso foi há muito tempo. Não que as coisas estejam de cabeça para baixo, que a mudança tenha sido grande, porque não é assim. Eu me sinto inconstante, mais do que jamais fui. Em um instante a certeza bate a porta com toda a força, daquele jeito como quem diz: “Cheguei para ficar!” e no momento seguinte já se foi, dando lugar a incertezas, ao medo e até a uma certa tristeza.

Já tive mais coragem, mais firmeza com o que eu quero, mas o medo de perder vem me consumindo ao poucos. Sabe aquele sentimento bom que te faz sentir completo? Não, não estou querendo parecer romântica, pelo contrário, estou tentando ficar o mais próximo da realidade que eu consigo. É por me sentir assim que o medo está sempre a minha espreita, só esperando uma oportunidade para me mostrar que tudo pode vir abaixo quando menos esperar.

Isso me assusta e me deixa com um pezinho atrás me impedindo de ser o que sempre fui, me impedindo de mudar e seguir em frente.

O tipo certo




Ele é aquele tipo de cara que te faz acreditar em casamentos, em finais felizes, sabe? Aquele cara que vai te fazer mudar de ideia sobre uma banda chata quando você perceber aquele brilhozinho no olhar dele, como quem compartilha um segredo. Aquele cara que vai segurar a vontade desistir de tudo quando você estiver insuportável, só para te lembrar de que ele está ali, que ele ainda ama você e que ele quer estar ao seu lado.

Ele é o tipo de cara que vai contar os minutos para te dar um bom dia antes do despertador. Aquele cara que vai te pedir para avisar se chegou bem no trabalho, se já está em casa, se está tudo bem. Ainda que você diga que sim, ele vai entender perfeitamente se você estiver escondendo algo e você vai querer contar. Vai ficar feliz por compartilhar todos os momentos com ele. Você vai achar que são muito diferentes, mas vai querer que seja diferente com ele.

Não será perfeito, como dizem os livros. Vez ou outra algo vai surgir para bagunçar as coisas, mas você vai descobrir que valeu a pena, que você não escolheria outro para estar ao seu lado.

Comparações



Nunca escrevo sem motivo. Gosto de clichês e muitos deles estão presentes em cada texto meu, mas prefiro coisas que surpreendam. Não gosto de assuntos aleatórios, gosto de escrever o que sinto naquele instante. Não imagino situações e nem sentimentos. Sou inconstante e ainda assim consigo ser a mesma pessoa de dez anos atrás.

Em cada publicação aqui, você vai encontrar frases em que defendo firmemente a necessidade e a importância de mudar. Eu acredito nisso. Mas sou desconfiada para qualquer coisa nova que aconteça, estou sempre com um pezinho atrás, apegada ao passado, ao que já se foi há tempos. Talvez seja isso que busco em cada texto: aprender a desapegar, a seguir em frente. Lição difícil essa. Cresci acreditando que o passado não deve ser esquecido.

Não consigo continuar escrevendo quando acho que o texto deve terminar naquele parágrafo, mesmo sabendo que está incompleto. Isso me lembra de um dos livros queridinhos do John Green, onde a personagem principal é apaixonada por um livro que acaba no meio de uma frase. Na minha primeira leitura não vi sentido nisso, mas quando escrevo percebo que faz muito sentido. Talvez não dá forma como o autor quis passar, mas percebo que somos cheios de momentos incompletos, de lembranças inacabadas. Assim como um texto: você pode imaginar o final perfeito, mas se você sentir que deve termina-lo antes, não o maltrate acrescentando palavras que já não fazem mais sentido.

Excesso de babagem



A gente tem a mania de dramatizar tudo, de fazer com que cada experiência seja vivida cem por cento. Seja ela boa ou ruim, parece uma necessidade. É como se não pudéssemos dizer que sentimos, apenas vivemos o momento como um espectador qualquer, como alguém que não pode interferir.

Não falo de pessoas que querem chamar a atenção para os próprios problemas, de pessoas que querem que os outros lamentem a sua falta de sorte. Falo de pessoas que sofrem sim, mas guardam as mágoas, as alegrias, as surpresas para si. Pessoas que não dividem o que sentem. São pessoas assim que esgotam até a última gota de cada experiência, por não quererem dividir ou por não terem com quem dividir. Acredito que a primeira opção seja a mais dolorosa, a mais cruel.

Há quem diga que tem coisas que não devemos contar a ninguém, que devemos manter conosco. Bobeira isso. Todo mundo precisa de uma válvula de escape, não podemos e nem aguentaríamos manter tantas coisas guardadas. Não precisa ser necessariamente contada a uma pessoa, há diversas formas de demonstrar o que sentimos. O importante não é como iremos colocar tudo isso para fora, mas sim ficar livre de toda essa bagagem.

Acredito que esse é o motivo que sempre me faz escrever. Eu não sei como achar a forma certa de me expressar em uma conversa, mas me encaixo muito bem com palavras escritas. Não preciso que tenha muita coerência, até porque eu mesma não tenho harmonia nenhuma com os meus pensamentos. Mas preciso que as palavras saíam, sem esforço, sem me preocupar em organizar demais. Preciso perder o excesso de sentimentos que ficaram perdidos em mim.

Meio vazio ou meio cheio?


Você sempre espera o melhor, faz parte da essência do ser humano. Nós sempre queremos o melhor de tudo. Mesmo na pior das situações, por mais que você negue insistentemente, nós desejamos e esperamos coisas boas. Sonhamos com algo que alegre o caminho para o trabalho ou à volta para casa. Esperamos que o resultado da prova traga uma boa surpresa. Há quem diga que prefere acreditar que o copo está meio vazio, mas traz no olhar a esperança de quem acredita que ele só está meio cheio.

Não se preocupem, todos somos meio sonhadores. Insistimos em manter os pés bem firmes no chão, enquanto viajamos por lembranças e emoções que só existem na nossa cabeça. Lembranças essas que se fizermos tudo direitinho, elas irão acontecer.

Essa é a diferença: desejar o melhor de cada situação não é ruim. Ruim, talvez até errado, seria não contribuir para que isso aconteça.

O que segura à felicidade

Bobagem essa de querer planejar tudo. De não aceitar qualquer mudança inesperada durante o caminho. Mania irritante essa de querer controlar tudo o tempo todo. Como se depois de tantos anos não tivéssemos aprendido que é um esforço em vão. Inútil, desnecessário. Você não pode planejar cada segundo da sua vida como se fosse o roteiro de uma novela. Não dá para assistir do sofá, controlando e presenciando cada mudança de cenário, de personagens. Quem me dera fosse tão simples assim. E indolor.

O ser humano é um bicho imprevisível. E não estou falando apenas das pessoas a nossa volta, você também é. É impossível prever cada reação que teremos. O que acreditamos ser nem sempre corresponde com a forma que agimos e (vale lembrar) isso não é errado. Errado é ficar parado, esperando a mudança surgir. Errado é deixar um sentimento sincero, verdadeiro, se perder.

Nunca fui do tipo que acredita em clichês como: as pessoas precisam perder para dar valor. Por favor, qual o sentido nisso? Acredito sim que todos nós sabemos exatamente o que temos, sabemos o que sentimos e falta que faria. Acredito que o que nos impede de viver cada instante como queríamos é o medo que carregamos. Seja ele qual for. Cada um sabe o que te prende e o que te segura à felicidade. Alguns têm medo de perder sua liberdade, outros de magoar alguém ou pior, de magoar a si mesmo. Talvez receios ainda menores (ou maiores).

O que nos torna diferentes é o que decidimos fazer com esse medo. E nesse clichê eu acredito: a vida é feita de escolhas.