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[Resenha] Ilha de Vidro, de Nora Roberts



A Ilha de Vidro
Nora Roberts
Editora Arqueiro
Onde comprar: Amazon

Sinopse: Nerezza, a deusa da escuridão, ainda não desistiu de obter as Estrelas da Sorte e destruir todos os mundos. As Estrelas de Fogo e de Água já foram recuperadas pelos seis guardiões, mas resta a Estrela de Gelo, e a batalha atingirá seu clímax.

Doyle McCleary, o espadachim imortal, prometeu nunca mais voltar para casa. No entanto, quando a procura pela última estrela o leva ao condado de Clare, na Irlanda, ele deve encarar o passado. Três séculos atrás, uma tragédia o obrigou a fechar o coração para o amor, sobrando em seu peito apenas morte e solidão. Sua natureza selvagem só não é mais intensa que a de Riley... e da loba que há dentro dela.

Arqueóloga e licantropa, a Dra. Riley Gwin não se rebaixa a ninguém. Fechada em sua biblioteca, em busca da misteriosa Ilha de Vidro, ela tenta negar a forte atração que sente por Doyle. Afinal, a última coisa de que precisa é uma distração.

À medida que o último desafio dos guardiões se aproxima, a loba e o imortal têm que unir forças pela vida de seus amigos. Com Nerezza recuperada e furiosa, os dois vão descobrir que a melhor arma para dar fim à escuridão talvez seja o amor.


Ilha de Vidro é o terceiro livro da série ‘Os Guardiões’ da Nora Roberts e encerra a busca pelas Estrelas da Sorte. Três deusas criaram três estrelas para presentear a nova rainha. Mas assim que as estrelas subiram para o lugar onde deveriam permanecer, Nerezza, a deusa da escuridão, amaldiçoou as estrelas para que um dia elas caíssem. Quando chegasse a hora as três deusas iriam proteger as estrelas até que os guardiões surgissem para encontra-las e as devolvessem para o seu lugar de direito e destruíssem Nerezza.

As deusas não poderiam interferir na busca dos guardiões, mas deram a cada um dos seis um dom que os ajudaria a completar a missão. E a partir desse ponto a série começou. Nos últimos dois livros nós conhecemos Sarah, Bran, Annika, Sawyer, Riley e Doyle. A vidente, o mágico, a sereia, o viajante no tempo, a loba e o imortal, respectivamente. Com exceção de Sarah, todos já sabiam sobre a história das estrelas e já buscavam por elas, sem nunca terem chegado próximo delas. Foi só quando Sarah resolve aceitar o que suas visões tentam lhe dizer, que o grupo enfim se conhece e passam a procurar pelas estrelas juntos. Desde então, a Estrela do Fogo e a Estrela da Água já foram encontradas, restando apenas a Estrela do Gelo para que os guardiões terminem a missão. O que não será nada fácil. Nerezza está cada vez mais furiosa e seus ataques estão mais poderosos. Mesmo que a tenham ferido gravemente na última batalha, não podem se deixar enganar. Ela vai voltar. E eles precisam estar prontos.

Neste último livro a história parte do ponto de vista do último casal a ser formado na história: Riley e Doyle. Duas pessoas com personalidades diferentes e que ao mesmo tempo se completam. Riley é uma mulher forte, independente, sincera, que fala o que pensa sem pensar em arrependimentos. Ela prefere carregar o peso de ter dito a verdade do que esconder o que sente. Muito do que ela é são traços marcantes da loba que está dentro dela. Já Doyle, apesar de trazer a mesma força e independência, é o tipo de pessoa que prefere trabalhar sozinho. E ele tem estado há muito tempo na própria companhia. Depois de ser amaldiçoado por uma bruxa, acabou se tornando imortal, o que nunca permitiu que ele se aproximasse por muito tempo de outras pessoas para não despertar interesses. É um fardo e tanto para se carregar depois de mais de 300 anos. Ele já viu muitas pessoas morrerem para saber que não vale a pena nutrir sentimentos por ninguém. O que torna ainda mais difícil não reparar nos traços que tornam Riley uma mulher bela, e ainda precisava lembrar o quanto ficava admirado com a transformação dela com a lua cheia.


Juntos com os outros guardiões, Doyle tinham progredido mais do que a vida inteira para encontrar as estrela, nada sem uma boa luta. E apesar de ter se acostumado com os amigos, nada o teria preparado para o destino da próxima estrela. Na visão de Sarah ela estava no lugar em que ele menos deseja estar: em casa. A casa que havia sido de sua família há séculos era agora propriedade de Bran. Esse era o destino rindo dele novamente. Já na Irlanda, as buscas retomam e eles sabem que a qualquer momento Nerezza estará recuperada e atacará, por isso precisam correr contra o tempo.

Com as pesquisas de Riley e por Doyle ter domínio do irlandês melhor que Riley, os dois passam mais tempo juntos e a atração entre eles fica cada vez mais difícil de esconder. E ainda resta um problema: mesmo que eles encontrem a Estrela de Gelo, eles precisam descobrir como chegar a Ilha de Vidro, o lugar para onde precisam levar as estrelas e destruir Nerezza.


Se eu tinha amado os dois livros anteriores, com esse não foi diferente. A história foi desenvolvida muito bem até aqui e o terceiro livro veio para fechar a série com chave de ouro. Riley e Doyle são do tipo de personagens que, apesar da troca de farpas, são complementares. Os dois são ótimos guerreiros e dão força para o resto do grupo sem passar a mão na cabeça de ninguém, mesmo que a essa altura eles já se enxerguem como uma família. É fácil imaginá-los juntos. E a forma como o romance entre eles se desenrola torna impossível não se apaixonar por eles.

O foco desse livro é, além da busca pelas estrelas, o passado de Doyle. Revirar os mistérios envolvidos na sua vida na Irlanda vai a dar aos guardiões as pistas que eles precisam para chegar a estrela. O que contará com uma boa ajuda de Riley que apesar de não saber lidar com a situação, não terá medo de dizer o que mais ninguém tem coragem. Eles precisam falar do passado de Doyle, mesmo que o magoem. E ninguém melhor que Riley para fazer isso.


Eu me surpreendi demais com esse livro, com a série toda! O mistério foi criando força e se tornando cada vez mais agilidade com o passar dos livros. A autora soube levar o leitor a cada página sem perder a nossa atenção. Os personagens são fortes e os lugares por onde eles passam são um ponto a mais para história. Acabei o terceiro livro desejando com todo o coração estar na Irlanda. Por ora, me contento apenas com a descrição maravilhosa da autora que me fez sentir como se eu estivesse lá com os personagens.

Como eu já disse, o terceiro livro encerra a história brilhantemente e deixe um gostinho de quero mais. Recomendo demais a leitura para quem quer se aventurar por uma história cheia de mistérios, luta, demônios, deusas e muito romance!

5 motivos para ler a trilogia "A Sina dos Sete", da Nora Roberts


'A Sina do Sete' é uma trilogia escrita pela Nora Roberts composta pelos livros: Irmãos de Sangue, A Maldição de Hollow e A Pedra Pagã. Foi publicado em 2017 pela Editora Arqueiro e foi a minha estreia com livros da autora. Está entre as minhas melhores leituras de 2017 e resolvi criar uma listinha com os motivos de você também se arriscar e conhecer mais um sucesso da autora! :)
1. A maldição
Depois de um pacto de sangue, Twisse, um demônio secular foi libertado, por sete dias, a cada sete anos, a cidade é dominada pelo terror, assassinatos, ataques violentos e mortes. No fim dos setes dias ninguém se lembra do que aconteceu.

Antes de os amigos Caleb, Fox e Gage chegarem a Pedra Pagã e fazerem o pacto de sangue, uma batalha já havia acontecido no mesmo lugar e foi assim que Twisse acabou aprisionado. Agora, vinte anos depois de libertarem o demônio, os três poderão contar com a ajuda de Quinn, Layla e Cybil para colocar um fim na maldição.

2. Os protagonistas
Desde o meu primeiro post sobre a história aqui no blog, dou destaque para os personagens da trilogia. Cada um tem o seu papel de destaque na história, sem que nenhum fique para trás.

Os três livros são separados por casais, que logo ficam óbvios com o desenrolar da história  e já adianto que saber disso não interfere na leitura. Cada casal tem um dom diferente e se completam para descobrir como destruir o demônio.

3. O mistério
Durante o livro, você vai entendendo que a história vai além de derrotar o demônio. Há segredos no passado de todos os personagens e aos poucos a autora vai dando pistas que vão te ajudando a criar novas teorias e imaginar desfechos diferentes para trilogia.


4. A amizade
Além de todo o sentimento envolvido entre os personagens, é incrível ver a amizade e confiança entre Cal, Fox e Gage, incluindo as garotas, conforme a história vai se desenrolando. Fica bem claro, desde o pacto de sangue que da início a aventura deles, é fácil enxergar que toda a história é construída com base na amizade e na lealdade. Ninguém fica para trás nessa história.


5. Terrorzinho que dá gosto
Eu adorei a forma como a Nora Roberts desenvolveu a história. Desde o mistério que envolve o pacto de sangue e a libertação do demônio, até a descoberta do motivo dele ficado aprisionado por tanto tempo. Os seis estão destinados a por um fim na maldição, mas precisam entender o passado para seguir em frente.

Por ser uma história repleta de fatos sobrenaturais é impossível não sentir que você está lá, presenciando tudo. Em alguns momentos chega a ser aterrorizante, ao mesmo tempo você não consegue deixar o livro de lado.



Não deixe de conferir as resenhas dos três livros aqui no blog: Irmãos de Sangue, A Maldição de Hollow e A Pedra Pagã.

[Resenha] Justiça a qualquer preço, de John Grisham



Justiça a qualquer preço
John Grisham
Editora Arqueiro
Onde comprar: Amazon

Sinopse: Mark, Todd e Zola ingressaram na faculdade de Direito porque queriam mudar o mundo e torná-lo um lugar melhor. Fizeram empréstimos altíssimos para pagar uma instituição de ponta e agora, cursando o último semestre, descobrem que os formandos raramente passam no exame da Ordem dos Advogados e, muito menos, conseguem bons empregos.

Quando ficam sabendo que a universidade pertence a um obscuro operador de investimentos de alto risco que, por acaso, também é dono de um banco especializado em empréstimos estudantis, os três se dão conta de que caíram no grande golpe das faculdades de Direito.

Então eles começam a bolar uma forma de se livrar da dívida esmagadora, desmascarar o banco e o esquema fraudulento e ainda ganhar alguns trocados no caminho. Mas, para isso, precisam abandonar a faculdade, fingir que são habilitados a exercer a profissão e entrar em uma batalha contra um bilionário e o FBI.

Arranje uma poltrona bem confortável, porque você não vai conseguir largar Justiça a qualquer preço.

Neste livro você irá conhecer: Mark, Todd, Zola e Gordy. Eles se conheceram após aceitarem o financiamento estudantil do governo para jovens que queriam ingressar na faculdade de direito. Não foi necessário muito esforço para convencê-los de que advogar seria a salvação para suas vidas, bastou escutarem as propostas de emprego com salários enormes para que eles assinassem o contrato do financiamento sem nem pensar duas vezes. O que acabou se provando ser o pior erro que poderiam ter cometido.

Ao entrarem na Foggy Bottom foi fácil perceber que a realidade era diferente. Uma universidade de fundo de quintal, como eles já chamavam, que só serviu para fazer com que eles ganhassem uma gigantesca dívida com o governo. A soma da dívida dos três ultrapassava meio milhão de dólares e não havia chance de que eles conseguissem pagar. Nem o melhor emprego que pudessem arrumar daria conta de saldar suas dívidas.

Além disso, cada um precisava lidar com seus próprios problemas. Mark tinha uma mãe que batalhava para sustentar a casa enquanto seu irmão vivia encostado. Ele estava prestes a ser condenado depois de ser flagrado com drogas. Todd era filho de um policial que tratava de cobrar do filho o diploma universitário e jamais aceitaria que ele largasse a faculdade. Zola nasceu nos Estados Unidos, mas a sua família chegou ilegalmente ao país há mais de 20 anos. Depois de receberem uma intimação para comparecer no tribunal de imigração Zola decidiu que faria um trabalho melhor como advogada.


Depois de um acidente grave com um dos seus amigos, os três decidem abandonar a faculdade, mesmo sabendo que assim que a financiadora descobrir começará a cobrar o pagamento da dívida. Mas essa não é o único plano deles. Os três decidem adotar novas identidades, abrir o próprio escritório e trabalhar como advogados mesmo sem registro. Afinal o que poderia acontecer? Se eles forem pegos seria apenas uma infração ou então eles fugiriam e começariam do zero.

A primeira vez que vi esse livro foi no evento da editora no ano passado para divulgação dos lançamentos que chegariam ainda em 2018. Fiquei cheia de expectativas com o livro, afinal se encaixa no estilo de leitura que mais gosto. A ideia inicial prometia uma história incrível, o que me animou nas primeiras páginas, mas tive a impressão que o autor se perdeu no caminho. O início sugeria que o foco principal da história seria a máfia por trás das empresas de financiamento estudantil, e teria dado muito certo! Mas o autor optou por manter o foco na vida dupla dos protagonistas, deixando a história sem um ponto alto.

Os personagens não trouxeram nada que animasse a história. Mark e Todd acreditam serem espertos demais para serem pegos, Zola não traz relevância para a história, mesmo com a situação da família, que poderia ter sido desenvolvido de forma melhor.



A história ganha um pouco mais de ação quando o trio resolve aplicar um golpe em um dos nomes por trás dos financiamentos. Além de ter muito dinheiro, o cara está envolvido com o golpe bancário que arrancou dinheiro dos clientes com tarifas não informadas. Grandes escritórios de advocacia começam a abrir ações coletivas com pessoas que foram afetadas pela fraude. Mark, Todd e Zola querem uma parte das indenizações, como uma espécie de vingança. Mas tudo acontece de forma rápida, sem muita explicação e fantasiosa demais para um thriller.

Acredito que esse não seja o melhor livro do autor, afinal li vários comentário positivos sobre ele e outras histórias escritas por ele. Ainda assim traz uma boa escrita, diálogos cheios de ironia que trazem humor para a história.

Até a página 100: Justiça a Qualquer Preço


Nas primeiras cem páginas de ‘Justiça a qualquer preço’, você vai conhecer Mark, Todd, Zola e Gordy. Quatro amigos que se conheceram no curso de direito da faculdade Foggy Bottom. Assim como todos os alunos do curso, eles foram iludidos pela ideia de conquistar empregos com salários altíssimos assim que conseguissem o registro para advogar. Com uma ajudinha do governo, os estudantes poderiam optar por financiamentos deixando o pagamento para depois da conclusão do curso. E esse foi o erro deles.

Mark está na casa da mãe para o Natal e mal vê a hora de voltar para sua casa. Sua mãe tenta convencê-lo a ajudar o irmão que foi preso com drogas. Mas saber que enquanto sua mãe trabalha duro para manter a casa enquanto o irmão passa o dia dormindo no sofá, com a tornozeleira, é demais para ele. Foi por isso que Mark voltou cedo para o seu apartamento. A divida da faculdade, que estava cada vez maior, e uma proposta de emprego em um escritório pequeno sem previsão para contratação ou um salário previsto, já eram problemas demais para Mark lidar.

Todd também tinha os seus problemas. Assim como os amigos, ele estava cada vez mais endividado por causa do financiamento e ainda tinha metido a família nessa encrenca. Há tempos ele já queria ter abandonado o curso, mas a ideia parecia absurda para a sua família e essa não era uma briga que ele queria enfrentar. Enquanto isso, trabalhava como barman e mantinha a ideia de abrir o próprio bar algum dia.


Zola desde cedo aprendeu a viver longe de problemas. A família tinha entrado ilegalmente nos Estados Unidos há mais de vinte anos, depois de fugirem do Senegal. Apesar de ter nascido no país e ter a documentação em dia, Zola teme pela família. Seus pais e irmãos trabalharam duro desde que chegaram ao país sem nada, assim como muitos imigrantes. Um de seus irmãos já tinha conquistado uma nova vida depois de casar com uma americana e assim garantir que não teria problemas. Mas o resto da sua família vivia com medo. Ainda mais agora que haviam recebido uma intimação sobre a entrada ilegal no país. Foi esse o motivo de Zola ter aceitado o financiamento e ter conseguido uma divida imensa. Os empregos que ela arranjava jamais seriam suficientes para pagar a divida.

Gordy também caiu na enrascada e agora também precisava lidar com um casamento que ele não queria e as mentiras que tinha inventado para a noiva sobre o seu maravilhoso emprego. Brenda era sua namorada do colégio e a família esperava ansiosa pela união dos dois. Enquanto isso, Gordy mantinha um relacionamento escondido com Zola, a mulher que ele realmente amava. Como se não fosse pouco, Gordy sofre com as crises de bipolaridade. Depois da última crise, ele resolveu que não precisava mais dos remédios que o médico havia receitado e estava cada vez mais envolvido em uma investigação própria para desmascarar a máfia dos financiamentos estudantis.

Quando Zola descobre os motivos dos sumiços de Gordy e que ele não esá mais tomando os remédios, ela resolve pedir ajuda para Mark e Todd. Os dois ainda não sabiam sobre a doença do amigo nem mesmo sobre as medicações. Quando chegam ao apartamento dele, mal conseguem acreditar no que estão vendo. O lugar parece ter sido atingido por um furacão e a aparência do amigo não é das melhores. Ele está magro, irritado, bêbado e parece não tomar banho há dias. A raiva só aumenta com a presença deles e por Zola ter contado sobre os remédios, mas parece satisfeito por ter alguém para ouvir sobre as suas descobertas. Não falta muito para que ele descubra toda a falcatrua que está por trás da Foggy Bottom e dos financiamentos.



Até aqui a história se desenrola bem, mas um pouco devagar. É depois das primeiras cem páginas que você começa a perceber um pouco mais de suspense e agitação na história. Até lá não fica muito claro para o leitor onde a narrativa está te levando. Há destaque para a doença de Gordy e as consequências de não receber e aceitar ajuda médica, ao mesmo tempo em que há destaque para as investigações de Gordy, como se houvesse algo grande para ser descoberto e as próximas páginas fosse levar a isso.

No geral, as primeiras cem páginas trazem uma história morna e que não instiga tanto a curiosidade do leitor, e traz personagens bem construídos. Tenho boas expectativas para o resto do livro! :)

[Lançamentos] Editora Arqueiro para janeiro e fevereiro

Editora Arqueiro lançamentos de novembro

2019 já está batendo na porta e a Arqueiro já tem livros marcados para chegarem as livrarias já nas primeiras semanas do ano! Dentre eles, chegam em janeiro o segundo livro da série da Julia Quinn e um novo romance da Abbi Glines. <3

No meu sonho te amei
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Na noite da formatura, Vale McKinley sofre um terrível acidente de carro. Junto com ela está Crawford, seu namorado, que acaba entrando em coma. Eles pretendiam aproveitar o verão fazendo planos para a universidade, com um futuro brilhante cheio de possibilidades. Agora, Vale passa longos dias no hospital, à espera de que Crawford acorde.

Lá, ela encontra por acaso com Slate Allen, colega de faculdade do seu irmão. O garoto aparece regularmente para visitar o tio, que está internado. Quando se esbarram, Vale não consegue negar a atração proibida entre eles. Ela tenta ignorar seus sentimentos, mas não é imune ao charme de Slate. Aos poucos, os dois se aproximam.

Depois de muito relutar em sair do lado de Crawford, Vale cede aos apelos da família e vai para universidade, pensando que o namorado gostaria que ela tocasse a vida. Só que agora a garota está no território de Slate e a história dos dois vai sofrer uma grande reviravolta.

Um marido de faz de conta
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Enquanto você dormia…

Depois de perder o pai e ficar sabendo que o irmão Thomas foi ferido durante uma batalha nas colônias, Cecilia Harcourt tem duas opções igualmente terríveis: se mudar para a casa de uma tia solteira ou se casar com um primo vigarista. Então ela cruza o Atlântico, determinada a cuidar de seu irmão pelo tempo que for necessário. Só que, após uma semana sem conseguir localizá-lo, ela acaba encontrando seu melhor amigo, o lindo oficial Edward Rokesby. Ele está inconsciente, precisando desesperadamente de cuidados, e Cecilia promete salvar a vida desse soldado, mesmo que para permanecer ao lado dele precise contar uma pequena mentira...

Eu disse a todos que era sua esposa

Quando Edward recobra a consciência, não entende nada. A pancada na cabeça o fez esquecer tudo que aconteceu nos últimos três meses, mas ele certamente se lembraria de ter se casado. Apesar de saber que Cecilia Harcourt é irmã de Thomas, eles nunca foram apresentados. Mas, já que todo mundo a trata como esposa dele, deve ser verdade.

Quem dera fosse verdade…

Cecilia coloca o próprio futuro em risco ao se entregar completamente ao homem que ama. Mas quando a verdade vem à tona, Edward talvez também tenha algumas surpresas para a nova Sra. Rokesby.

Em seguida...
Já em fevereiro chegam os livros da Lisa Kleypas, com o quarto volume da série sobre 'Os Ravenels'. Além do romance histórico da Ruta Sepetys e o livro de ficção da M. A. Bennett.

Um estranho irresistível
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Uma mulher que desafia seu tempo

Dr. Garret Gibson, a única médica mulher na Inglaterra, é tão ousada e independente quanto qualquer homem – por que não lidar com os próprios desejos como se fosse um? No entanto, ela nunca ficou tentada a se envolver com alguém, até agora. Ethan Ransom, um ex-detetive da Scotland Yard, é tão galante quanto secreto, e sua lealdade é um verdadeiro mistério. Em uma noite emocionante, eles cedem a uma poderosa atração mútua antes de se tornarem estranhos novamente. Um homem que quebra todas as regras

Ethan tem pouco interesse pela alta sociedade, mas é cativado pela preciosa e bela Garrett. Apesar da promessa de resistir um ao outro depois daquela noite sublime, ela logo será atraída para sua tarefa mais perigosa. Quando a missão dá errado, Garret usa toda a sua habilidade e coragem para se salvar. À medida que enfrentam a ameaça de uma traição do governo, Ethan fica disposto a assumir qualquer risco pelo amor da mulher mais extraordinária que já conheceu.

O sal das lágrimas
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Quatro refugiados, quatro histórias.

Joana, Emilia, Florian, Alfred. Cada um de um país diferente. Cada um caçado e assombrado pela tragédia, pelas mentiras e pela guerra. Enquanto milhares fogem do avanço do exército soviético na costa da Prússia, os caminhos desses quatro jovens se cruzam pouco antes de embarcarem em um navio que promete segurança e liberdade. Mas nem sempre as promessas podem ser cumpridas...

Profundamente comovente, O sal das lágrimas se baseia em um acontecimento real. O navio alemão Wilhelm Gustloff foi afundado pelos russos no início de 1945, tirando a vida de mais de 9 mil refugiados civis, entre eles milhares de crianças. É o pior desastre marítimo da história, com seis vezes mais mortos que o Titanic.

Ruta Sepetys, a premiada autora de A vida em tons de cinza, reconta brilhantemente essa passagem por meio de personagens complexos e inesquecíveis.

A caça
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O ano letivo começou e Greer ­MacDonald está se esforçando ao máximo para se adaptar ao colégio interno onde ela entrou como bolsista. O problema é que a STAGS, além de ser a escola mais antiga e tradicional da Inglaterra, é repleta de alunos ricos e privilegiados – tudo o que Greer não é.

Para sua grande surpresa, um dia Greer recebe um cartão misterioso com apenas três palavras: “caça tiro pesca”. Trata-se de um convite para passar o feriado na propriedade de Henry de Warlencourt, o garoto mais bonito e popular do colégio... e líder dos medievais, o grupo de alunos que dita as regras.

Greer se junta ao clã de Henry e a outros colegas escolhidos para o evento, mas esse conto de fadas não vai terminar da maneira que ela imagina. À medida que os três esportes se tornam mais sombrios e estranhos, Greer se dá conta de que os predadores estão à espreita... e eles querem sangue.

Que a caçada comece!

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Prontos para os lançamentos de 2019?

5 motivos para ler 'Uma Dama Fora dos Padrões'


A resenha desse livro já saiu há algum tempo aqui no blog, mas no clima de final de ano e para quem ainda não garantiu o presente de Natal ou está procurando uma nova série para acompanhar, resolvi criar uma listinha com alguns pontos altos do primeiro livro da série sobre 'Os Rokesby'.

1- A Autora
Julia Quinn é uma das maiores autores de romances de época na atualidade. Seus livros já atingiram a marca de 10 milhões de exemplares vendidos e foram traduzidos para 29 países. Certamente não posso escolher apenas uma autora como a melhor do gênero, mas está entre as melhores!


2- A protagonista
Billie Bridgerton é uma jovem totalmente fora da curva! A maioria dos livros desse gênero já trazem protagonista com mais liberdade e que buscam agir fora da caixinha, mas Billie é a representação da mulher feminista na história. Não existem limites sobre o que é feito por mulheres (da época) e o que é feito por homens. Para ela, qualquer coisa que queira é capaz de fazer, mesmo que o resultado não seja como o esperado, ela não tem medo de arriscar e agir como acha ser o certo.

3- George Rokesby
Ele é o mocinho da história, um completo cavalheiro que muitas vezes faz com que você tenha raiva dele. Mas aí que está, o personagem é o primogênito e foi criado para manter a reputação e fortuna da família. George foi cercado de regalias e impedido de crescer como os seus irmãos. Isso o persegue durante toda a história e apesar de não trazer o mesmo brilho que a Billie ele traz um ar diferente para o que esperamos do mocinho perfeito.

Além disso, com o desenrolar da história, George se torna o único capaz de enxergar quem Billie realmente é. Por mais que ela pareça durona, independente e irresponsável, George percebe a fragilidade que ela tanto quer esconder.


4- Críticas a sociedade
Só o fato de Billie ser a protagonista da história já é uma crítica e tanto aos padrões exigidos pela sociedade da época. Mas durante a história a autora dá algumas alfinetadas no comportamento esperado por todos na sociedade, não apenas das mulheres como dos homens também.

5- O romance
Não é nenhum spoiler, se você vai ler esse livro já deve saber que Billie o George ficam juntos. Isso está na sinopse e é o clichê desse gênero, então nada de novo aqui. Mas a forma como o relacionamento entre os protagonistas vai se desenvolvendo é que conquista o leitor. Billie e George vivem como cão e gato, um alfinetando o outro quando pode. Ainda assim, há respeito entre eles e isso fica evidente conforme a história vai chegando no seu ponto alto.


[Resenha] A Grande Solidão, de Kristin Hannah



A Grande Solidão
Kristin Hannah
Editora Arqueiro
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Sinopse: tormentado desde que voltou da Guerra do Vietnã, Ernt Allbright decide se mudar com a família para um local isolado no Alasca.

Sua esposa, Cora, é capaz de fazer qualquer coisa pelo homem que ama, inclusive segui-lo até o desconhecido. A filha de 13 anos, Leni, também quer acreditar que a nova terra trará um futuro melhor.

Num primeiro momento, o Alasca parece ser a resposta para tudo. Ali, os longos dias ensolarados e a generosidade dos habitantes locais compensam o despreparo dos Allbrights e os recursos cada vez mais escassos.

Porém, o Alasca não transforma as pessoas, ele apenas revela sua essência. E Ernt precisa enfrentar a escuridão de sua alma, ainda mais sombria que o inverno rigoroso. Em sua pequena cabana coberta de neve, com noites que duram 18 horas, Leni e a mãe percebem a terrível verdade: as ameaças do lado de fora são muito menos assustadoras que o perigo dentro de casa.

A grande solidão é um retrato da fragilidade e da resistência humana. Uma bela e tocante história sobre amor e perda, sobre o instinto de sobrevivência e o aspecto selvagem que habita tanto o homem quanto a natureza.

A família Allbright há muito tempo não tem um lugar para chamar de lar. Desde que Ernt Allbright voltou da guerra no Vietnã, depois de ter sido sequestrado e torturado, a família vivia em constante mudança para encontrar um lugar onde Ernt pudesse esquecer os pesadelos que o perseguiam.

Leonora Allbright, com apenas 13 anos, já foi a menina nova na escola mais vezes do que ela gostaria. Nunca ficou tempo o suficiente para criar laços e conseguir um amigo. Quando os pesadelos do pai começavam a se tornar frequentes, o que acontecia sempre que o tempo ficava ruim, e para fugir dos credores, a família arrumava as malas. Leni amava o pai, mas já estava cansada de mudanças e esperava pelo menos conseguir terminar o ano letivo na escola nova.

Leni e a mãe – Cora Allbright – estavam sempre atentas para as mudanças de humor do pai e para não falar o que não deviam e irritá-lo. Cora tratava de fazer com que Leni se lembrasse de quem o pai era antes da guerra. A mãe vivia fingindo que as coisas ficariam bem, que nada do que Ernt fazia era por vontade própria, ele apenas estava perturbado. Os traumas da guerra o perseguiam e ele fazia coisas que não queria. Era assim que as duas viviam desde que Ernt voltará. O pai não conseguia manter um emprego fixo, bebia com frequência e era violento.

Não fazia tanto tempo desde os Allbright haviam se estabelecido na nova casa, quando Ernt recebe uma carta da família de um companheiro de guerra. A carta diz que o último desejo de Bo Harlan foi que Ernt ficasse com a sua propriedade no Alasca, onde poderiam cultivar uma horta, caçar e viver sem muito dinheiro. Isso era tudo o Ernt esperava que a vida lhe desse, por isso, sem se importar com mais nada, Ernt levou a mulher e a filha para a última fronteira. Um lugar completamente isolado.

A vista da nova cidade não era nada comparada com a casa que haviam herdado. Apesar do tamanho do terreno, que permitiria que eles pudessem criar pequenos animais, caçar e plantar sua própria comida, a casa não era mais do que uma cabana. Quando entraram era possível ver a camada de poeira no ar e o estado deplorável dos móveis. Eles precisariam de mais do que uma boa faxina para conseguir deixar a casa habitável e o dinheiro que tinham não seria suficiente. Mas Ernt estava feliz, por enquanto, e para Cora era só o que importava.

Um medo diferente persegue Leni. Diferente dos outros lugares em que já viveram, na península de Kenai a poucos moradores e Kaneq é isolada por montanhas e geleiras, a única forma de chegar é por barco ou avião. O que Leni e mãe fariam se precisassem de ajuda? Ninguém poderia controlar o humor do pai e no Alasca o frio logo chegaria junto com os pesadelos dele.

Pela primeira vez na sua vida, Leni estava se sentindo em casa. A adaptação ao clima e as tarefas na propriedade da família não foi difícil, apenas um pouco assustador o início. Mas o que animava Leni é que agora ela tinha encontrado um amigo. A única escola da cidade, tinha apenas um aluno da sua idade. Matthew era divertido e gostava dela. Com o fim do semestre, Leni logo percebeu que sentia falta dele, mesmo sabendo que Matthew não morava longe. Mas suas obrigações fora da escola eram todas para preparar a casa para o inverno e não tinha como encontrar com ele. Leni só poderia esperar que o frio não acabasse com a felicidade do pai e os levasse embora do Alasca.


Com a chegada do inverno e noites que duram 18 horas, os pesadelos do pai chegaram também. Mas desta vez, Leni viu algo que nunca havia entendido, o que a mãe tinha tratado de esconder dela. Agora Leni sabia que os perigos que enfrentaria em um lugar tão isolado, onde animais selvagens poderiam entrar na sua casa a qualquer hora, não seria maior que o perigo que seria viver com o pai. Ernt poderia ser mais violento do que qualquer ameaça externa. Leni e Cora estavam por conta própria e precisavam tomar cuidado.

A verdade era que o inverno tinha começado. O frio e a escuridão iam durar por muito, muito tempo, e elas estavam sozinhas ali, presas com o pai. Sem um número de emergência e ninguém para ligar e pedir ajuda. Durante todo esse tempo, o pai ensinara a Leni como o mundo exterior era
A verdade era que o maior perigo de todos estava dentro de sua própria casa.


Leni é uma garota madura demais para a idade que tem. Com 13 anos ela precisa lidar com problemas que não deveriam existir. É uma menina inteligente, divertida, insegura com os próprios sentimentos, mas o Alasca a torna uma garota forte. Quanto mais tempo passam no Alasca, mais ela deixava de aceitar o relacionamento abusivo dos pais. Ela se divide entre o amor que sente pelo pai e um novo sentimento que vai criando raízes em seu coração. Apesar do medo que está sempre presente, a raiva que sente das atitudes do pai vai ganhando espaço. Mas ela não pode deixar a mãe, ela sabe que Ernt seria capaz de mata-la.

É assustador ver a forma como o relacionamento de Cora e Ernt vai se tornando cada vez mais possessivo e como Cora se nega a acreditar nisso. Por mais que Leni tente alerta-la, Cora ama Ernt e não é capaz de deixa-lo. Mesmo nos dias em que Ernt é violento, Cora acredita que ele não faz por vontade própria, ou é culpa dos pesadelos ou a culpa é dela por provoca-lo. É um relacionamento doentio que vai ficando cada vez mais perigoso e envolvendo outras pessoas.

Ernt é um homem complicado. Poderia ter sido um bom pai e marido se não fosse os horrores que enfrentou no Vietnã. Ter sido sequestrado e torturado o transformou em um homem instável e incapaz de ser controlado. Bebe e se recusa a procurar ajuda. Como a autora diz no livro, o Alasca não transforma as pessoas, ele revela sua essência. A mudança para um lugar tão isolado colocou os piores sentimentos e pesadelos de Ernt em evidência.

Leni olhou horrorizada para os troncos, imaginado isso: aquele pedaço pequeno de terra murado ao redor, isolado do pouco de civilização que agora fora dali.
Não havia ninguém que posse impedir o pai de construir um muro ou atirar nelas, nenhuma polícia ia protege-las ou apareceria em uma emergência.

A história começa em 1974, quando a família está de mudança para o Alasca e auge da história acontece quatro anos depois, na metade do livro. O que não torna os capítulos que veem antes ou depois desinteressantes, pelo contrário, cada capítulo completa o outro de forma que se tornar essenciais para compreender tudo o que acontece.

A autora aborda desde o amor inocente entre adolescentes a um relacionamento abusivo, violento. Além de mostrar o pior que pode existir no ser humano. É um livro sobre escolhas, onde você precisa escolher entre o amor e a sobrevivência. Nessa história, você vai acompanhar o amadurecimento dos personagens, vai sentir raiva, ódio de alguns personagens, mas vai conseguir sentir o amor entre eles. É uma história sobre perdas e a forma como as pessoas lidam com elas.

Acho que nada mais que eu possa dizer vai explicar o quanto a história me surpreendeu. A autora é maravilhosa e sempre traz histórias que precisam ser lidas, com temas importantes e que muitas vezes temos medo de falar sobre eles. A Grande Solidão é um livro que precisa ser lido para que você possa sentir e entender o poder das nossas escolhas.

Até a página 100: A Grande Solidão, de Kristin Hannah


Leonora Allbright (Leni) tem 13 anos e está em constante mudança. Desde que o pai – Ernt –voltou da guerra no Vietnã ela tem que lidar com as mudanças bruscas de humor e sua vontade de encontrar um novo lugar que faça com que ele esqueça os fantasmas que o persegue. Ernt foi sequestrado durante a guerra e, por muito tempo, Leni e a mãe – Cora – acreditaram que ele estivesse morto. Mas o homem que voltou do Vietnã não era mais o mesmo. Agora elas viviam com medo, mesmo as pequenas coisas poderiam tirá-lo do sério e elas não seriam capazes de controla-lo. Por isso as mudanças constantes. Cora todos os dias lembra a filha que elas o amam muito e precisam entender que ele está sofrendo, mesmo nos piores momentos, elas precisam perdoá-lo. Um dia Ernt voltaria ser o homem antes da guerra e elas voltariam a ser uma família feliz.

O que elas não esperavam é que ganhariam uma casa, de um dos homens que estiveram com Ernt no Vietnã. Um companheiro de guerra deixou a sua propriedade no Alasca para os Allbright. Mesmo pedindo para continuar onde estavam Leni é obrigada a preparar as malas mais uma vez. Ela sabia que a felicidade do pai não duraria para sempre, desta vez não seria diferente. O que seria dela e da mãe se algo desse errado em um lugar tão afastado do mundo quando o Alasca?

Mesmo o livro que o pai havia lhe entregado antes da viagem não a teria preparado para o que viu quando chegaram.

“Aquilo não era uma cidade. Um posto avançado, talvez. O tipo de lugar que uma caravana rumo ao oeste poderia ter encontrado cem anos antes, o tipo de lugar que ninguém permanecia. Será que havia alguém da sua idade ali?”


A vista da cidade não era nada comparada com a casa que haviam herdado. Apesar do tamanho do terreno, que permitiria que eles pudessem criar pequenos animais, caçar e plantar hortaliças, a casa não era mais do que uma cabana. Quando entraram era possível ver a camada de poeira no ar e o estado deplorável dos móveis. Eles precisariam de mais do que uma boa faxina para conseguir deixar a casa habitável.

Mas existe algo mais do que o frio na cidade. Apesar de pequena e de difícil acesso durante o inverno, os morados tratam de ajudar uns aos outros. Ninguém sobrevive ao Alasca sem ajuda e logo os Allbright recebem os vizinhos para começarem os preparativos para o inverno.

“Uma mulher tem que ser dura como o aço por aqui, Cora. Não pode contar com ninguém para salvar você e seus filhos. Vocês precisam estar dispostas a salvar a si mesmas. E têm que aprender rápido. No Alasca só se pode cometer um erro. Um. O segundo vai matar você.”



Mesmo até a página 100, muita coisa acontece na história. É difícil imaginar, porque vejo livros menores que arrastam a narrativa para durarem mais, mas neste livro, por mais que a autora já tenha entregado tantas informações para o leitor, é apenas o suficiente para que ele enfrente o que ainda está por vir.

“Vocês estão na natureza selvagem. Isto aqui não é nenhuma fábula ou contos de fadas. É real. É duro. O inverno vai chegar em breve e, podem acreditar, não é como nenhum inverno que vocês já tenham experimentado. Ele destrói os mais fracos, e rápido. Vocês precisam saber sobreviver. Precisam aprender a atirar e a matar para se alimentarem e se manterem em segurança. Aqui, vocês não estão no topo da cadeia alimentar.”

A descrição da autora sobre o Alasca é o que me surpreendeu na história até aqui. Os personagens falam tanto sobre o inverno que está chegando que a curiosidade do leitor vai aumentando conforme a história vai se desenrolando. Algo muito ruim deve acontecer para que seja tão aguardado e todos passem o restante do ano pensando nele e em como irão sobreviver.





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Logo, logo a resenha estará aqui no blog!

[Resenha] Vox, de Christina Dalcher

Livro Vox


Vox
Christina Dalcher
Editora Arqueiro
Onde comprar: Amazon

Sinopse: O governo decreta que as mulheres só podem falar 100 palavras por dia. A Dra. Jean McClellan está em negação. Ela não acredita que isso esteja acontecendo de verdade.

Esse é só o começo...

Em pouco tempo, as mulheres também são impedidas de trabalhar e os professores não ensinam mais as meninas a ler e escrever. Antes, cada pessoa falava em média 16 mil palavras por dia, mas agora as mulheres só têm 100 palavras para se fazer ouvir.

...mas não é o fim.

Lutando por si mesma, sua filha e todas as mulheres silenciadas, Jean vai reivindicar sua voz.

Livro Vox

Sobre a história
Quando começamos a leitura nos deparamos com Jean McClellan, uma famosa cientista, doutora em neurolinguística, estava pronta para concluir a pesquisa que mudaria a vida de pacientes que sofreram grandes danos na fala, quando um novo presidente assume o Estados Unidos. Junto com o presidente um novo grupo fundamentalista cristão passou a reorganizar a sociedade, retirar os direitos das mulheres e banir homossexuais. Os homens assumiram todos os cargos ocupados por mulheres, enquanto elas só poderiam cuidar da casa e da família. O direito de ler, escrever e falar foram tirados de todas. Agora elas teriam que usar um contador, uma espece de pulseira que faz a contagem de todas as palavras que elas dizem por dia. O aparelho está programado para permitir apenas 100 palavras, qualquer uma que seja dita depois disso irá causar um choque suficientemente grande para que o medo seja instaurado. Nem mesmo crianças foram poupadas. As meninas foram enviadas para escolas diferentes onde aprenderiam contas simples para usarem no dia a dia, além de cuidados domésticos e, o principal, a ficarem em silêncio.

– É uma escolha, mãe – disse Steven. – Se você pode escolher uma sexualidade, pode facilmente escolher outra. É só isso que eles estão tentando fazer.

Há cerca de uma no Jean vem tentando encontrar um meio de sobreviver a essa nova realidade. Uma mulher que sempre foi independente e reconhecida por seus trabalhos, tinha a única responsabilidade de zelar pela sua casa e família. Com três filhos homens e uma menina, o medo a persegue todos os dias. Sonia, a sua filha mais nova, com cinco anos, está cada vez mais quieta. O mais velho, Steven, aos poucos está sendo manipulado pelo novo sistema e aceitando as leis que foram impostas. Enquanto seu marido, Patrick, na maioria das vezes, tenta amenizar os danos e brigas na família. Mas o que ele poderia fazer para trazer sua voz de volta? Mais do que nunca os discursos da sua melhor amiga da faculdade – Jackie – passam a fazer sentido. O que na época ela considerava um absurdo e impossível, se provou fácil de acontecer depois que o plano do novo governo foi executado. Jackie sempre acusou Jean de não lutar, de não participar dos movimentos feministas e da política. Para Jackie, Jean vivia numa bolha e só agora ela entendeu que Jackie estava certa.

Não posso odiar Steven porque ele acredita numa coisa tão errada, ainda que eu odeie aquilo que ele acredita.

Livro Vox

Patrick é médico e trabalha no alto escalão no governo, com contato direto com o presidente. Quando o irmão do presidente sofre um grave acidente e perde a fala, a última coisa que Jean seria capaz de imaginar é que Patrick apareceria na sala de casa junto com o reverendo Carl, o conselheiro do presidente. Logo que começaram a explicar o dano no cérebro do irmão do presidente, Jean entende o motivo de estarem ali. Ela era uma das maiores especialistas em neurolinguística no país e a pesquisa que ela estava a ponto de concluir é a solução para o problema deles.

Tudo o que Jean queria é voltar ao trabalho, mesmo a oferta de tirarem o contador e o salário que irá receber é tentador, mas ela sabe que ao entregar o que eles querem tudo voltará a ser o que era. As 100 palavras estariam de volta e nada mudaria isso. Além do mais, por que ela deveria salvar um cara que é um dos responsáveis por tudo o que está acontecendo? Mas ela aceita. Jean vê nesse trabalho a oportunidade de salvar a filha e a si mesma.

De volta ao laboratório, Jean vai encontrar com Lin e Lorenzo, os amigos que estavam ao seu lado durante a pesquisa. Segredos logo virão a tona e os três precisam entender o que estarão dispostos a fazer para salvar suas vidas e resistir a um governo opressor. Tanto Jean quanto Lin e Lorenzo carregam segredos que poderiam prejudica-los e esconde-los está cada vez mais difícil.

Minha culpa começou há duas décadas, na primeira vez em que não votei, nas vezes incontáveis em que disse a Jackie que estava ocupada demais para ir a uma das suas passeatas, fazer cartazes ou ligar para meus congressistas.


Livro Vox

O que eu achei?
Vox é um livro que traz para o leitor a política, a necessidade de todos participarem e lutarem por seus direitos, mas acima de tudo, traz a luta pelos direitos das mulheres. Assim como em “O Conto da Aia”, a história parte do ponto em que um novo governo autoritário assume o poder e tenta obrigar a população a seguir as novas leis, através de discursos certeiros e com um plano bem construído. Vox mostra ao leitor que discursos conservadores ainda representam a opinião de muitos e, quando feito por alguém capaz de convencer e usar os argumentos certos, pode mostrar que decisões cruéis são necessárias (o famoso: os fins justificam os meios).

Uma coisa eu aprendi com Jackie: você não pode protestar contra o que não vê se aproximar.

A história é muito bem construída e aproxima o leitor a cada capítulo. Os personagens também são o ponto alto do livro. Acompanhar a história pelo ponto de vista da Jean mostra o lado visto como fraco pelo novo governo. É fácil encontrar na Jean traços de mulheres reais, mesmo numa história que poderia mostrar uma mulher com a vida ideal (com o emprego perfeito e uma família perfeita) sendo injustiçada por um governo autoritário. Os demais personagens também não ficam atrás.

Livro Vox

O único ponto que eu acredito que poderia ter sido mais bem aproveitado foi o final. Não que tenha sido ruim ou mal construído, pelo contrário... só acho que poderia ter sido mais devagar. Mesmo assim, não é algo que atrapalhe a leitura ou que desaponte o leitor.

A autora não diz o tempo que a história ocorre, mas algumas descrições políticas facilmente nos leva a comparar com os dias atuais (sem spoilers, não vou citar quais descrições são). Queria falar sobre vários outros momentos em que a história me surpreendeu, mas a ação ocorre toda no meio do livro, então não há muito que contar sem soltar algum spoiler. O que eu ainda posso dizer é que esse livro traz uma história que precisa ser lida e entendida. É uma leitura que toca na ferida e nos faz lembrar que ela está ali. Acima de tudo, uma história sobre várias formas de resistir e não se deixar ser silenciado.

Livro Vox

Muitíssimo obrigada a editora Arqueiro por trazer esse livro na hora em que mais precisamos entender que não existe nada que não possa ser tomado de nós.

Livros da Editora Arqueiro na Black Friday

Livros na black friday

Mais uma Black Friday e muitos livros já estão em promoção desde o começo da semana. Para quem está com aquela lista de livros desejados enorme, chegou a hora de comprar. A Amazon está com até 80% de descontos (você pode conferir todas as promoções aqui) e eu separei uma listinha com os livros publicados pela Editora Arqueiro neste ano para você aproveitar! Basta clicar em cima da imagem para abrir o site. :)


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