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[Resenha] Nada fica no passado, de Jennifer Hillier


Sinopse: Esta é a história de três amigos: uma que foi assassinada, uma que foi para a prisão e aquele que está procurando a verdade por 14 anos…

Por quanto tempo você consegue guardar um terrível segredo?

A garota mais popular da escola, Angela Wong, tinha apenas dezesseis anos quando desapareceu sem deixar vestígios. Até então, ninguém suspeitou que sua melhor amiga, Georgina, agora vice-presidente de uma grande empresa farmacêutica, estivesse envolvida em seu desaparecimento, exceto, Kaiser Brody, que se tornou detetive do Departamento de Polícia de Seattle e era colega das duas no ensino médio.

Catorze anos depois, os restos mortais de Angela são finalmente encontrados e a verdade vem à tona: Angela foi vítima de Calvin James, primeiro amor obsessivo de Georgina. Calvin, o serial killer, havia assassinado pelo menos outras três mulheres.

Durante todos esses anos, Geo sabia o que tinha acontecido com sua melhor amiga, mas guardou o segredo. Após Geo ir para a prisão, todos acharam que o caso foi solucionado. Mas o que aconteceu naquela noite é mais complexo e arrepiante do que qualquer um realmente sabe.

Então, o passado alcança o presente de forma mortal, quando novos corpos começam a aparecer, mortos exatamente da mesma maneira que Angela Wong.

Qual o limite de alguém disposto a enterrar seus segredos? Como uma grave mentira pode transformar uma vida? E quais são as consequências disso?





Nada fica no passado” começa com a descoberta dos restos mortais de Angela Wong, uma adolescente que estava desaparecida há 14 anos. Acusada de ter participado no assassinato está Georgina Geo –, a melhor amiga de Angela e namorada de Calvin, o serial killer acusado de matar Angela e outras mulheres. Durante os 14 anos, Georgina esperou pelo dia em que a polícia bateria em sua porta depois de descobrir o que ela havia feito. A conta chega para todos, agora era a sua vez de contar a verdade e pagar pelo seu maior erro.

Ironia do destino ou não, o detetive responsável pela investigação e pela prisão de Geo, também foi o seu melhor amigo na escola: Kaiser Brody. Angela, Geo e Kaiser estavam sempre juntos e compartilhavam tudo, até que uma escolha errada e o medo de Geo em contar o que aconteceu na noite em Angela foi assassinada mudou tudo.

A história passeia pelo desfecho do julgamento de Calvin e Georgina, seguindo pelo período em que ela ficará presa. Durante os capítulos em que sua experiência na prisão é narrada, Geo se vê entendendo  a dinâmica da vida entre mulheres acusadas de todos os tipos de crime. Logo ela aprende que é preciso demonstrar força e nunca abaixar a cabeça, ou ela nunca sairá viva daquele lugar. Nesse período, a história traz o ponto de vista de Geo, na prisão e suas reflexões sobre as escolhas que fez na vida, e Kaiser em busca de respostas.

Próximo do fim da sentença de Geo, novos assassinatos são descobertos. Duas mulheres foram assassinadas de modo semelhante ao modus operandi utilizado por Calvin. Todas em uma espécie de recado. Kaiser só consegue imaginar que alguém está tentando chamar a atenção de Geo e, se isso for verdade, ela correria perigo.



Em uma narrativa com pouco mais de 280 páginas, somos levados por uma história cheia de segredos, inveja e violência. Desde já fica o aviso que essa história possui gatilhos para estupro e relacionamento abusivo.

Georgina é uma jovem, no mínimo, problemática. Não consigo descrevê-la de outra forma. Desde a morte de sua amiga até os dias atuais, Geo não fez uma escolha certa. E ela está ciente disso. Em vários momentos eu fiquei com uma raiva imensa por ela não enxergar o que estava na frente dela. Ela preferia esconder e conviver com suas escolhas erradas do que optar pela mudança. Uma parte das escolhas que ela fez retrata uma parcela significativa das mulheres que sofrem com relacionamentos tóxicos e violentos, e, ler sobre isso, me incomodou bastante.

Kaiser é um rapaz que não tem destaque. Acho que ele poderia ter sido melhor aproveitado na história, mas tudo rodou em torno da Georgina e de Calvin. Tive a impressão dele ter ficado sempre à sombra dos dois. Ao passo que pouco vemos sobre Calvin, a não ser nos momentos em que a história retorna para o tempo antes do assassinato de Angela, até a noite em que tudo aconteceu. Ainda assim, foi suficiente para pegar um ranço imenso do personagem. Mas não entenda isso como algo ruim. Entendo que a ideia da autora foi justamente essa. Calvin é um homem ciumento, machista e violento. Seria impossível não sentir raiva dele.



No geral, eu gostei bastante da história! Fui surpreendida diversas vezes e a reviravolta no final foi um choque. Não que eu não desconfiasse do que estava por trás dos assassinatos, mas além de jogar essa bomba no colo do leitor, a autora nos surpreende com um confronto inesperado. Eu teria dado 5 estrelas para esse livro, fácil, se não fosse por um detalhe que me incomodou: a rapidez com que a história acabou. Acho que ficaram algumas pontas soltas que mereciam atenção para que a história tivesse um ciclo completo.

Mas acho que esse é um mal que está ganhando espaço ultimamente, porque quase todos os livros do gênero que eu li, recentemente, acabaram com a mesma rapidez. O autor tem tanto trabalho e dedicação para prender a nossa atenção durante a narrativa, e quando chega na hora de encerrar a história, em cinco páginas termina tudo.

Bom, é isso! Com exceção ao final, a história é incrível! Os capítulos vão acontecendo de modo que você mal percebe as páginas passando e quando se dá conta, já está nos capítulos finais. Acho que tem muito da nossa realidade nessa história. Com assuntos difíceis e delicados para serem abordados, mas a autora sobre apresentá-los sem romantizar nenhum detalhe. O que tornou a história dura em vários momentos. Mas enfim. Leitura mais que recomendada!

[Resenha] Orgulho e Preconceito, de Jane Austen

Sinopse: Considerado um dos mais importantes romances de todos os tempos, Orgulho e Preconceito acompanha a turbulenta relação entre Elizabeth Bennet e Fitzwilliam Darcy, a qual, nascendo de uma antipatia mútua, acaba resultando em uma inesperada história de amor. Com sarcasmo mordaz e inteligência profunda, por entre peripécias, desencontros e tramas paralelas quase tão interessantes quanto a trama principal, a obra retrata o amor como produto do desenvolvimento do caráter desses personagens complexos que, para tornarem-se aptos a amar e serem amados, precisam antes vencer o orgulho e o preconceito de que padecem.


Trata-se de uma obra que abarca, inverte e transcende todos os clichês. Longe de brotar de uma sensação prazerosa imediata e da certeza de ter encontrado “a alma gêmea”, o amor entre os protagonistas é resultado de um lento crescimento moral provocado por uma aversão recíproca; antes de proceder de um esforço para conquistar o outro, o carinho advém da admiração moral entre duas pessoas. O amor do outro é um prêmio pela vitória sobre si mesmo.

Sob a forma de uma história divertida e perspicaz, o romance faz uma das reflexões mais profundas da história sobre a natureza do amor. O leitor farto da superficialidade com que se fala do tema no nosso tempo descobrirá que este livro é de uma atualidade urgente. Pois como todo clássico, Orgulho e Preconceito não é do nosso tempo, mas de todos os tempos.
Esta é uma edição especial, em duas cores, e inclui tipografias especiais e litografias.


Orgulho e Preconceito” é um livro que não precisa de apresentações. Você pode não ter lido, pode não conhecer as demais obras da autora, igualmente bem construídas, mas com toda certeza, em algum momento da vida, você já se deparou com o romance, que ouso dizer, é mais famoso da história.

Em 2023, completa 210 anos de sua primeira publicação e a Faro Editorial nos presenteou com uma edição de aquecer o coração! O livro é repleto de detalhes que somente a Faro sabe fazer. Não é por ser parceira deles há tanto tempo que digo isso, mas sempre vejo as edições da Faro feitas com muito carinho. Ainda aquelas que não aparentam terem tantos detalhes como essa edição de “Orgulho e Preconceito”, todas são feitas para proporcionar ao leitor uma experiência incrível.

Nessa edição, a diagramação está impecável. A introdução muito bem-feita e a capa, uma obra de arte a parte. Uma edição para colecionar!

Mas vamos a minha opinião sobre a história.




Esse livro traz críticas a sociedade do século XVIII, apresentando mulheres fortes e a frente de seu tempo. É impossível não comparar a nossa protagonista com suas irmãs.


“Nenhuma delas tem muito o que se lhes recomende – respondeu Mr. Bennet -; são tolas e ignorantes como as outras moças. Mas Lizzy é realmente um pouco mais viva do que as irmãs.”


Elizabeth Bennet – ou apenas Lizzy – é o tipo de mulher que não se espera ver na época em que a história acontece. Ela expressa suas opiniões de forma decida e sem medo do julgamento. Também não pensa no casamento com a mesma importância que suas irmãs e como a sociedade espera. Seu objetivo é apenas aceitar tal compromisso se estiver perdidamente apaixonada por seu pretendente. O que por si só, já é uma contradição para época. O objetivo de uma mulher, naquela época, deveria ser o de encontrar um bom casamento e não o amor. Já Lizzy não tem medo de rejeitar um pedido de casamento indesejado em prol de suas convicções. E são essas mesmas opiniões e convicções que encobrem seu orgulho, o que a torna inflexível em vários momentos. E desta forma acabamos enxergando a protagonista como alguém que sempre acredita que está certa.

Na mesma proporção, encontramos o Mr. Darcy com o seu preconceito. Ele tem opiniões fortes e é visto como um homem grosseiro, amargo e intransigente. Com o desenrolar da história a autora foi aprofundando mais em sua personalidade e podemos enxergar mais do que a aparência de ser alguém desagradável. Apesar de a história ser toda a partir do ponto de vista da Lizzy, podemos ler nas entrelinhas muito sobre suas opiniões e sentimentos.


“Tenho sido egoísta por toda a vida, na prática, embora não por princípio. Quando menino, ensinaram-me o que era certo, mas não a corrigir o meu temperamento. Deram-me bons princípios, mas deixaram que os seguisse no orgulho e na presunção. Sendo infelizmente o único filho varão (durante muito tempo o único filho), fui mimado pelos pais, que, embora fossem bons (meu pai em especial era a benevolência e a gentileza em pessoa), permitiram, encorajaram, quase me ensinaram a ser egoísta e altivo; a não me preocupar com ninguém além do círculo familiar; a pensar mal de todo o resto da humanidade; a pelo menos querer pensar mal da inteligência e do valor dos outros, quando comparados com os meus. Assim fui eu, dos oito aos vinte e oito anos; e assim continuaria a ser, se não fosse você, minha mais do que querida, mais do que amada Elizabeth! O que não devo a você! Você me deu uma lição, dura, é verdade, no começo, mas muito útil.” (Mr. Darcy)




Tanto a Lizzy como o Mr. Darcy foram amadurecendo com o passar da história. Ambos passaram a reconhecer seus defeitos e agir de forma a corrigir ações que magoaram pessoas queridas. Ao mesmo tempo não perdem a essência de quem eles realmente são.

O que mais me toca nesse livro é o fato de como tudo é tão próximo da nossa realidade. O amor entre Elizabeth e Darcy foi crescendo aos poucos e amadurecendo. As coisas não acontecem do dia para noite, como a maioria dos clichês de hoje em dia. Não estou dizendo que histórias de amores rápidos são ruins, mas algumas desenrolam de tal forma que não conseguimos nos conectar a elas. É como se o romance tivesse apenas sido jogado ali para preencher as páginas e não há nenhum sinal de ligação real entre os personagens. Com “Orgulho e Preconceito” podemos imaginar que aconteceu com alguém próximo, é fácil enxergar acontecendo de verdade. Acredito que seja por esse motivo que até hoje essa história continua recebendo diversas adaptações para os cinemas, novelas, streamings e mesmo outros livros.

Não há muito o que posso dizer sem enaltecer o belo trabalho da autora nesse livro. Amo demais as histórias escritas pela Jane Austen, mas “Orgulho e Preconceito” tem um espaço especial no meu coração. Esse é um dos meus romances favoritos da vida e o único que livro que já reli. Não costumo voltar em histórias que já conheço, apenas por uma preferência minha. Mas com esse livro, sempre que posso ou quando bate a saudade, eu releio ou então assisto a adaptações da história. A minha favorita, é um filme de 2005 com a Kiera Knightley e Matthew Macfadyen. Na minha opinião, é a melhor que já fizeram! Então fica como recomendação para vocês, inclusive ela está disponível na Netflix.

É isso! Hoje foi mais uma bate-papo do que uma resenha. Espero que tenham gostado e aproveitem para me contar nos comentários se já leram e o que acharam da história. ♥



[Resenha] Antes de Partir, de Charlie Donlea

Antes de Partir, Charlie Donlea Sinopse:
As pessoas que amamos ficam conosco para sempre… às vezes de maneiras surpreendentes.

Um ano depois do avião em que o marido viajava desaparecer no oceano Pacífico, Abby Gamble ainda tenta superar a dor da perda. O relacionamento entre ela e Ben era incondicional, profundo, e se fortaleceu ainda mais ao terem de lidar com uma tragédia anos atrás. Abby sabia que Ben iria querer que ela seguisse em frente. Seu primeiro passo foi entrar de cabeça no trabalho, dedicando-se a sua empresa de cosméticos… até que ela conhece Joel, um médico cujo passado é tão repleto de cicatrizes quanto o dela.

Joel nunca se perdoou por uma decisão que tomou ainda na infância, que resultou numa fatalidade. Esse evento o fez direcionar todas as suas escolhas de futuro para se redimir do passado. Quando conhece Abby, ele decide se dar uma nova chance, mas Abby ainda resiste à ideia de deixar a história com Ben para trás.

No entanto, desde que o avião caiu, Ben busca uma maneira de voltar para Abby. De alguma forma, ele precisa reencontrar a esposa novamente.


Eu me surpreendo com a facilidade com que o Charlie Donlea consegue criar uma trama que sempre prende a atenção e nos força a continuar lendo e lendo por horas a fio. O autor preenche as suas histórias com um enredo repleto de suspense, teorias sem fim, além de personagens fortes e carismáticos ao ponto de nos pegarmos torcendo por eles até a última página. Conhecido pela habilidade de escrever bons thrillers, o autor provou que pode navegar por outro estilo com a mesma facilidade. "Antes de Partir" é uma prova disso.

O primeiro romance do autor vem carregado de emoções diferentes que tornam a história especial. Para começar, a dor da perda, o sentimento que todos nós enfrentaremos em algum momento da vida. Seja a dor do luto ou a dor de reconhecer que amar também significa dar ao outro a oportunidade de ser feliz. Esse é o foco principal da história. O autor trouxe de forma intensa o retrato do que é perder alguém que amamos e ter que entender que a vida precisa seguir em frente, no tempo de cada um.




E é em meio a dor do luto que conheceremos Abby Gamble. Ela acaba de perder o marido – Ben Gamble – em um acidente de avião, o homem que amou nos últimos 15 anos. Abby é uma mulher forte que criou o próprio negócio enquanto estava na faculdade e conseguiu construiu uma marca reconhecida e bem-sucedida.

Uma década atrás, Abby e Ben tiveram que lidar com a perda que quase acabou com o casamento deles. Não pela falta de amor e compromisso, mas por não saberem como enfrentar e falar sobre a dor. Aos poucos, descobriram o caminho de volta. Juntos. Agora, Abby enfrenta outra perda e precisa seguir em frente sem a pessoa que foi o seu alicerce por muito tempo, e essa será a tarefa mais difícil que ela terá de superar na vida.

Abby sabe que Ben iria querer que ela não ficasse sozinha, que estivesse com a família e que não se fechasse para o amor outra vez. O amor deles era incondicional e para sempre, assim como a ligação que construíram desde a primeira vez que se viram. Com o apoio da irmã e melhor amiga – Maggie –, Abby vai conquistando pequenas vitórias. Quando ela conhece o médico Joel Keaton, na academia, um turbilhão de sentimentos a consomem, como se ela estivesse esquecendo e apagando Ben da sua vida.

Ao mesmo tempo, conheceremos mais sobre a vida de Joel. O médico é conhecido no trabalho e pela família como uma pessoa dedicada apenas ao trabalho, sem tempo para vida pessoal. Com o decorrer da narrativa entendemos o que tornou Joel uma pessoa que se isola do mundo e que nega a si a chance de ter uma vida diferente. Ainda jovem, Joel precisou lidar com uma terrível perda e com a culpa por não ter feito tudo o que podia. Através da história de Joel, somos levados a entender que viver olhando constante para o passado e nos responsabilizando por todos os “e se…” que acompanham as consequências dos nossos atos, nos impede de dar o primeiro passo para seguirmos em frente.

Também somos apresentados ao ponto de vista de Ben e a escolha que ele terá de fazer pela felicidade da sua esposa. É através dele que somos surpreendidos com o decorrer da história. Particularmente, eu torci demais por ele. Os capítulos dele são repletos de mensagens que me emocionaram, triste e cheia de esperança. A reviravolta na história dele me pegou desprevenida. De verdade, foi só no finalzinho do livro que eu comecei a entender o que estava acontecendo. Quando comecei a assimilar o desenrolar da história, bateu uma tristeza tão grande.

Como um todo, não há nada que eu posso criticar nesse livro. Esse livro acabou se tornando o meu favorito do autor. A experiência dele com thrillers deu um toque especial para essa história. Entendo que são estilos diferentes, mas a bagagem do autor em saber como criar um bom mistério e esconder detalhes que solucionam a história, foi o que fez a diferença para que eu me surpreendesse com cada reviravolta que surgiu durante a leitura. Charlie Donlea com toda certeza pode escrever o que ele quiser que será sempre um sucesso incontestável. Acabei o livro com uma sensação de ter tirado um peso dos ombros, principalmente após ler a nota do autor no finalzinho. Confesso que sou do grupo que não lê os agradecimentos e mensagens do autor no final e eu nem sei explicar o motivo. Mas desta vez, eu li e foi um choque, me tocou profundamente por ser algo do qual eu entendo. Então, lembre-se disso quando for ler Antes de Partir, não pule a nota do autor no fim. A mensagem ali é importante e nos faz pensar em muitas coisas.

Acho que isso é tudo o que consigo falar sobre esse livro. Ainda quero falar mais sobre ele, então você verá alguns posts por aí.






[Resenha] É Assim que Acaba, de Colleen Hoover


Oi! Como você está?

Levei algum tempo, depois de concluir a leitura, para conseguir escrever sobre este livro. Sinto que ainda não consigo colocar em palavras a experiência que tive com a leitura, mas está na hora de falar sobre “É Assim que Acaba”.

Nome: É Assim que Acaba
Autor: Colleen Hoover
Editora: Galera Record
Ano de Publicação: 2017
Faixa etária: +18
Classificação: ⭐⭐⭐⭐ 4/5



Nesta história, conheceremos Lily, uma mulher que cresceu em um ambiente familiar conturbado, mas que se manteve firme e saiu de casa para realizar os seus sonhos assim que pôde. Após sair do Maine para morar em Boston, Lily se formou na faculdade e decidiu se arriscar abrindo a própria loja. No meio do caminho, ela conheceu Ryle, um neurocirurgião lindo, ambicioso, teimoso, possessivo e que sente atração por ela. Se não fosse o fato de que ele é avesso a relacionamentos, seria o cara perfeito para Lily. Além disso, Lily tem no seu passado um amor que é difícil de esquecer: Atlas Corrigan, o seu primeiro amor, o qual ela não teve escolha a não ser deixar ir embora. Mesmo depois de tantos anos, Atlas era uma lembrança presente na sua vida.

Lily decide ceder a forte atração que sente por Ryle e começa a construir uma nova história com o jovem médico. E tudo caminhava bem até que um fantasma do passado reaparece na sua vida: Atlas estava em Boston. Tantos anos depois, o sentimento que ela achava ter superado poderia colocar em risco seu novo relacionamento. O que ela faria?


Para uma primeira experiência com a Colleen Hoover, posso dizer que foi difícil concluir essa leitura. A autora construiu uma história em cima de um tema problemático e difícil de abordar: violência doméstica. De forma alternada, somos levados ao ponto de vista da Lily na fase adulta e sua adolescência, por meio de seus diários. Lily é uma jovem justa, forte, corajosa e sozinha. Quando era mais nova, era forçada a ver o pai agredindo a mãe constantemente, enquanto desejava pelo dia em que sua mãe teria coragem de largá-lo. O que nunca aconteceu e ela julgava a mãe por isso. Na primeira oportunidade que teve, Lily foi para longe de casa.

Através dos pontos de vista alternados, descobrimos o que motivou suas decisões e como as suas experiências moldaram sua personalidade, desde as agressões do pai até o seu amor por Atlas.

Também é interessante ver o relacionamento de Lily e Ryle criando raízes, sendo honestos com seus sentimentos e buscando ajustar suas vidas a essa nova realidade. Mesmo Ryle, como sua dificuldade em se relacionar, foi aceitando a presença de Lily em sua vida facilmente.



Na segunda parte da história, tudo parecia ter se encaixado: Lily estava feliz, com sua própria família, até que as coisas começaram a mudar. Ela enxergava em sua vida coisas que sempre rejeitou em sua mãe. Ela arranjava desculpas para as ações de Ryle ou mesmo culpava a si mesma por ter feito algo que o irritou, que o provocou a agir de determinado modo. Era um ciclo vicioso.

É desesperador pensar que essa história reflete a realidade de muita gente. Acho que a parte mais difícil de falar sobre esse livro é justamente isso, saber que há pessoas que estão presas em relacionamentos destrutivos, pessoas que acreditam que as coisas mudarão, que, talvez, seja uma fase e tudo irá se acalmar. Além disso, existe o ponto em que não sabemos como reagiríamos se a situação fosse com a gente. Claro, hoje, posso facilmente dizer que eu não aceitaria viver em uma relação assim, que nunca aconteceria comigo. Mas Lily também dizia as mesmas coisas quando olhava para a mãe. Entende? Você nunca terá 100% de certeza de como reagiria em determinada situação. Ou seja, a moral dessa história é: tenha empatia e não julgue alguém que esteja passando por algo assim. Ajude, esteja presente e demonstre o seu apoio.

Quanto ao desfecho, acredito que a autora foi certeira no final que deu para a Lily e Ryle. Eles mereciam um ponto final que respeitasse a relação deles. Fico feliz que ela não tenha esquecido do Atlas também, porque ele é o meu personagem favorito dessa história. Desde o começo, tive a impressão de que ele era importante. Durante a história ele provou ser exatamente o que eu esperava, o que me deixou muito feliz. Ele foi um porto seguro em meio a agitação de cada capítulo.

No geral, é isso que eu tenho para falar sobre “É Assim que Acaba”. Com certeza, não disse nem a metade do que está na minha cabeça, mas é difícil organizar as ideias quando uma história te perturba tanto.

Se você já leu, deixa nos comentários o que você achou dos personagens. Me diga que eu não fui a única a acabar apaixonada pelo Atlas.

Agora se você ainda não leu, por favor, fique atento a faixa etária desse livro! Essa é uma história pesada, como eu já disse aí em cima, e existe uma classificação por um motivo. Respeite o seu tempo.

É isso! Até o próximo post!





Resenha | Para Sempre, de F.T. Lukens


O Perverso está morto.

Arek, Matt, Sionna, Bethany, Lila e Rion foram escolhidos, através de uma profecia, para colocar um fim no reinado do mago que usurpou o trono e espalhou o medo por décadas. Eles formavam um grupo jovem, mas tinham conseguido. De acordo com a profecia, Arek precisava reunir o grupo que o ajudaria a vencer a batalha e, enfim, matar o mago. Foram meses difíceis, fugindo e quase sendo mortos pelos seguidores do Perverso. Agora que tudo tinha acabado, eles perceberam que faltava uma parte no plano: quem assumiria o trono?

Contrariado, Arek aceita assumir o título, temporariamente, até encontrarem a princesa herdeira do trono. Seu plano para após a morte do Perverso incluía apenas declarar o que sentia para Matt, seu melhor amigo. Sem querer perder mais tempo, o grupo vai em busca da princesa. No entanto, ao encontrarem o local onde ela foi mantida presa, descobrem que ela já estava morta há muito tempo.




Era tarde demais. Para a princesa e para Arek. Ele assumira o trono sem imaginar que precisaria passar mais do que algumas horas como rei e, agora, ele não tinha escolha. Ele havia colocado a coroa e estava ligado ao trono até a sua morte. Como se não fosse pouco, Arek descobre que existe uma lei mágica que o obrigava a unir sua alma com outra pessoa antes de completar dezoito anos, ou ele morreria. Seria o reinado mais curto que já existiu. Faltavam poucos meses para o seu aniversário de dezoito anos, como ele poderia encontrar alguém que aceitaria passar a eternidade preso a ele? Seu plano de contar a verdade a Matt, de repente, já não fazia sentido. Se ele contasse a Matt o que sentia, o amigo se sentiria obrigado a ficar com Arek para que ele não morresse. Arek não faria isso, mesmo que custasse a sua vida. Se ao menos Matt sentisse o mesmo por ele, seria mais fácil.

Agora, tudo o que restava para Arek era encontrar um parceiro. Quem sabe o destino tenha alguma surpresa para ele.






Para Sempre” é um romance divertido, leve e que traz um quentinho para o coração. Há muita amizade e cumplicidade em cada capítulo desse livro. Eles formam um grupo distinto, sendo que cada um possui uma personalidade completamente diferente do outro.

Arek é um jovem divertido, corajoso e está sempre pensando no que é melhor para os outros. Ele liderou o grupo até a conclusão da profecia. Matt era o mago e foi obrigado a esconder quem era por muito tempo. Quando mais novo, foi expulso de sua aldeia quando os boatos de sua magia começaram assustar as pessoas. Pouco depois sua mãe morreu e ele ficou sozinho, contando apenas com a ajuda de Arek, seu melhor amigo. Bethany é o bardo, ela podia manipular as pessoas com magia, o que causava medo. Lila era uma ladra antes de se unir ao grupo. Ela é rápida e sorrateira. Rion é a definição de cavaleiro. Por fim, Sionna é uma guerreira. Ela defendeu seus amigos até o fim.

Juntos, eles se completavam.

Arek e Matt são fofos. Apesar da proximidade, existe um problema sério de comunicação entre eles. Arek está sempre tentando proteger o amigo e não fala abertamente. Enquanto Matt está sempre tentando se proteger e não perder a amizade do Arek, o que o leva a esconder o que sente. Esse é o tipo de história em que uma conversa rápida eliminaria 80% do livro. Mas eles são jovens e ainda estão aprendendo a lidar com o que sentem.

Eu adorei essa história. Assim como “Em águas profundas” há muita representatividade e personagens fortes. É o tipo de leitura que você termina feliz por saber que deu tudo certo no fim.

Resenha | Galo de Briga, de Mitch Breitweiser e Mark Pellegrini (HQ)


"Galo de Briga" é o primeiro quadrinho publicado pela Faro Editorial e abre com o pé direito as publicações do selo Poseidon.


Ao longo das décadas, o manto do Galo de Briga foi passado de geração em geração até chegar as mãos de Frank Cooper, que contra as probabilidades, tornou-se o atual responsável por manter vivo o legado do herói.

No auge de sua carreira, Frank Cooper, junto de seu companheiro Brutamontes, foi responsável pela prisão de nomes importantes do crime e ovacionado por fãs obcecados pelo herói. Também foi o líder da Ordem do Alvorecer, um grupo de heróis que lutava contra o crime. Uma vez em evidência, o Galo de Briga foi chamado para protagonizar comerciais e passou a ser visto com uma celebridade, algo que seu companheiro detestava. Afinal propósito deles era ir atrás de criminosos e proteger as pessoas, e não ajudar a vender bebidas.

A ação logo começa quando um perigoso grupo de vilões foge da prisão e arma para destruir o Galo de Briga. O objetivo deste grupo não é matar o herói, eles sabem que isso apenas o aproximaria ainda mais das pessoas. O que eles querem é acabar com o legado e com a moral do Galo de Briga, forçando-o a abandonar o manto e abrir o caminho para os bandidos saírem das sombras.




Em uma história curta, rápida e cheia de ação, os autores Mitch Breitweiser e Mark Pellegrini apresentam um herói lidando com o peso de suas escolhas e o fardo de ter machucado aqueles que ama. Frank Cooper tem dificuldade em reconhecer os seus defeitos e está sempre afirmando que suas decisões foram feitas pensando no legado que ele precisava manter. Seu companheiro, Brutamontes, também é falho, ainda assim, ele me passou a impressão de ser alguém com senso crítico melhor que o Frank Cooper.

Há uma terceira personagem da Ordem do Alvorecer que aparece na história e que gostaria de ter visto mais. Ainda assim, a história deixou em aberto o seu retorno no próximo quadrinho.





Também pouco foi dito sobre a Ordem do Alvorecer. Com as raras menções feitas, não é possível saber mais sobre sua história ou quem são os heróis que participam.

O que significa que muita coisa boa está por vir com todos esses pontos em aberto.

Gostei bastante da história pela dinâmica apresentada e por trazer um herói que, apesar de ser algo fantasioso, se mostra como uma pessoa comum. Da forma como foi contada, os autores deixaram espaço para muita coisa acontecer nas próximas publicações, o que deixa o leitor com a imaginação livre para tentar descobrir o que acontecerá.










Resenha | Em Águas Profundas, de Lukens, F.T.


Em Águas Profundas” é uma das minhas compras da Bienal deste ano. Desde o lançamento da Faro Editorial, estava bastante curiosa para conhecer essa história. Primeiro, é claro, pela capa que está incrível. Depois, porque a sinopse de cara já conquista o leitor. Por fim, porque li muitas resenhas positivas sobre a escrita do autor.


Tally é o quarto filho da Rainha e viu sua vida mudar quando ainda era jovem demais para compreender tudo o que a sua herança significava. Ainda novo, Tal descobrir ter herdado o mesmo poder do seu avô, um Rei que jamais será esquecido, pois foi o responsável pela ruína de muitos reinos, além da morte de quase todas as criaturas mágicas. Se os boatos de sua magia fossem confirmados, Tal não só correria perigo, como seria também o responsável por uma nova guerra.

Tal ficou escondido no castelo, aprendendo a controlar sua magia através dos poucos pergaminhos que sobreviveram ao reinado de seu avô. Enquanto isso, seus quatro irmãos aproveitavam suas vidas e serviam ao Reino.



Mas as coisas poderiam mudar agora. Tal chegou a sua maioridade e, como tradição da família, foi concedido a ele a chance de explorar além das terras do castelo, no navio o qual seu irmão mais velho — Garrett — era o Capitão. Ansioso e inseguro, Tal começa a viagem sendo surpreendido no caminho rumo ao porto. Uma embarcação a deriva, completamente abandonada, a não ser por um único prisioneiro que permanece acorrentado ao navio e um baú cheio de moedas de ouro. Sem qualquer indício da sua origem, Garrett transfere o prisioneiro — Athlen — para o seu navio a fim de descobrir o que houve. Disposto a tentar ajudar, Tal resolve conversar com o rapaz e, com a promessa de que Athlen contaria tudo se removessem as correntes que o machucavam, Tal usa sua magia para libertar o jovem. Aproveitando da bondade do príncipe, Athlen se joga no mar e desaparece, deixando Tal atormentado e culpado por ter falhado com o irmão e provocado a morte do prisioneiro.

Ao chegarem ao porto, encontram uma taverna e Tal encontra com o fantasma que o atormentou nos últimos momentos da viagem. Era sua chance de conseguir respostas que o irmão precisava e consertar o seu erro. O que Tal não esperava era que sair daquela taverna sem proteção, o levaria para as mãos de piratas que estavam dispostos a tudo a fim de fazer com que Tal revelasse seus poderes ou mesmo matá-lo, se ficasse provado que ele não era um Mago. Qualquer uma das opções levaria a Rainha a declarar guerra e Tal não permitiria que o usassem dessa forma. Custe o que custasse, ele defenderia sua família e o Reino.





Confesso que fui surpreendida com essa história. De início, o que me fez ficar curiosa para ler este livro foi a capa. Ela chamou a minha atenção, talvez pelas cores da ilustração, não sei ao certo, mas eu adorei o trabalho. Depois a sinopse e as resenhas que li sobre ele. Então, comecei essa leitura cheia de expectativas e fico feliz em dizer que sai dessa história com o coração quentinho.

Tal é um jovem atormentado pelo medo de ser como seu avô. O jovem príncipe ainda carrega a ingenuidade da juventude que não viu o pior do mundo. É um rapaz bondoso e fiel a sua família. Ele teme ser usado ao descobrirem quem ele é e isso o torna distante de todos, até mesmo de sua mãe e irmãos.

Athlen, também carrega um pouco da inocência que entramos no príncipe, mas ele é um rapaz extrovertido, despreocupado com o mundo e não sabe medir o que é certo ou errado. Quando descobrimos sua história, torna mais fácil entender suas atitudes. Ainda assim, houve momentos em que eu não conseguia acreditar nas besteiras que ele fazia. Talvez porque, com o mundo em que vivemos hoje, é difícil acreditar que exista alguém que não enxergue o mal nas pessoas.

Já a família de Tal, com exceção do Garret, o irmão que acompanha o Tal na viagem, não temos muito contato com eles. Tudo o que vemos e sabemos sobre suas histórias é através do jovem príncipe, que está sempre disposto a lembrar de cada membro da sua família.

Tal carrega um fardo grande para sua idade e origem. Já é uma grande responsabilidade representar a família real e saber que pode ser o motivo do fim de seu Reino, torna sua vida uma verdadeira prisão.

Eu gostei muito de todos os personagens. Apesar de ter uma visão muito superficial dos personagens secundários, é muito fácil se identificar com cada um deles. A leitura fluí muito bem e logo você já está ansioso para descobrir o desfecho dessa aventura.

Em Águas Profundas” traz uma história leve, divertida, sensível e com um leve toque de romance. É uma ótima dica para fãs de fantasia leve e curta. É o tipo de livro que você termina sentindo um pouco mais de esperança no mundo. ♥